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Sudão e Sudão do Sul

A guerra ainda se prolonga no Sudão, palco de duas guerras civis com décadas de duração. Os conflitos começaram quando o governo islâmico do norte pretendeu estender o domínio da Charia no sul animista e cristão. A guerra causou milhões de mortes; além disso, gerou milhões de refugiados, que procuraram asilo em paí ses vizinhos, como o Chade. Os combates foram encerrados com o Tratado de Naivasha, assinado em janeiro de 2009, com o apoio da ONU e da União Africana. Esse tratado previa a independência do Sudão do Sul, submetida a referendo e concretizada em 9 de julho de 2011. Nesse mesmo mês, o país entrou na ONU e na União Africana. Sua capital, Juba, é também sua cidade mais populosa. Com um acordo de paz muito frágil, o Sudão declarou guerra ao seu novo vizinho do sul, em 2012, pois os dois lados não chegam a um acordo sobre a marcação da fronteira, que envolve a propriedade dos territórios ricos em minérios, e sobre quanto o Sudão do Sul deve pagar para exportar seu petróleo através do Sudão.

Glossário:



Charia: código de leis islâmico, adotado por várias sociedades. O termo significa 'caminho' ou 'rota para a fonte de água' e é a estrutura legal dentro da qual os aspectos públicos e privados da vida do adepto do islamismo são regulamentados.

Fim do glossário.

Outro ponto problemático no Sudão é a região de Darfur. Localizada no oeste do país, essa província sofre com problemas como guerra, fome e secas frequentes. A luta acontece entre uma milícia (os janjawids), formada por indivíduos de tribos nômades que falam árabe, e a população não árabe. Nesse caso não há, como nas duas guerras civis, muçulmanos lutando contra não muçulmanos. A maioria da população é muçulmana, incluindo os janjawid. Trata-se de um conflito de origem política, impulsionado por interesses econômicos, como o fortalecimento das relações comerciais com outros países e a questão do petróleo.

Ruanda, Burundi e República Democrática do Congo

Hutus e tútsis, etnias que habitam principalmente Ruanda e Burundi, são protagonistas de um dos mais violentos e longos conflitos da África central. O genocídio de Ruanda, limpeza étnica promovida por hutus contra tútsis, expôs um contexto de rivalidade étnica que se acentuou com o tempo, culminando num dos maiores massacres da História. Estima-se que as guerras que envolveram hutus e tútsis provocaram, direta ou indiretamente, a morte de cerca de 5 milhões de pessoas, provavelmente o maior conflito em número de vítimas fatais desde a Segunda Guerra Mundial.

O que no início caracterizava uma guerra doméstica entre os dois países misturou-se ao conflito da República Democrática do Congo, que envolveu países próximos, como Angola, Chade, Zimbábue, Uganda e Namíbia, e que ficou conhecido como Primeira Guerra Mundial Africana (1998-2003).

LEGENDA: Compradores em mercado na cidade de Al Fashir, capital do Darfur do Norte. Foto de 2015.

FONTE: Zekeriya/Gunes/Anaddu/Getty Images

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Embora a guerra tenha terminado em 2003, os combates continuaram a acontecer. Em 2008, rebeldes tomaram a província de Kivu do Norte, desafiando o governo da República Democrática do Congo. Os combates nessa província e na província de Katanga continuavam em 2014. Em 2015, a situação no país se caracterizava pela instabilidade e pela falência do Estado.



FONTE: Adaptado de: DURAND, Marie-Françoise et al. Atlas de la mondialisation. Paris: Sciences Po, 2013. p. 91. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

Mali


Esse país se apresenta "dividido" pela natureza e por diferenças étnicas: o sul, chamado Mali Verde, banhado pelo rio Níger, onde está a capital, Bamako, tem população predominantemente negra; o norte, localizado na área do Sahel, região de transição entre a savana e o deserto do Saara, é habitado por populações árabes e pelos tuaregues, povo de origem nômade (veja a localização no mapa "Principais conflitos pelo mundo", na página 259). Há muito tempo, esses povos reivindicam a independência da região, que denominam Azawad.

