Alfa: Lucas Hunter Curadora



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TENDO SIDO ATRIBUÍDA a uma mudança para a enfermaria no último minuto, Adria levantou uma sobrancelha questionando Elias quando ele se juntou a ela. — Na última vez que eu verifiquei, — ela disse, — nós não tínhamos quaisquer criminosos perigosos aqui.

— Eles estão esperando acordar Alice Eldridge. — Elias manteve a voz baixa. — Hawke quer segurança extra até que Lara possa obter uma leitura nela enquanto ela está consciente - não há nenhuma maneira de saber o que ela foi programada para fazer antes de ser colocado para dormir.

Descolando-se um pouco, Adria olhou para o quarto da paciente. Embora o acesso a Alice fosse rigorosamente controlado, Adria tinha visto a mulher em consequência da batalha, quando ela ajudara a mover a cama de Alice para o lado para dar lugar aos SnowDancers feridos. Alice estava como estivera então, pálida e imóvel. Em torno dela estavam três mulheres, cada uma com uma carranca de concentração no rosto, suas vozes se sobrepondo à medida que elas falavam sobre os ajustes de última hora.

Lara, Adria conhecia e respeitava. Ashaya Aleine, também, era familiar depois daquele jantar na casa de Mercy e Riley, seus cachos puxados severamente fora de seu rosto em um coque elegante, os olhos azul-acinzentados surpreendentes contra o marrom rico de sua pele. A terceira mulher, com suas curvas suaves, um tom de pele mel, e olhos cardeais, não era ninguém com quem Adria já houvesse falado, mas reconheceu-a, no entanto.

Sascha Duncan, companheira do alfa DarkRiver, uma E-Psy.

A loba de Adria não estava muito confortável estando ao redor de uma mulher que podia sentir suas emoções - especialmente quando essas emoções eram tão dolorosamente profundas e complexas. Viver com Riaz, não era nada como viver com Martin. O homem era dominante, agressivo e arrogante o suficiente para querer tudo do seu próprio jeito, mas era também perverso o suficiente para estar encantado com ela quando rosnava para ele.

O pensamento fez os lábios dela contraírem-se por um segundo fugaz, antes de emoções mais escuras virem à tona. Apesar da compreensão que ela tivera no prado cheio de flores silvestres nas montanhas, um núcleo desesperado de autopreservação continuava alertando-a para manter um pedaço dela própria separado, à parte. Não para machucá-lo... mas porque ela não era a companheira de Riaz, nunca seria, a relação deles desequilibrada no nível mais fundamental.



PERIFERICAMENTE ciente de Eli e Adria na porta, Lara olhou para Ashaya. — Sim?

A cientista acenou com a cabeça. — Nós fizemos o máximo possível sem a aplicação da injeção.

Consciente de que a M-Psy estava profundamente preocupada com os danos que elas poderiam causar, Lara disse, — Se não fizermos nada, ela vai morrer. O corpo dela está falhando.

A cabeça de Ashaya disparado para o painel na extremidade da cama. — Eu disse a você para nos avisar se ela tivesse uma decaída. Nós poderíamos ter nos movido mais rápido.

— Eu falei com Amara, — Lara disse, pensando na mulher que era fisicamente idêntica a Ashaya, mas muito estranha em sua forma de pensar. — Ela me disse que se aplicássemos em Alice uma injeção com o soro não calibrado, o risco de fracasso subia para setenta por cento. Eu tomei a decisão de esperar.

Ashaya agarrou a parte superior do painel, os ossos dela empurrando o branco contra a pele. — Minha gêmea tem uma maneira de estar certa enquanto esconde coisas, Lara. Você sabe disso. Você deveria ter verificado comigo.

— Eu não queria distraí-la numa fase tão crítica. — A própria Ashaya tinha dito a Lara que a calibração final tomaria um trabalho preciso - de tal forma que a cientista tinha passado dois dias longe de seu companheiro e filho, no laboratório que os DarkRiver tinham construído para ela.

— Nenhum dano feito - o soro não estava pronto. — Ashaya se moveu como para passar uma mão por seus cachos, percebeu que eles estavam presos, e deixou cair a mão de volta na cama. — Para referência futura, porém, minha gêmea é muito, muito inteligente, mas ela não tem bússola moral.

