Alfa: Lucas Hunter Curadora



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APANHADA no trabalho no dia seguinte, e com o próximo tutorial de escalada dela e de Drew marcado para mais tarde, Adria encontrou-se em um ensolarado assento em um pedregulho gigante na Zona Branca pouco antes do almoço. Ela queria sentar e mexer com uma pequena peça de motor eletrônico que os mecânicos tinham descartado como muito trabalhoso para corrigir. Era, mas ela gostava do desafio. Ela tinha quase certeza de que descobrira uma solução parcial quando pegou um perfume que estava agora incrustado em sua própria pele.

Sua loba subiu, enchendo a superfície de sua mente, e ela colocou a mão segurando a peça na coxa para se concentrar nele, este lobo solitário que estava se tornando dela... Ainda que ele nunca seria dela. O passo dele era confiante, um homem seguro de sua força. Mas ele não era inflexível, era capaz de uma ternura que ameaçava fazê-la cair tão fundo, que nunca se recuperaria.

Alcançando-a, ele olhou para o pedaço do motor e inclinou a cabeça em uma pergunta silenciosa.

— É um hobby, — ela disse, deslizando a peça e a ferramenta em miniatura para dentro de um bolso de suas calças cargo de cor ouro, sentindo-se estranhamente tímida. Como se esse fosse o primeiro encontro deles e ele a tivesse pego brincando como uma criança. — Um quebra-cabeça para resolver.

Colocando o saco de papel marrom em sua mão, ele enfiou a mão no próprio bolso para tirar uma pequena e polida escultura de madeira de um leopardo meio a espreita. — Meu hobby, — ele disse, colocando o leopardo na palma dela. — Não está terminado.

Atônita e encantada, ela correu o dedo ao longo da parte de trás do animal incrivelmente realista. — Quando você faz isso? — Ela estava fascinada. — Eu nunca vi você fazendo.

— Aqui e ali, quando estou pensando.

— Posso ficar com ele?

Um brilho de ouro no marrom pálido, a alegria do lobo. — Quando estiver pronto. — Arrancando-o dos dedos dela, ele o colocou de volta em seu bolso. — Mostre-me o que estava fazendo com a peça.

Recuperando-a, ela explicou, enquanto ele ficava entre os joelhos separados dela, uma das mãos na coxa dela, o cabelo dele brilhando preto azulado à luz do sol. Era uma intimidade sutil, e envolveu-a em correntes de seda, ela teve que se concentrar para conseguir falar, e não teve certeza se respirava até que ele disse, — Isso parece divertido, — em um tom intrigado. — Eu quero trabalhar em um com você.

Uma risada borbulhou dela. — Tudo bem.

Roubando a risada dela com um beijo que era pura demanda quente e molhada, ele apertou a coxa dela antes de alcançar o saco que tinha trazido para pegar alguma coisa. — Aqui.

Era um sanduíche. — Frango e abacate, — ela murmurou, outro pedaço da casca dura em torno de seu coração caindo. — Meu favorito.

— E o seu açúcar e creme com um pouco de café. — Colocando o copo térmico e a garrafa de água dele sobre a pedra, ele tirou seu próprio sanduíche.

O sol aquecia os ombros dela quando ele se virou para acomodar-se com as costas contra a pedra, as coxas dela em cada lado do maior e mais musculoso corpo. Quando ela pressionou um beijo impulsivo na nuca dele, ele fez um baixo, estrondoso som em seu peito, um lobo satisfeito. Tudo nela - corpo e alma - tremeu em resposta visceral.

Perigoso, ela pensou, isso era tão perigoso. Muitos pedaços dela nas mãos dele. Ela tinha de segurar alguma coisa para trás, alguma parte dela que a protegeria contra as noites em que acordasse para encontrá-lo acordado, com uma expressão distante no rosto. Porque isso aconteceria - não importava a apaixonada ternura cada vez mais profunda entre eles, ela era a segunda melhor, seria sempre a segunda melhor.

A dura verdade disso machucava o coração dela. Deixando de lado seu quase não comido sanduíche, ela passou a mão furtivamente sobre o órgão. Ela não sabia se estava tentando acabar com a dor ou conter a fúria selvagem do que ela sentia por Riaz. Mas ela tinha a penetrante sensação de que já era tarde demais. Talvez tivesse sido tarde demais no instante em que sua loba, pela primeira vez, respondera a ele, a atração visceral.

Tendo terminado o seu sanduíche, ele se virou para pegar a água, e viu o dela. — Coma o resto.

