O ombro de Riley empurrou o de Hawke, enquanto em frente a eles, outros casais entravam na dança e Sienna era passada de Tomás para Kenji. — Você percebe que terá de lutar para chegar perto dela esta noite?
Hawke olhou para seu tenente veterano para ver os olhos de Riley se demorando sobre sua própria companheira. Vestida em um gracioso vestido azul celeste que chegava até alguns centímetros acima dos joelhos e se agitava quando ela rodava, botas pretas de cano baixo em seus pés, seu cabelo afastado de seu rosto por dois pequenos pentes, Mercy estava dançando no momento, e rindo com Drew. Ela era o único felino presente, porque esse era um momento privado do clã, e até onde os SnowDancer sabiam, Mercy era deles. Não importava o quanto Lucas discordasse.
Lábios curvando com o pensamento, ele disse: — Eu prometi à minha companheira que eu dançaria com ela da meia noite até o amanhecer, e eu não quebro minhas promessas. — Ele seria paciente até então, seu lobo contente em manter um olho nela enquanto era reivindicada pelos SnowDancer no nível mais profundo.
Eu estou com medo. O que eu fiz... Eu tenho medo de que ninguém irá me ver da mesma forma novamente.
Palavras que ela disse depois da violência de sua habilidade ter devorado os inimigos do clã, e de uma forma, ela estava certa. Ninguém nunca mais veria Sienna da mesma forma, porque agora, cada um e todos os SnowDancer entendiam o poder letal que corria nas veias dela. Ainda assim não havia nenhum medo no ar essa noite, somente a aprovação dos predadores de olhos frios que moravam dentro de seus corações.
Muito consciente do quanto o homem ao seu lado tinha feito para assegurar aquilo, para assegurar que respeito não se tornasse medo, ele capturou o olhar de Riley. — Obrigado.
— Não precisa disso entre nós. Nunca precisou. — Uma pausa, humor silencioso em suas próximas palavras. — Lembro-me de você me permitindo te espancar uma vez, quando eu estava cortejando Mercy.
— Eu não me lembro de você ganhar.
— Você tem uma memória seletiva.
Lobo e homem, ambos riram, felizes de estar aqui nesse momento com seu amigo, seu clã, e mais que tudo, com a mulher que o enviou um sorriso secreto do outro lado da clareira.
Adria sorriu quando sentiu os braços musculosos deslizarem em torno de sua cintura por trás. — Eu estava me perguntando onde você estava, — disse, sua garganta dolorida com a emoção da assustadora simplicidade e beleza da cerimônia de acasalamento.
Cheirando-a, Sam beijou sua mandíbula. — Vem, dança comigo.
Ela deslizou até a massa de corpos, a mão dele enrolada em torno da dela, e dançou até que sua pulsação fosse uma batida, seu sangue correndo quente por suas veias. Sam tentou roubar um beijo, e borbulhando com a selvagem alegria da noite, ela o deixou, mas pressionou seus dedos sobre os lábios dele quando ele tentou novamente. — Não.
Audaz, ele falou contra as pontas dos dedos dela, covinha marcando sua bochecha. — Nós vamos nos divertir. Eu não tenho restrições sobre sua dominância se você está preocupada sobre isso. Eu até vou deixar você me morder. — Um esfregar de narizes. — Na verdade, eu gostaria que você mordesse.
Brincalhão, lindo e inteligente, ele era um amante que a faria se sentir bem, tanto fisicamente quanto em sua alma. Só havia um problema, seu corpo zumbia com uma consciência quase dolorosa de outro homem, um homem que incitava emoções muito mais violentas e obscuras. E que estava nesse momento rodando uma pequena, curvilínea mulher cujos olhos eram um eco dourado dos dele, gritando seu relacionamento, suas bochechas marcadas em um sorriso verdadeiro.
Enfurecia-a não poder estrangular aquela consciência indesejada, mas ela não usaria o belo, sexy Sam num esforço para conseguir isso. — Eu não estou pronta. — Um dia, pensou ela, a coluna rígida com determinação, ela estaria pronta para juntar sua coragem e dar-se outra chance, tendo derrotado essa compulsão pelo homem errado. Sam, inocente e nunca quebrado, não era o certo, o coração dela muito machucado para o dele, mas aquilo não significava que ela não o adorasse. — Eu queria estar, porque você é maravilhoso.
