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MAURO MOTA: Elegia; A tecelã; Os epitáfios; O galo e o cata-vento; Canto do meio (poesia). Poesia de expressão estética, precisa. Predominância do verso curto, poema breve, mais direto e comunicável.
PÉRICLES EUGÊNIO DA SILVA RAMOS: Lamentação Floral; Sol sem tempo; Lua de ontem (poesia). Preocupação formal, excepcional domínio da técnica poética, vocabulário nobre, imagens ricas. Tido como neoparnasiano.
NELSON RODRIGUES: Vestido de noiva; Perdoa-me por me traíres; Álbum de família; Os sete gatinhos; Viúva porém honesta; Bonitinha mas ordinária; A falecida; Boca de ouro; Beijo no asfalto; Toda nudez será castigada; A serpente (teatro). O casamento (romance). Responsável pela atualização do teatro modernista: retrato vivo do homem da cidade, principalmente do Rio de Janeiro.
BEIJO NO ASFALTO
Teatro. Arandir é transformado publicamente em homossexual, pela mobilização de testemunhos e pela produção de provas, mesmo enganadoras. Ao socorrer uma vítima de atropelamento, Arandir dá-lhe um beijo na boca, a pedido do agonizante. Por isso, uma imprensa sensacionalista se une a uma polícia corrupta para vender mais jornais e desviar a atenção do público, acusando-o de homossexual e mesmo de assassino. A opinião pública o condena, os amigos o ridicularizam e a mulher, Selminha, o desampara. Ele se afasta de casa, dos repórteres e dos vizinhos. Ele se esconde numa pensão, onde o sogro, Aprígio, o descobre, visita-o, acusa-o, revela seu ódio por ele e, finalmente, declara-se apaixonado por ele, enciumado de ele ter-se casado com Selminha e por ter dado o beijo em outro. Culminando, Aprígio mata Arandir com dois tiros.
FERREIRA GULLAR: A luta corporal; João Boa-morte; Dentro da noite veloz; Cabra marcado para morrer; Poema sujo (poesia). Se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come (em parceria com Oduvaldo Viana Filho - teatro). Vanguarda artística, do concretismo para um neoconcretismo. Busca do novo, da libertação do homem a partir de sua situação concreta. Preciosismo verbal, com base nas palavras e letras que pretendem construir.
ANTÔNIO CALLADO: Assunção de Salviano; A madona de cedro; Quarup; Bar don Juan; Reflexos do baile (romances). A cidade assassinada; Frankel; Pedro Mico; Forró no engenho Cananéia (teatro). No primeiro, a presença da influência do romance policial britânico; No segundo, o fanatismo religioso e já os problemas sócio-políticos. Ficção dirigida, forjada. Personagens esquemáticas, convencionais, com falas moldadas, arbitrárias. Salvação pela fluência narrativa, pelo saber-fazer idiomático e pela coragem de abordar a situação brasileira durante a repressão militar de 1964 em diante. Cenas de torturas, esquerdas, guerrilhas e, principalmente a mais tétrica, a censura. Prejuízo das boas qualidades pelo cerebralismo.
QUARUP
Nando é um padre jovem que, partindo de uma ingenuidade e de um idealismo, vai tomando consciência do atraso em que o país se encontra, dos grandes problemas do povo e da falta de justiça social. Isto o leva a abandonar o sacerdócio, ao engajamento na guerrilha, na luta política contra a ditadura militar daquela época. Os cenários principais são o Parque Nacional do Xingu e o Rio de Janeiro, com o desenvolvimento da história desde do último mandato do presidente Getúlio Vargas até o golpe militar de 1964. A vida de Nando decorre como a vida de todos os brasileiros, da própria história brasileira num período complicado e farto de dores.
FERNANDO SABINO: Os grilos não cantam mais (contos). A marca; A vida real (novelas); O encontro marcado; O grande mentecapto; O menino no espelho (romances). A cidade vazia; O homem nu; A mulher do vizinho; A companheira de viagem; A inglesinha deslumbrada (crônicas). Afirmação do talento na crônica (de fatos cotidianos, lições de vida e beleza). Exploração do lado pitoresco e poético do dia-a-dia com mistura de poesia e humor. Mais propriamente, o grotesco, o contraditório de alguns acontecimentos, a extensão que se esconde atrás de fatos banais. Linguagem direta, dúctil, oral. Estilo informal. Todavia, a linguagem é trabalhada, cada palavra é bem empregada para expressar a individualidade das personagens. No romance, autobiográfico: angústia da geração (frustrada, sem rumo, na busca de motivos e orientações para viver).
