Glifosato: substância química que bloqueia a enzima responsável por uma das etapas da síntese dos aminoácidos, sendo considerada por isso um tipo de herbicida, isto é, substância que mata vegetais.
Fim do glossário.
- O artigo do Greenpeace afirma que o cultivo de plantas transgênicas não cumpriu um de seus principais objetivos: reduzir o uso de herbicidas em plantações.
- Explique por que, de acordo com o texto, esse objetivo não foi alcançado.
Fim do complemento.
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Técnicas para evitar a erosão e a contaminação dos solos em áreas agrícolas
Alguns cuidados podem evitar o desgaste dos solos cultiváveis. Há técnicas de cultivo capazes de impedir que grande parte do solo das lavouras seja levada pelas águas das chuvas.
O plantio em curvas de nível pode evitar o desgaste do solo, pois reduz consideravelmente a velocidade do escoamento das águas da chuva. Esse sistema, muito comum nos países desenvolvidos, é usado em terrenos com pouca inclinação e que permitem o uso de tratores.
Em regiões montanhosas, com muita inclinação, é bastante utilizada a técnica de terraceamento, que consiste em fazer cortes no terreno, formando degraus. Esse tipo de plantio reduz a velocidade de escoamento das águas e permite um bom aproveitamento do terreno em países muito populosos, onde falta espaço. Por esse motivo, essa técnica de cultivo é muito empregada nos países asiáticos, como Japão, Tailândia e China.
Algumas culturas, como a de café, costumam deixar grandes porções de solo expostas à erosão. Para proteger o solo, costuma-se plantar feijão nesses espaços vagos. Essa técnica é conhecida como associação de culturas.
Outra forma de proteger a terra é cultivar no mesmo terreno plantas diferentes, mas em períodos alternados. Desse modo o solo sempre tem alguma cobertura protetora. Esse "rodízio" de plantas é conhecido como rotação de culturas.
LEGENDA: Café plantado em encosta de montanha, seguindo curvas de nível, em Alto Caparaó (MG). Foto de 2015.
FONTE: Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo
LEGENDA: Cultivo de arroz em terraços, na Província de Yunnan, na China. Foto de 2015.
FONTE: Jin Liangkuai/Xinhua Press/Corbis/Latinstock
Também é possível evitar ou amenizar os efeitos da contaminação do solo por agrotóxicos. Em alguns lugares, a solução encontrada foi substituir os fertilizantes químicos pelos adubos orgânicos e fazer o controle biológico, que consiste em introduzir predadores naturais no lugar dos pesticidas.
As chamadas biofábricas fazem parte de um programa da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e têm como objetivo "produzir" insetos para combater pragas em diversos tipos de plantação. Um exemplo é a "produção de vespas", utilizadas mundialmente no combate de uma das principais pragas da fruticultura: a "mosca-das-frutas".
O uso de técnicas como essa pressupõe um profundo conhecimento do ecossistema rural no qual vão ser empregadas para não causar problemas ainda mais graves. Em regiões monocultoras, muitas espécies predadoras naturais do ambiente desaparecem, o que pode aumentar a quantidade de pragas e parasitas.
Desertificação
A ONU define desertificação como "a degradação das terras áridas, semiáridas e subúmidas secas, resultante de fatores diversos, como as variações climáticas e as atividades humanas".
Fatores como a erosão causada por desmatamentos, queimadas e uso intensivo do solo na agricultura, bem como a fragilidade dos ecossistemas, a pecuária extensiva e os deslizamentos ocasionados por essas atividades, são reconhecidos como principais causas e agravantes da desertificação.
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Essas questões, fundamentais para a preservação do meio ambiente, motivaram a realização da Conferência Internacional das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, em 1977, em Nairóbi, no Quênia. Nessa conferência os governos dos países reunidos consideraram esse fenômeno um sério desafio e estabeleceram compromissos para reduzir suas consequências.
A Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação entrou em vigor em 1996, depois de ter sido ratificada por mais de cinquenta países, e seus objetivos são "lutar contra a desertificação e minimizar os efeitos da seca, através da adoção de medidas eficazes em todos os níveis".
Os efeitos da desertificação são sentidos em todos os continentes: na região que compreende a América Latina e o Caribe, por exemplo, mais de 25% são terras secas. Destas, 70% mostram sinais de vulnerabilidade e graus avançados de desertificação. Veja o mapa a seguir.
FONTE: Adaptado de: UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE. Disponível em: www.nrcs.usda.gov/wps/portal/nrcs/detail/soils/use/worldsoils/?cid=nrcs142p2_054003. Acesso em: 14 out. 2015. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora
A Agenda 21, documento firmado na ECO-92, Conferência Mundial das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada no Rio de Janeiro, determina que se entenda por degradação da terra a degradação do solo e dos recursos hídricos da vegetação, da biodiversidade e a redução da qualidade de vida.
Cerca de cem países possuem áreas com desertificação, em ecossistemas de clima árido, semiárido e subúmido seco. Segundo a ONU, as áreas mais afetadas pelo problema estão na África, Ásia, América do Sul, América do Norte e Austrália. Na Europa, o problema mais grave acontece na Espanha.
Cumprindo o cronograma da Agenda 21, a Convenção da Desertificação, órgão da ONU que discute o problema, realizou duas reuniões: em Roma (Itália), em 1997, e em Olinda (Pernambuco), em 1999. Nas duas ocasiões, cerca de 190 países definiram dois pontos importantes. O primeiro foi reconhecer que as principais causas da desertificação são consequência de atividades humanas, que provocam a erosão dos solos, a formação de areia e a redução da biodiversidade, dos recursos hídricos e das terras cultiváveis. O outro é que esse processo acarreta graves problemas sociais, como a fome, a migração das pessoas que vivem nas áreas afetadas, o analfabetismo e a diminuição da renda e do consumo. Desde 2001, a Conferência das Partes (COP) da Desertificação tem se reunido a cada dois anos.
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LEGENDA: Desertificação do solo pelo uso intensivo para agricultura somado à ação dos ventos e da chuva. Município de Gilbués (PI), em 2014.
FONTE: Cândido Neto/Opção Brasil Imagens
Na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, realizada em junho de 2012, foi criado um fundo internacional, formado por Brasil, França e África, para o combate à desertificação. Sobre desertificação no Brasil, leia a seção Contexto e aplicação.
Boxe complementar:
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