Ateu Graças a Deus



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11 - Ateus são super-homens

Ao longo da história, o qualificativo "ateu" foi com freqüência empregado de modo pejorativo contra pessoas ou comunidades que em nada correspondiam ao conceito moderno de ateísmo. Ainda assim, há 23 séculos passados têm-se notícias de grandes pensadores e personalidades que não aceitavam a existência de deuses e declararam isso de várias formas.

Assim foi que, Sócrates, - “só sei que nada sei” - cujas concepções influenciaram decisivamente o desenvolvimento da espiritualidade ocidental, foi acusado de ateu por não acreditar nas divindades atenienses e obrigado pelos “Papas da religião” da época, a beber veneno. (Morreu).

Crítias denunciou as religiões como invenções dos políticos para controlarem o povo e, no século III a.C., Evêmero esboçou uma interpretação racionalista da religião, considerando os deuses como antigos heróis divinizados e assim não brigou com ninguém.

Entre os séculos XV e XVI, o italiano Pietro Pomponazzi negou a imortalidade da alma e, veladamente, a existência de Deus. Seu compatriota Maquiavel separou a política da religião e considerou esta última um instrumento do poder.

O vigoroso espírito crítico de Nietzsche incidiu especial-mente sobre a ética cristã: para esta, o bom é o humilde, pacífico, adaptável; e o mau é o forte, enérgico e altivo. Para Nietzsche, essa é a moralidade tanto de senhores quanto de escravos. E assim, os senhores mantêm os escravos, como acontece nas religiões até hoje. Para Nietzsche, é bom o que vem da vontade de potência, e o mau o que vem da fraqueza.

De Epicuro é o célebre argumento: se Deus quer suprimir o mal e não pode, é impotente; se pode, mas não quer, é invejoso; se não quer nem pode, é invejoso e impotente; se quer e pode, por que não o faz?

Para os inabaláveis estóicos, Deus, Razão, Destino e Natureza constituem uma mesma coisa, e assim disseram tudo.

Giordano Bruno foi queimado na fogueira em 1600, acusado de ateu por suas teses panteístas, nas quais identificava Deus com a unicidade infinita. Nessa época era brabo. Queriam queimar Galileu porque afirmava que a terra era redonda e girava em torno do sol. Recentemente, nas novas versões da Bíblia, dizem que tal coisa já tinha sido falado por Deus a Moisés há muito tempo.

No século seguinte, o judeu holandês Baruch de Spinoza foi acusado de ateísmo por assemelhar Deus à substância, mas já não queimavam pessoas na fogueira por causa disso. Escomungavam.

No movimento cultural do século XVIII (Iluminismo), os ingleses adotaram o deísmo - o Deus da razão meramente humana; David Hume, como empirista, rejeitou toda metafísica e, portanto, as provas racionais da existência de Deus, mas declarou aceitar, como homem, a irracionalidade da fé, gerada pelo medo do desconhecido. De fato, dá medo saber que o homem é o máximo. Muita responsabilidade.

Na Alemanha, Kant negou a possibilidade da prova metafísica da existência de Deus. O que ele quis dizer com isso?

A religião de Hegel era pura intelectualidade, tendo sido interpretada como teísta, como panteísta e como atéia. O alemão Ludwig Feuerbach subverteu a dialética hegeliana: Não foi Deus que criou o homem a sua imagem e semelhança; foi o homem que projetou suas melhores qualidades sobre a tela do conceito de Deus. Ou seja, criou Deus às suas melhores imagens e semelhanças.

Para Marx, a religião é o ópio, o consolo adormecedor do povo.

Para Freud, a religião é uma projeção simbólica do inconsciente, na qual Deus ocupa a imagem paterna.

Para o positivismo lógico do círculo de Viena, as proposições "Deus existe" ou "Deus não existe" carecem de sentido e sobre elas não é possível emitir juízo algum.

Para Jean-Paul Sartre, o ateísmo é um pressuposto existencial, necessário para preservar a liberdade humana.

Alguns pensadores não negam nem afirmam a existência de Deus, mas consideram que não é possível chegar a nenhuma conclusão sobre o tema. Esses pensadores são denominados agnósticos, e entre eles se podem incluir os positivistas, que só afirmam aquilo que é objeto da experiência. Outros -- os céticos -- negam a possibilidade de se conhecer qualquer verdade e, por conseguinte, a possibilidade de se conhecer a existência de Deus. Desta forma, o ateu se diferencia do agnóstico no sentido de que não admite sequer a mera possibilidade da existência de Deus, e do cético pelo fato de admitir a possibilidade de conhecimento, embora negue Deus. Muito concisamente, pode-se dizer que o ateísmo é constituído por todas as doutrinas ou atitudes que negam a existência de Deus. Hoje os ateus não são mais queimados por essa negação. Pelo menos, nos países mais civilizados.

