Alfa: Lucas Hunter Curadora



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Riaz espiou o escritório de Hawke na manhã após seu confronto com Adria, mas encontrou o escritório vazio. — Riley, — ele chamou, correndo para acompanhar o tenente. — Você viu Hawke?

— Ele foi ajudar o time do Felix. — Riley olhou para o pequeno datapad em sua mão. — Sem hora marcada para voltar para a toca, tente encontrá-lo em seu celular via satélite.

— Não, eu acho que vou correr e me encontrar com ele. — Trabalho físico e exaustivo seria bom para ele. Ele estava tenso devido à fúria primitiva que tomou conta de seu corpo no fim da noite. E não foi o rosto de Lisette que o atormentou. Não na noite passada.

— Felix disse que o solo está perfeito para o plantio, como se tivesse sido fertilizado. — Os olhos de Riley estavam atentos. — Ele nunca viu algo assim.

Não, nada nunca sequer chegara perto da beleza mortal do gelado fogo de Sienna. — Eu sei que ela é jovem, — Riaz disse, lembrando-se não somente do brilho vermelho dourado da chama voraz, mas também dos gritos que vieram antes, o doentio som de ossos esmagando enquanto SnowDancer após SnowDancer caía, ensanguentado e quebrado. — Mas qualquer um que consiga controlar aquela quantidade de poder tem meu respeito.

A resposta de Riley foi inesperada. — Se assegure de dividir esse ponto de vista com os outros membros quando a oportunidade se apresentar.

— Problemas? — Ele não havia sentido nada, mas não estava tão conectado com a vida diária do clã quanto Riley. Tendo morado aqui por toda a vida, o tenente veterano era não somente uma âncora para os outros membros, Hawke incluso, mas também um homem cujo todos no clã confiavam, desde os soldados mais durões até as ocupadas fêmeas maternais, jovens rebeldes, e anciões.

— Não, — o outro macho disse. — Mas a batalha foi a primeira vez que o clã teve ciência do que Judd e Sienna podem fazer. Nesse momento, todos estão felizes pelo sucesso, mas quando a adrenalina passar e eles começarem a pensar nisso...

— As pessoas vão começar a perceber exatamente o quanto esses dois são perigosos. — Riaz assentiu, vendo onde Riley queria chegar. — Nós precisamos fortalecer esse sentimento agora, para que mesmo quando a adrenalina passar, todos continuem a vê-los como fortes membros do clã que usarão suas forças para proteger os mais fracos, não os Psy que eles precisam temer. — Lobos podiam ser predadores, mas a maioria não era dominante. Os membros mais vulneráveis dos SnowDancer seriam praticamente vulneráveis contra o tipo de poder dominado por Judd e Sienna, e, embora a maioria das pessoas não percebesse a força de sua telepatia, Walker.

— Sim. — Riley manteve seu tom de voz baixo enquanto eles conversavam. — Provavelmente estou sendo cauteloso em excesso, mas — um sorriso pesaroso — é para isso que eles me pagam.

— Não, você está certo. É melhor reassegurar sutilmente a todos agora, quando eles já estão predispostos a amar os Laurens, que depois, quando o medo entrar em jogo. — Ele prometeu se lembrar de ter uma conversa calma e informal com algumas pessoas. — Você precisa que eu faça alguma coisa hoje? Se não, me juntarei ao grupo de plantio agora. — Ele precisava fazer algo físico, sua pele parecia que estava muito esticada, muito fina sobre a necessidade potente de seu corpo.

Nunca fora tão ruim assim. Como um lobo solitário, ele estava predisposto a períodos de solidão que deixariam os outros membros do clã loucos, e poderia ficar ainda mais tempo sem toque algum. Ele havia estado sozinho por quatro meses quando encontrou Lisette seis meses atrás, e sentiu aquele estonteante, indescritível chute nas entranhas que era o reconhecimento instintivo de uma companheira.