JOSÉ MAURO DE VASCONCELLOS: Banana brava; Barro blanco; Longe da terra; Vazante; Arara Vermelha; Arraia de fogo; Rosinha, minha canoa; O garanhão das praias; As confissões de frei Abóbora (romances). O meu pé de laranja-lima (memórias). Obra tida como silencioso clamor por assistência e justiça social. Capacidade de ressuscitar dramas humanos. Linguagem direta; frases curtas. Poder educativo, redação impulsiva, algum desaprumo de linguagem e estilo.
LYGIA FAGUNDES TELLES: Porão e sobrado; Praia viva; O cacto vermelho; Histórias do desencontro; História escolhidas; O jardim selvagem; Antes do baile verde; Seminário de ratos; Mistérios (contos). Ciranda de pedra; Verão no aquário; As meninas; As horas nuas (romances). Temática: desagregação moral do mundo burguês; Personagens femininas por predominância. Tendência ao psicológico, indo, por vezes, ao fantástico. Fluência narrativa, harmonia entre ação e diálogo, presente e passado, e outros. Criadora de expressões, inventora, renovadora. Adequação da língua à mensagem.
MÁRIO PALMÉRIO: Vila dos confins; Chapadão do Bugre. Registro dos costumes políticos e do modo de vida dos sertanejos da zona centro-oeste de Minas Gerais; peculiaridade e recursos da fala popular. Equilíbrio entre a criação ficcional e a preocupação documentária. Estilo inventivo, capaz de notáveis descrições. Elemento documental e descritivo, regional e pitoresco, episódico e anedotário. Entraves no ritmo de narrativa, progressão da estória, humanidade das personagens. Regionalismo que transcende o local e o pitoresco para o humano em todos os tempos e lugares. Uso de palavras de criação pessoal.

CHAPADÃO DO BUGRE
José de Arimatéia, o protagonista, assassina o homem que lhe seduzira a prometida, fugindo em seguida. As velhas e adormecidas rivalidades entre os poderosos daquela região, o sertão mineiro, aparecem com fulgor. Trata-se de uma tragédia sertaneja, à qual foi dado um clima épico.
RUBEM BRAGA: O conde e o passarinho; Morro do isolamento; Com a FEB na Itália; Um pé de milho; O homem rouco; Três primitivos; A borboleta amarela; A cidade e a roça; Ai de ti, Copacabana; A traição das elegantes; Recado de primavera. Cronista com visão cósmica subjetiva: amor à vida, pureza, liberdade de sentimentos. Ênfase ao cotidiano, onde busca a beleza e os valores humanos: pequenos gestos do dia-a-dia, atos gratuitos (contemplação de uma estrela, uma criança e outros). Pregação da convivência fraterna, tolerância, solidariedade. Obra que transmite um franciscanismo pagão. Linguagem singela, coloquial, intimista. Prosa dúctil, fluente, ritmo sutil.
DÁLTON TREVISAN: Novelas nada exemplares; Morte na praça; Cemitério de elefantes; O vampiro de Curitiba; Desastres do amor; Guerra conjugal; A faca no coração; A trombeta do anjo vingador; Lincha tarado (contos). Exploração da paisagem humana (retratos) da cidade de Curitiba, recriada como cenários: os pequeno-burgueses, os choques por questões de honra, os desencontros amorosos, sexualidade (erotismo desenfreado) e sangue, chegando quase ao dramalhão. Além disso vêem-se muito os dramas da vida rotineira, o não sentido da vida. Linguagem simples, subjetiva, insinuante. Aprofundamento em situações e traumas de cunho psicológico. Pesquisa dos hábitos e costumes populares. Estilo conciso. Valorização de pequenos incidentes.
