Um toque de cor nas bochechas dela. — Me ajuda a pensar.
Rindo, fez uma nota mental para comprar uma resma de papel que ele viu em uma pequena papelaria perto da loja que fazia os brinquedos mecânicos que ele colecionava, se lembrava bem, o papel era especialmente feito para o tipo de cálculos que ela estava fazendo. — Quanto você ainda tem para fazer hoje? — Ele sabia que ela estava trabalhando em um projeto de crédito extra para ganhar acesso antecipado em um curso avançado de termodinâmica, o comportamento da energia.
Sienna não tinha certeza se a informação iria ajudá-la a entender o fogo frio que vivia dentro dela, mas não faria mal. Conhecimento, ele pensou, dava a ela um controle que foi frequentemente roubado de sua vida.
— Algumas horas, — ela disse agora, erguendo sua cabeça, seu cabelo grudando em sua camiseta, — Mas eu posso fazer isso hoje à noite. Eu poderia aproveitar uma pausa.
Ele bateu na ponta do nariz dela com seu dedo. — Venha então. Estou indo ver Lucas, você poderia visitar Sascha.
— Ótimo! Não fico com Naya desde vários dias antes da nossa cerimônia. — Ela rapidamente arrumou os datapads em seus compartimentos, então juntou e colocou seu computador e notas no armário anexado. — Pronto.
Eles estavam na metade do caminho para a garagem quando Toby esbarrou neles, uma pequena mochila pendurada em seu ombro. — Vocês estão saindo? Eu posso ir? — ele perguntou, afastando cabelo que não estava em nenhum lugar perto de seus olhos cardinais. Hábito, Hawke pensou, o lobo sorrindo para a memória do corte de cabelo que ele deu ao garoto.
Sienna estendeu a mão para arrumar a gola de sua camisa. —Você completou suas tarefas na cozinha?
— Completou, — Hawke respondeu ao sorriso de Toby. — Me trouxe comida não muito tempo atrás.
— Eu até terminei minha lição de casa, — o garoto adicionou, e recebeu permissão para se juntar a eles. Sorrindo, ele os acompanhou. — Nós saímos da escola cedo hoje, e não temos que começar até as dez amanhã, porque temos uma aula noturna. — Toby vibrava com empolgação. — Elias e Sam vão nos ensinar como rastrear no escuro. Vai ser bem tarde, quando tudo estiver silencioso.
Hawke se lembrava dessas aulas em sua juventude, as memórias mordazes... Porque seu pai e tenente foi um dos professores. Olhando para o rosto ansioso de Toby, parecia impossível que ele mesmo tivesse sido jovem assim, mas seu lobo se lembrava vivamente de perseguir através dos sussurros noturnos da floresta, tentando ser silencioso, muito silencioso. O deixava orgulhoso que apesar de tudo o que aconteceu, os jovens SnowDancer continuavam a ter a chance de serem crianças, aprender a brincar e crescer.
— Onde nós estamos indo? — Toby perguntou uma vez que terminou de entretê-los com os planos de Sam e Eli.
— Ver Sascha.
— Ótimo! — Toby se agitou animadamente no banco de trás do SUV quando eles chegaram à garagem. Embora ele fosse uma ótima criança, o lobo de Hawke se preocupava sobre seu bom comportamento. O garoto nunca esteve em problemas, e isso era um comportamento completamente estranho para uma criança na idade dele. Hawke se preocupava que Toby estivesse com medo de aprontar, com medo de que as pessoas que ele amava o deixassem, assim como sua mãe o deixou quando se suicidou.
Ele falou sobre isso com Judd e Walker, assim como Sienna, e eles estavam todos silenciosamente vigiando o garoto. Porém, Sascha, que passava tempo regularmente com Toby, ensinando-o a lidar com suas habilidades empáticas, disse a Hawke para não se preocupar. —Ele é muito centrado e feliz. Se eu sou um caso normal quanto a empatas, você terá mais problemas com ele em torno de quatorze a dezesseis anos.