Intelectualmente, ele entendia que mesmo que não fosse comum, poderia acontecer dessa forma, que um lobo poderia se virar e simplesmente saber que uma mulher estava destinada a ser sua sem sequer ter falado com ela, mas nada poderia tê-lo preparado para o impacto daquele momento. Todas as células em seu corpo cantaram com a proximidade da presença de Lisette, seus sentidos profundamente afinados nela, seu corpo vibrando com a percepção de que era ela. Mais que uma amante, mais que uma amiga, uma companheira era destinada a ser a outra metade de um lobo changeling e ele havia encontrado a dele.

O destruidor fato de que ela pertencia a outro homem, poderia ter impedido o elo de existir, mas não fez nada para abafar o impulso que o agarrou em dentes afiados e o segurou firme. Profundamente entrelaçada com aquele impulso estava uma promessa tão primitiva, que ele nunca antes considerara... Uma promessa de fidelidade: um lobo que encontrara sua companheira somente dividir privilégios de pele íntimos com ela.

Aquela promessa veio de uma parte tão profunda no coração de seu lobo, que independentemente do fato de que Lisette nunca seria dele, ele era incapaz de suportar o pensamento do toque de outra mulher, suas entranhas se revoltavam. Como resultado, fazia quase um ano desde que ele dividira privilégios de pele íntimos, um longo tempo mesmo para um lobo solitário, especialmente um dominante, mas ele estava sob controle. A falta de contato machucava às vezes, mas era algo dominante, ameaçando cegá-lo.

E então veio Adria e o formigamento constante em sua pele, a irritação que ele não havia entendido até que ela o empurrara até o seu limite. Seu membro endureceu com a memória dela gozando tão selvagemente quente em torno de seus dedos, seu cheiro de amoras esmagadas no gelo entrelaçado com um almíscar feminino que agiu como droga em seus sentidos. Ela estava certa na clareira. Agora que ele havia ficado cara a cara com a luxúria viciosa que impulsionou sua resposta a ela desde o começo, ele não conseguia desfazer-se, não conseguia voltar para o tempo em que ele não a queria, o eco de seu encontro explosivo o provocando em seus sonhos.

— Vá em frente. — A voz de Riley interrompeu seus pensamentos. - Felix precisa de tantos ajudantes quanto ele conseguir. — Ele puxou um arquivo em seu datapad. — Leve alguns juvenis com você. — Uma pausa. — Os machos. Isso manterá as fêmeas maternais felizes e deixará os garotos cansados demais para se meterem em encrenca.

Uma memória súbita fez Riaz sorrir. — Se lembra daquela vez que Hawke, Coop, você e eu fomos pegos com aqueles filmes?

Dez

Aqueles filmes compensaram o fato de que nós tivemos que limpar os banheiros por um mês. — A expressão de Riley era solene, em oposição direta ao divertimento em seus olhos. — Eu aprendi várias coisas. Ainda estou tentando encontrar uma cópia daquele terceiro filme.

Lobo gargalhando, sua tensão momentaneamente diminuída, Riaz foi pegar os garotos que se comportaram mal. Eles grunhiram por serem recrutados, mas não protestaram. Ao invés, acompanhando Riaz enquanto eles corriam em um ritmo fácil, o atacaram com perguntas sobre treinamento, batalha, e como melhor cortejar garotas sem cruzar a linha para o território proibido.

Era a última coisa na qual Riaz queria pensar, muito menos discutir, mas ele não rosnou para os jovens, pelo jeito, um número deles esteve se lamentando ontem, obviamente já haviam ouvido um sermão ou das maternais ou de Hawke, provavelmente dos dois.

Utilizando os recursos que o faziam um tenente, ele respondeu as perguntas com verdades puras, não havia motivo para proteger lobos machos dessa idade. A risada e brincadeira deles um com o outro, especialmente ao ocasional blush de vergonha, acalmou mais profundamente o lobo selvagem dentro dele, até que ele estava quase são quando chegaram ao que seria um deserto logo após a batalha, mas agora era uma colmeia de atividades, centenas de mudas já prontas, esperando para serem plantadas na terra.