Já no limite, ela eriçou-se. — Desde quando você começou a me dar ordens?

Olhos de ouro pálido encontraram os dela, amarrados por seda preta. — Desde que eu percebi que você tem uma tendência a não comer corretamente. — Pegando o sanduíche, ele segurou-o para ela.

Ela tomou-o e colocou-o de volta para baixo. — Não tente me controlar.

A voz de Riaz era um estrondo profundo. — Eu não vou deixar a minha mulher maltratar a si mesma. Coma o sanduíche ou nós vamos ficar aqui o dia todo.



Minha mulher.

A garganta dela fechou-se até que não pôde falar, cada parte dela acaloradamente consciente da mão que ele colocara mais uma vez em sua coxa. Um par de centímetros mais alto e ele poderia deslizar aquela mão grande para cobri-la com a mesma intimidade que ele tinha feito na última noite, no escuro silencioso da cama dela. O calor áspero do corpo dele tão perto, o bronze escuro da pele um convite para os lábios, roubou a mente dela, tornou impossível pensar.

Empurrando a mão dele para o lado, ela trouxe as pernas para se agachar sobre a pedra, então pulou do outro lado. — Talvez eu vá comer o sanduíche depois, — O batimento cardíaco dela perfurando na garganta — Se eu estiver com vontade. — Isso não tinha nada a ver com o sanduíche, ambos sabiam disso.

Olhos estreitados. — Você quer mesmo me desafiar sobre isso?

O tom dele eriçou os pelos da lobo dela... E injetou adrenalina através de seu corpo. — Por que você não o come? Desde que parece gostar tanto. — Com isso, ela se virou e caminhou para dentro da floresta, garantindo que seus quadris balançassem de um modo concebido para despertar os instintos mais dominantes dele.



RIAZ encarou as árvores onde Adria tinha desaparecido, o lobo dele rosnando em atenção. Se ela achava que ele a deixaria apenas ir depois daquele tipo de provocação, ela não tinha ideia de com quem estava lidando. Pegando o sanduíche, ele envolveu-o no saco de papel e colocou-o no bolso da calça jeans. Ia estar totalmente esmagado na hora em que ele a alcançasse, mas sua imperatriz malditamente o comeria.

Um sorriso amargo nos lábios, ele estava em seu caminho para a floresta quando um corpo pequeno enganchou-se nas pernas dele. — Whoa! — Agarrando o filhote, Riaz colocou-o de pé.

Mas o garoto oscilou, o rosto amassado em um esforço infantil para não chorar.

— Hey. — Agachando, Riaz verificou o filhote e descobriu um tornozelo torcido. — Vamos lá, amiguinho. — Ele tomou o menino nos braços. — É melhor irmos ver Lara.

O perturbado filhote grudou em Riaz como um band aid e não o deixou ir até que a mãe dele chegou à enfermaria, e por esse tempo Adria tinha uma vantagem de quinze minutos. No entanto, Riaz era um tenente e um dos melhores localizadores da matilha. Levou apenas dois minutos para pegar o perfume de frutas esmagadas em gelo e o selvagem almiscarado dela, e outros trinta segundos para perceber duas coisas muito importantes.

Primeira, Adria tinha corrido completamente em curva no instante em que ela estava fora de sua vista; e segunda, ela tinha feito uma tentativa de encobrir seus rastros, então ela claramente entendera as consequências do desafio que ela jogara no rosto dele. O sangue dele voltou-se quente, a perseguição de repente um jogo muito adulto... Até que os rastros dela, já não escondidos de qualquer forma, mostraram que ela tinha se diminuído para um passeio.

Ele mostrou os dentes.

Adria pensou que ele tinha desistido. Aquele era o segundo erro dela. O primeiro tinha sido ameaçá-lo em primeiro lugar. Perseguindo-a em silêncio, ele localizou sua presa em uma piscina natural alimentada por dois córregos, tendo o cuidado de permanecer contra o vento. Uma pilha de roupas descartadas estava na margem, mas não foi isso que chamou a atenção dele.

Lustrosa e molhada, ela se levantou da água clara, voltando-se para espremer o excesso de umidade dos cabelos. Os mamilos dela estavam duros, pontos mordíveis pelo frio do vento, a pele creme fustigada com ouro. Flexionando as mãos que queriam acariciar, afagar e possuir, ele baixou o olhar para o escuro triângulo entre as coxas dela, seu corpo rígido com a necessidade de conduzir seu pênis no aperto fundido dela.