— Eu não entendia conscientemente na época, claro, mas minhas habilidades ficaram hipersensíveis em torno dessa época. Eu costumava ir de raiva, à alegria, à frustração dentro de minutos. — A cardinal deu um sorriso seco. — Se eu não estivesse com tanto medo de ser reabilitada, eu teria sido uma encrenqueira.
Toby, Hawke pensou, não tinha que temer ser punido por ter emoções, por ser sentenciado à lavagem cerebral, não teria de se preocupar que sua personalidade fosse apagada em um ato de brutalidade. E quando a adolescência chegasse, sendo ou não exacerbada por suas habilidades empáticas, ele teria o apoio necessário, amor, e disciplina para sair mais forte do outro lado.
Agora, escutando o garoto conversar com Sienna, o lobo de Hawke se esticou em contentamento. Ele tinha uma família sua novamente, pensou, a percepção ainda tão nova que era um chute no estomago. Como alfa, todos no clã eram parte de sua família, mas não era o mesmo do que ter pessoas que eram dele.
— Toby, — ele disse durante uma pausa na conversa, — você já está namorando?
O rosto de Toby ficou vermelho brilhante no retrovisor. — Um, er, não.
Hawke achava isso pelo que viu na cerimônia, mas o garoto estava quase fazendo quatorze anos. Obviamente notava o sexo oposto, mesmo que não estivesse pronto para dar o próximo passo. —Mas você conhece algumas crianças mais velhas que estão, certo?
— Uh-huh. — Toby se inclinou para frente, esticando seu cinto de segurança. — A maioria no meu time de futebol.
— Algum deles fala sobre as meninas leopardo?
Sienna riu. — Oh não.
— Oh sim. — Ele olhou para Toby no retrovisor novamente. —Toby?
— Hum, sim. — Uma hesitação silenciosa. — Eu não quero colocar ninguém em problemas.
— Não se preocupe, você não vai. — Ele conversou com os maiores de dezoito anos sobre esse tipo de relacionamento entre os clãs, então eles sabiam o que era esperado deles e o que era um comportamento aceitável. Porém, se os mais novos estivessem começando a socializar, ambos os clãs precisariam de uma politica mais concreta. — Eu acho que regras definitivas ajudariam a todos.
O aceno de Toby era forte o bastante para Hawke ver em sua visão periférica. — Ninguém está saindo nem nada, — o garoto disse, — Mas eu acho que alguns deles querem, mas estão meio que com medo.
— Continue, — Hawke disse.
— Eles acham que talvez farão algo errado e os leopardos ficarão zangados, e isso vai prejudicar a aliança. Não são só os meninos.
Sem mais se desviar da bala, Hawke percebeu, eles tinham que formular regras quanto a isso e rápido, porque enquanto DarkRiver e SnowDancer eram clãs predatórios, haviam diferenças sutis entre eles que os adultos apreciavam, mas que poderiam jogar os mais novos em água quente a menos que eles seguissem algumas regras. —Valeu, Toby. — Ele sugeriria um grupo de trabalho formado por fêmeas maternais dos dois clã quando falasse sobre o assunto com Lucas.
Um puxão no elo de companheirismo.
Lobo erguendo as orelhas, olhou para Sienna. — Você chamou?
— Há pelo menos um relacionamento sério se desenvolvendo entre os maiores de dezoito.
— Nomes?
— Eu não seria capaz de olhar na cara dos meus amigos se eu te dissesse.
— Sienna.
Outra mensagem através da ligação entre eles, essa com uma nuance de emoção profunda. Seu lobo, não acostumado a ser desafiado, balançou a cabeça. E ele percebeu que sua companheira estava o lembrando de que ele não era seu alfa, nunca seria. Cerrando os dentes, ele rosnou. — Eu odeio essa regra. — Não era bem verdade, mas em momentos como esse, a regra o irritava como o inferno.
— É por isso que nós precisamos dela. — Sienna se inclinou para morder afetuosamente sua mandíbula.
De trás deles, Toby disse, — Eu gosto de ficar com vocês. Vocês estão felizes no fundo, mesmo quando brigam.
Lobo e homem em satisfeito acordo com Toby, Hawke entrelaçou sua mão com a de Sienna, erguendo-a para seus lábios e fingindo mordê-la. Seu pulo assustado fez Toby rir.
