Amor X pensamento em penumbra



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Amor x pensamento em penumbra
Robert tinha uma rotina monótona. Era sexta-feira de 1947, o tempo estava ameno, como de costume naquela localidade. Robert andava ansiosamente pela extensa estrada Tolentino Siqueira. Ao longo de seu percurso, as folhas das longas azinheiras se rompiam com o ímpeto do vento. Residências modestas espalhadas pelos terrenos adiante compunham a pacata cidade. Não havia ruídos presentes na quietude daquele entardecer. O cenário estava um tanto quanto medonho. Robert tinha como destino encontrar-se com Sophie. Nome de sua paixão insana. Sophie era uma formosa donzela, cuja beleza física era inefável. Seus olhos eram azuis como o oceano, já seus cabelos, louros, cintilavam como ouro. Os seduziam como rubis.

-Robert...

Diz Sophie, com um sorriso cândido e enigmático.

- Sophie!

...replica Robert.

Aproximando-a, fitou-o demasiadamente.

-Estava à sua espera, Robert.

Ela tinha placidamente uma expressão calma.

O prazer momentâneo e as ambições carnais faziam Robert tapar seus olhos para a realidade, sendo que, Robert estava envolvido em um triângulo amoroso, haja vista que, ao se envolver com Sophie, já compartilhava seus sentimentos com Amélie, uma moça bela, recatada e submissa. Sophie havia tomado conhecimento daquele triângulo há pouco tempo, visto que Robert a enganara por um longo período sobre seu estado civil. Robert, bem afeiçoado, esguio, possuía olhos oblíquos, hipnotizantes, assim como seus lábios. Os olhos eram capazes de fazer qualquer um afogar-se em sua imensidão, possuía também dedos delgados que proporcionavam toques indescritíveis.

-Como estás, Bela Sophie?

-Me vesti para você, Robert!

Robert indaga qual o motivo do encontro proposto por ela, uma vez que, os dois tinham costume de se encontrar somente durante os fins de semana, com a finalidade de não levantar suspeitas. Sophie dizia que queria encontrar com ele a sós, porque tinha uma surpresa para lhe oferecer.

-Como vai Amélie? -perguntou ela, ardilosa. Enquanto tirara um cigarro de sua bolsa.

-Você me chamou aqui para perguntar sobre Amélie?

-Ah, Robert… é apenas uma pergunta - e o toma pelo braço sorrindo.

-Vamos caminhando, o parque Delfos fica logo ali, perto da estação ferroviária. Vamos lá nos divertir um pouco, distrair... Lá realizaremos todas suas fantasiais, diferente de todas as outras já realizadas por nós.

Durante o caminho Sophie faz várias declarações, e Robert a corresponde. Ela comenta que o amor que sentira, nem seu âmago era capaz de descrever com tamanha precisão suas emoções e sensações. Com fins provocativos, soprou a fumaça provinda do cigarro na face do companheiro durante a caminhada. Gozou-se de sua presença enquanto chegara ao destino desejado. No parque, a única presença era a de uma débil melodia infantil, cantadas por crianças, sendo o único som presente naquele entardecer. Recostando a cabeça no ombro dele, ela retardou o passo.

-Sabe, Robert... tenho saudade daquele tempo em que nos preocupávamos somente em quando íamos ficar juntos entrelaçados em um edredom. - ele não a responde. E permanece quieto.

Sophie propõe para eles irem para a estação ferroviária, que fica a poucos metros dali. Usa o fato de a estação ser mais reservada, argumentando que seriam somente os dois que estariam por lá. Lugar esse em que se concluiriam suas intenções.

Enquanto isso, uma coruja parou em um cipreste e soltou um grito. Sophie fremiu. Já noite, a lua estava radiante. O mato rasteiro dominava tudo. Foram andando vagarosamente pela longa alameda banhada pelo luar. Os passos ressoavam como uma música feita do som das folhagens secas presentes no local. Ambos eram conduzidos pelo desejo carnal.

Na estação, Sophie aproxima-se de Robert com um olhar sensual... Acariciou-lhe o rosto com as pontas dos dedos. Ficaram com as faces sisudas. E aos poucos, inúmeras rugazinhas foram se formando em redor dos seus olhos. Instigando-o, o clima acalora. Eles deitam sobre os indolentes trilhos da estação, pelos quais passavam os trens da cidade. Dessa forma, ela começa a despi-lo... e com as vestimentas dele, ela o amarra sobre os trilhos e diz em seu ouvido: "o trem das oito está prestes a passar". A expressão, tão aberta e lisa, repentinamente escureceu, envelhecida.

Estupefato, ele esbugalhou os olhos e suplicou para que ela o desamarrasse.



Ela verga a cabeça para trás e com um sorriso lúgubre, diz:

-Boa noite, meu bem! –Acendeu outro cigarro e seguiu seu trajeto pela alameda.
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