Sascha fez um pequeno som na parte de trás de sua garganta. — Eu não gostei de Amara quando a conheci, — disse ela, claramente ainda perturbada pelo que ela tinha descrito à Lara como uma resposta esmagadoramente hostil. — Mesmo agora, ela envia um calafrio através de meus ossos por causa do vazio nela, mas aquele vazio não é total como foi uma vez. Eu não acho que ela, alguma vez, será capaz de estar na faixa normal de emoções, mas pode estar mostrando uma espécie de atrofiada consciência das emoções dos outros.

O rosto de Ashaya segurou uma esperança dolorosa. — Você não tem certeza, entretanto?

— Não, eu sinto muito. — Sascha tocou a outra mulher no braço. — Eu tenho uma reação tão forte a ela que acho difícil obter uma leitura clara, e como você disse, a inteligência dela é inquestionável. Ela é totalmente capaz de manipular suas respostas.

Inteligente o suficiente, pensou Lara, para fingir empatia.

— Mas, — Sascha acrescentou, — tem havido uma mudança nela, tanto quanto eu posso verificar. Pode ser simplesmente o efeito de estar em uma limpa rede psíquica - não há nenhuma DarkMind na Rede de Estrelas, nenhum miasma oculto que está penetrando no cérebro dela.

— Eu ficarei com isso. — Engolindo em seco, Ashaya voltou sua atenção para a leitura eletrônica no painel em frente a ela. — A menos que alguma de vocês discorde, eu acho que é hora de falarmos com Alice.

Lara e Sascha acenaram para ela ir em frente.

Agulha injetora na mão, a cientista olhou para onde os dedos de Sascha agora entrelaçavam com os de Alice. — Você está sentindo alguma coisa?

— Frustração de novo, — Sascha disse, três linhas verticais profundas entre as sobrancelhas. — Mas há algo mais. — Cílios abaixando, ela apertou a ponte do nariz entre o polegar e o dedo indicador de sua mão livre. — Determinação. — Seus olhos estalaram abertos. — Eu apostaria a minha vida que ela está dando seu melhor para acordar.

— Isso é suficiente para mim. — Sem mais hesitação, Ashaya pressionou a agulha injetora no pescoço de Alice, empurrando o soro na corrente sanguínea dela. — O efeito deverá ser evidente dentro de dois ou três minutos, se funcionar como deveria.

Ninguém disse uma palavra, o silêncio tão puro que Lara podia ouvir as respirações abafadas de todos na área próxima, incluindo Eli e Adria. Se a sala ostentasse um velho relógio fashion de tique-taque, ela pensou, cada tique teria soado como uma bomba.

Um minuto.

Verificando os dados que chegavam através da touca com componentes eletrônicos na cabeça de Alice, Lara balançou a cabeça para os outros.



Dois minutos.

Foi Ashaya que verificou desta vez, os dedos voando sobre o painel. — Nenhuma mudança.



Três minutos.

Quatro.

Cinco.

Decepção uma rocha pesada em seu peito, Lara apertou o braço de Ashaya em silenciosa simpatia, e elas caminharam para ficar ao lado de Sascha. No entanto, a cardeal empata não lhes prestou atenção, seus olhos ficando como a meia-noite, o que denotava ou forte emoção - ou um uso poderoso de suas habilidades.

Trocando um tenso, esperançoso olhar com Ashaya, Lara manteve-se em silêncio.

— Ashaya, — Sascha disse quase meio minuto depois, a voz distante, como se sua atenção estivesse em outro lugar, — você tem mais do soro?

— Sim, mas uma segunda aplicação poderia matá-la. — Ashaya brincava com as configurações do injetor, parou por um segundo. — Amara estava confiante de que poderíamos seguramente dar a ela outra oitava de uma dose.

Recordando os avisos anteriores da outra mulher, Lara virou-se para ela. — Você confia nela nisso?

— Isto é um desafio. — A resposta de Ashaya segurava uma clareza que dizia que ela via as falhas e os defeitos de sua gêmea tão bem quanto seus dons. — Amara não gosta de falhar, e a morte de Alice constituiria fracasso.