Minha família.
Várias horas depois de seu colapso na cachoeira, com o céu se tornando um cinza fumacento, Adria finalmente entrou na toca. Sua garganta estava tão machucada que sua voz parecia mais um coaxar quanto ela entrou na enfermaria — Eu preciso parecer e soar humana para uma reunião às oito.
O olhar perceptivo de Lara via muito, mas a curandeira não fez nenhuma pergunta intrometida. — Abre. — Um spray frio atingiu a garganta de Adria. — Isso vai cuidar da voz.
Adria passou os dedos sobre o pescoço. — Já está melhor.
— Quanto aos seus olhos, — Lara apontou para um quarto. —Deite-se e eu vou colocar uma bolsa de gel em seu rosto. Você tem duas horas até a reunião. Eu vou te acordar quando for a hora.
— Eu gostaria de tomar banho antes. — Seus ossos, sua pele, tudo doía.
Lara encontrou uma muda de roupas para ela nos mantimentos que tinha ali. — Por aqui.
Se despindo dentro do pequeno chuveiro, ela permitiu o jato quente acariciar seu corpo até que Lara bateu na porta. — Estou com a bolsa de gel.
Adria saiu do chuveiro, se secou, e se vestiu antes de deitar em uma das camas, precisando da segurança das roupas depois da nudez causada por seu colapso emocional. Os cachos selvagens e olhos marrom de raposa foram as ultimas coisas que ela viu antes da frieza da bolsa de gel cobrir seus olhos inchados e bochechas.
Os sonhos a envolveram logo depois.
Braços fortes, um pesado corpo masculino, olhos de um marrom tão pálido que brilhavam dourados na noite cheia com sons de respirações ofegantes e mãos deslizando sobre pele coberta de suor. Quando ele a virou de costas, ela esperou em antecipação tremula.
Respiração quente contra sua bochecha, uma grande mão deslizando sob seu corpo para se fechar sobre um de seus seios com possessividade flagrante, o duro volume de sua ereção insistente contra a parte inferior de suas costas. Ela tentou se arquear, exigir mais, mas estava presa pelo corpo dele.
Uma mudança, os dedos dele afastando seu cabelo do pescoço.
Seu peso se levantou.
Ela se ergueu em direção a ele em um convite silencioso.
Seu pau e seus dentes se afundaram nela no mesmo instante.
Acordando com um pulo, ela tirou a bolsa de gel para ver que Lara havia fechado a porta de seu quarto, deixando-a em uma privacidade abençoada. Eram sete e quinze de acordo com seu relógio, então ela ainda tinha algum tempo.
Permitindo-se um tremor de prazer profundo, ela se esticou, seus braços sobre sua cabeça, seus pés esticados. Mas sua mente repassava não o sonho erótico, mas sua conversa com Riaz depois de falarem com Tamsyn, e, embora isso fizesse sua loba se enrijecer, o modo como ele a segurou na cachoeira... O homem que ela vislumbrou naquela manhã, e aquele que se importava o bastante para envolver seus braços em torno de alguém que estava chorando, ele era perigoso, alguém que falava com sua alma além do primitivo puxão do sexo.
O modo como ele esfregou sua bochecha contra o cabelo dela, tentando dar conforto mesmo que ela não aceitasse... ela nunca teria esperado tal ternura crua do abrasivo, raivoso homem que ela conheceu. E ele era leal, tanto que estava se destruindo em sua briga para não trair uma companheira que estava para sempre perdida para ele.
Nenhuma mulher, Adria pensou com um senso de inquietação formigante, seria imune a tal homem.
Vinte e seis
Kaleb tomou os documentos impressos que Silver estendeu, relativo a um acordo de negócios entre ele e os lobos BlackEdge.
— Algumas emissões?
— Não. Eles concordam nas mudanças que você solicitou. — Ela olhou seu datapad, consultando. Hesitou.
Tal hesitação era incomum para a loira-gelo que tinha sido sua ajudante desde antes de ele se tornar um Conselheiro, mas Kaleb tinha uma excelente ideia da razão por atrás disso.
