Afoxé Oju Omim Omorewá: do terreiro ao palco – a performance artística como mecanismo de empoderamento



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YEMANJÁ MÃE DO QUILOMBO

Meu povo furtado da África tem sangue negro

Levaram sua vida e seus sonhos qual peso de ouro

Negros Omorewá.

Pobres irmãos no açoite

Fortes mulheres aos montes

Lutando contra a escravidão

Menino negro na corte

Quilombo luta à noite

Buscando sua libertação.

A busca da mãe Yemanjá é por seus negros

Quilombo criam seus filhos fugindo pro morro

Morro dos Palmares.

Outro irmão no açoite

Morre Zumbi numa noite

Vejo chorando Yemanjá

Mas nascem guerreiros mais fortes

Quilombos venceram a morte,

Nossa vitória Omorewá, nossa vitória Omorewá.

3.3 - ESPETÁCULO “CHÃO BATIDO – TERRA DE NEGROS E MESTIÇOS” – A MESTIÇAGEM BRASILEIRA

Para completar a trilogia dos espetáculos para teatro, o Omorewá traz “Chão batido – terra de negros e mestiços” traz um olhar mais voltado para a mestiçagem do povo brasileiro, prestando homenagem aos ancestrais das religiões brasileiras, como caboclos, índios, pretos velhos. Durante entrevista Mãe Nany discorreu sobre o espetáculo:

A gente vai falar sobre um Brasil mestiço, essa mistura de povo, a gente apesar de ser muito misturado se olha de um jeito muito desigual, muito preconceituoso um para outro, inclusive de um negro para o outro. Tem essa história de que um negro não olha no olho de outro negro porque tem vergonha de se ver, de perceber a própria imagem, e é esse preconceito que a gente quer combater. O show vai ser a chegada do navio negreiro, com as mulheres, com figurinos mais rústicos, sem luxo, porque os negros escravizados não trouxeram luxo. Agora teremos uma das meninas do grupo interpretando um trecho do texto ‘Navio Negreiro’ de Castro Alves. Para esse espetáculo pesquisamos também a Santeria Cubana, danças de tribos africanas, toque do Ilê com jongo e pra finalizar um grande samba de roda (MORENO, 2014)

A questão religiosa por trás das práticas artísticas do Omorewá se mantem preservada e posta com respeito dentro do grupo, principalmente pela heterogeneidade dos seus participantes. Quando indagada sobre como definiam o Omorewá como um grupo apenas artístico ou religioso, Mãe Nany deixou muito claro como a relação com a religiosidade se estabelece dentro do grupo:

Religião e arte tem ligação sim, porque a maioria do pessoal é do Candomblé e aqueles que não são a gente procura não envolver com a religião. A partir do momento que a gente começou a montar o grupo, fui lá, consultei os búzios pra saber se ia dar tudo certo, a gente tem a ligação com religião por isso, tudo que a gente faz consulta primeiro os Orixás, mas outros procedimentos que outros afoxés fazem, a gente não faz. A gente canta sim algumas músicas relacionadas ao Candomblé, mesmo que as pessoas pensem que é uma música qualquer, mas pra nós tem um significado diferente. Quando as pessoas chegam até a gente, mas não são da religião, a gente explica que Afoxé não é Candomblé, explica tudo pra ver se a pessoa se adapta ou não (MORENO, 2014)

O espetáculo conta com dezesseis canções, entre composições próprias de Mãe Nany e composições que fazem parte do repertório de outros artistas, já conhecidas do grande público. Dentre as composições originais, gostaria de destacar uma: Senhora dos temporais, que será apresentada neste show, assim como as coreografias do ritual religioso comunicam o arquétipo e a mitologia do Orixá, as cantigas – também conhecidas como ponto cantado – também trazem essas informações. Mesmo se tratando de uma composição para a performance artística, esta música também comunica elementos mitológicos, Disponível em: http://youtu.be/D6W28GhEnXQ, como vídeo não listado.




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