JOSÉ CÂNDIDO DE CARVALHO: Olha para o céu, Frederico; O coronel e o lobisomem; Porque Lulu Bergantins não atavessou o Rubicão; Um ninho de mafagafos cheio de mafagafinhos; Manequinho e o anjo de procissão. Mostragem do homem do interior (vida, amores, lendas). Pesquisa da linguagem coloquial e dos elementos do realismo fantástico (real e mito) do folclore nacional.
O CORONEL E O LOBISOMEM
O coronel Ponciano de Azeredo Furtado, oficial superior da Guarda Nacional, é o narrador, na primeira pessoa e monopoliza o interesse da narração, pelos episódios hilários. O livro é ambientado nos Campos dos Goitacases, interior fluminense. Ele narra a história da decadência do bangüê fluminense e tem-se como homem vivido e prenhe de sabedoria, destemido e desassombrado, mulherengo, vaidoso, o cavaleiro andante das causas perdidas, mas na verdade um fanfarrão. Também é cobiçado pelas mães ansiosas pelo casamento de sua filhas. Ele narra também suas aventuras e proezas. São episódios hilariantes, grandes bravatas, por meio de uma falsa despretensiosidade. Neles, sobressaem-se os encontros libidinosos com uma sereia, onças e uma luta corpo a corpo com um lobisomem, além da generosidade para com os desafetos vencidos. Sendo um fraco produtor de açúcar é forte em imaginação, embora com uma queda por mulheres casadas. Um mundo mágico, repleto de perigos e desafios para Ponciano, que vive em função de seu passado e de sua imaginação. A linguagem é pictórica, com expressões populares deliciosas como um estilo da personagem narradora.
JORGE DE ANDRADE: Franco; O faqueiro de prata; A escada; Os ossos do barão; O telescópio; A moratória; Pedreira das almas; Senhora na boca do lixo; Rasto atrás; Milagre na cela. Desempenho louvável no teatro moderno. Obra realista tanto no tema como na linguagem, com preocupação social e senso histórico. Diálogos fluentes.


LITERATURA ATUAL
Também chamada "Produção Contemporânea". Por motivos óbvios, uma vez que a produção não possui ainda uma análise completa, segue apenas uma nominata exemplificativa, com algumas referências.
ADÉLIA PRADO: Bagagem; O coração disparado; Terra de Santa Cruz (poesia). Cacos para um vitral; Os componentes da banda (prosa). Dona de uma expressão bastante forte, contudo linguagem coloquial e aprimorada, em termos como as diversas medidas da feminilidade, o sagrado e o profano, o dia a dia e a afeição pela existência.
ADONIAS FILHO: Os servos da morte; Memórias de Lázaro; Corpo vivo; O forte; Léguas de promissão; As velhas (romances). Tido como cultor de um regionalismo moderno, em profundidade, tem em seus três primeiros romances uma trilogia cacaueira. Sua estórias são trágicas, cheias de violência e sangue, em atmosfera de pesadelo e fatalidade, paixão e insânia. Todavia, não viram dramalhões devido a arte de Adonias Filho. Seu idioma e seu estilo - que dá a ele originalidade da moderna literatura brasileira - são especiais pela concisão, pela sintaxe original, ritmo sincopado, metáforas e outras qualidades.