— Pás. — Ele as pegou da pilha em um canto, então os guiou até Felix, que colocou todos para cavar, o plantio sendo feito por aqueles que o especialista horticultural havia treinado a lidar com as raízes das mudas. Quando Joshua mostrou um interesse na tarefa, Felix o colocou para fazer dupla com a juvenil Lucy, para que ele pudesse aprender como fazer a tarefa corretamente.

Envolvido pelos cheiros e vozes de seu clã, os ombros de Riaz relaxaram aquela polegada final.

O tempo passou em um queimar de músculos, e o úmido e rico cheiro de terra e brotos, coisas crescendo, e ele estava silenciosamente contente quando a escuridão começou a tocar o horizonte. Tendo enviado os mais novos de volta mais cedo, com a maioria dos outros ajudantes seguindo-os uma hora atrás, ele ajudou Felix e o pequeno grupo que permaneceu a limpar os vasos vazios, pás esquecidas, e luvas descartadas.

— É um grande projeto, — ele disse, inclinando a última pá dentro do armazém temporário antes de sair para que Felix pudesse trancar a porta.

— Vai estar pronto antes do que você espera. — Porta fechada, Felix se virou para acenar um adeus à última caminhonete, exceto a que ele pretendia dirigir, sua feição tão refinada quanto a de um aristocrata. Aquele rosto classicamente refinado, combinado com seu corpo musculoso de um-metro-e-noventa, o tornara um modelo de sucesso na faculdade. Mesmo agora, companhias de produtos de luxo o procuravam para posar em suas campanhas, mas o verdadeiro amor de Felix era a terra e sua flora, seus olhos com cílios espessos brilhantes em satisfação enquanto ele observava o que já haviam conquistado. — Hawke vai me recrutar ajudantes em uma rotação constante. Seis semanas no máximo e estará pronto.

O alfa caminhou até eles naquele momento, dando um tapinha no ombro de Felix. — Seis semanas? Inferno, Felix, você é um sargento disfarçado.

Felix sorriu, erguendo os olhos para encontrar os de Hawke por um breve segundo antes de se desviar, sua natureza submissa desconfortável com o contato visual. Porém, sua posição na hierarquia não fazia diferença nesse campo, aqui, todos eles recebiam ordens dele, porque aqui, Felix era aquele que sabia o que estava fazendo.

Agora, o outro homem enfiava as mãos nos bolsos frontais de seus jeans. — Estou feliz por ver tudo se ajeitando depois de tanto planejamento. Vai levar mais algum tempo para a área se regenerar, mas daqui alguns anos ninguém será capaz de distinguir esta área de nenhuma outra no território.

Hawke olhou para o céu listrado com os últimos raios do pôr-do-sol, linhas de tensão contornando sua boca. — Eu odeio o fato de nós termos esse buraco enorme onde os satélites podem nos alcançar e nos ver.

— Está na borda do território, — Riaz apontou. — A menos que você planeje fazer uma apresentação de balé vestindo penas de galinha, eles não encontrarão nada interessante.

— Droga, — Hawke disse com um rosto sério. — Já tinha depenado as galinhas.

Rindo, os três foram para a caminhonete. O alfa pulou no banco atrás, ao lado de Riaz. Como eles eram os últimos três a partir, era uma vista pacífica, ainda que nua, que se afastava deles quando Felix ligou o motor e começou a jornada para casa.

Costas apoiadas contra a cabine da caminhonete, Riaz deixou o vento soprar em seus cabelos, grunhindo quando o caminho começou a ficar acidentado. — Essa coisa não tem hover drive1?

— Eu responderia, mas acho que acabei de perder um dente.

Sons hidráulicos seguiram as palavras de Hawke, rangindo e grunhindo antes de conseguirem levantar o automóvel do chão com sucesso.

— Já passou da hora de nós substituirmos isso, — o alfa disse, batendo na lateral da caminhonete. — Mas Eli foi quem a comprou para o clã, e ele é apegado a esse saco de ferrugem. Eu acho que ele a chama de Sheila.