A luta pela autonomia dessa região - de governo secular - é chamada "rebelião tuaregue" ou "guerra de Azawad", liderada pelo Movimento Nacional de Libertação da Azawad (MNLA).

Em 2012, um golpe derrubou o governo e lançou o país no caos.

Os grupos radicais islâmicos Ansar Dine (Defensores da Fé) e o Movimento para a Unidade e Jihad na África ocidental (Mujao), que pretendem manter o Mali unido, mas sob um governo regulamentado pela Charia, entraram em confronto com o MNLA no norte do país.

Os extremistas islâmicos destruíram grande parte das relíquias da cidade de Tombuctu, declarada Patrimônio Cultural pela Unesco. A cidade abriga mausoléus de líderes espirituais do sufismo, uma corrente do islã. Os radicais alegam que as relíquias precisam ser destruídas porque a linha mais tradicional dessa religião proíbe a adoração de ícones. Também proibiram a execução de músicas populares, tradicionais na cultura do Mali.

Glossário:



Sufismo: corrente mística e mais contemplativa do islã. Adota práticas condenadas pelos grupos mais radicais, como música, dança e representação em ícones.

Fim do glossário.

No início de 2013 a França enviou tropas para a região, buscando evitar a tomada da capital, Bamaco. Os investimentos estrangeiros em mineração explicam em parte a influência política desse país africano.

O "Chifre da África"

Localizada nas proximidades de uma das regiões mais instáveis do mundo em razão de conflitos étnicos e religiosos, a região conhecida como "Chifre da África" é considerada estratégica por estar na passagem do oceano Índico para o mar Vermelho, rota internacional do petróleo vindo do Oriente Médio.

Aí encontram-se países que se envolveram em inúmeros conflitos e guerras civis. Entre eles, destacam-se as guerras entre Eritreia e Etiópia (1998-2000) e entre Etiópia e Somália (1977-1978).

No entanto, o maior problema da região ocorre na Somália, país que vive há quase trinta anos em guerra civil, iniciada em 1986 em razão da oposição de vários grupos ao regime totalitário que vigorava no país. De 1986 a 1992, a Somália viveu um período tumultuado, quando vários movimentos se deram pela posse de territórios. Os líderes desses movimentos, chamados senhores da guerra, controlavam o país. O Movimento Nacional Somali (SNM) proclamou a independência do território da região noroeste do país, a Somalilândia, mas esta não é reconhecida internacionalmente.

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Ao longo da guerra civil, a Somália se dividiu em estados autônomos (mas não independentes, como se autoproclamou a Somalilândia): Puntlândia (1998), Maakhir (2007), Galgamudug (2006). Com vários governos autônomos mais as ações dos senhores da guerra e de uma milícia fundamentalista (União dos Tribunais Islâmicos) e, ainda, a presença de piratas no oceano Índico - cuja ação constitui uma ameaça à navegação internacional -, a Somália é o país com o mais alto índice de falência do Estado.

FONTE: Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6ª ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 45. CRÉDITOS: Allmaps/Arquivo da editora

Áreas de tensão na América

Neste continente, as disputas mais graves dizem respeito às guerrilhas da América Latina, sobretudo as que se relacionam ao narcotráfico. Reveja também o mapa "Principais conflitos pelo mundo", na página 259.

As guerrilhas na América Latina

As guerrilhas na América Latina iniciaram-se durante a Guerra Fria. Eram, em sua maioria, de esquerda, de ideologia marxista ou maoista, e tinham por objetivo instalar Estados socialistas nos países em que atuavam. Por meio de movimentos organizados, os guerrilheiros procuravam desestabilizar os governos locais, que, por sua vez, formavam grupos (de direita) para contra-atacar. Os países que conheceram as ações desses grupos de forma mais intensa foram Nicarágua, Guatemala, El Salvador e Honduras, todos na América Central. Na América do Sul, os grupos Sendero Luminoso e Tupac Amaru foram muito ativos no Peru nas décadas de 1970 e 1980. O Sendero Luminoso voltou a agir no Peru em 2005 e 2008, sem grandes repercussões.