— Eu posso senti-la lutando, — disse Sascha, seus dedos agora conectados tão fortemente com os de Alice que o mel quente de sua pele estava sem sangue. — Ela sabe que está presa - há pânico, medo. Deus, é como se ela estivesse se sufocando do terror de ser enterrada dentro de seu próprio corpo.

Claramente abalada pelo relatório, Ashaya colocou o injetor no pescoço de Alice. — Você tem certeza, Sascha?

— Sim. Rapidamente.

Uma pressão do polegar de Ashaya e uma oitava parte do soro explodiu através da barreira permeável da pele de Alice.

Alarmes soaram um segundo mais tarde, o corpo de Alice arqueando tão severamente fora da cama que ela quase se dobrou ao meio antes cair de volta sobre os lençóis em um espasmo irregular. Examinado os alarmes, Lara pegou a máscara de oxigênio e colocou-a sobre a boca e o nariz de Alice. — Ashaya, estatísticas!

— Rápido aumento de sua atividade mental. Batimento cardíaco irregular, oxigênio insuficiente sendo absorvido.

Batendo na mão de Sascha sobre a máscara de oxigênio para mantê-la no lugar, Lara alcançou outro injetor e apertou-o na parte superior do braço de Alice. — Agora?

— Batimento cardíaco estabilizando. — Ashaya bateu a tela. — Níveis de oxigênio atingindo o ideal. A atividade cerebral continua a ser irregular.

— Alice, — a voz suave de Sascha tornou-se de alguma forma implacável, totalmente decidida. — Alice, você está segura. Concentre-se.

Foi quando Lara olhou para baixo e percebeu que os olhos de Alice Eldridge, de um marrom tão rico que pupila e íris eram quase impossíveis de diferenciar, estavam amplamente abertos.



TENDO retornado do encontro com BlackSea para ser atualizado com as notícias sobre Alice Eldridge, Riaz passou vários minutos conversando com Ashaya e Hawke. Não foi simplesmente sobre a mulher humana que eles falaram.

— Eu estive focada em Alice, — Ashaya disse, — mas do que eu tenho estudado até o momento, o chip da Aliança não levantou qualquer bandeira vermelha. No entanto, isso não é dizer muito - eu vou começar um trabalho intensivo nele assim que Alice estiver estável.

Esperando até que a cientista tivesse retornado para a enfermaria, Hawke disse, — Quando é que Bo terá a resposta para você sobre a conexão dele?

— Próximos dias. — Riaz cruzou os braços. — O que você acha sobre a situação de BlackSea? — O secreto grupo changeling tinha finalmente compartilhado porque precisava de SnowDancer como aliado.

A expressão de Hawke era severa. — Eles são um grupo valioso para ter como amigos. Vamos ajudá-los tanto quanto pudermos – Miane sabe que eu não vou fazer nada que deixaria SnowDancer vulnerável.​​

Riaz tinha tido os mesmos pensamentos. — Você quer que eu marque outra reunião para finalizar a aliança?

Hawke levou um segundo para pensar sobre isso, sacudiu a cabeça. — Eu vou falar diretamente com Miane, certifique-se de que não há mal-entendidos. Você pode tirar um pouco da carga de Riley? Eu acho que ele merece um descanso... E algum tempo livre para perseguir Mercy.

Os lábios de Riaz se contraíram. — Sem problemas. — Como um resultado do arranjo das coisas com Riley, assim como ficar até mais tarde para atender várias chamadas de homens e mulheres na rede internacional SnowDancer, Riaz não teve a chance de falar com Adria até depois do anoitecer. Incapaz de encontrá-la na Toca, ele se transformou e começou a conferir os lugares favoritos dela nas florestas, um por um.

Encontrou-a no terceiro lugar, a lua cheia um holofote sobre a grande clareira pontilhada com árvores novas que tinham nascido depois de uma tempestade derrubar muitas das árvores velhas um par de anos atrás. Recortadas contra o azul da meia-noite do céu noturno, seus perfis delgados adicionavam uma beleza assombrosa à cena.