— Sheila? — Riaz sorriu. Foi por isso que ele havia voltado para casa, com o coração magoado e lambendo suas feridas, ciente da solidão que sempre foi tão integral à sua natureza. Ninguém poderia apagar a dor, mas seu clã... Eles deram a ele o presente da risada, o envolveram em calor, e o mantiveram ocupado até que ele quase conseguia esquecer o ferido rombo que era seu coração, suas bordas sangrando e em carne viva.



Um beijo selvagem. Um esbelto corpo feminino se esfregando contra o dele, suas pernas trancando-se em torno da cintura dele. Seus dedos escorregadios com a necessidade dela. Seu membro pulsando com a vontade de empurrar fundo.

Silvando um suspiro silencioso, ele estrangulou o rugido de memória sensorial. Ele bem esquecera sua companheira naquele momento, não é? Não somente esquecera, mas a traíra na forma mais básica. A pior parte era que a memória de seu encontro erótico com Adria o excitava todas as vezes, suas entranhas se retorcendo não em desgosto, mas em um desejo abrasador.

— Meu pai, — Hawke disse enquanto eles passavam sob a sombra de um pinheiro gigante, seu grosso tronco marcado com as marcas de centenas de garras, — era um lobo solitário.

Dobrando seus braços sobre seus joelhos, Riaz continuou a manter seus olhos no caminho da floresta se afastando atrás deles, a luz fraca transformando as árvores em borrões distantes. — Eu sei. — Um ano mais velho que Hawke, ele era um menino desengonçado prestes a entrar em sua adolescência quando o pai de Hawke foi morto, e o clã mergulhado em sangue.

Mesmo tão jovem, Hawke já havia começado a mostrar sua inclinação para estar no centro da vida do clã, enquanto Riaz preferia andar sozinho pelas montanhas. Ainda assim, apesar de suas diferenças, eles se davam bem. Alguma parte dele viu no menino que Hawke era, o homem que ele se tornaria. E quando o clã quase se partiu sob uma chuva de dor e violência, ele tomou a decisão de seguir aquele menino ao invés de ficar sozinho como muitos lobos solitários preferiam.

— É por isso, — Hawke continuou, — Que eu entendo lobos solitários melhor do que a maioria das pessoas.

— Seu pai tinha uma companheira. — Era a única coisa que mudava a necessidade profunda de um lobo solitário por longos períodos de solidão, transformando-a em uma devoção tão intensa que eles se tornavam mais possessivos e protetores que qualquer um de seus outros irmãos. Algumas pessoas diziam que um lobo solitário passava sua vida procurando pela pessoa que se tornaria sua estrela polar.

— Ele tinha amigos que não tinham. — Hawke apoiou seus braços sobre seus joelhos em um espelho da posição de Riaz. — Isso quer dizer que eu sei que lobos solitários têm amigos. Com quem você está conversando, Riaz? — Era uma pergunta brusca. — Não com Coop, ou ele estaria aqui chutando sua bunda para que eu não precisasse fazer isso.

Riaz segurou o pulso de uma mão com a outra, apertou. Cooper e ele haviam crescido juntos, se metido em problemas juntos, e se tornado tenentes juntos. O outro homem o conhecia melhor que a maioria das pessoas nessa terra, que era o porquê de Riaz não poder mostrar sua cara no setor de Cooper. A única razão para Cooper não ter percebido o fato de que algo estava errado quando Riaz voltou pra casa, era que ele estava distraído em sua corte a Grace, a mulher que era agora sua companheira. Ao invés de admitir o fato de que ele esteve evitando Coop, Riaz disse, — Desde quando nós garotas estamos tendo uma conversa de coração aberto?

Sua resposta irreverente não perturbou Hawke. — Se você acha que vou deixar você escapar com toda essa merda, é porque não me conhece. — Um olhar duro. — Você já foi visitar seus pais?