Embora enfraquecidos, os grupos de guerrilha mais ativos na América Latina estão na Colômbia e no México, como veremos a seguir.



Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Guerrilha de inspiração comunista, surgida em 1964 como braço armado do Partido Comunista. Membros fundadores das Farc tentaram estabelecer repúblicas independentes nas zonas rurais do país. A partir daí as guerrilhas passaram a lutar por "profundas reformas sociais e pela redistribuição da riqueza na Colômbia". Foram excepcionalmente ativas até meados dos anos 1980, quando declararam trégua ao governo colombiano.

Desde 1987, as Farc romperam o acordo de cessar-fogo com o governo e passaram a controlar grande parte da zona do narcotráfico no país. A desestruturação dos cartéis das drogas de Cali e Medellín, com a prisão de seus líderes, facilitou esse controle, e o narcotráfico passou a ser uma importante fonte de recursos para as guerrilhas, que haviam perdido o apoio financeiro depois do fim da União Soviética.

O grupo é acusado de terrorista pelo governo colombiano. Sua principal estratégia é realizar sequestros de políticos ou desconhecidos para depois exigir resgates milionários. Em outubro de 2015, o governo colombiano retomou as negociações de paz com o grupo.

Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN). A organização atua em Chiapas, o estado mais pobre do México. Além de lutar contra o governo mexicano, seu principal objetivo é obter mais direitos constitucionais e melhores condições de vida para a empobrecida população indígena da região.

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As guerrilhas, tanto na Colômbia como no México, estão relacionadas ao narcotráfico, que controla grandes regiões desses países.

LEGENDA: Membros do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) em um protesto em 22 de outubro de 2014, em Oventic, estado de Chiapas, no México, para exigir o aparecimento de 43 alunos desaparecidos.

FONTE: Elizabeth Ruiz/Agência France-Presse

Áreas de tensão na Ásia

Índia, Paquistão e China são as áreas de grande tensão no continente. Entretanto, localiza-se também na Ásia a região mais conturbada do planeta - o Oriente Médio, que estudaremos no próximo capítulo.

Veja, no mapa abaixo, os principais pontos de tensão no continente asiático.

FONTE: Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6ª ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 47. CRÉDITOS: Allmaps/Arquivo da editora

Índia e Paquistão

O principal ponto de tensão entre esses dois países é a disputa pela região da Caxemira. Veja a localização dessa região no mapa acima.

O conflito da Caxemira tem raízes na divisão do Vice-Reino da Índia, em 1947, que pertencia ao Império Britânico e do qual já fizeram parte Índia e Paquistão. A longa dominação inglesa não conseguiu evitar - em razão da grande diversidade cultural, religiosa e linguística - a fragmentação do Vice-Reino da Índia, na ocasião de sua independência, em 1947. Isso porque, na verdade, por trás das rivalidades entre esses dois países, existem a diferença religiosa e um ódio secular entre muçulmanos, que são maioria no Paquistão, e hindus, majoritários na Índia.

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Logo após a independência, formaram-se dois países autônomos: Índia e Paquistão (Oriental e Ocidental). Veja o mapa. Na década de 1970, o Paquistão Oriental tornou-se independente, adotando o nome de Bangladesh. Região localizada ao norte da Índia, a Caxemira luta pela independência ou anexação ao Paquistão. Cerca de 75% da população da região é muçulmana, o que a identifica mais com esse país. A disputa pela região da Caxemira envolve ainda uma situação muito preocupante, que é a rivalidade entre duas potências nucleares que gostam de exibir seus artefatos bélicos.

China

Taiwan. O principal ponto de tensão na China, embora as diferenças estejam adormecidas, é com Taiwan, que a China considera uma "província rebelde" e não um país independente. Por esse motivo, só a República Popular da China pertence à ONU.