— Você está se perguntando por que eu subcontrataria qualquer tipo de segurança aos lobos.
— Sim. Você tem os Arrows, e seus próprios homens. Você não necessita BlackEdge.
— Eles têm certas habilidades únicas, — ele disse, esquadrinhando a primeira página do contrato quando fez isso, sua mente tomando os dados em uma velocidade que, quando Silver começou a trabalhar pela primeira vez para ele, a fez acreditar que ele não estava realmente lendo. Ele estava. Sua mente processava cada palavra enquanto varria o olho sobre ela, incorporando-a em sua memória.
Sacudindo a página, continuou. — Até mesmo Psy pode ser rastreado pelo odor.
— Verdade, — disse Silver, — mas changelings não conseguem escapar de uma varredura telepática.
Kaleb ergueu os olhos. — Uma debilidade somente se o Psy em questão estiver ciente de que ele ou ela está sendo perseguido. Muitos de nossa raça ignoram qualquer habilidade ou capacidade além das suas próprias.
Uma pausa mais longa, e ele podia quase ouvir sua mente trabalhando metodicamente devido as suas palavras. Foi o que a fez uma ajudante tão boa. Ele não confiava nela – não confiava em ninguém, e a primeira lealdade de Silver era para com a poderosa família Mercant, mas sabia que ela não o trairia desde que ele tivesse seu respeito.
Pela maior parte do tempo desde que ficara ciente deles, acreditou que os Mercants eram somente influenciados pelo poder e riqueza – do qual Kaleb acumulou uma grande quantidade. No entanto, depois de monitorá-los por anos, havia visto vários membros da família Mercant permanecer com companhias fracassadas até não haver chance de salvamento. Ele também os viu traírem empregadores mais ricos se o preço era certo. Isso o levou a revisar suas antigas conclusões.
Poder e dinheiro podiam comprar algumas habilidades de Mercant, mas ganhe seus frios-olhos de respeito e eles não só se tornariam mudos quando se tratava de seus segredos, eles também permaneceriam firmes diante da dificuldade. No último ano, Kaleb soube que tinha se movido até a lista muito exclusiva de pessoas que os Mercants não trairiam.
Suas conexões e habilidades, adicionadas aquelas dos Arrows, o trouxe mais perto de assumir o controle total da Net. Claro, sempre havia uma segunda opção quando se tratava da Net, uma que ele ainda não havia descartado. Tudo dependia do resultado de sua busca.
— Você está correto, Conselheiro, — Silver disse afinal, sua voz fria, clara, perfeita. — Precisa de mim para conferir dados do indivíduo que está acompanhando?
— Não. — Ele há muito tempo descobriu e memorizou cada fragmento de dados disponíveis sobre a pessoa que procurou com persistência implacável.
Passando os olhos na penúltima página do contrato, ele indicou a Silver para esperar. Trinta segundos mais tarde, ele terminou. Levantando uma caneta, ele assinou o documento em três exemplares e a passou sobre a mesa.
— Diga a BlackEdge que eu não tenho nenhuma necessidade de seus serviços no momento. — Os lobos serviriam a seu propósito depois de ter localizado seu alvo, porque esse alvo era altamente provável recusar sua hospitalidade. E neste caso, uma correia psíquica não era uma opção viável.
Claro, Selenka Durev, a alfa de BlackEdge, não concordaria em caçar qualquer um, mas após anos de pesquisa minuciosa, Kaleb entendeu os mais refinados detalhes de como o bando funcionava. Se e quando chegasse a hora, ele obteria o que queria. A ninguém seria permitido ficar em seu caminho.
— Senhor, — Silver disse depois de reconfirmar que ele assinara e rubricara todos os lugares exigidos no contrato, — sobre Henry Scott.
Pediu-lhe para manter as orelhas em pé para qualquer informação sobre o Conselheiro que não havia sido visto desde que o X-fogo de Sienna Lauren dizimou o exército PurePsy.
— Ele está vivo?
— Só de acordo com rumores infundados... Pode ser uma tentativa estratégica dos PurePsy para reforçar sua sociedade. Sem o apoio de Henry, o grupo tem um poder insignificante.