Os pais dele estavam morando em San Diego. Eles queriam ficar mais perto de sua única neta, Marisol, de três anos de idade, a filha de seu irmão mais novo, Gage. — Você realmente está me perguntando isso? — Um rosnado incrédulo. — É claro que eu fui. Logo que eu voltei para o país. — Se não tivesse ido, sua mãe teria vindo bater em sua porta e feito um inferno na vida dele. Ninguém mexia com Abigail Delgado.

O ombro de Hawke roçou o dele quando Felix virou o veículo para passar por cima de um pé de amora que havia crescido demais. — Eu acho que você deveria ir visitá-los novamente.

O lobo de Riaz se eriçou. Talvez Hawke fosse o alfa, mas Riaz era um tenente, isso significava que ele tinha a força e a dominância para machucar o outro homem em uma luta. — Que desilusão te faz pensar que você tem o direito de me dar ordens sobre minha vida pessoal?

A resposta de Hawke foi um latido de risada áspero. — Porra, você me lembra de como eu era ha alguns meses atrás. Não seja um idiota como eu era.

Riaz soltou seu pulso. Sangue começou a correr novamente em um fluxo quente, causando sensações de formigamentos doloridos. Hawke, ele pensou, era talvez a única pessoa no clã que não somente entenderia, mas saberia o que perder Lisette sem nunca a ter faria a ele. Ainda assim... — Não consigo falar sobre isso ainda, — ele disse, sentindo as palavras como se fossem pedras arranhando sua garganta.

— Certo, — Respondeu Hawke, o lobo em sua voz. — Mas, Riaz? Você está em casa agora. O clã só vai te dar a quantidade certa de corda, e nós certamente não o deixaremos se enforcar com ela.

Devia ir embora, pensou Riaz, fugir desse território, de um alfa que via demais, e acima de tudo, de uma mulher que incitava uma fome sexual crua que o deixava com tanta raiva que era como se houvesse um raio branco e quente de sentimento em seu sangue. Mas o doloroso fato era que, ele não estava pronto para caminhar sozinho novamente, coisa difícil de um lobo solitário aceitar.

Talvez Hawke estivesse certo. Talvez ele precisasse ver sua família. Ele comeria a comida divina de sua mãe, provocaria sua linda cunhadinha, brincaria com a pestinha de sua sobrinha, beberia uma cerveja com e seu pai e Gage, e colocaria sua cabeça no lugar. A única coisa que ele não precisava era ceder à compulsão de rastrear o sutil cheiro de amoras selvagens esmagadas no gelo até que ele tivesse o corpo nu e suado de Adria preso sob o seu.





Adria deu a volta em um cedro, sua distintiva casa vermelha, alaranjada e cinza na escuridão, para ver Sienna acenando à ela. — Você veio me substituir? — a mulher mais nova perguntou.

— Sim. — Mais uma vez, Adria se surpreendeu com a juventude de Sienna, seus instintos tão protetores com a soldado novata quanto eram com Evie. Mas ela tinha que aceitar que aqueles olhos cardeais... Eram de alguém muito mais velho e muito mais sábio. — Algo que eu precise saber?

— Vê aquela árvore ali? — Sienna apontou para um imenso carvalho negro, sua copa uma sombra espalhada. — Tem um par de águias fazendo ninho. Fique longe, eles estão sendo bastante territoriais. — Ela puxou sua trança. — Eu quase perdi isso quando cheguei muito perto.

Tendo servido de presa para uma águia uma vez, Adria sabia que Sienna tinha sido sortuda por escapar. — Antes que eu esqueça, Evie me pediu para te lembrar de que vocês duas vão jantar juntas. — Mais uma vez, era uma surpresa que sua gentil sobrinha fosse a melhor amiga dessa durona jovem mulher que havia sido forjada em fogo mortal.

— Eu estive esperando por isso o dia todo. — Um sorriso reservado, mas não hostil. — Evie me disse que você é uma expert em artes marciais.