AS VELHAS
Tari Januária é a velha número um. É uma índia pataxó que está sempre sentada num banquinho fazendo renda de bilros e mascando fumo. Sua aldeia foi aniquilada por plantadores de cacau. Eles confundiram estes pataxós com os camacãs, de quem queriam se vingar. Pedro Cobra não permitiu que a maltratassem e tomou-a por mulher. Ergueram casa, fizeram plantação e quatro filhos, que chamaram de Tonho Beré, Inuá, Moá e Branca Ita. Paupemba, o pai, havia sido morto na frente de Pedro Cobra. Este também foi morto na frente de seu filho Inuá, por uma mulher que o culpava da morte de seus dois filhos, pelas onças que ele vivia em perseguição. Branca Ita, a caçula, se junta com João Pintado que foi para Almedina a fim de descobrir a sepultura de Pedro Cobra, deixando-a grávida. Ele nunca mais foi visto. O filho que também recebeu o nome de João, tinha o apelido de Uirá, e se torna inseparável de Tonho Beré. Zefa Cinco é a velha número dois. Só da Sovela, conhecedor da historia de Zefa Cinco, conta-a a Tonho Beré: vindo de Ilhéus, Chico adquiriu um banhado onde proliferavam os marrecos, chamados por ele de paturis. Donde, seu apelido, Chico Paturi. Trabalhou, drenou o banhado, plantou cacau e depois foi buscar seu irmão e seu primo, Paulão e Pedrão, em Ilhéus. Aí, passaram a ser os três Paturis. Num sábado, na cidade, depois de comprar cavalos dos Pratibus, Chico conheceu Zefa e se apaixonou. No final do dia, chegam os cangaceiros, desafetos dos Pratibus. Um tiroteio dura a tarde toda e toda a noite, resultando numa mortandade. Somente sobram Chico, Paulão e Zefa. Zefa mata cinco deles. Daí, o seu apelido: Zefa Cinco. Amasiando-se, Chico e Zefa têm dois filhos que são mortos pelas onças que Pedro Cobra vinha perseguindo. Mais tarde, ela mataria Pedro Cobra. Chico e Zefa têm uma filha, Asa, que em plena mocidade foge com um caçador, Binô do Itororó. Chico, Paulão e Zefa se armam e encontram as onças, trazendo o couro delas como troféu. Tonho Beré e Uirá vão à casa de Zefa saber da sepultura de Pedro Cobra, cujos ossos Tari Januária fazia questão. Zefa faz um acordo: que eles tragam sua filha Asa e terão os ossos. Tonho Beré e Uirá partem à procura de Asa, indo para Itororó, onde ficam sabendo que ela foi abandonada por Binô. Eles seguem para Camacã e ficam conhecendo Negra Zonga, a velha número três. Ela lhes diz que Asa está em Buerarema, mas como chove Tonho Beré e Uirá permanecem em Camacã. Trabalham e conhecem a história daquele povo. Os antepassados tinham vindo em um navio negreiro de Angola. Depois de um tempo, o pai, Calupo, sua mulher, e Zonga, a filha, fogem e se escondem. Mais tempo e se juntam a outros escravos fugitivos. Ajudados por Mariano Bentinho, comerciante, as roças de cacau proliferaram. O comerciante, vendo o progresso das lavouras, quis as terras para si, apresentando dívidas que já haviam sido quitadas. O Marido de Zonga, chamado Caé, é assassinado e as roças são incendiadas. Uraçu mata Mariano Bentinho, levando sua cabeça como prova. Zonga pode então reconstruir sua vida junto aos seus. Tonho Beré e Uirá viajam então para Buerarema, onde encontram Lina de Todos, a velha número quatro. Lina e o marido, Timóteo Lapa, vieram de Ilhéus, começando a trabalhar a terra em seguida. Vão chegando outros e se estabelecendo no local. Freqüentemente, a convite de Timóteo, os vizinhos são convidados para jogar e beber em sua casa. Numa dessas, Timóteo, bêbedo, perdendo demais, aposta a esposa, única mulher no pedaço, e a perde. Cheia de furor e de ofensa ela propõe que matassem seu marido e ela seria de todos. Acontece e Lina cumpre a palavra, até mesmo mercadejando o corpo por serviços na terra. Teve dez filhos, todos valentões que aterrorizavam o lugar. Chegando, Tonho Beré e Uirá se apresentam e pedem notícias de Asa, descobrindo que ela está morta há dez anos. No entanto, havia deixado um filha, Marimari. Esta estava prisioneira. Os dois a libertam e fogem com ela pelas matas. Na fuga, Tonho Beré e Marimari se apaixonam e se juntam. Conseguem voltar até Zefa Cinco que os vê e morre. Não havia ossos, era mentira de Zefa Cinco. Tonho Beré, Marimari e Uirá voltam para casa e ficam sabendo que Tari Januária queria os ossos para fazer quatro cabos de facas para seus filhos: Inuá, Moá, Uirá e Tonho Beré.
DIAS GOMES: Pé de cabra; Amanhã será outro dia; Os fugitivos do juízo final; O pagador de promessas; A revolução dos beatos; O berço do herói; Vargas; O santo inquérito (teatro). Odorico, o bem-amado (prosa). Obra à procura de uma saída pelo fantástico, misturando realidade e absurdo, afirmando o que faz parte do cotidiano e que mostrá-lo é apresentar uma realidade mais verdadeira. A realidade brasileira‚ a fonte de seu trabalho.