Acariciando as costas dela, ele tomou a rejeição com graça. —Nesse caso, seja minha amiga. Eu gosto de você.
O oposto direto das palavras afiadas que Riaz atirou nela, sua afirmação à fez perder um passo antes dela se aproximar mais dele. — Eu gosto de você também. — Ela virou seu rosto deliberadamente para longe da parte do Círculo onde Riaz estava com seu braço em torno de sua parceira de dança recente e um homem mais velho que Adria não conseguia ver direito. Profundamente dentro dela, sua loba rosnou, mas aquela loba, também, lembrava quão brutalmente tinha sido rejeitada.
Ela não lutou contra a decisão de Adria.
Os olhos de Riaz se trancaram com os de Adria no instante em que ele a viu, a estranha, única complexidade do cheiro dela em cada respiração dele, embora deveria ter sido impossível capturá-lo, dado o número de pessoas no Círculo. Especialmente quando ela estava colada em Sam, os lábios do macho mais jovem na orelha dela enquanto dizia algo que a fazia rir, o som suave e íntimo.
Suas garras pinicaram suas palmas.
Se afastando de seus pais depois de devolver sua mãe a seu pai, ele puxou Jem para uma dança.
— Obrigada por perguntar, — ela disse em um tom cáustico, mas deslizou seus braços em torno do pescoço dele. — Pára de fazer careta. Sua mãe vai achar que estou te torturando.
— Desculpa. — Se forçando a manter sua atenção longe de Adria e Sam, ele olhou para a tenente loira... E percebeu de repente que ela não se encaixava direito em seus braços. Ela era muito pequena, sua cabeça chegando até o meio do peito dele.
Mandíbula cerrando com um pensamento que tinha suas origens em sua atração primitiva por uma fêmea de pernas longas cuja voz era como seda contra sua pele, ele disse, — Você já dançou com Kenji? — Os dois tinham algo, ninguém tinha certeza do que.
— Me morda.
— Temperamento, temperamento. — Ele a puxou para mais perto quando ela cerrou os olhos. — Eu vou me comportar, prometo.
— Eu tenho “idiota” escrito na minha testa? — Ela ficou rígida um minuto depois.
Riaz entendeu o porquê assim que ele viu Kenji surgir do meio dos dançarinos.
— Eu posso roubá-la? — O desafio na voz do outro homem não era direcionado a Riaz.
Quase capaz de tocar a eletricidade no ar, Riaz se afastou, viu o braço de Kenji deslizar em torno da cintura de Jem, e pensou, É, eles se encaixam.
— Você está linda, Garnet, — Kenji disse em um tom baixo, usando o nome verdadeiro de Jem, o roxo e dourado de seu cabelo deslizando para frente para encobrir sua expressão quando ele puxou o corpo rígido dela mais próximo.
— Kenji...
— Só uma dança.
Foi tudo o que Riaz ouviu antes de se encontrar indo até onde Adria se apoiava contra uma árvore do outro lado da clareira. As sombras da floresta a escondiam da multidão, até que fosse quase uma alcova privada... Não fosse pelo vívido puxão de seu cheiro.
Amoras esmagadas em gelo misturadas com um almíscar mais quente, mais profundo.
Ele não sabia por que parara a centímetros dela, o que quer que ele tivesse à dizer arrancado de sua mente pelo sobressalto que o atingiu pelo único olhar frio que ela se dignou a jogar na direção dele. Consciente de que seus olhos tinham se fixado na pulsação do pescoço dela, tão delicado e mordível sob pele cremosa beijada pelo sol, ele forçou sua atenção de volta aos dançarinos.
O cabelo de Hawke mudava de cor enquanto ele dançava com Brenna sob os bulbos multicoloridos que os juvenis tinham pendurado nas árvores, até que toda a área fosse um país das maravilhas. Vários dos juvenis sentavam-se em pares ou pequenos grupos nos largos bancos, assistindo as festividades e paquerando. Um beijo era roubado aqui e ali, mas ninguém fez nenhum movimento para partir. Talvez porque eles estivessem sob a atenção das maternais, mas mais provavelmente porque agora, era sobre estar com o clã.
Sua mão se esticou para agarrar o braço de Adria quase antes de ele estar consciente dela se preparando para partir. — Dance comigo. — Saiu rouco, pedras despedaçadas em sua garganta.