— Uma disciplina em particular, — Adria corrigiu. — É uma das mais agressivas. — Teve que utilizá-la em batalha em uma tentativa de proteger os SnowDancer de ser derrubados pelo inimigo. Suas próprias orelhas estavam sangrando após um golpe sônico, seu equilíbrio balançado, mas ela ainda foi capaz de funcionar em algum nível, então ela lutou.

Bem ao lado de Riaz.

Seu braço estava praticamente esfolado até os ossos por uma queimadura a laser, seus tímpanos despedaçados, e mesmo assim ele se recusou a se abater. E quando ela foi muito lenta e tomou um chute no ombro, ele agiu como um escudo vivo até que ela pudesse aplicar um anestésico localizado e se erguer novamente para lutar. O homem podia até ser um filho da puta pessoalmente, pensou Adria, sua mandíbula apertada, mas era leal e com uma coragem forjada em fogo. — Eu estava pensando em falar com Indigo sobre oferecer uma aula para os novatos dela, —disse, estrangulando a resposta indesejada de seu corpo aos pensamentos sobre o lobo solitário de cabelo escuro. — Você está interessada?

Um aceno imediato. — A razão de eu estar perguntando é porque Evie me disse que pode ser modificado para servir à um indivíduo fisicamente menor.

Garota esperta, ciente não somente de suas forças, mas também de suas fraquezas. Mas novamente, nenhum lobo alfa, muito menos Hawke, se sentiria atraído a qualquer um que não tivesse um cérebro. — Sim, absolutamente. Poderemos dividir as aulas de acordo com altura e peso. — Ela olhou de volta para seu relógio. — É melhor você voltar ou levarei um sermão de Evie amanhã.

Sienna riu, mais confortável com Adria do que ela geralmente ficava com pessoas que ela não conhecia bem. E não era porque a soldado veterana dividia uma forte semelhança familiar com as mulheres Riviere, todas cujas Sienna confiava. A verdade era que Adria fazia Sienna se lembrar de Riley.

Os dois tinham a mesma silenciosa e inabalável confiança entrelaçada com um calor sólido, a mesma sensação de ser uma pedra em meio à tempestade. Sienna não conhecia o clã tão bem quanto Hawke, mas ela tinha uma forte impressão de que Adria logo se tornaria uma das âncoras nunca mencionadas da toca, uma mulher com a qual as pessoas iríam para obter conselhos sólidos, respostas sem julgamentos ou pena.

Enquanto ela dizia, — Tenha uma boa noite, — e se afastava, ela viu o sorriso de Adria desaparecer, para ser substituído por uma expressão muito mais rígida, seus olhos mudando para o âmbar de sua loba. E ela percebeu que talvez, a armadura de proteção de alguém como Adria era a mais difícil de penetrar, porque ela dava tanto a impressão de ser um livro aberto que... Ninguém estava sequer ciente das emoções confusas que poderiam haver sob ela.

Onze



A maior habilidade de Vasquez era passar despercebido. Era parte do por quê o Conselheiro Henry Scott o havia escolhido a dedo para liderar o exército PurePsy antes do confronto com os changelings. O fato de que Vasquez sobreviveu à aniquilação mostrava tanto sua inteligência quanto sua habilidade de sair por cima em qualquer situação.

E o fato de que ele continuava a apoiar os PurePsy mesmo enquanto uma guerra civil pairava sobre a PsyNet mostrava sua crença de que o Silêncio era a única esperança de sobrevivência de sua raça. Sua dedicação à causa não tinha nada a ver com algo tão inútil e debilitante quanto emoção, pois seu condicionamento era impecável, e tudo a ver com a história: Quem eram os Psy antes do Silêncio?

Uma raça danificada à beira da extinção, assassina e insana.

Agora, eles governavam o mundo... Ou governavam até os changelings adquirirem uma parte de controle do poder. Até mesmo os humanos estavam se agitando. Tudo isso era o resultado de um Conselho fraco, seus membros ineficazes quando se tratava de manter as rédeas sobre as raças inferiores. Aquele Conselho não era mais problema, e Vasquez tinha uma nova série de ordens.