Hmm... — Há um homem chamado Andrea Vasquez. Trinta anos de idade.
Fora a DarkMind que o trouxera o nome do general de Henry. — O que você sabe a respeito dele? —perguntou, embora já tivesse feito sua própria pesquisa. No entanto, os Mercants tinham uma maneira de saber as coisas que ninguém mais tinha.
— Se você me dá licença um momento.
Ele deu um breve aceno com a cabeça. Tendo terminado de finalizar um memorando nesse ínterim, colocou-o de lado para Silver lidar, e girou-se na cadeira. Através da parede que era do chão ao teto de cristal, observava a praça ocupada abaixo, passageiros vestidos de negro apressados para o trabalho, suas cabeças curvadas, respirações geando o ar da manhã.
Sua mente catalogou o influxo visual, mas isso foi um ato automático, sua concentração na busca psíquica que havia estado executando continuamente no fundo de sua mente por anos. Exceto que agora ele utilizava cada minuto livre para executá-lo em primeiro plano, porque estava perto. Muito, muito perto. O suficiente para que pudesse cometer um engano se não se movimentasse com extrema cautela.
Alertado pelo lembrete psíquico, ele pausou, revisou seu algoritmo de busca para deter-se ao primeiro sinal de um arame de viagem ou sensor. Quando Silver voltou ao seu escritório, ele estava voltado para a mesa mais uma vez, mesmo quando sua mente zumbia com uma tarefa que teria tomado a inteira atenção da maioria dos cardeais normais.
Kaleb nunca fora normal. De modo nenhum.
— Vasquez, — Silver começou, depois de sentar-se oposta a mesa, — é um telepata de Gradiente 8.3 que foi colocado em treinamento Arrow quando criança. Porém, foi julgado inapto para a equipe na idade de quatorze anos e retribuído a uma unidade regular de operações sombrias onde serviu com distinção até sua morte aparente.
Todos os quais se correlacionaram com as próprias conclusões de Kaleb.
— Assassinato?
— Não no arquivo, mas dada a natureza de sua avaliação psicológica, é uma suposição razoável que ele tenha sido usado para assassinatos por contato próximo.
Kaleb não tinha nenhuma dúvida sobre a condição de Vasquez como um assassino treinado, Henry nunca gostou de sujar as mãos. — Quando ele caiu da grade?
— Oito anos atrás. Morte verificada.
— Claro. — Era o único caminho de desaparecer sinceramente da Net. — Deixe-me adivinhar... um acidente que não deixou vestígios, exceto um fragmento grande o suficiente para fornecer DNA.
— Os restos esmagados e parcialmente queimados do dedo mindinho da mão esquerda. Fácil suficiente de substituir por uma prótese.
E falando de um homem dedicado o suficiente para mutilar a si mesmo.
— Ele não foi visto, ou o DNA digitado, desde então. — Sua ajudante bateu na tela de seu organizador para apresentar várias imagens que girou na direção dele. — Porém, desde que você levantou seu nome em relação a Henry Scott, eu tomei a liberdade de ir através das imagens de vigilância de Henry tomado durante os seis meses antes de seu desaparecimento. Vasquez não está presente em nenhuma delas.
Isto, Kaleb sabia, significava nada. O homem era um fantasma treinado. — É improvável que ele pareça como parecia há oito anos.
— Eu concordo, mas, — Silver continuou, ganhando seu check de pagamento com as próximas palavras ditas, — parece que, antes de seu desaparecimento, Henry estava fazendo depósitos regulares no montante de seis dígitos em uma conta nas Caymans. Enquanto a conta propriamente é sem pista, Henry ligou os pagamentos com as iniciais ‘A. V.’ no fim.
Kaleb estava quase esperando por isto, uma coisa tão simples que destruiria a parede de segredos que Vasquez construiu ao seu redor. Henry nunca tinha sido bom com detalhes.
— Você tem algo adicional, — ele disse, assistindo-a mostrar outro arquivo.
Um leve aceno com a cabeça, nem uma única mecha fora do lugar na trança esmerada que era seu cabelo.