O PAGADOR DE PROMESSAS
Teatro. Zé (Zé-do-Burro) e sua mulher Rosa chegam à igreja de Santa Bárbara, em Salvador, Bahia. Zé carrega uma cruz de madeira, desde a sua propriedade, numa promessa feita a Iansã, Santa Bárbara no sincretismo religioso. Bonitão, um cafetão, e Marli, prostituta, chegam ao adro da igreja e após uma discussão por dinheiro, ele ameaça bater nela, que se esconde atrás de Zé. Bonitão conversa com Zé, já interessado em Rosa, com quem também conversa. Chega a Beata, o Sacristão sai da igreja e, em seguida, o padre Olavo e sua intransigência. Ao saber da promessa a Iansã, do candomblé, não permite a entrada de Zé com a cruz na igreja. No andamento, aparece o Guarda, há o Galego com sua tendinha, Minha Tia, vendendo cocadas. O fato atrai um repórter e um fotógrafo de jornal baiano, Dedé Cospe-Rima, um Secreta, um Delegado, e o povo representado por uma Roda de Capoeira, liderada por Mestre Coca e Manoelzinho Sua-Mãe. O jornal diz que Zé é comunista. O Delegado, pela conversa do padre Olavo, acossa Zé, que fica encurralado contra a parede. Zé empunha uma faquinha e recua em direção à igreja. Há uma luta generalizada, tudo num bolo só. Súbito, ouve-se um tiro. A multidão se dispersa como num estouro da boiada. Fica apenas Zé no meio da praça, com as mãos sobre o ventre. Dá dois passos em direção à igreja e cai morto. Os capoeiras o colocam sobre a cruz e o levam para dentro da igreja.
AUGUSTO BOAL: Marido magro, mulher chata; Revolução na América do Sul; José, do parto à sepultura; Arena conta Zumbi e Arena conta Tiradentes (em parceria com Gianfrancesco Guarnieri); Julgamento em novo sol (teatro). Criador do processo de alfabetização teatral, que transforma o espectador em agente da ação dramática, ou seja, oferecer meios de produção teatral e não uma obra acabada.
AUTRAN DOURADO: A barca dos homens; Ópera dos mortos; O risco do bordado; Os sinos da agonia; Armas e corações; A serviço do rei (romances). O monólogo interior é freqüentemente utilizado, numa linguagem trabalhada, onde estão presentes o amor a solidão e a morte.
ÓPERA DOS MORTOS
Rosalina é uma mulher solteira que habita um casarão com Quinquina, uma criada negra, espécie de ligação entre o mundo interior do imóvel e o dia a dia de uma cidade mineira. João Capistrano Honório Cota foi o construtor do casarão, num amplo delírio. Após o insucesso de uma atividade política, ele se ensimesma, como uma punição e uma purgação. Sua filha Rosalina recebe o casarão em herança e recebe também o orgulho e o sonho paternos. Pela diferença de situação, ela não se casa com o capataz e se enfia na solidão, embriagando-se constantemente e expondo sua ninfomania. O casarão chega a ser uma personagem viva, flutuando no espaço e no tempo, uma vez que todos os relógios foram parados. Quando Rosalina está prestes a sair de cena, um ruído conhecido se faz ouvir: o chiado do carro-de-bois de Juca Passarinho, um vagabundo, ao entrar na cidade, ficando completamente fascinado pelo casarão. Tão desiguais, Juca e Rosalina encontram-se em condições ideais para um desenlace em suas vidas. As suas experiências reunidas precipitam-se num encontro, no casarão silencioso, a altas horas da noite.
BERNARDO ÉLIS: Ermos gerais; Caminhos e descaminhos; O tronco; Veranico de janeiro; Caminhos dos gerais; André louco; Apenas um violão (prosa). Antes de tudo um regionalista, com estórias ambientadas no sertão goiano, estilo neo-realista, rudeza e primitividade. Sua denúncia social apresenta os pobres e indefesos, suas explorações, humilhações e violência sofridas pelas estruturas injustas, impostas pelos ricos e poderosos.