Repetindo-as para assegurar-se de que havia entendido corretamente, assentiu para a pessoa que havia dado aquelas ordens à ele. — Creio termos três operativos capazes de assumir a tarefa, mas quero observar cada um deles cuidadosamente, fazer outra pesquisa profunda sobre o passado de cada um antes de considerar quem abordar. Nós devemos nos assegurar do comprometimento do operativo.

Ótimo. Sem erros dessa vez.

Respondendo verbalmente à afirmação telepática, ele disse: —Não. Desta vez, mesmo um X será impotente contra nós.



Doze


Na próxima vez que decidir ficar na cidade para assistir uma série de palestras, — Sienna disse para Evie, quando chegou à toca para encontrar a Riviere mais nova esperando por ela, — Leve seu celular.

Evie enrugou o nariz. — Tai já rosnou comigo por esquecer o celular quando me pegou ontem.

— Duvido, Tai deixaria você escapar mesmo se cometesse assassinato.

— Ele rosnou. — Evie cruzou os braços, mas seus lábios estavam se esticando. — Graças a Deus. Eu estava começando a me perguntar se ele planejava me tratar como porcelana para sempre.

Sienna bufou. — O pobre Tai vai ser acordado rudemente quando perceber que você tem uma espinha de aço. — Evie tinha uma força interna que a conduziria através de qualquer tempestade.

— Ele sabe, — disse, ternura não escondida em seus profundos olhos cinza. — Ele também é um macho dominante, então acha que sempre será capaz de ter tudo do jeito dele se forçar o bastante.

— Eu sei tudo sobre isso.

A risada de Evie as rodeou antes de sua melhor amiga ligar seu braço ao dela. — Que tal — Ela parou suas palavras. — Eu ia dizer que tal nós pegarmos comida na cozinha e ir para o seu alojamento, mas você tem um companheiro agora. — Um olhar de puro deleite.

— Hawke não está na toca. — Ele estava em uma reunião com Lucas, Nikita, Anthony e o chefe de segurança de Nikita, Max. Ela sabia disso porque ele se desviara de seu caminho à reunião para beijá-la, seus corpos se pressionado desde o peito até os dedos dos pés naquele modo changeling afetuoso que ela uma vez invejou de outros casais. Era tão completamente maravilhoso quanto ela imaginara que seria.

— A reunião era para ser amanhã, — ele disse a ela, sua respiração uma carícia quente contra seus lábios. — Mas Nikita, — um tom rosnado — teve que sair urgentemente da cidade para resolver uma situação de negócios, então foi adiantado. Normalmente, eu não me importaria se ela perdesse alguns bilhões, mas isso pode afetar os empregos de mais de mil pessoas.

— Você vai junto para fazer uma revisão de segurança? — Todos na região trabalharam juntos para repelir os PurePsy, e aquela cooperação continuou como consequência.

— Sim. A calma atual não é desculpa para abaixarmos a guarda. Especialmente com o que aparentemente está acontecendo na PsyNet.

Deixando de lado, por essa noite ao menos, o solene conhecimento de que o que estava vindo provavelmente seria muito pior do que o que já passara, Sienna olhou para Evie. — Vamos. Tem comida na cozinha do meu alojamento.

— Me diz que você tem salgadinhos, — Evie disse depois que entraram. — Nós seremos saudáveis e comeremos vegetais mais tarde.

— Eu sou Psy. Eu não como salgadinhos. — Era algo que ela já dissera para Evie, aturdida com as insinuações de amizade da outra mulher. Evie não recuara, sua teimosia doce, gentil e incansável.

Agora, as duas riam enquanto ela pegava um saco de batatas fritas para Evie, bem como maçã do amor para si mesma. Suas visitas à cozinha faziam Hawke balançar a cabeça... Então trazia para ela uma sobremesa carregada de açúcar toda sexta. Mordendo a maçã com um sorriso, ela se jogou no sofá ao lado de Evie e tirou suas botas e meias, apoiando seus pés na mesa de café.