Assim sendo, racionalmente, somos nós, os homens, os seres mais poderosos do Universo, até que se prove o contrário, e nós ateus nos sentimos realmente com a responsabilidade de super-homens.


12 - Religião para Satsuma

Prezada Satsuma. Peço permissão para comentar as suas questões religiosas pelo ponto de vista de um ateu. Leia-me com isenção que você, pelo menos compreenderá porque eu estou escrevendo essas palavras a você. Eu não conheço os demais ateus que existem por aí, por isso falo segundo o meu pensamento pessoal.

1o.) A religião tem uma certa ambigüidade nas suas conseqüências. Tanto pode fazer bem, como pode fazer mal. Faz bem quando tira um desajustado social do seu mundo perdido e lhe dá uma direção útil e produtiva na vida. Faz mal quando escraviza mentalmente esse novo homem e faz dele um sócio contribuinte para a mesma religião que o guiou. Visto assim não parece tão ruim, mas essa sociedade induzida rouba o lucro do seu esforço e isso não me parece legal. Se esse mesmo homem tivesse obtido o apoio psicológico de um profissional, pagaria as consultas e estaria livre. A religião leva o homem a acreditar que existe um ser superior o apoiando, assistindo, amparando e guiando, quando isso não é verdade. A conseqüência disso é um homem dependente de um ser imaginário que definitivamente não fará nada por ele. Essa expectativa de ajuda faz com que ele caia na letargia, no conformismo, no comodismo, na ilusão de uma benção aqui na terra e no consolo de uma vida após a morte, que justifique a infelicidade da sua vida terrena. Daí, ele não reage, não luta, não busca corrigir o erro da sua vida e nem vence nela. De fato, isso pode ser bom para quem já está morrendo de câncer, pensar que vai para um paraíso, mas não para quem precisa de lutar pela vida.

2o.) A religião é um comércio. Daí, nunca viverão em paz umas com as outras, quando jogam com poderosos interesses financeiros, disputando o mercado farto entre os miseráveis do mundo todo. Eu não acho errado que existam igrejas cobertas de ouro, mesquitas de arquitetura fabulosa, igrejas protestantes imponentes, pirâmides do Egito monstruosas em riquezas, mas incomoda saber que tudo isso foi erguido e tirado as custas dos mesmos miseráveis de todo o mundo. Responda em sua própria consciência: De onde saiu o dinheiro para essas obras materiais imensas em grandeza e riqueza? Por acaso caiu do céu todo o ouro que reveste as igrejas históricas católicas em todo o mundo? E as propriedades fabulosas, estão por acaso registradas em nome dos fiéis contribuintes? Você acredita que todo o dinheiro arrecadado em donativos, doações, dízimos, ofertas, vendas de CDs, revistas, santinhos, velas, missas, batizados, votos e promessas pagas, vão para a caridade? Imagine a LBV, que arrecada 240 milhões por ano banca umas creches modelo para propaganda e faz o quê com o resto? É justo uma igreja ter ar condicionado, comprado com o dinheiro de pessoas que têm até dificuldade de arranjar algum para comer? Quantas igrejas novas foram abertas no Brasil este ano? E as emissoras de Rádio e televisão alastrando-se por aí, com o dinheiro de esmolas, doações, donativos, dízimos e ofertas?!!! Então, minha cara interlocutora, é o comércio que movimenta tudo isso. Religião foi feita para enriquecer os seus líderes às custas dos miseráveis. Eu não aceito isso. Milhares de igrejas foram construídas com tesouros em quantidade espantosa. Algumas jóias guardadas no tesouro de Quito, século XVII (que eles não querem nem mostrar) valem milhões de dólares. Só o Ostensório do Convento de São Francisco contém milhares de pérolas, centenas de esmeraldas, diamantes e rubis e vários quilos de ouro puro (Revista Super Interessante). Fora o resto e mais o resto 100.000.000 de vezes. Eu te pergunto: Pra quê isso? As custas de quem, roubando de quem, foi erguida essa estúpida fortuna?