Adria puxou seu braço, tremendo pelo contato. — Eu não acho que essa seja uma boa idéia. — Riaz era uma droga que seu corpo desejava e como todas as substâncias viciantes, ele não era bom para ela.
— Com medo? — Olhos de um brilho noturno.
— Não, — disse ela, sua própria loba assumindo o controle. —Só acontece que eu tenho um pouco de respeito por mim mesma.
Saindo das sombras, ela viu Matthias caminhar na direção dela. Seu humor mudou imediatamente. — É tão bom ver você.
O grande tenente a ergueu e a beijou nos lábios assim como fez com Sienna. — Vem dançar comigo, menina bonita.
Sua loba podia sentir o queimar dos olhos de outro macho entre seus ombros, mas ela não hesitou em aceitar a oferta de Matthias. — Como estão todos no seu setor? — ela perguntou uma vez que eles começaram a balançar ao ritmo da música.
O peito de Matthias estrondou quando ele falou, sua mão movendo-se gentilmente nas costas dela. — Estão indo. Nós sentimos sua falta, você planeja nos visitar?
— Eu não posso. — Ainda não. — Talvez em alguns meses...
A mandíbula de Matthias roçou o cabelo dela. — Sem pressão, querida. — Eles dançaram em um silêncio confortável até que Adria pegou um cheiro que fez sua espinha enrijecer, bem antes de Matthias dizer, — Eu acho que alguém está prestes a te roubar.
Não querendo fazer uma cena e estragar a celebração, ela não protestou quando Matthias se afastou. — Cuide da minha garota, — ele avisou.
Riaz murmurou algo enérgico em espanhol que fez Matthias rir, mas tudo que Adria podia ouvir enquanto ele a pegava em seus braços era a batida frenética de sua pulsação, batendo no ritmo da dele. Rápido demais, os dois, suas peles muito quentes. — Por que você está fazendo isso? — sussurrou, sua voz nua.
A resposta de Riaz foi arrancada dele. — Eu não consigo me impedir. — A puxou para mais perto, o movimento tão inesperado que ela não resistiu e se encontrou colada à dura força dele. A excitação dele empurrava em seu abdômen, o quente cheiro masculino dele se infiltrando em suas veias até que ela pôde sentir o gosto de florestas obscuras e citrus dele contra a língua dela.
A respiração vindo em pequenos ofegos, ela balançou a cabeça, mas as palavras que queria dizer não vinham, seu cérebro nublado por necessidade, tal viciante necessidade. Quando Riaz se afastou, ela sabia que não deveria ir, mas seus pés continuavam se movendo para frente, seguindo-o até as sombras que os esconderiam. A música continuava a tocar atrás deles, mas aqui, era abafado e silencioso.
Privado.
Jogando-a contra uma árvore, ele chutou as pernas dela abertas e de repente a boca dele estava na dela, assolando e tomando e exigindo. A parte civilizada e racional de seu cérebro simplesmente parou de funcionar. Ela agarrou os ombros dele, suas unhas afundando em músculo forte quando a língua dele lambeu a dela, se entrelaçou com a língua dela, o beijo uma aberta, molhada, voraz fúria de contato.
Suas respirações ofegantes eram altas no silêncio, seus batimentos cardíacos como trovões, e a mão dele quando se fechou sobre o seio dela, uma marca chocante. Seu gemido foi devorado pela rude demanda da boca dele, ela se encontrou esfregando-se contra ele, tentando ficar nas pontas dos pés para criar o encaixe perfeito. Sua frustração quando ela não conseguiu foi despedaçada quando os dedos dele apertaram seu mamilo através do material sedoso de sua blusa, rolando e puxando. A mão dele caiu cedo demais... Para deslizar sob sua blusa e se espalhar no abdômen dela, seus dedos roçando a cintura se suas calças negras.
A mão dele a tocara ali antes.
Um fio de razão quebrou a neblina cegante da paixão, mas a boca dele estava na dela novamente antes que isso pudesse penetrar-lhe, sua mão livre em torno da garganta dela, e ela estava se afogando. Ele era tão grande e forte, e ele a queria tão desesperadamente. Isso acariciou o ego agredido da loba, fez suas garras pinicarem e se enterrarem na carne dele através do fino algodão negro de sua camisa.