Sem mais fugas, minha teimosa e bela soldado.

Cinquenta



ADRIA TERMINOU DE TORCER os cabelos e considerou usar ou não a camiseta para secar o corpo. Ela sempre podia mudar e voltar para casa em forma de lobo. Poderia ser melhor se o fizesse, porque ela não tinha certeza se poderia esconder a profundidade dolorosa de sua decepção, caso contrário.

A perseguição tinha sido um teste, um jogo posto em ação pelo lobo que vivia dentro dela, cauteloso, esperançoso e com a coragem de rolar os dados. Ela precisava saber se Riaz se importava o suficiente para estar irritado, o suficiente para seguir. Homens changeling que reivindicavam uma mulher eram suscetíveis sobre o tipo de desafio que ela tinha lançado, nunca simplesmente permitiriam um passar. Que ele tivesse permitido, tornava claro que embora ele a tivesse chamado de ‘sua’ mulher, tinha sido apenas o mais superficial compromis...

— Eu gosto do que você está vestindo.

Ela foi arrastada contra um duro corpo masculino, uma das mãos dele espalmadas possessivamente em seu umbigo, a outra segurando seu seio e puxando o mamilo antes que a importância daquela profunda voz masculina se registrasse. A pulsação dela transformou-se em um martelo, sua respiração em suspiros suaves.

— Desculpe, estou um pouco atrasado, — ele murmurou de uma forma que ela sabia significar problemas. — Emergência com um filhote.

Alívio e alegria ameaçaram fazê-la derreter-se contra ele... Mas ela era uma loba dominante. Deslizando as garras, ela ia rasgar o abraço dele, mas ele havia lido seu intento - ela encontrou-se sendo girada ao redor, os pulsos presos atrás das costas. Ele estava usando apenas uma mão, mas seu domínio era inquebrável.

— Isso não foi legal. — Ele segurou o queixo dela duro o suficiente para que ela não pudesse usar os dentes contra ele, e inclinou-se para dar uma mordida no lado do peito dela.

— Isso dói! — Ela apertou as coxas, as dobras delicadas entre suas pernas lisas com uma umidade que fez falsa a tentativa dela de um grunhido. — Riaz.

Quentes e molhadas voltas da língua dele. — Você gostou. — Ele apertou-lhe a mandíbula em advertência quando ela rosnou baixo em sua garganta, olhos de lobo ouro olhando para os dela. — Comporte-se.

Ela poderia não ser um tenente, mas também não era uma submissa. Não demonstrando suas ações de qualquer forma, ela levantou o joelho, ao mesmo tempo em que ela estalou a cabeça para frente.

Afastando-se, Riaz bloqueou o ataque na virilha, mas o duplo ataque o distraiu o suficiente para que ela fosse capaz de libertar-se. Cortando com suas garras antes que ele pudesse recuperar o equilíbrio, ela marcou quatro linhas perfeitas no peito dele, rasgando a camiseta. Vermelho infiltrou nas bordas do tecido branco, mas os cortes não eram profundos. Apenas o suficiente para lembrá-lo que ele estava jogando com uma mulher perigosa e forte, não uma menina inexperiente.

Puxando a camiseta rasgada, ele a jogou de lado. — Agora, — ele disse, perseguindo-a com passos lentos, rondando-a com um olhar fixo, — Eu vou ter que fazer mais do que apenas mordê-la.



Oh, Deus. Vendo as narinas dele dilatarem-se, o cheiro da excitação dela espessa no ar, ela lutou contra o impulso primitivo de fixá-lo na terra, pele com pele, e lançou a ele um sorriso deliberadamente provocativo. — Eu não o vejo em nenhum lugar perto de mim.

Ele riu... Bem antes que investisse contra ela. A única razão pela qual ela fugiu foi porque dançou para a esquerda e para dentro da profunda piscina criada pela convergência de duas correntes. Subindo um segundo depois, ela o viu agachado à beira, observando-a, com a cabeça inclinada de uma maneira muito feroz. — Eu não quero ficar molhado.

— Bom, eu vou ficar aqui, então.

Grossos cílios pretos baixaram para encobrir os olhos dele. — Eu acabei de ver uma enguia nadando por aí.

Ela estremeceu. — Não, você não viu. — Exceto que, o que foi aquele roçar na perna dela? Uivando, ela pulou uma fração para a direita, e encarou-o quando ele riu. — Você está inventando.

Um sorriso que era todo dentes. — Vem para fora e eu só vou te morder um pouco.

