JOÃO UBALDO RIBEIRO:
Sargento Getúlio;
Vila Real;
Viva o provo brasileiro (prosa).
JOSÉ J. VEIGA:
Os cavalinhos de platiplanto;
A máquina extraviada;
De jogos e de festas (contos).
A hora dos ruminantes;
Sombras de reis barbudos;
Os pecados da tribo; Aquele mundo de Vasabarros (novelas). Estórias passadas no interior, próximos a cidades e de pequenas comunidades. Não narrativas onde os fatos, as pessoas, por vezes diferentes, trazem uma anormalidade nos modos de vida, transportando a uma quebra da rotina, instalação de falta de segurança, medo e pavor. Tudo isso coloca sua obra dentro do realismo fantástico.
A HORA DOS RUMINANTES
Primeiramente, homens estranhos chegam à cidade de Manarairema, plantando cercas, erguendo tendas. Aos habitantes do lugar restam somente perguntas sobre a procedência e a identidade dos mesmos. Isto perdura por algum tempo até que, os habitantes da cidade são surpreendidos com a chegada de matilhas, centenas de cães, que invadem Manarairema, fuçam por todos os lugares, e acossam os moradores. De repente, como num passe de mágica, os cães desaparecem, dando lugar a uma nova invasão: a de bois, os ruminantes. São também centenas deles que ficam por ali, sitiam as casas, também acossam os habitantes, a sujeira é completa pelas ruas. Outro passe de mágica e eles também desaparecem sem deixar vestígios. Em seguida, um terceiro passe de mágica e os homens estranhos, da mesma maneira como chegaram, sem que ninguém saiba por que, desaparecem.
SOMBRAS DE REIS BARBUDOS
O menino Lu é o protagonista-narrador. Ele conta a estória de uma companhia que chega à sua cidade, começando a fixar proibições de todas as maneiras. Os habitantes começam a perder a vontade própria e também começam a agir de maneira despersonalizada. Na verdade, é um libelo, uma alegoria sobre a liberdade.
MOACYR SCLIAR:
Carnaval dos animais (contos).
A guerra do bom fim;
O exército de um homem só;
Os deuses de Raquel (novelas). Desde a primeira obra é tido como “um realista mágico, um criador de atmosferas e um domador do fantástico”. A obra é uma mistura de fantasia e realidade, dentro do gênero fantástico.
A GUERRA DO BOM FIM
Joel é uma personagem originada no primeiro livro (
Carnaval dos animais) e que se torna o herói deste segundo livro, o qual analisa as relações familiares e os costumes do povo judeu, bem assim, seus costumes, no bairro do Bom Fim, na capital do Rio Grande do Sul. Narra ainda a viagem a Israel, como a terra prometida, e uma visão dolorosa da guerra no Oriente Médio.
O EXÉRCITO DE UM HOMEM SÓ
A estória é ambientada na cidade de Porto Alegre, narrando a vida de Mayer Guinzburg, um visionário de ascendência judaica, que se considera o criador de uma nova sociedade. Novamente, numa alternância de fantasia e realidade, são apresentadas pelo autor as alucinações da personagem que, em sua imaginação, é o capitão Birobidjan.
OS DEUSES DE RAQUEL
Raquel é uma moça judia, com uma sensibilidade fora do comum, o que a torna estranha ao mundo em que vive. Ela se debate numa procura da paz que jamais é encontrada. Miguel, um louco, encaminha-a na manifestação dos deuses do título: os deuses de Raquel.
RUBEM FONSECA: Os prisioneiros; A coleira do cão; Lúcia McCartney; O homem de fevereiro ou março; Feliz Ano Novo; O cobrador; Romance negro e outras histórias (contos).
O caso Morel; A grande arte; Bufo & Spallanzani (romances). Evidência de cenas violentas nas mais diversas gradações. As personagens pertencem à marginalidade, ao crime organizado: narcotráfico, libertinagem, jogatina, poder político. O estilo é enxugado, conciso, ativo.
BUFO & SPALLANZANI
Ivan Canabrava é o nome real de um escritor que usa o pseudônimo de Gustavo Flávio e mantém romance com Minolta. De seis em seis meses, ela o visita no Rio de Janeiro, ocasião em que ele lhe conta suas demais aventuras amorosas. Trata-se, na realidade, de um romance policial.