Ele silvou, mas não foi um som que dizia à ela para parar. Ao invés ele a beijou mais forte, seus dedos puxando seu zíper para segurá-la possessivamente sobre a renda de sua calcinha. Tremendo, ela se sentiu ficando ainda mais molhada, e pelo rosnado que foi despejado em sua boca, vibrando contra seus mamilos, ele sentiu também.
Então os dedos dele empurraram sua calcinha de lado e o fio de razão se tornou um grito.
Eu não gosto de você.
Empurrando-o com cada gota de sua força, ela se afastou da árvore. — Oh, Deus, Deus. — Seu olhar trêmulo no rosto febril pela paixão, suas bochechas destacadas em sua pele bronzeada, seus olhos um perigoso e brilhante dourado.
Sua loba investiu na direção dele.
Mas ela era humana, também. Prendendo a loba com um aperto de aço, ela conseguiu de alguma forma fechar sua calça e puxar pra baixo sua bela blusa de seda preta pintada manualmente com uma única e estonteante borboleta nas costas. O tecido era agradecidamente imune a amassados, e seu cabelo ainda estava no lugar, Riaz estava tão focado em sua boca... E mais abaixo.
Seus lábios pareciam estar inchados, mas o resultado aparente de alguns beijos roubados não iria chamar a atenção de ninguém. Quanto ao fato de que ela estava coberta com o cheiro dele, ela só estivera dançando com ele. Tudo isso passou pela mente dela em uma fração de segundo quando seu sentido de razão, de si mesma, acordou com um uivo violento, seu corpo todo tremendo pelo choque de interromper uma dança erótica que teria resultado nela sendo presa contra a árvore em alguns minutos, suas pernas nuas enroladas em torno da cintura dele enquanto ele a fodia.
E aquilo, ela pensou com honestidade impiedosa, era tudo o que teria sido. Porque o que quer que fosse a causa da raiva que ela sentira no beijo dele, Riaz, alto, forte e leal aos SnowDancer, não era capaz de nada mais. Não com ela. — Eu valho mais, — disse à ele, passando as costas de sua mão sobre sua boca. — Afeto, respeito, ternura, eu valho tudo isso, então você não ouse chegar perto de mim novamente até que esteja pronto para oferecer isso.
Dezenove
Riaz correu suas mãos trêmulas por seu cabelo enquanto Adria se virava e se afastava, a seda insubstancial da blusa dela uma provocação não intencional sob o encaixe perfeito de suas calças, o eco sensorial dela tão quente e suscetível, uma provocação zombeteira.
Cerrando seus dentes contra o impulso de arrastá-la de volta, ele socou a árvore onde quase a tomara. Ele sabia que poderia encontrar outra parceira esta noite. Não era somente pelas pessoas estarem em um humor comemorativo. Como Eli apontou, ele recebeu vários convites desde seu retorno da Europa, e nem todas aquelas mulheres queriam algo além de uma boa e quente atividade na cama.
Só havia um problema, ele não queria nenhuma outra mulher. Ele queria a soldado de olhos azul violetas que tinha, completamente justificada, o mandado ir se foder.
Escondido nas sombras da meia noite na periferia de uma grande clareira, o Fantasma observou enquanto os SnowDancers dançavam, riam e brincavam. A menos de três metros dele, uma mulher risonha empurrou seu parceiro contra uma árvore e o beijou na base de seu pescoço antes de disparar para longe dele e de volta para a multidão. Grunhindo, o macho obviamente desapontado ajustou seu jeans e a seguiu.
O Fantasma não sabia o porquê de observá-los. Ele manteve vigia nessa região desde depois da batalha com os PurePsy por razões próprias, passou essa noite como parte de uma ronda de rotina, e captou o fraco som de música por entre as árvores. Tomou um significante investimento de tempo para encontrar essa localização exata, ele nunca se aventurou tão profundamente no coração do território SnowDancer antes, consciente de que os lobos ficaríam em alerta vermelho ao primeiro sinal de um intruso.
Agora, tomando um cuidado extremo para não tocar nenhuma superfície que guardasse seu cheiro, chegou perto o suficiente para ver mas não ser visto. O cabelo de Sienna Lauren, ele pensou, vislumbrando-a nos braços de um alto homem, não o alfa SnowDancer, tinha escurecido consideravelmente. Sua altura, porém, continuava como era aos quinze anos.