E lá estava sua Imperatriz andando pelas árvores, a cabeça abaixada em pensamentos.

Ele observou por um longo momento, imóvel, sua fome satisfeita agora que ele a tinha encontrado. Ela era magnífica. Forte, ágil e encantadora. E dele. Mesmo que ela não estivesse muito segura de que ela queria ser, Adria pensava que ele não sabia sobre a apreensão que a assombrava, mas é claro que ele sabia. Ele notava tudo sobre ela.

Ele tinha sido paciente, mas era hora de ela aceitar que ele não a deixaria ir, nunca.





ADRIA pegou o cheiro de madeira cítrica queimada de Riaz na brisa, mas levou alguns segundos para localizá-lo – no final, foram os olhos dourados que o entregaram. Se os fechasse, ele seria uma sombra preta no escuro. Quando ele roçou-se contra as pernas dela, ela correu os dedos através da pele dele. — O que você está fazendo aqui?

Ele não mudou para a forma humana, apenas pressionou mais fortemente contra ela em demanda silenciosa. Compreendendo, ela continuou a acariciá-lo, seu lobo mais do que grande o suficiente para chegar até a metade da coxa dela. Quando ele olhou para cima, pegou o olhar dela com o fulgor da noite brilhando no dele próprio, ela sentiu seu coração gaguejar, lançando-se em um ritmo mais rápido.

Aquele olhar, era o do caçador.

E ela sabia que esta dança silenciosa entre eles seria decidida naquela noite, de um jeito ou de outro. Ou ela derrubava cada uma de suas defesas e aceitava a reivindicação dele na alma, ou ela se afastava. Exceto que ela não achava que esta última era uma opção.

Nervos e raiva colidiram.

Ele estava pressionando-a, mas é claro que ele faria. Aquele era quem ele era. Como ela era uma dominante que conhecia sua própria força. Quebrando o contato, ela transformou-se, sem se preocupar em tirar a roupa. Suas roupas desintegraram-se para fora dela quando a agonia e o êxtase da mudança assumiram o controle, faíscas de luz brilhando no mistério exuberante que era a noite.

Um segundo depois, ela se levantou sobre quatro pés, a cabeça inclinada em direção ao lobo negro que era muito maior e mais forte, mas que ela sabia que nunca iria lhe causar danos físicos. Aquele conhecimento era suficiente para a loba, mas a mulher precisava de mais, precisava da devoção que ela sabia que ele ofereceria apenas para uma mulher na vida dele.

Ele acariciou-a, mas ela dançou fora, correndo através das esguias sombras das árvores e através da música silenciosa de um córrego prateado pela lua. Ele era rápido, muito rápido, mas ela era inteligente, e ela entrelaçava e torcia em torno das árvores novas e velhas, sobre rochas pontiagudas e através de flores sonolentas para atravessar outro córrego, salpicando rio abaixo para esconder o cheiro dela antes de subir na outra margem.

O lobo negro estava longe de ser visto.

Ela não era tola, sabia que ele estava perseguindo-a. Ajeitando-se em silêncio ao longo da margem, ela manteve os olhos do outro lado do rio... E apanhou um vislumbre de ouro selvagem. Ele lançou-se através da água, mas ela já estava correndo para colocar distância entre eles, espremendo-se através de aberturas que ele não caberia, patinando sob árvores caídas que não acomodariam o tamanho dele.

A próxima vez que ela parou, seu coração batia um ritmo acelerado, a alegria da loba misturando-se com a da mulher. O ar era um tesouro de aromas, a noite cheia de música. Era intoxicante. Sabendo que ela precisava pensar com a cabeça mais clara, ela mudou de volta para a forma humana, os cabelos caindo em torno dela conforme agachou-se no chão da floresta, com a cabeça inclinada para o vento.

Escuridão da floresta, beijada com madeira queimada e uma pitada de cítrico selvagem.

Tudo ao redor dela. Em sua pele. Contra a sua língua.

Os lábios dele acariciaram seu pescoço, a mão suave em seu quadril, mas ela sabia que estava presa. Virando-se, ela o observou com os olhos de lobo. O cabelo dele caiu sobre o rosto, seu olhar luminoso. Desta vez, aqueles olhos disseram, ele não a deixaria correr. Mas ela não era um lobo porque desistia. Ela torceu-se para a esquerda sem aviso.