Uma de suas aventuras, Delfina, é encontrada morta em seu carro, num beco do Jardim Botânico. Delfina era casada com um milionário, Eugênio Delamare.
Os amantes, livro de autoria de Gustavo, é encontrado no carro e contém uma dedicatória e seu autógrafo. Além disso, há uma carta onde é colocada a intenção de Delfina de separar-se de Eugênio e o seu caso com Gustavo. Isso coloca Guedes, inspetor de polícia, na pista do escritor. Durante estes acontecimentos, o escritor tenta escrever o livro que leva o mesmo título dessa sua obra. Não conseguindo, retira-se para um refúgio no pico do Gavião. Sabendo do caso pela boca do escritor, a amante de Gustavo o castra, após um seqüestro por capangas. Guedes com dois policiais, todavia, invade o local em que ele se encontra. Os torturadores e os policiais são mortos. Guedes é suspenso para responder a inquérito. Gustavo confessa a Minolta que matara Delfina, a pedido daquela, que havia descoberto ser portadora de leucemia. Ele reluta bastante e a mata. Em sua confissão, ele termina dizendo que iria entregar-se à polícia se fosse desejo de Minolta.
JOSUÉ MONTELLO:
Janelas fechadas;
A luz da estrela morta;
A décima noite;
Os tambores de São Luís (prosa).
LEDO IVO:
O caminho sem aventura;
A morte do Brasil;
Ninho de cobra;
As alianças;
O sobrinho do general (prosa).
A noite misteriosa (poesia).
Use a passagem subterrânea (contos).
LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO:
Amor brasileiro;
Pega pra Capitu;
A mesa voadora;
Humor de 7 cabeças;
Ed Mort;
Sexo na cabeça;
O analista de Bagé;
Outras do analista de Bagé; O gigolô das palavras;
A velhinha de Taubaté;
O popular;
A mãe de Freud;
A mulher do Silva (prosa).
O ANALISTA DE BAGÉ/OUTRAS DO ANALISTA DE BAGÉ
A personagem título é uma hilariante combinação da rude sinceridade e franqueza do homem do interior gaúcho com a sofisticação da psicanálise. Ambas as obras são coletânea de trabalhos do autor em relação à personagem, e mais um conjunto de contos e crônicas, com humor, inteligência e sensibilidade.
MÁRIO QUINTANA:
Rua dos cataventos;
Sapato florido;
O aprendiz de feiticeiro;
Apontamentos de história sobrenatural;
Canções;
Caderno H (poesia). Linguagem coloquial, constante atitude confessional, todavia trabalhada sonora e semanticamente,
bastante aproximada do leitor, com evidentes características: original e sutil senso de humor, filosofia, surrealismo, melancolia transparente e suave, lirismo imaginoso com notações neosimbolistas, fluência musical, estranhas e sombrias visões de sonho e mistura de realidade e fantasia.
MILLÔR FERNANDES: Computa, computador, computa; Trinta anos de mim mesmo;
Fábulas fabulosas;
A verdadeira história do paraíso;
Compozissõis infãtis;
Que país é este? (prosa).
Uma mulher em três atos;
Do tamanho de um defunto;
Bonito como um deus;
Diálogo da mais perfeita compreensão conjugal;
Pigmaleoa;
Liberdade, liberdade (em parceira com
Flávio Rangel);
Um elefante no caos;
O homem do princípio ao fim;
A história é uma história;
A gaivota;
Flávia, cabeça, tronco e membros (teatro). Famoso como humorista. Sua obra ‚ um misto de crítica de costumes, lirismo e humor.
DO TAMANHO DE UM DEFUNTO
Teatro. Roberto, médico, e Laura, sua esposa, são visitados por um ladrão, durante uma tempestade. Um policial os acorda para avisar que viu alguém pulando o muro. Depois de uma verificação, o policial vai embora e o ladrão entra. Roberto consegue prendê-lo. Depois, Roberto tem de atender a um chamado urgente e Laura fica com o ladrão, enquanto a polícia não vem. O diálogo é fora do comum. Roberto volta e, perguntando, descobre que o ladrão sofre de um mal incurável e liberta-o.
A HISTÓRIA É UMA HISTÓRIA
Teatro. Pelo sistema coringa (ator 1, ator 2 e atriz), é contada de forma humorística a história do mundo desde o momento de sua criação até os fatos mais marcantes dos anos setenta.