— Os pagamentos pararam depois do encontro de Henry com Sienna Lauren. No entanto, agora parece que alguém está reorganizando seus recursos financeiros. — Seus olhos, uma cor incomum entre azul e cinza, encontraram os dele. — Nossos contatos bancários podiam confirmar que não é Shoshanna.
Shoshanna era esposa de Henry, o relacionamento uma ficção para aplacar a população humana e changeling.
— É um excelente trabalho, Silver. — Ele não a pediu para enviar-lhe os arquivos, Silver era sua ajudante porque fazia coisas como essas sem ser pedido.
Levantando, ela segurou o organizador de seu lado. — No momento, este ‘A. V.’ é um fantasma assim como Vasquez, mas alertei minha família de que ele se tornou um indivíduo em quem você tem interesse. — Ela saiu sem palavras adicionais, o clicar de seus saltos amortecidos pelo tapete.
Kaleb considerou as possibilidades. A primeira era que Vasquez havia tomado o comando após a morte de Henry e se fixou como o novo líder dos PurePsy. Entretanto, de tudo que Kaleb descobriu sobre Vasquez, o macho não era um líder. Enquanto treinava para ser um Arrow, seguia ordens com obstinada fidelidade. A causa exclusiva por ele ter sido extirpado da equipe foi por um desequilíbrio psicológico que o fez correr risco em campo, dada a natureza sensível de muitas operações Arrow.
Deve ter sido uma decisão difícil para os responsáveis da equipe, segundo o arquivo de treinamento classificado que Silver acabara de enviar à Kaleb, muito além de suas habilidades de combate letais, Vasquez possuía uma habilidade crítica: Sendo capaz de organizar-se em um minuto. Se ele agora tinha controle sobre as finanças de Henry, significava que previra a necessidade disto, garantira que teria o acesso necessário.
Silver, ele disse depois de um rápido toque telepático, a reorganização das finanças de Henry. Onde está indo o dinheiro?
Desconhecido. Até nossas melhores pessoas não tem sido capazes de localizar os capitais. Nós podemos, entretanto, confirmar que o dinheiro não está indo para as Caymans.
Não, Kaleb pensou, Vasquez não era nenhum velhaco.
Estava simplesmente seguindo ordens para ocultar a existência de seu mestre.
Vinte e sete
Riaz não havia visto Adria desde a cachoeira, então quando se chocou com ela nos arredores do Círculo do Bando uma semana depois, ambos congelaram. Sua cautela escrita largamente através das linhas bem proporcionadas do seu rosto antes dela piscar e varrer isto para longe.
Irritado pela inabilidade em controlar a fome por toque quando se tratava dela, ele fez seu melhor para manter o inferno distante. Mas agora ela estava na frente dele, e embora sua presença não fosse nada simples, nada fácil, ele entendeu que não poderia simplesmente deixá-la passar. — Você está ajudando com as preparações? — A cerimônia de emparelhamento de Lara e Walker não era na semana seguinte, mas todo mundo já estava engrenando nisto.
— Sim, meus estagiários se voluntariaram para fazer a instalação. — Ela torceu o que parecia um pedaço de barbante ao redor do dedo indicador, ofereceu-o um sorriso cauteloso. — A cerimônia de Walker e Lara vindo um pouco depois da de Hawke e Sienna vai ser ótima para o bando.
Ela estava, ele percebeu, tentando estabelecer uma conversa, uma distante conversa. E soube que esta mulher forte e orgulhosa queria apagar o frágil laço criado entre eles por aqueles momentos comoventes da cachoeira. Controlando o domínio dentro de si, uma parte de sua natureza que lutava para bater contra a fachada fria dela até que rachasse, ele olhou ao redor. — Parece que você precisa de uma mão com as mesas.
Um olhar atento, o cheiro dela uma carícia persistente. — Você está se oferecendo?
— Eu sou seu para comandar. — Embora tivesse sido muito mais sensato se afastar.
Uma sugestão de verdadeiro calor no luminoso azul-violeta. — Vamos lá então. — Pegando uma planta desenhada à mão, ela disse, — Lara quer as mesas de piquenique instaladas nas bordas da pista de dança, com exceção desta área onde a banda ficará.
