Por fim, é importante compreender toda a camada implícita nos entremeios das
campanhas anti terroristas, que, em suma, compreende um ambicioso processo
expansionista norte-americano no mundo, de modo que a chamada Guerra contra o
Terror pode, sob certo viés, ser pautada mais como pretexto do que como objetivo.
Pretexto esse que, com um sangrento saldo em contagem, vem reverberando em
profundas mudanças nos relativos cenários geopolíticos e geoestratégicos, que, em
sua maioria, enrijeceram às relações internacionais, tal como as internas. No tocante a
estas, a ideia de segurança se tornou um dos mais expressivos pilares da visão de
nação defendida, principalmente, pelas grandes hegemonias. Esse protecionismo teve
como subprodutos a explosão da xenofobia e da intolerância, com ênfase para a
perseguição ao islamismo. Assim, atitudes extremas em prol desse ideal, inicialmente
ditas como preventivas, alçaram níveis ignorantes aos pré-estabelecidos tratados
internacionais, tornando um verdadeiro “slogan” patriota a iminência de guerras e
invasões de modo a proteger o bem-estar nacional, mesmo que isso signifique
sintetizar longínquos anos de mortes e destruição.
Cabe ainda propor uma série de questionamentos acerca da real efetividade de
décadas de intervenções armadas, visto que a imagem americana no Oriente Médio
pode ter sucumbido a uma cadeia cíclica e negativamente exponencial aos olhos dos
países da região, tornando instável a certificação de que eventos catastróficos
encontrarão seu fim. Entretanto, a emergência de movimentos como a Primavera
Árabe configura também o despontar de uma contramão ao radicalismo
fundamentalista, e da percepção da luta política como principal viés para a derrocada
da sanguinolência social abominada durante toda a era global contemporânea.
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