Ela estremeceu com o impacto dele tão brincalhão e mais do que um pouquinho perigoso. Era isso, ela era um caso perdido. Morta e enterrada. Não ceda. Foi um comando de sua loba - que entendeu que o homem assediando-a estava se divertindo. Como também estava ela.

Pisando na água, ela balançou a cabeça. — Obrigado pela oferta, mas eu acho que não.

Dando de ombros, ele cravou os pés agora descalços na grama e se estabeleceu ali, observando-a com o mesmo inabalável e inquestionável foco predatório. — Está bem atrás de você, — ele disse um minuto depois, a tensão entre eles uma corda vibrando. — Com um amigo.

Ela girou ao redor, virando-se para trás. — Mentiros...

— Peguei você. — Ele puxou-a para fora da água e prendeu-a na grama macia em um único movimento poderoso.

Mamilos esfregando contra o atrito requintado do cabelo no peito dele, ela envolveu suas pernas ao redor da possessiva intrusão dos quadris dele. — Você só me queria perto o suficiente para agarrar. — Ela arranhou levemente em seus ombros com as pontas de suas garras.

Arqueando com a carícia, ele disse, — Eu sou um lobo. O que você esperava? — Ele deslizou a mão entre as coxas dela com uma ousadia que intoxicava. — Vamos tentar um jogo diferente agora. — Polegar e indicador lisos com a evidência cremosa das boas-vindas dela, ele esfregou o feixe de nervos tensos que era seu clitóris.

Tremendo, ela disse, — Sim, — e puxou a cabeça dele para baixo para um beijo, que terminou com a língua dele em sua boca e os dedos empurrando dentro dela em uma dura demanda masculina. — Vamos.





UMA hora depois, a mão de Riaz tremeu quando acariciou a úmida seda do cabelo de Adria, o rosto dela tranquilo no sono. Sua bela, espinhosa e ferida Adria havia adormecido em seus braços após a dança lúdica do amor deles. Ele entendeu o que aquilo significava, sabia que ele tinha alcançado uma parte dela que a maioria das pessoas nem sequer percebia que existia.

Era apenas justo.

Porque ela chegara fundo na alma dele também, em lugares que ele tinha pensado que permaneceriam para sempre áridos. Simplesmente, ele estava feliz. Olhos cautelosos, garras e tudo, Adria o fazia feliz. Ele tinha se preocupado que seu lobo fosse lutar com ele, lutar com o quão duro ele estava apaixonado por ela, mas o predador nele ficou encantado com a amante que tinha tornado-se uma amiga... e que agora possuía um grande pedaço do coração dele. O lobo esfregara-se contra ela conforme saciava sua profunda necessidade de privilégios de pele, acariciando o comprimento das costas dela.

— Você é minha, Adria Morgan.

Foi um soco na garganta, a descoberta de que ele ainda era capaz de tal visceral profundidade de emoção. Encontrar, e então, perder Lisette não tinha matado a parte dele que sentia uma selvagem e possessiva ternura em relação à deusa de pernas compridas nos braços dele, e onde uma vez ele teria visto seus sentimentos por Adria como uma traição, ele agora os via como um presente. Tinha sido dada a ele uma segunda chance.

As pestanas dela agitaram-se naquele instante, olhos sonolentos em um azul céu das montanhas riscado com veios de metais preciosos, olhando para ele. — Eu estava dormindo?

Era instinto brincar com ela. — Você ronca adoravelmente.

Rindo, com a voz ainda rouca de sono, ela fingiu puxar o nariz dele. — Você não.

— Ronco?

— Ronca adoravelmente.

Ele mostrou os dentes para ela. Ela mostrou os dela de volta. Repleto de alegria carinhosa, o tijolo que tinha sido um peso esmagador na alma dele esfarelando-se, ele desenhou uma linha na areia. Nunca mais olharia para trás.

Lisette era seu passado, Adria seu futuro.





RILEY terminou a conversa ao telefone celular com Kenji em relação ao encontro com BlackSea e olhou para onde sua companheira estava na janela da cozinha de Nate e Tammy, os olhos treinados em alguma coisa lá fora. Eles tinham conduzido para cá porque ele precisava devolver algumas ferramentas que pegara emprestado com Nathan, e desde que ela tinha terminado seu turno, Mercy tinha aparecido para conversar com Tamsyn - e aproveitado a oportunidade para se vestir como uma garota.