Ele estava lá quase antes de ela se mover, levando o corpo dela para a terra. Ela estremeceu com o beijo frio da relva carregada de orvalho, mas ele não a soltou. — Eu tenho você. — A voz dele era rouca, escura com a determinação do predador dentro dele. — E eu estou mantendo-a.

Ela levantou uma mão para a bochecha dele, a ternura dentro dela um rio sem fim. Como ela poderia ter até mesmo pensado em manter qualquer parte de seu coração a salvo dele? Era uma impossibilidade. Ela fora capturada, bem e verdadeiramente. Lágrimas queimaram nos olhos dela, escorreram para os lados de seu rosto e dentro de seu cabelo.

— Shh. — Ele beijou a tristeza salgada, rolando em suas costas e levando-a com ele, uma mão embalando a parte de trás da cabeça dela, a outro acariciando a curva da coluna. — Não chore, querida.

A gentileza dele enroscou outra mecha em torno do coração dela, até que ela estava tão enredada nele que sabia que nunca se libertaria. Pela primeira vez em sua vida, sua loba tinha escolhido. E tinha escolhido este lobo solitário. — Você me tem, — ela sussurrou. Tudo de mim.

Cinquenta e cinco



KALEB ESTAVA NO escritório dele em casa quando Silver ligou. — A. V. é Vasquez, — ela disse, — minha família está tão certa disso quanto podemos estar sem ter o DNA dele. Ele também parece estar comandando as coisas no que afeta aos PurePsy. De qualquer forma, os soldados acreditam que ele fala por Henry.

Kaleb também acreditava. A NetMind e a Darkmind tinham tido uma reação muito calma diante da ‘morte’ de Henry. Kaleb tinha tentado usar as gêmeas neosencientes para localizar o ex-Conselheiro, mas elas tinham estado atuando cada vez mais instáveis ultimamente, e ele tinha sido incapaz de concentrá-los no alvo. Aquilo evidenciava um profundo problema na Net, a profundidade que talvez só ele entendesse – o fanatismo de Henry e a deterioração contínua do Sujeito 8-91 eram simplesmente sintomas de um mal-estar mais perigoso.

Finalizando a conversa com sua assessora, ele se levantou de sua mesa, brincando com uma pequena estrela de platina por entre os dedos. O metal estava quente de seu toque, mas sua mente trabalhou com gelada precisão conforme ele decidia o que era para ser feito com Henry. Aden.

A resposta do telepata foi cristalina. Conselheiro.



Kaleb está bom. O Conselho não existe mais exceto nas mentes da população.

Kaleb.

Henry vai continuar a ser um problema se viver. Você tem qualquer problema com eliminá-lo? Kaleb precisava saber quanto da lealdade dos Arrows era dele.

Não. As políticas dele não são boas para a Net.

Kaleb esfregou o polegar sobre a superfície brilhante da estrela. Então, considere isso como uma missão autorizada.



Anotado.

Conexão telepática cortada, Kaleb considerou aqueles que permaneceriam depois da morte de Henry. Com Shoshanna, ele não perdeu tempo. A ‘esposa’ de Henry tinha falhas que fariam mais fácil manipulá-la. Nikita deixaria Kaleb em paz enquanto ele não tentasse violar o território dela - ou prejudicar sua filha e neta. A outra conselheira escondia bem, mas Kaleb poderia deslizar através da Net sem causar uma única onda. Ele viu tudo. O condicionamento de Nikita podia ser perfeito, mas ela não estava no Silêncio.

Não da maneira que ele estava.

O instinto protetor de Nikita era seu calcanhar de Aquiles, mas Kaleb não tinha nenhuma razão para explorar isso. Não, desde que ela não tentasse entrar em seu caminho. Se ela tentasse...

Seu olhar caiu sobre a estrela. Ele parou seus movimentos. E soube que ele tinha sua própria fraqueza, uma que Nikita nunca adivinharia, e então ele ainda tinha a vantagem nas suas relações com ela.

