Crescimento demográfico ou populacional
O aumento da população de um lugar ou de um país em determinado período é chamado crescimento demográfico ou populacional, e pode ser explicado por dois fatores: o crescimento vegetativo e as migrações.
Crescimento demográfico é, portanto, o resultado da soma dos nascimentos com as migrações, subtraindo-se as mortes, em determinado período. A diferença entre o número de nascimentos e o de mortes, em determinado período, é chamada crescimento vegetativo ou crescimento natural.
O crescimento demográfico está associado a alguns fatores, como taxa de mortalidade, taxa de natalidade, taxa de fecundidade, mortalidade infantil, expectativa de vida, que por sua vez dependem de condições de saúde, educação e acesso a recursos naturais e econômicos das sociedades.
A relação entre o número de nascimentos ocorridos no período de um ano e o total de habitantes de uma cidade, um estado, um país ou um continente define a taxa de natalidade. Essa taxa é obtida multiplicando por 1.000 o número de nascimentos ocorridos durante um ano e dividindo o resultado pelo número que representa a população absoluta. Por exemplo, uma taxa de natalidade de 25‰ significa 25 nascimentos em um grupo de 1.000 pessoas.
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A taxa de natalidade de uma população está ligada à taxa de fecundidade, isto é, ao número de filhos por mulher em idade reprodutiva dessa população.
A relação entre o número de óbitos ocorridos em um ano e o número de habitantes do lugar define a taxa de mortalidade, que é obtida ao se multiplicar por 1.000 o número de óbitos ocorridos durante um ano e dividir o resultado pelo número que representa a população absoluta. Por exemplo, uma taxa de mortalidade de 10‰ significa 10 mortes em um grupo de 1.000 pessoas.
Calculando o crescimento vegetativo com base nos dados exemplificados acima, temos:
CV = 25‰ - 10‰ = 15‰ ou 1,5%
O crescimento vegetativo pode ser positivo, negativo ou até mesmo nulo. É positivo quando o número de nascimentos supera o de mortes, negativo quando acontece o contrário e nulo quando não há excedentes nem de mortes nem de nascimentos.
Relacionadas às taxas de mortalidade e de natalidade temos duas outras importantes variáveis que também influem no crescimento da população: a taxa de mortalidade infantil, que diz respeito ao número de crianças mortas antes de completar o primeiro ano de vida, e a expectativa de vida, que se traduz pelo número de anos que um recém-nascido poderá viver, isto é, o número de anos que se espera que um habitante de determinado lugar ou país possa viver. Para esse cálculo levam-se em conta vários fatores, como o acesso a saúde, educação e lazer, a situação econômica e outros aspectos, como violência, poluição e criminalidade.
Crescimento populacional em países desenvolvidos e não desenvolvidos
As variáveis responsáveis pelo crescimento demográfico apresentam diferentes índices nos países desenvolvidos e nos não desenvolvidos. Nos países desenvolvidos, as taxas de natalidade e de mortalidade começaram a diminuir a partir do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, com a melhoria das condições de saneamento básico e a descoberta de vacinas e antibióticos.
Mais tarde, os métodos anticoncepcionais, a urbanização e a participação cada vez maior da mulher no mercado de trabalho também ajudaram a reduzir as taxas de natalidade. A brusca queda do crescimento demográfico nos países desenvolvidos trouxe, porém, um problema que os governantes até hoje tentam solucionar: o grande encargo para a previdência social provocado pelo elevado número de idosos.
Nos países não desenvolvidos e emergentes, as taxas de crescimento demográfico só começaram a baixar na segunda metade do século XX. Graças aos avanços médico-sanitários alcançados pelos países desenvolvidos e ao uso de inseticidas que combatem agentes transmissores de doenças, eles conseguiram reduzir as taxas de mortalidade.
A redução das taxas de natalidade ocorreu a partir do processo de urbanização empreendido por muitas nações. Esse processo provocou transformações sociais, como o trabalho familiar, o custo da criação dos filhos, o trabalho da mulher e o surgimento de métodos anticoncepcionais.
Os países não desenvolvidos têm crescimento populacional alto e alguns países desenvolvidos apresentam crescimento populacional baixo ou até mesmo negativo. Veja a tabela abaixo.
Tabela: equivalente textual a seguir.
FONTE: CIA. The World Factbook 2015. Disponível em: www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/xx.html. Acesso em: 10 nov. 2015.
LEGENDA: Em outubro de 2015, o governo da China revogou a lei do filho único, permitindo aos casais terem dois filhos. Essa resolução foi tomada em razão do envelhecimento da população chinesa. A lei entrou em vigor em 1º de janeiro de 2016.
FONTE: Imaginechina/Corbis/Latinstock
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Países emergentes como China (0,44) e Rússia (-0,3) apresentam baixo crescimento demográfico por diferentes fatores. A China, em razão do rígido controle populacional feito pelo governo, marcado pela política do filho único, até 31 de dezembro de 2015 só era permitido ter um filho por família. A Rússia, antigo país socialista, apresenta baixas taxas de natalidade e de mortalidade, além de ter passado por um processo intenso de migração, quando houve a dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e as populações regressaram às suas terras de origem.
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