Uma única varredura e ele encontrou Judd. Vestido de preto, seu companheiro rebelde estava na borda do círculo de dança, mas não estava sozinho. Uma pequena mulher loira, uma fatia de bolo no prato que ela segurava em suas mãos, se inclinou contra o peito dele. Um dos braços de Judd estava envolvido com facilidade familiar em torno da cintura dela enquanto ele falava com um homem que o Fantasma reconhecia como um tenente SnowDancer.
Kenji Tanaka.
Partindo um pedaço de bolo, a mulher loira se virou e o ofereceu a Judd. Ele se inclinou para baixo para aceitar, a curva de seus lábios formando um sorriso inconfundível. O Fantasma só tinha visto Judd em outro contexto, e embora intelectualmente ele entendesse que o ex-Arrow tinha uma vida além da rebelião, ver isso pessoalmente o fez se arriscar, ficar mais tempo. Para isso, também, ele não conseguia encontrar nenhuma razão racional. Essa não era uma vida que ele teria. Poderia muito bem ter sido uma estranheza selvagem.
Ainda assim... Ele continuou a observar.
Não muito longe de Sienna, Mercy puxou Riley para um beijo selvagem. A surpresa do tenente veterano durou um mero instante antes de ele enrolar suas mãos em torno da cintura da sentinela leopardo e a puxar para mais perto.
Se virando para Hawke, Sienna disse, — Isso é tão... — Nenhuma palavra parecia o bastante.
— Eu acho que alguém está prestes a te roubar de mim novamente.
Abrindo sua boca para protestar que ela dificilmente passara qualquer tempo com ele a noite toda, ela sentiu a energia psíquica da pessoa atrás dela. Seu coração disparou com amor. — Desculpa, —murmurou, tocando seus dedos na mandíbula de Hawke. — Eu vou te dispensar.
— Lembre-se —roçou seu dedão sobre o lábio inferior dela, antes de colocar sua mão na mão de seu novo parceiro —a dança da meia noite é minha.
Sempre. Foi um sussurro através do elo de companheirismo. Em voz alta, ela disse, — Onde você esteve? — e arrumou o cabelo de seu irmão.
Ele franziu. Para seu choque, ela percebeu que ele ganhara vários centímetros de altura enquanto não estava olhando. Não era de se estranhar que ele parecesse um varapau, crescendo desse jeito.
— Credo, Sienna. Não faz isso aqui.
— Oops. Desculpa. — Às vezes, esquecia de que ele estava quase fazendo treze, e então o adolescente incipiente nele faria uma aparição. — Você está muito bonito.
O sorriso dele foi tímido e doce, e ela pensou que seu empático irmão mais novo cresceria para ser um homem incrível. — Valeu. Eu fiz compras online com a Lara. — Girando-a em um rápido círculo, ele sorriu para o espanto dela. — Drew me ensinou isso.
— Por que eu não estou surpresa?
O sorriso de Toby brilhou em uma expressão mais profunda e contagiosa. — Meu coração chora de emoção por te ver tão feliz.
— Oh, Toby. — Sempre, ela amaria o irmão que não foi permitida amar quando criança, mas nunca foi capaz de protegê-lo do preço psíquico exigido pelo seu dom. — Você é o melhor irmão que uma garota poderia ter.
Eu te amo, Sienna. Ele a girou novamente, fazendo sua saia esvoaçar.
Quando ele finalmente a renunciou, foi para outro membro de sua família. O aperto de Walker era tão calmo quanto o de Toby era exuberante, seus olhos verdes claros atentos. — Ele é seu companheiro. — Walker disse, um aviso claro, por mais que tenha sido feito em uma voz calma, — mas se ele alguma vez fizer qualquer coisa para te magoar, ou te machucar, você virá a mim.
— Todos os homens são sanguinários assim?
— O pai de Lara me mostrou as ferramentas dele, e então nós tivemos uma conversa inspiradora sobre o quão fácil seria cortar uma pessoa no meio usando um daqueles lasers. Foi muito civilizado.
Sienna abafou uma risada com a idéia do gentil Mack ameaçando Walker, e inclinando sua cabeça para trás, ela olhou para o rosto que nunca viu violento, quer fosse por violência ou por amor. Aquilo não queria dizer nada. Ela sabia que Walker morreria por ela sem piscar, que ele a amava tão ferozmente que alguma parte dela sentiu isso, mesmo na parte mais escura do Silêncio.