— Entendi. — A ponto de recrutar três dos maiores meninos da equipe dela, impediu-se antes de falar. Estas crianças eram de Adria. Como um tenente, ele tinha de apoiar, ao invés de prejudicar a autoridade dela. — Quem eu posso usar?
Um olhar inescrutável antes que ela colocasse dois dedos na boca e assobiasse. — Israel, Charlie, Vincent. Vocês estão com Riaz.
Depois de dar aos meninos uma rápida instrução, a equipe de Riaz começou a agarrar e parafusar as mesas e bancos. Uma vez que, com exceção do evento ocasional, a maioria dos lobos preferia se sentar ou se esparramar pelo chão, o bando colocava e deitava abaixo sua mobília ao ar livre quando precisava. Isso assegurava que a floresta permanecesse tão organizada e intocada quanto possível, e com os componentes separados ocupando muito pouca margem quando empilhados, espaço de armazenamento não era um problema.
Do que ele vislumbrou do plano, Walker e Lara – ou se Riaz tivesse que adivinhar, Lara – havia decidido por um piquenique noturno, seguido por uma dança de jazz. Suaves luzes brilhantes em todos os tons do arco-íris tocaríam a área, as festividades começando logo após o pôr-do-sol. O início precoce fazia sentido, já que Walker tinha uma filha jovem e era basicamente o pai de Toby também.
— Vai ser bonito, — Adria lhe disse enquanto ele enxugava com o antebraço a testa úmida de suor horas mais tarde. — Serve que Walker e Lara são como um par.
Riaz havia liberado os meninos alguns minutos antes, quando Adria despediu o resto do seu grupo, e estava agora completando a mesa final com ela segurando as placas no lugar. — As marcas verificadas no plano, — ele disse, torcendo um lacre no lugar. — Eu não consegui entender o que eram.
A risada súbita de Adria foi rouca e desinibida. — Borboletas gigantes, contribuição de Marlee para as decorações. Sienna e Brenna foram convocadas para o grupo de trabalho.
Tanto o homem quanto o lobo riram. — Walker Lauren não é exatamente o tipo borboleta. — O solitário lobo em Riaz reconhecera o outro homem como perigoso desde o início.
— Ele é um ótimo pai. — Adria consultou o plano, o fez mover a mesa alguns metros à esquerda. — É isso. Obrigada.
Olhando para o brilho alaranjado do céu no início da noite, ele disse, — eu poderia correr até o córrego, dar um mergulho. — Precisava relaxar as brasas no seu âmago, uma chama escura e quente.
Adria franziu a testa. — Eu não sabia que havia um por perto.
— É há uma corrida de cerca de dez minutos. — descreveu o setor, mas as linhas entre as suas sobrancelhas não desapareceram. — Vem comigo, — ele disse, apertando o abdômen contra o contínuo impacto da presença dela. — Não vai demorar muito.
Sua cautela despertada, traiu propriamente o mais fino lampejo de tensão entre os cílios, mas Adria era um soldado SnowDancer. Ela deu um pequeno aceno de cabeça. — Vamos arrumar tudo aqui primeiro.
Isso feito, Riaz a levou para as árvores e para a área isolada onde o córrego escondido se ampliava em uma fria e clara meia piscina, escondida nas raízes retorcidas de duas árvores antigas antes de serpentear longe e subterrânea novamente. Embora seu lobo soubesse que Adria não era sua companheira, o desejo o confundia, agarrava-se a ele querendo lamber o sabor dela. Como resultado, sua mandíbula fechou-se uma linha dolorosa quando alcançaram seu destino.
— Não me admira que não o visse, — Adria disse, entrando na frente dele e indo para a beira d’água. — É literalmente instalada entre...
Não ouviu o resto do que ela disse, os olhos bloqueados na pele nua de sua nuca, sua trança tendo deslizado acima do ombro. Sua mão curvou ao redor daquela nuca antes de ele estar ciente do movimento. Ela se afastou, seus olhos batendo nele, brilhante cobalto tocado com púrpura. Por um momento, ele congelou, mas depois seu lobo rugiu à superfície e ele soube que havia estado enganando a si mesmo sobre sua capacidade de resistir a ela.
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