Tendo escolhido um vestido de tiras modelado com girassóis amarelo-brilhantes, ela puxara o cabelo vermelho para trás em um rabo de cavalo alto e enfiara os pés em simples chinelos brancos decorados com uma única margarida nos dedos dos pés. Ela parecia brilhante, bonita e feminina - e ele sabia muito bem que ela tinha vestido aqueles sapatos porque ela poderia chutá-los fora em um segundo para chutar traseiros, fosse isso necessário para a proteção da matilha.

Sorrindo amplamente, ele aproximou-se para deslizar seu braço ao redor da cintura dela e acariciar um beijo na inclinação cremosa de seu pescoço. — O que é tão interessante? — ele murmurou num sussurro apenas audível, consciente de Nate e Tamsyn provocando um ao outro na mesa do outro lado da bancada da cozinha.

— Faith está tendo um ataque nervoso.

O lobo imediatamente em estado de alerta, ele seguiu a linha de visão dela para ver o espetáculo da tranquila, graciosa Faith NightStar dobrada no quintal da curandeira DarkRiver, rindo demais para responder ao que fosse que seu companheiro perplexo estava dizendo. Ela e Vaughn tinham chegado 15 minutos mais cedo para deixar uma caixa de suprimentos médicos que tinham trazido para Tamsyn, acabaram permanecendo para um café.

Agora, a F-Psy finalmente parara de rir tempo suficiente para dizer algo para Vaughn. O sorriso do jaguar poderia ser melhor descrito como um enorme sorriso presunçoso.

As garras de Mercy assobiaram para fora.

Riley apertou-lhe a cintura. — Você quer saber? — O lobo dele andou em excitação, ambos, homem e lobo gostavam de saber as coisas com antecedência, mas Riley era consciente de que Mercy preferia surpresas. Ele iria com a escolha dela sobre isso, já que era altamente improvável que ele fosse capaz de manter a boca fechada, se Faith tivesse previsto o que ele pensava que ela tinha.

Porque bem antes da chamada de Kenji distraí-lo Riley pegara Faith encarando Mercy, os olhos cardeais enormes. Um segundo depois, a F-Psy tinha desenvolvido uma tosse súbita, forte o suficiente para ela ter tido que sair. Claramente, Mercy já tinha conectado os mesmos pontos que ele.

— Eu amo surpresas, — ela sussurrou, retraindo suas garras e colocando a mão sobre a curva ainda plana de seu abdômen, — mas eu acho que desta vez, para a nossa sanidade mental, é melhor descobrir o que ela viu no nosso futuro.

Riley esfregou a parte inferior das costas dela. — Provavelmente uma diabinha ruiva.

— Ou talvez um teimoso filhote de lobo que gosta de ter as coisas do seu jeito.

Sorrindo um para o outro, eles se voltaram para Nate e Tamsyn. — Estaremos de volta em um segundo, — Mercy disse, puxando-o para a porta.

Levou apenas alguns segundos para alcançarem Faith e Vaughn. — Cuspa isso, — Mercy ordenou no instante em que estavam perto o suficiente.

A F-Psy enxugou as lágrimas dos olhos, seu sorriso a mais doce inocência. — O quê?

— Não me faça tirá-lo de você, Faith NightStar. Basta dizer-nos, o nosso filho vai nos deixar tão loucos?—

Por alguma razão, a questão derrubou Faith de novo. Ela riu tão forte que acabou sentada no chão, Vaughn agachado ao lado dela. Esfregando suas costas, o jaguar tentou olhar solenemente. E falhou miseravelmente, seu rosto enrugado em um sorriso raro. — Você sabe, — ele disse, — o futuro é mutável, sujeito a mudanças.

— Eu estou supondo pela resposta de Faith que o aspecto particular disto é praticamente imutável. — Cruzando os braços, Mercy tentou respirar através das bolhas de incipiente prazer em sua corrente sanguínea. — Nosso bebê vai mudar para um lobo, não é? — Adorável, ela pensou, o filhote deles seria absolutamente adorável, o rosto bonito dele uma cópia em miniatura do de Riley.

— Hmm. — Faith franziu os lábios.

— Em um leopardo? — A alegria de Riley era transparente. — Com o padrão de manchas de Mercy?

Um surto de riso antes de Faith dizer, — Hmm, — novamente.

Faith. — Foi um rosnado compartilhado.

Compartilhando um olhar cauteloso com seu companheiro, a F-Psy disse, — Eu acho que Tammy lida com seus filhos muito bem, não é? — em um tom meditativo de voz.