MURILO RUBIÃO:
O ex-mágico;
A estrela vermelha;
Os dragões e outros contos (contos). Pioneiro do realismo fantástico na literatura brasileira, expondo fatos estranhos, invulgares, presença do sobrenatural e de absurdos, intervindo nos acontecimentos naturais. Daí, o uso de citações bíblicas por epígrafes, situações fora do comum e o suspense. Metamorfoses, desdobramento de personalidades. Atmosfera de mistérios e imagens capazes de impor ao leitor, do começo ao fim da narrativa, uma tensão continua, crescente e divertida.
ODUVALDO VIANA FILHO:
Chapetuba Futebol Clube;
A mais valia vai acabar, seu Edgar;
Quatro quadras de terra;
Se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come (em parceira com
Ferreira Gullar);
Longa noite de cristal;
Papa Highirte;
Rasga coração. Teatro participante sobre os problemas sociais e políticos. Análise da classe média, o problema de massificação do indivíduo nas grandes cidades. Denúncia de injustiças sociais.
ORÍGENES LESSA:
O feijão e o sonho;
A noite sem homens;
O evangelho de Lázaro (romances).
O escritor proibido;
Garçom, garçonete, garçoniere;
Zona Sul;
Beco da fome (contos). Valorização de episódios, com os problemas e as grandezas da gente humilde.
OSMAN da Costa LINS:
O visitante;
O fiel e a pedra;
Avalovará ;
Rainha dos cárceres da Grécia (romances).
Nove, novena (contos).
Lisbela e o prisioneiro;
Guerra do cansa-cavalo (teatro). Pesquisa no campo da linguagem. Narrativas expressivas. Assunto do momento: as escolhas morais e as intenções éticas.
O FIEL E A PEDRA
Bernardo é um homem fiel, integro, de princípios, que procura todo custo manter estas suas qualidades, porém dentro de uma esfera de procederes bárbaros e de baixo interesses.
PAULO MENDES CAMPOS:
A palavra escrita;
O domingo azul do mar;
O cego de Ipanema;
Trinca de copas;
O cronista do morro,
Homemzinho na ventania, O anjo bêbado (crônicas). Dono de uma linguagem tendendo para o poético, para as metáforas e para o figurado, mostra a descoberta de coisas ordinárias para todos os homens, ou seja, a substância da vida escondida pelas aparências. Há o redescobrimento do mundo infantil contra a vida da cidade grande: pureza, magia, ludismo, prazer da vida vérsus solidão, tédio, desumanização.
PLÍNIO MARCOS:
Dois perdidos numa noite suja;
A navalha na carne;
Homens de papel;
Quando as máquinas param;
Balbina de Iansã;
Abajur Lilás. Teatro em que os textos denunciam e protestam contra uma sociedade que gera e massacra seus marginais. As personagens são mendigos, vagabundos, delinqüentes, prostitutas, homossexuais, no centro da ação dramática. Linguagem viva dos submundos. Ou seja, teatro marcado pela violência da temática e pela linguagem franca e direta. Desnudamento dos problemas sociais dos marginalizados pelo sistema social.
QUANDO AS MÁQUINAS PARAM
Teatro. Nina e Zé, as duas únicas personagens da peça, descrevem a vida de tantos paulistanos. Ele, desempregado, luta por uma colocação difícil de ser conseguida, face a tantos outros desempregados. Ela, grávida, critica a sua maneira de ser, de levar a vida. De entremeio, falas sobre a vida internacional daqueles dias.
Ao final, a "briga" toma maiores proporções e Zé, em desespero, mata o filho com um soco violento na barriga da mulher.
A NAVALHA NA CARNE
Teatro. Neusa Suely, Vado e Veludo são as três personagens. Ela é uma prostituta; Vado, o cafetão; Veludo, m pederasta. Num sórdido quarto de hotel de quinta classe, com apenas um guarda-roupa bem velho, com espelho de corpo inteiro, uma cama de casal, um criado-mudo e uma cadeira velha como móveis, desenrola-se a ação, quando é mostrada, com toda crueza e realidade, a vida desse submundo. É simplesmente um retrato bem nítido de tudo aquilo que envilece a imagem humana.