A existência de Taiwan está ligada à rivalidade entre o Partido Nacionalista ou Kuomintang (fundado em 1900) e o Partido Comunista (fundado em 1922). A longa disputa entre nacionalistas e comunistas pelo poder na China durou de 1927 até 1949, com apenas uma trégua para expulsar os japoneses (1931-1945) - o inimigo comum - do norte do país na década de 1930. Vitoriosos, os comunistas, liderados por Mao Tsé-tung, proclamaram a República Popular da China, que ocupa a porção continental.

Derrotados, os membros do Partido Nacionalista do Kuomintang, liderados por Chiang Kai-shek, refugiaram-se na ilha de Formosa ou na de Taiwan, a alguns quilômetros do litoral chinês, onde estabeleceram a República da China Nacionalista, que adotava o modo de produção capitalista.

Xinjiang. Região autônoma localizada no oeste da China. Habitada por uma população muçulmana (uigures), essa região é um barril de pólvora, pois nela atua uma organização separatista fortemente reprimida pelo governo chinês. Trata-se de uma região estratégica porque possui 20% das reservas de petróleo e 15% do gás natural do país.

Tibete. O governo tibetano discorda da legitimidade do domínio chinês na região, que foi anexada à força, em 1950, pelos comunistas chineses. Representado pelo líder religioso Dalai Lama, o governo no exílio tenta obter apoio da comunidade internacional para a causa da independência do Tibete.

LEGENDA: Agricultores chineses colhem cebolas, em Xinjiang Uygur, na China. Foto de 2015.

FONTE: Imaginechina/Corbis/Latinstock

Ilhas da discórdia



Ilhas Spratly. Arquipélago localizado no mar da China meridional, a oeste das Filipinas e a leste do Vietnã (veja o mapa "Principais conflitos pelo mundo", na página 259). São cerca de quatrocentas pequenas ilhas espalhadas por uma área de 180 mil quilômetros quadrados. Esse estratégico arquipélago é disputado por vários países: China, Vietnã, Filipinas, Malásia, Brunei e Taiwan. A China quer todo o arquipélago; o Vietnã reivindica a maior das ilhas. Os dois países já se enfrentaram em 1998. A região desperta grande interesse porque possui reservas potenciais de petróleo, gás natural e minerais no fundo do mar.

Ilhas Kurilas. Há muito tempo essas ilhas são a causa de problemas entre a Rússia e o Japão. Localizadas ao norte do arquipélago japonês, entre a ilha de Sacalina e a península de Kamchatka (Rússia), as Kurilas foram ocupadas pela União Soviética em 1945. Apesar da aproximação entre russos e japoneses nos últimos anos e das promessas de acordo por parte da Rússia, nada foi decidido.

Ilhas Senkaku (em japonês) ou Diaoyu (em chinês). São ilhas desabitadas localizadas no oceano Pacífico. As ilhas, controladas pelo Japão, são disputadas pela China, fato que se agravou no início de 2013, provocando uma tensão diplomática. Veja a localização dessas ilhas no mapa "Conflitos na Ásia", na página 265.

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Refletindo sobre o conteúdo

Ícone: Atividade interdisciplinar.



1. Atividade interdisciplinar: Geografia, Língua Portuguesa e História. Leia com atenção um poema de um autor português.

Darfur - Sudão

Rogério Martins Simões

Era noite, tão noite,

nem uma só luz existia,

as velas acesas, não brilhavam,

Lá fora nem luar havia...

Metia medo!

Ninguém dizia!

Ninguém murmurava...

O silêncio era gélido!

Esperavam o dia

e os corações sangravam...

Medrosa agonia,

Metia medo!

Ninguém diria...

Vieram os cavaleiros de negro...

Despedaçaram as portas!

Violaram! Mataram!

Derramaram o sangue!

Verteram-se as lágrimas!

Levaram os moços!

