3.1 - ESPETÁCULO “OJU OMIM” – O CANDOMBLÉ EM CENA
A dedicação de Mãe Nany e Mãe Bel é o que torna o Omorewá uma grande família que agrega candomblecistas ou não, além de colaboradores e apoiadores. Com apenas cinco componentes em 2003, o Omorewá se identificava como um grupo percussivo que, ao longo dos seus onze anos de existência foi tomando forma de grupo de dança, chegando a contar com mais de quinze dançarinas e que nos últimos anos vem absorvendo elementos teatrais em seus espetáculos, se tornando assim o primeiro afoxé a se apresentar no palco do Teatro Deodoro, em 2012, com o espetáculo “Ojo Omim” que nasceu da reverência e homenagem aos Orixás, propondo-se, além de falar sobre os Orixás e trazer para a cena as representações de alguns deles como Exu5, Ogum6, Xangô7, Iansã, Oxum8 e Yemanjá9, levantar a bandeira da conscientização quanto a preservação do meio ambiente, as nascentes, os rios, pondo em primeiro plano a água doce como origem da vida e um dos elos com a espiritualidade.
Partindo da perspectiva da homenagem a cada Orixá em específico, a estrutura do espetáculo se mostra como num Xiré, onde se canta para cada Orixá e o mesmo se manifesta em alguns médiuns, porém por se tratar de um espetáculo, isso se faz com a apresentação de uma canção composta especificamente para a apresentação deste determinado Orixá e as dançarinas tomam a frente do palco apresentando a coreografia com elementos do Orixá homenageado. No caso do espetáculo Oju Omim a homenagem à Iansã vem com a canção Lá no Infinito – composta por Mãe Nany.
LÁ NO INFINITO
Lá no infinito
Onde tudo é mais bonito
Onde sopram os ventos de Oyá
Onde a cachoeira canta
Onde os deuses se encantam,
Me fascina e me faz dançar.
Onde tem tanta beleza
Tem ancestralidade e riqueza
E negras mulheres a dançar
Ritmo de Candomblé, ritmado Afoxé
Essa é a cultura que traz meu axé.
Deixa passar meu povo
Deixa dizer de novo
Que sou um negro lutador
Resistência na História
Somos guerreiros quilombolas
Tradição da cultura Nagô.
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