— Obrigada, — ela sussurrou. — Por ser meu pai. — De todas as formas que importavam.
A expressão de Walker mudou somente uma fraçãozinha, mas ela viu a tempestade de emoção nua explodir nos olhos verdes dele antes de acariciar seu cabelo e a beijar gentilmente na testa. —Você me deixa mais orgulhoso a cada dia.
Lágrimas brotaram. Engolindo, ela escondeu seu rosto contra o largo peito do homem que sempre encontrava formas de dizer-lhe que ela importava, que ela não era somente uma X, era família.
Cooper esperou até que a dança suavizasse, e ele e Riaz estivessem sentados tomando suas cervejas antes de dizer, — Ela foi embora.
— O quê?
— Você está procurando pela alta soldado sênior com olhos incríveis. Adria, eu acho. — Cooper arrumou o toco de árvore que ele estava usando como assento, encaixando-o mais seguramente na terra. — Ela escapou com Sam alguns minutos atrás.
A mão de Riaz apertou sua garrafa. Ele queria negar essa compulsão em relação à Adria, mas Coop o conhecia bem demais, iria cobrá-lo por isso. — Aproveitando a noite?
— Nem sequer uma pergunta, — Olhos escuros o observavam com paciência implacável. — Você vai falar sobre isso, ou eu tenho que te lembrar de que eu sou maior e mais forte?
— Nos seus sonhos.
Coop inclinou sua garrafa, sua garganta se movendo. Quando ele a abaixou, ele balançou a cabeça. — Algo está errado com você, cara. Eu deveria ter percebido antes, mas Grace embaralha meus neurônios.
Riaz olhou para onde uma curvilínea mulher com cachos cor de ébano e pele como creme estava dançando com Alexei, seu sorriso tímido. A companheira do grande e malvado Cooper era uma doce submissa, mas ela estava conseguindo lidar com os tenentes, todos os quais consideravam direitos seus dançar com ela. — Eu posso ver como, — Riaz disse, tendo reivindicado uma dança mais cedo. — Ela é demais, Coop.
— Eu sei. — A expressão do outro homem mudou de brutalmente terna para durona no instante que ele voltou sua atenção para Riaz. — Adria, ela está bagunçando com a sua cabeça.
— Porra, cara, — Riaz disse, terminando sua cerveja e balançando a garrafa entre seus dedos, — Deixa para lá. É uma noite para se aproveitar.
Cooper arqueou uma sobrancelha. — Quem colocou minha cabeça no lugar quando eu estava cortejando Grace? Eu te acordei às duas e meia da manhã duas vezes e você não me mandou calar a porra da minha boca. Então fale, ou nós ficaremos aqui a noite toda.
Riaz sabia que ele poderia barrar o outro tenente. Ele também sabia que Coop não pararia de bater naquela tecla até que a parede cedesse. Mas ele se recusava a manchar a felicidade do acasalamento de outro homem com o amargo gosto de sua dor. — É uma bagunça, e é uma bagunça que talvez eu nunca esteja pronto para falar sobre. — Ele segurou o quase negro dos olhos do outro homem, o deixou ver sua resolução. — Você é um teimoso do caralho.
— Você está surpreso?
Bufando, Cooper se inclinou com seus antebraços apoiados em suas coxas. — Certo. Eu não vou pressionar, por agora. — Aviso claro. — Se eu te ver desmoronando, eu vou cair em cima de você como uma tonelada de tijolos. Eu não vou deixar você se manter nesse jeito de lobo solitário, sozinho.
— Eu vim pra casa, — Riaz rosnou. — Não estou exatamente sozinho.
— Eu chamo isso de mentira de merda. — Cooper segurou seu olhar, seu lobo aparente no anel amarelo que agora circulava suas íris. — Você pega a porra do telefone quando as coisas ficarem muito difíceis, ou eu juro por Deus, eu vou te amarrar e te mandar pro meu território.
As garras de Riaz se libertaram. — Eu não sou um juvenil, então desiste.
— Não, você é o idiota cabeçudo do meu amigo. — Ele olhou para cima. — Grace está vindo, então me deixe dizer só isso, o clã precisa de você inteiro e estável. Mantenha isso em mente antes de deixar o que quer que esteja mexendo com a sua cabeça te engolir.
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