Incendiaram o chão!

Queimaram os corpos em pira!

Envenenaram os poços!

E partiram sedentos de ira!

que tragédia é essa, Sudão?

Voltou o dia!

Fez-se noite!

Viram-se de novo as estrelas!

que é do teu povo, Sudão?

Disponível em: http://poemasdeamoredor.blogs.sapo.pt/darfur-sudao-316975. Acesso em: 20 nov. 2015.

a) Explique o conflito que envolve a área mencionada no poema.

b) "Metia medo!" é o primeiro verso da segunda estrofe. O que metia medo?

c) O eu lírico (quem narra o poema) retrata nos versos o sofrimento do povo sudanês diante do inimigo. Retire do poema dois versos que comprovem as atrocidades inimigas para com o povo sudanês.

d) Conflitos internos no Sudão provocaram a criação de um novo país na África. Identifique-o.



2. Atividade interdisciplinar: Geografia e História. Leia a seguir o trecho de uma reportagem publicada no jornal El País.

Terrorismo do Boko Haram e a crise econômica oprimem a Nigéria



Há um ano, a Nigéria estreava como primeira potência econômica da África. No entanto, nem sequer a euforia de superar a África do Sul no ranking continental pôde adoçar o amargo sabor da difícil situação na qual se encontra mergulhado este gigante: país mais populoso da África (cerca de 175 milhões de habitantes) e primeiro produtor de petróleo, mas ao mesmo tempo ameaçado pela violência terrorista do Boko Haram no nordeste, corroído por uma insuportável corrupção e em plena queda livre econômica pelo descenso dos preços do petróleo, o que piorou ainda mais as condições de vida dos nigerianos.

[...]


NARANJO, José. El País. Disponível em: http://brasil.elpais.com/brasil/2015/03/29/internacional/1427659035_390834.html. Acesso em: 20 nov. 2015.

Converse com o professor, consulte livros, revistas e sites e responda:

a) Quando a Nigéria tornou-se um país independente? De quem ela era colônia?

b) Consulte um atlas geográfico e dê a localização da Nigéria.

c) Que importante fonte de energia existe em seu território, segundo o trecho da reportagem que você leu?

d) Cite duas características do grupo terrorista Boko Haram.



3. BELFAST, 27 Jun [2012] - Um inédito aperto de mãos entre a rainha Elizabeth II e o ex-comandante guerrilheiro do IRA Martin McGuinness marcou simbolicamente, nesta quarta-feira, o fim definitivo do conflito separatista que ao longo de décadas matou milhares de militares e civis, incluindo um primo da rainha.

UOL. Disponível em: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2012/06/27/rainha-elizabeth-cumprimentaex-comandante-do-ira.htm. Acesso em: 15 fev. 2013.

a) Depois de ler a notícia acima, reveja a imagem da página 257. Por que esse cumprimento é considerado simbólico?

b) Por que esse gesto foi considerado inédito?



4. Leia o texto e depois faça o que se pede:

"Um de meus sonhos sempre foi ir a Tombuctu antes de morrer".

O interesse de Umberto Eco era o de visitar as bibliotecas localizadas no centro desse país, "onde floresceu, antes do Renascimento europeu, o maior núcleo acadêmico e comercial da África".

OLIVEIRA, Ana Paula F. Carta Capital. São Paulo, 18 jan. 2013. (Adaptado).

- Identifique o país onde está Tombuctu e explique as causas do conflito que o atingiu em 2012.

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capítulo 21. Oriente Médio: rica região sem paz

LEGENDA: Jerusalém é a cidade sagrada de três religiões: cristianismo, judaísmo e islamismo. Na foto, destaca-se o Muro das Lamentações, um dos santuários religiosos mais importantes do mundo. Jerusalém, Israel. Foto de 2015.

