O período Vargas (de 1930 e 1945). Dois golpes de Estados delimitam
esse período: um para colocar Getúlio Vargas no poder e outro para derrubá-lo.
A atuação parlamentar praticamente não existiu no período Vargas e,
quando houve, sempre esteve atrelada ao governo central. O Brasil teve duas
constituições: a de1934 (que tinha um fundamento liberal e durou muito pouco) e a
de 1937 (que foi imposta por Getúlio Vargas, com inspiração fascista e autoritária).
Com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder estabeleceu-se o que a
Sociologia chamou de populismo: uma relação de poder em que o governo buscava
o apoio dos trabalhadores e também da burguesia industrial (setor que de fato
representava). Com isso, Getúlio criou uma divergência com o setor agrário
dominante, já que seu objetivo era implantar uma nova ordem industrial.
Para alguns autores brasileiros, como Helio Jaguaribe e Guerreiro Ramos, o
traço marcante do populismo de Vargas foi a liderança carismática. Para outros
estudiosos, como Francisco Weffort, tratava-se de um fenômeno de massas e de
classes, com certo traço manipulador. Já de acordo com Octávio Ianni, foi um
fenômeno ideologicamente baseado no nacionalismo, com uma política que
envolvia todas as classes sociais, portanto, um movimento policlassista.
Em termos econômicos, havia um compromisso entr o governo e as elites
urbanas de industrializar o país, utilizando para isso a modernização da estrutura
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estatal e também a incorporação, de modo controlado e subordinado, das emergentes
massas urbanas. O Estado aparecia como o principal agente investidor na
infraestrutura
necessária
a
esse
processo.
Sem perder de vista seu caráter autoritário e a repressão que desencadeou
no Estado Novo, Getúlio Vargas deixou um legado de leis trabalhistas e a concepção
de um país com um projeto nacional que continuou nos anos seguintes.
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