— Isso vai estragar seus dentes, — Evie disse, esmagando uma batata, o ébano lustroso de seu cabelo se curvando sobre os ombros de seu brando cardigã de cashmere.

— Sujo. Falando. Do. Mal lavado.

— Deus, eu amo sal! — Outra mordida. — Desde que não tenho vergonha, vou te perguntar como é estar acasalada.

— Maravilhoso. — De tirar o fôlego o bastante para assustá-la às vezes. — São outras coisas que me abalam de vez em quando.

— Tipo?

Sienna teve que tirar um pouco de caramelo de seus dentes antes de poder falar. — Tipo saber que me tornei parte do centro do clã quando minha inclinação natural é estar à margem. — Ela era uma cardeal X, fora treinada para ser uma agente secreta. — Eu me sinto tão exposta às vezes. — Como se todos estivessem a observando.



Evie se levantou para pegar garrafas de suco para as duas. —Isso é normal, Sin. Qualquer mulher que acasalar com um alfa, acasalar com o alfa do maior clã changeling do país, irá se estressar um pouco com a mudança súbita de status e responsabilidade. Se você não se estressasse, seria um robô.

Sienna conhecia aquele tom. — Você acha que eu deveria me dar um tempo.

— Eu sabia que sexo constante com Hawke não tinha apodrecido seu cérebro.

Sienna quase se engasgou com o pedaço de maçã que estava em sua boca. Engolindo o suco para ajudar a descer, ela apontou um dedo para Evie. — Eu já deveria estar acostumada com as coisas que saem da sua boca.

Evie sorriu, beatífica.

Balançando a cabeça, Sienna disse, — Obrigada pelo conselho. — Evie tinha um jeito de ir ao que interessava, e fazer isso com uma gentileza nata.

— De nada, Senhora Personalidade Tipo A. — Um empurrão gentil seguido por um vislumbre de vulnerabilidade aberta. — Para ser honesta, eu fiquei preocupada que nossa amizade mudasse com você acasalando. É legal saber que você ainda quer conversar, como antes.

— Eu sempre vou precisar conversar com você, Evie. — Amizade era um dom precioso para Sienna, a que ela dividia com Evie era sua primeira e mais profunda. — Eu estava com medo também, — ela confessou, — Que talvez você não se sentisse mais confortável comigo, que você se censuraria.

Evie revirou os olhos. — Idiota.

Um nó do qual Sienna nem sequer estava ciente se desfez em seu peito. — Falando de acasalar, você e Tai?

— Não há nenhum vínculo, — Evie disse, seguindo Sienna até a cozinha enquanto ela procurava ingredientes para uma salada. — Não é incomum na nossa idade. Mas ele é meu. — Ela começou a lavar a alface. — Eu vou obriga-lo a fazer uma tatuagem escrita ‘Eu pertenço à Evie’.

Sienna riu. — Muito possessiva?

— Tai não percebe, — um sorriso satisfeito, — Mas algumas das mulheres mais velhas tem dado umas olhadas para ele desde que ele pegou corpo. — Os próprios olhos de Evie mudaram de cinza para um vívido amarelo dourado. — Só porque sou submissa não quer dizer que não vou achar formas criativas e modos sórdidos para fazê-las se arrependerem de ter ousado dar em cima do meu homem.

— Eu vou te ajudar.

— É claro que vai. Faz parte do código de melhores amigas.

Uma conversa tão comum, mas que ela não poderia ter imaginado ter cinco anos atrás. Sua vida mudou em seu eixo mais de uma vez durante aquele tempo, mas ela encontrou-se antes e faria isso novamente nesse mais excitante novo capítulo de sua vida.

Um pulsar através do elo de companheirismo, — um beijo de seu lobo, - um lembrete de que não importava onde a jornada a levaria, nunca mais estaria sozinha na escuridão.



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