FONTE: badahos/Shutterstock



O território: posição estratégica e petróleo

Berço das três religiões mais praticadas no mundo, o Oriente Médio é uma região muito importante do ponto de vista econômico e geopolítico. Se, por um lado, abriga imensa riqueza natural e importantes reservas de petróleo, por outro, é a região mais conturbada do mundo, palco de inúmeros conflitos étnico-religiosos.

Rota de passagem entre o Extremo Oriente (Japão e China), o Sudeste Asiático e a bacia do Mediterrâneo, o Oriente Médio está estrategicamente posicionado entre três continentes: Europa, Ásia e África.

A posição estratégica da região é atestada pelos limites do território, marcados por pontos geopolítica e economicamente muito importantes:

- Canal de Suez: construído pelos ingleses em terras do Egito, faz a ligação artificial entre o mar Mediterrâneo e o mar Vermelho.

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- Estreito de Ormuz: liga o golfo Pérsico ao oceano Índico, sendo rota obrigatória dos petroleiros dos países árabes que se dirigem a todos os mercados do mundo.

- Estreito de Bósforo: ponto de comunicação entre o mar Mediterrâneo e o mar Negro, é passagem da Europa a vários países asiáticos.

- Estreito de Tiran: única ligação de Israel com o mar Vermelho, através do golfo de Aqaba.

- Estreito de Bab el Mandeb: separa o Oriente Médio da instável região conhecida como "Chifre da África" (Somália, Eritreia, Etiópia e Djibuti), no encontro do mar Vermelho com o oceano Índico.

Dezessete países, mais a Autoridade Nacional Palestina, ainda não efetivamente instalada, mas reconhecida pela ONU como Estado-membro, integram o Oriente Médio.

CRÉDITOS: Anton Balazh/Shutterstock/Glow Images

FONTE DAS IMAGENS: As informações da imagem de satélite e do mapa foram extraídas e adaptadas de: ATLANTE geografico metodico De Agostini 2012. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2012. p. 106. CRÉDITOS: Allmaps/Arquivo da editora

Na península Arábica estão localizados os "países do petróleo" (Omã, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Iêmen). Outro "país do petróleo" é o Bahrein, formado por trinta e cinco ilhas situadas no golfo Pérsico.

Na costa banhada pelo Mediterrâneo estão localizados os países que se destacam pela instabilidade que a criação, em 1948, do Estado de Israel, em território palestino, trouxe para a região: Jordânia, Síria, Líbano e o próprio Estado de Israel. Todos, com exceção da Jordânia, se localizam em terras das antigas Fenícia e Palestina. Na costa mediterrânea também se localiza Chipre, pertencente ao continente europeu.

Com uma pequena porção de seu território situada na Europa, a Turquia tem uma localização geográfica privilegiada e é o país de maior estabilidade política da região. A posição geográfica aproxima a Turquia mais da União Europeia do que do Oriente Médio.

No centro do Oriente Médio estende-se a fértil planície da Mesopotâmia, atravessada pelos rios Tigre e Eufrates. Berço das mais antigas civilizações do mundo, a região é ocupada hoje, em grande parte, pelo Iraque, mas abriga também áreas da Síria, da Turquia, do Irã e do Kuwait. A Jordânia não possui jazidas de petróleo, sofre problemas de abastecimento de água e se localiza em uma das áreas mais conturbadas do mundo.

O Egito, apesar de ter a maior parte de seu território na África, tem a península do Sinai localizada no continente asiático e já esteve envolvido em vários conflitos no Oriente Médio.

As importantes rotas comerciais que existem no Oriente Médio, como a rota do petróleo, o fato de a região se limitar com outras áreas ricas em petróleo, como os países da Ásia central (Casa quis tão, Usbequistão e Quirguistão), e com países que vivem em conflito, como o Paquistão e a Índia e os países do "Chifre da África", são determinantes para a sua grande importância estratégica. Veja novamente o mapa e a imagem desta página.

O Oriente Médio é também uma região estratégica na economia mundial, uma vez que detém cerca de 54% do total mundial de petróleo. Das sete maiores reservas mundiais do produto, cinco estão localizadas na região.


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