CARLOS HEITOR CONY: O ventre; Tijolo de segurança; Antes, o verão; Quase memória (prosa)
QUASE MEMÓRIA
A personagem principal é o pai do autor que, ao mesmo tempo é também personagem e narrador. Num conhecido hotel carioca, o Novo Mundo, o recepcionista entrega um pacote endereçado ao jornalista Carlos Heitor Cony, para ser entregue em mãos. Cony fica observando o pacote e identificando tratar-se de algo enviado por seu pai, cuja morte se dera 10 anos atrás: o barbante, o jeito de amarrar, o cheiro emanado e principalmente a letra sobrescrita. As lembranças, saudades e algumas outras sensações começam a vir a sua mente em ordem diacrônica, conforme o despertar das recordações. Cony decide-se e vai para o seu escritório, vizinho ao hotel, tranca-se e passa a noite numa profunda digressão. Aos poucos, o pacote revela aspectos da personalidade paterna - homem que acreditava em tudo que fazia e que fazia os outros acreditarem, incluindo Cony e seus leitores através dele -. Revela também um homem minucioso, perito em pequenas coisas, técnico em nós indesatáveis, criador, modificador e aumentador de estórias e casos, além das visitas surpresa ao filho no seminário, o excesso para com os detalhes e a valorização de tudo. O pai é funcionário público, jornalista e escritor e sua personalidade reside na curiosidade, na inquietude e no filho. Uma criança grande, ele cria galinhas, tem tanque de peixes, um jacaré-lagarto e adora soltar balões nas festas de junho, sendo que um deles volta dias depois ao mesmo lugar e ali se extingue.
CHICO BUARQUE DE HOLLANDA: Fazenda modelo (prosa). Calabar (teatro, em parceria com Ruy Guerra); Gota d'água (teatro, em parceria com Paulo Pontes); Ópera do malandro (teatro).
DOMINGOS PELLEGRINI: Os meninos; O homem vermelho; Paixões; As sete pragas; Os meninos crescem (contos).
O HOMEM VERMELHO
Livro de contos cujo ambiente é o norte do Paraná, num retrato amplo dos locais e gentes: prostitutas, desempregados, pequenos agricultores, mulheres da vida doméstica, caminhoneiros e diversos outros tipos numa marginalidade do meio rural e do meio urbano, a transformação das pequenas fazendas (minifúndios, conforme planejamento da empresa colonizadora), em latifúndios.
GIANFRANCESCO GUARNIERI: Eles não usam black-tie; Gimba; Arena conta Zumbi e Arena conta Tiradentes (em parceira com Augusto Boal); Marta Saré; Um grito parado no ar; Ponto de partida (teatro). Textos impregnados de sólidas preocupações históricas, sociais e políticas, dentro de um realismo crítico do próprio autor na abordagem daqueles temas.

ELES NÃO USAM BLACK-TIE
Teatro. Numa favela do Rio de Janeiro, transcorre um choque de posições entre Otávio e Tião, pai e filho, a respeito de uma greve por aumento de salário na fábrica em que ambos trabalham. Otávio crê que somente a adesão de todos os operários pode levar a uma melhor situação, livrando-os da miséria. Tião, criado fora do ambiente familiar, tem medo de perder o emprego. Ele está noivo de Maria e quer um futuro diferente. Por isso, fura a greve. Com isso, ele desaponta o pessoal da favela, inclusive Maria.
IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO: Bebel que a cidade comeu; Zero; Dantes o sol; Não verás país nenhum; O beijo não vem da boca; O ganhador (romances). Depois do sol; Pega eles, silêncio; Cães danados; Cadeiras proibidas; É gol; Cabeças de segunda- feira; O verde violentou o muro; (contos).
JOÃO ANTÔNIO: Malagueta, Perus e Bacanaço; Leão-de-chácara; Dedo-duro; Abraçado ao meu rancor (prosa). Crítico e historiador das coisas de São Paulo, com visão humorística. Mistura de crônicas com reportagens e autobiografia. O cenário é o mesmo freqüentado pela malandragem paulistana, bem assim, é a existência de suas personagens. A gíria é parte da linguagem, junto com o palavrão e o coloquial. Presentes a irreverência e a sátira, numa acomodação ímpar com as estórias e assuntos relatados.
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