DOIS PERDIDOS NUMA NOITE SUJA
Teatro. Novamente, o cenário é pobre. Um quarto de hospedaria de última categoria. Duas camas bem velhas, caixotes improvisando cadeiras, roupas espalhadas. Nas paredes, recortes, fotografias de um time de futebol e de mulheres nuas. Neste ambiente, estão Tonho, de boa formação, que está a procura de emprego do tipo bancário ou funcionário público, e Paco, um marginal, inclusive violento. Tonho precisa de um sapato melhor para se apresentar como candidato a emprego. Paco tem o sapato, roubado, mas não o empresta nem aluga. Vários atritos ocorrem. Premido, Tonho comete assalto com Paco e, ao final, o primeiro consegue tomar o revólver do segundo e, completamente tresloucado, mata-o com um tiro, tornando-se, então, um novo marginal.
RICARDO GUILHERME DICKE:
Caieira;
Deus de Caim;
Madona dos páramos;
Último horizonte;
Cerimônias do esquecimento (romances). Considerado um dos melhores ficcionistas brasileiros. Escrita marcada pela originalidade, pelo vigor, pela beleza de cada frase, pela solidez do conjunto. Rompimento com as correntes da ficção moderna. Obra tida como uma ficção assentada nas garras e alma nas entranhas da terra. Um tipo de alquimia verbal de Guimarães Rosa. Nela, o monologal e o descritivo, o psicológico e fatual, o fantástico e o real se unem.
MADONA DOS PÁRAMOS
José Gomes é um fugitivo de uma cadeia de Cuiabá, na década de 40. Após a extração de um dente, ele vai para casa antes da hora e pega a mulher em ato de traição e assassina-a junto com o amante. No caminho da fuga, ele encontra Garci,
outro fugitivo, ainda menino, que havia matado um sargento em legítima defesa depois de ser espancado pelo outro. Eles estão em busca da Figueira-Mãe, lugar de prazeres, onde habita o Sem-Sombra. Os dois encontram outros fugitivos: Urutu, Caveira, Bebiano Flor, Babalão Nazareno, Chico Inglaterra, Lopes Mango de Fogo, Pedro Peba, Melânio Cajabi e outros. No local do encontro, já existe uma verdadeira carnificina de soldados praticada pelo bando. Na realidade, a maioria desse pessoal é assassino convicto. Em suas aventuras, eles assaltam uma fazenda, onde se encontra uma mulher que fica sendo a Madona dos páramos. Todo o bando segue na mesma direção e, em retrospectos, é mostrada a razão da prisão de cada um. Há perseguição da polícia e outras cenas de grande impacto. Entre elas, um outro assalto a uma outra fazenda cheia de riquezas, onde a soldadesca havia trucidado os proprietários. Ali, a Madona dos páramos ou a Moça sem nome consegue fugir. O bando continua sua fuga até o desenlace inesperado.
STANISLAU PONTE PRETA (pseudônimo de Sérgio Porto):
Tia Zulmira e eu;
Primo Altamirando e elas;
Rosamundo e os outros;
Febeapá - Festival de besteira que assola o país (2 volumes);
Febeapá 3 - Na terra do crioulo doido (a máquina de fazer doido); As cariocas (como Sérgio Porto) (prosa). Breve crônicas e pequenos contos. Esfuziante humor, em linguagem anticonvencional, rica de achados e ditos muito próprios do autor, embora a colocação de muitos termos do carioquês. Presença do humor e sátira de nossa sociedade. Os costumes, as personagens, os comportamentos e as instituições estão expostos.
TIA ZULMIRA E EU/PRIMO ALTAMIRANDO E ELAS/ ROSAMUNDO E OS OUTROS
Através de suas personagens principais (Tia Zulmira, Altamirando e Rosamundo), crônicas do cotidiano, contos e pequenas estórias satirizam os costumes, principalmente da sociedade carioca contemporânea, indo ao cômico e ao farsesco da vida nacional. O trio integrante da famosa família Ponte Preta finda por compor a trilogia de uma jocosa comédia humana brasileira.
FEBEAPÁ - FESTIVAL DE BESTEIRA QUE ASSOLA O PAÍS (2 VOLUMES)
Registro com muito senso de humor e ironia, no melhor estilo do autor, em coleta e comentários das situações ridículas e tragicômicas dos acontecimentos em marcha da vida pública brasileira de sua época, ou seja, no contexto da ditadura militar nos anos 60.