Quanto a Anthony, Kaleb não achava que haveria quaisquer problemas - ele não tinha vontade de invadir terras NightStar ou capturar o grupo F-Psy de Anthony. Nenhum vidente poderia detê-lo uma vez que ele se decidisse sobre um curso de ação.

Isso deixava Ming e Tatiana. Ambos teriam de morrer quando fosse a hora. Não havia nenhuma outra opção viável. Kaleb não arriscaria com eles agindo pelas costas dele.

A estrela cintilou na luz da lâmpada sobre a mesa dele.

Preso, ele olhou para o pequeno amuleto, imaginando o que a proprietária acharia de seus pensamentos de assassinato. Logo, ele descobriria a resposta. Porque ele acabara de violar outra camada de segurança, desenterrando a parte mais antiga do rastro. Estava frágil e fragmentada, mas estava lá.

Logo.

Cinquenta e seis

Riaz chamou Adria para pedir-lhe pra vir ao encontro de Bo e sua ligação três dias depois e descobriu que ela já estava em San Francisco com Indigo, Tarah, Evie, e uma outra mulher que tinha um cheiro familiar, mas não parecia em nada como deveria — a partir de sua altura, a cor de seu cabelo e dos olhos, até mesmo a forma de seu rosto, este último aparentemente alterado utilizando almofadas de gel de alta tecnologia que Judd havia conseguido não se sabe de onde.

Quando ele se afastou depois de pegar Adria, as outras quatro mulheres acenaram para ele do café em que estavam comendo grandes fatias de bolo acompanhadas de merengue. — Como diabos tinha Sienna convencido Hawke a deixá-la sair do território do bando?

Adria deu-lhe um olhar arqueado. — Eu não faço ideia. Não me pergunte. — Pegando um pedaço da torta de maçã que ela havia embalado para viagem, ela o alimentou. — No entanto, ela poderia, eventualmente, ter apontado que ela é uma fêmea adulta com o direito de tomar suas próprias decisões.

Ele reprimiu um sorriso com seu tom. — Sim, ela poderia ter feito isso, mas Hawke esta recém-acasalado e há uma alta probabilidade de que ela esteja na mira de Ming. Hawke pode ser inteligente, mas não é racional, não quando se trata de Sienna.

Comendo um pedaço, Adria fez um som hmmm na garganta. — Você sabe que você esta certo.

— No entanto, até que você me pegou, ela estava com uma tenente, uma soldado sênior, e uma mulher que pensa nela como mais uma filha. Ninguém ia pegá-la.

Riaz teve que ceder nesse ponto. Esqueci sobre Tarah ser uma submissa, lobos maternos iriam lutar até a morte para proteger seus filhotes.

— Maaaas, — Adria disse, — cinco minutos antes de eu sair, eu recebi um telefonema de Simran e Ines. Estavam na área. Fazendo compras. Ouviram dizer que estávamos nas proximidades e disseram que viriam se juntar ao grupo. — Um olhar estreito, mas seu tom de voz estava admirado. — O homem é desonesto.

Riaz riu, — Claro que ele é. Força bruta apenas não o faz alfa do bando.

— Você acha que Sienna desconfiou?

— Pelo pequeno sorriso que ela tinha em seu rosto quando Simran ligou, sim. Ela não estava brava, acho que ela descobriu exatamente quão duro isto deve estar sendo para Hawke.

O Lobo de Riaz rosnou em desacordo. — Se ela sabia, deveria ter ficado em segurança em nosso território.

— E se ela fosse o tipo de mulher que faz isso, — Adria respondeu, — ela não seria forte o suficiente para ser companheira de um alfa. — Ela comeu outro pedaço de torta. — Existe uma diferença entre tomar certas precauções e colocar o rabo entre as pernas.

Levou um esforço consciente para pensar além de seus instintos de proteção, para entender que quando um homem escolhe uma mulher forte por conta própria, ele assume o compromisso de cuidar e respeitar essa força. Adria nunca permitiria que ele a mimasse, como Sienna não lutou com a necessidade de Hawke de lhe dar segurança, Adria permitiu Riaz abraçá-la, confiava nele para cuidar dela em uma centena de pequenas maneiras que acalmavam seu lobo.


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