As pernas de Mercy desmoronaram debaixo dela. — Nã-ão,— ela disse, consciente de Riley descendo ao lado dela. — Eu não terei gêmeos.

— Não, eu tenho certeza de que você não terá.— A resposta imediata de Faith foi estranhamente decepcionante quando a ideia de gêmeos havia sido um choque. — Você sabe como a previsão funciona, as coisas nunca são claramente cristalinas e nascimentos múltiplos são raros. — Levantando-se, ela estendeu uma mão para Vaughn. — Vamos beber aquele café.

A cabeça de Mercy estava tão bagunçada, que levou até o outro casal ter deixado o pátio para que o cérebro dela processasse o que Faith tinha realmente dito. — Nascimentos múltiplos. — Seus, sem dúvida, embriagados olhos bateram nos de Riley. — Múltiplos.

— Mas ela tem certeza de que não estamos tendo gêmeos.— Riley parecia alternadamente em êxtase e atordoado. — Changelings têm uma taxa de parto menor que as de Psy ou seres humanos, mas dentro disso, nós também temos uma maior taxa de nascimentos múltiplos do que as outras raças.

Mercy olhou para ele. — Como você pode estar tão calmo?

— Porque eu não posso esperar para beijar os bebês que você me der, gatinha. — Tomando-a nos braços, ele beliscou-a carinhosamente na mandíbula. — Um ou três ou cinco, eu espero que todos eles tenham o espírito da mãe deles.

— Minha mãe sempre disse que a minha punição por dar-lhe inúmeros cabelos brancos antes que ela tivesse trinta, seria meus próprios pequenos terrores. — Roubando um beijo daqueles lábios firmes, ela disse, — Esperançosamente, seus genes irão equilibrar os meus e vamos ter bebês de cabelos castanho-avermelhados lindos e bem-comportados que escutam a mãe deles.

Riley olhou para ela... E então eles estavam rindo e se beijando e segurando um ao outro, felizes e assustados e nervosos tudo de uma vez.

DE: Lara

PARA: Sascha ; Ashaya ; Tammy ; Amara

DATA: 22 de setembro de 2081 às 13h21min

ASSUNTO: Paciente A

Eu queria dar a vocês uma atualização sobre os resultados da visita de Sascha. A atividade mental da paciente A tem aumentado a uma taxa aguda, e eu tenho que dizer que ela está significativamente mais ‘alerta’. No entanto, não há sinais de sua ascensão à consciência.

DE: Amara

PARA: Ashaya

CC: Lara ; Sascha ; Tammy

DATA: 22 de setembro de 2081 às 13h38min

ASSUNTO: Re: Paciente A

Pode ser um ótimo momento para injetar nela o novo soro.

DE: Ashaya

PARA: Lara

CC: Amara ; Sascha ; Tammy

DATA: 22 de setembro de 2081 às 15h45min

ASSUNTO: Re: Re: Paciente A

Eu concordo com Amara. No entanto, vamos precisar de outros sete a dez dias para completar a calibração final do soro - alguns dos testes tomam tempo para mostrar resultados. Chame-me se você ver qualquer sinal de que a paciente está regredindo. Eu preferiria não injetar o soro ainda, mas se for uma escolha entre assumir o risco e a vida dela, então eu farei.

COMUNICAÇÃO TELEPÁTICA ENTRE AMARA ALEINE E ASHAYA APÓS OS EMAILS ANTERIORES

Por que você me faz usar este método arcaico de comunicação? Eu não sou um primata capaz apenas de bater para fora mensagens primitivas em um teclado.

Porque você precisa aprender a se comunicar com os outros.

Por quê?

Amara, você disse que ia tentar.

Muito bem. Você concluiu a sua análise da seção 2B3 do chip neural da Aliança?

Sim. Parece estável e seguro. Suas conclusões?

Concordo. Vamos passar para a seção 2B4.

Concordo. Amara... como você está?

Estável e segura.

Amara.

Há um homem nos laboratórios que fala comigo. Eu não sei porque, ele não tem nada de relevante a dizer.

Talvez ele goste de você.

Então ele está sendo irracional. Eu não posso gostar dele de volta.

Fale com ele, de qualquer maneira. Você pode achar uma interessante interação.

Improvável, mas vou considerar como mais um passo na minha ‘reabilitação’.

Você se sente diferente?

Eu já não tenho pensamentos psicopatas com tanta frequência. Acredito que isso poderia ser denominado progresso.

Você não é uma psicopata.

Ou talvez você simplesmente não queira que eu seja.

Cinquenta e um



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