FEBEAPÁ 3 - NA TERRA DO CRIOULO DOIDO
Na primeira parte, a continuação do "Festival de besteira que assola o País". Na segunda, também denominada "A máquina de fazer doido", críticas corajosas e irreverentes do estado de coisas que prevaleciam (e prevalecem) nos meios de televisão em nosso país. Finalmente, as estórias sobre os fatos e acontecimentos daqueles dias.
THIAGO DE MELLO:
Narciso negro;
Vento geral;
Faz escuro mas eu canto porque a manhã vai chegar;
A canção do amor amado, Poesia comprometida com a minha e a tua vida; Mormaço na floresta (poesia). Poesia enganada de acordo com a necessidade social e política a partir dos anos 60, o que lhe valeu um exílio. De volta ao Brasil deu continuidade com o humanismo e o sociológico na sua obra.
HELENA KOLODY:
A lágrima;
Música submersa;
A sombra do rio;
Vida breve;
Era espacial e trilha sonora;
Tempo;
Correnteza;
Infinito presente;
Sempre palavra;
Poesia mínima;
Viagem no espelho, Ontem agora; Reika. A simplicidade da linguagem em sua obra traduz um profundo conhecimento da vida e da alma humana. Poesias de textos breves sintetizam as vicissitudes e contradições da existência, meditação sobre o tempo inexorável, que é um eterno morrer e nascer, que vai calmo, sem ansiedades para quem entende o sentido eterno da vida. Há também versos que refletem um mergulho no próprio íntimo, à procura da própria essência e de um sentido para a vida, assim como a vida ao a livre, o contato com o campo marcaram a vida da poetisa e lhe deram inspiração para belíssimos poemas .
CARLOS NEJAR: Sélesis; O campeador e o vento; Danações; Ordenações; Somos poucos, A ferocidade das coisas. No início um poeta místico. As influências de outros poetas o levam a uma poesia de fundo histórico e social, um arauto da coletividade.
PAULO LEMINSKI; Não fosse isso e era menos/Não fosse tanto e era quase; Polanaises; Caprichos e relaxos; Distraídos venceremos; La vie en close. Poesia lírica, plena de humanitarismo, humor e filosofia existencial. Utilização de recursos sonoros, léxicos e semânticos, além de valer-se dos recursos espacio-visuais, por vinculação à poesia concreta. Dono de um trabalho artesanal, analista, consciente, com criatividade.
UBALDO MONTEIRO:
Flor de pequi (romance).
Meus varzeanos (poesia).
Cuiabaninhos;
Senzalas mato-grossenses (contos). Bom urdidor de tramas, com fidelidade absoluta aos estilos de vida das épocas, propiciando uma autêntica viagem no tempo.
CRISTÓVÃO TEZZA: Gran Circo das Américas; O terrorista lírico; Ensaio da Paixão; Aventuras provisórias; Juliano Pavolini; A saudade do vento; Trapo (romances);
A cidade inventada (contos). Em sua própria definição, ele se diz um romancista de uma consciência da classe média urbana, através de suas personagens, seres solitários, anarquistas, inconformados, rebeldes e outros tipos psicológicos.
TRAPO
Numa Curitiba da atualidade, o professor Manuel recebe pela dona de uma pensão, Izolda, dois pacotes de textos escritos por Trapo. Manuel, professor aposentado de literatura e língua portuguesa, é um solitário que vive perto da pensão de Izolda. Ao receber a visita da mulher, que ainda não conhecia, passam toda a noite conversando entre cafezinhos e licor do coquinho butiá. Por ela ser faladeira, o professor toma conhecimento de que Trapo era novo, 20 anos, anarquista, cheio de revoltas, zombeteiro, gostava de viver na boêmia, não mantinha relações com a família e trabalhava numa agência de publicidade. Izolda o amava como a um filho e ele havia se suicidado poucos dias antes. Depois de ler os originais e tentar construir o perfil psicológico de Trapo, sente que ele era um apaixonado pela vida e, ultimamente, por Rosana. Donde, o seu suicídio. Bodega, bar freqüentado por artistas e intelectuais, é o mais provável lugar para o encontro com amigos do rapaz. Um deles é Hélio, quase sempre embriagado e que propõe ao professor um romance sobre Trapo, entremeado daqueles textos recebidos de Izolda. Duas outras amigas, Leninha e Luci buscam ajudar Manuel que procura e consegue localizar a família de Paulo, o Trapo. Entretanto, há uma grande distância de separação. Embora perto dos sessenta anos, Manuel resolve então deslindar o motivo daquela morte indo até Rosana, grávida de Trapo, que o avisara e ele havia proposto o casamento. O namoro já era proibido pela família dela e a proposta contra o casamento foi o aborto. Ela fica traumatizada e ele se mata. Escrevendo, Manuel reavalia sua vida e seus valores, noiva com Izolda, por ter encontrado no jovem Trapo uma libertação e novo objetivo na vida.
POESIA CONCRETA
NOTA INTRODUTÓRIA: Lançamento na Exposição Nacional de Arte Concreta, embora já existisse anteriormente, com experiências publicadas em "Noigandres" (revista-livro).
CARACTERÍSTICAS: Poema-objeto em que são utilizados recursos acústicos, visuais, carga semântica, espaço tipográfico, disposição geométrica dos vocábulos na página: o texto poético ganha uma forte análise da palavra em seus diversos níveis e de suas possibilidades espacio-temporais na página. Resumindo, uma rejeição ao verso tradicional, linear e discursivo.
AUGUSTO DE CAMPOS:
O rei menos o reino;
Colidouescopo;
Poemóbiles;
Poetamenos;
Poesia completa;
Ovonovelo;
Linguaviagem;
Equivocábulos;
Antologia Noigandres.
DÉCIO PIGNATARI:
O carrossel;
Rumo a Náusicaa;
Poesia pois é poesia;
O rosto da memória.
HAROLDO DE CAMPOS:
Auto do possesso;
O âmago do ômega;
Servidão de passagem;
Xadrês nas estrelas;
Poemas em noites grandes;
Galáxias.
JOSÉ LINO GRÜNEWALD:
Um e dois.
JOSÉ PAULO PAES:
Poemas reunidos;
Anatomia da musa.
NEOCONCRETISMO
Reação ao visualismo e ao racionalismo mecânico do concretismo, teve como elemento idealizador principal o poeta Ferreira Gullar. No entanto, este movimento envolveu, além da poesia, artes plásticas e dança. Na poesia, aconteceu a recuperação da subjetividade do eu-lírico.
POESIA PRÁXIS
NOTA INTRODUTÓRIA: Dissidência do grupo concretista. Lançamento através do Manifesto Didático.
CARACTERÍSTICAS: Valorização da palavra dentro de um contexto extralingüístico. Periodicidade e repetição de palavras com mudança de sentido e dicção conforme a posição do texto.
MÁRIO CHAMIE:
Lavra-lavra;
Indústria;
Now tomorrow mau;
Planoplenário.
MAURO GAMA:
Anticorpo;
Corpo verbal.
Obras consultadas
CAMPESTRINI, Hildebrando. Literatura para o Segundo Grau, (?), São Paulo, FTD (?).
CÂNDIDO, Antônio; CASTELLO, J. Aderaldo. Presença da Literatura Brasileira - do Romantismo ao Simbolismo, sexta edição, São Paulo/Rio de Janeiro, Difel, 1976.
FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Matos de. Literatura Brasileira, (?), São Paulo, Ática, l99l.
LUFT, Celso Pedro. Dicionário de Literatura Portuguesa e Brasileira, terceira edição., Rio de Janeiro, Globo, 1987.
MARQUES, F. Costa, A análise literária, princípios e exemplificações, segunda edição, Coimbra, Portugal, Livraria Almedina, 1968
NICOLA, José de. Literatura Brasileira das origens aos nossos dias, terceira edição, São Paulo, Scipioni, l99l.
OLIVEIRA, Cândido de. Súmulas de Literatura Brasileira, décima sexta edição, São Paulo, Biblos, (?).
RODRIGUES, Antônio Medina; CASTRO, Décio Antônio de; COSTA, Fernando dos S. TEIXEIRA, Ivan P.. Antologia da Literatura Brasileira, (?), São Paulo, Marco, l979.
RODRIGUES, Antônio Medina; CASTRO, Décio Antônio de; TEIXEIRA, Ivan P.. Literatura I e Literatura II, (?), São Paulo, Marco, 1982.
SANTOS, Volnyr. Literatura, Porto Alegre, RS, Gráfica e Editora do Professor Gaúcho, 1975.
TUFANO, Douglas. Estudos de Literatura Brasileira. terceira edição, São Paulo, Moderna, l983.
E TODAS AS OBRS RESUMIDAS.