3o.) A religião é falsa, como tudo que é apregoado em nome dela é falso. Deuses não existem. Anjos não existem. Santos não existem nem jamais fizeram qualquer milagre. Diabos não existem (segundo a igreja católica, é agora um estado de espírito), demônios não existem, céu, nem inferno, nem purgatório, tudo isso é invenção do bicho homem para enriquecer facilmente. Eu sei que é duro admitir isso, dizer abertamente tal coisa. Mas eu lamento que essa seja a nossa realidade. O homem foi à lua. O Viagra ajuda na impotência. O código genético foi decifrado. O homem clonou animais, transgenizou as plantas, flutua com seus satélites no espaço, a TV e a Internet são realidades. Ninguém contesta. Ninguém diz que é mentira, porque há um mundo irrefutável de provas. Eu não vi o homem pisar na lua. Vi pela TV, mas acredito. Eu não vi a ovelha Dolly, mas a sua fotografia estava nos jornais. Agora me diga: Onde está Deus? Uma pequena e irrefutável prova da sua existência, que não parta da imaginação ou depoimento de fanáticos? Por que eu contesto a existência do divino? Seria eu um louco? Um ignorante que não vê o óbvio? E onde está o óbvio, que em cada parte do mundo se apresenta de forma diferente?

Os religiosos argumentam que se não fosse a crença e o temor em Deus o mundo viraria um caos e o homem se tornaria mau. Eu pergunto: Por acaso os bandidos seriam piores do que já são? Eles precisam de alguma crença para matar e roubar? E as guerras religiosas ficariam piores do que já são?

4o.) Já concluí há muito tempo, que a Bíblia nada mais é que um livro de histórias bastante deturpada. Mas muito deturpada mesmo. Da mesma forma, o Corão (Alcorão), até por coincidência recebeu o mesmo tratamento. Quer dizer, ambos não existiram completos a partir de uma única fonte, mas de um amontoado de idéias, a maioria coalhada de interesses dos próprios escritores. A Bíblia ainda foi ORIGINALMENTE, escrita por homens de boas intenções e alguma filosofia construtiva (Corrigindo esse pensamento antigo, a Bíblia foi escrita por padres católicos, com interesse político e de domínio popular, a partir do primeiro século da era cristã, determinada por eles mesmos, baseada numa história parte subtraída de outras mais antigas ainda, mitologias de personagens diferentes como os deuses Baco, Horus, Mitra, Buda e Krishna, suas trindades casamentos com deuses, crucificações etc, e parte colhida as “profecias” já existentes no Torah hebreu, que originou o Velho Testamento, assim estabelecendo uma continuidade. Diz a história paleontológica que apenas pequenos pedaços de papel deteriorados, de autoria desconhecida, foram conhecidos e usados como inspiração e “precederam” a Bíblia, numa quantidade tal que não daria para encher um capítulo. Jesus, os apóstolos e toda a sua história são parte dessa mitologia, e jamais se conseguiu provar a sua existência, seja por depoimento escrito de um testemunho ocular, documentos oficiais dos governos da época ou históricos, assim como não há provas materiais dos elementos que o envolveram. A referência aos lugares citados, são razoavemente corretas, mas descoincidentes com as passagens mencionadas. Aindo explico isso mais adiante) mas com o passar dos séculos, esses homens comuns como eu e você, com 1/1000 da nossa cultura, foram TRANSFORMADOS em santos, em deuses, e passaram a servir aos interesses dos líderes religiosos sempre de olho nas contribuições dos iludidos. O Corão, mais descaradamente, foi imputado à autoria de um anjo e aí, durma-se com um barulho desses, pregava a morte dos infiéis por degola, a escravidão dos vencidos e a poligamia (pra quê?). Por que anjo se interessa por poligamia, escravos, essas coisas? A Bíblia, além de pregar a violência e a discriminação dos povos, transformou-se num amontoado de mentiras, induzindo o crente ao fanatismo a credulidade cega e, evidente e lógico, a contribuição financeira para o melhor enriquecimento do Vaticano (e outros). E aí, você me diz: - A Bíblia é a prova da existência de Deus. Na Bíblia está escrito isso e aquilo... - Não dá! Certo?...

Então, Satsuma, a posição real do ser humano deveria ser a autenticidade. Personalidade e caráter de não admitir ser iludido nem enganado por profetas e adivinhadores mentirosos. A realidade é quantas vezes preferível, cruel, mas não a fantasia, ou seja, não seguir religião nenhuma. Seguir apenas a sua consciência, viver em paz com o seu próximo, plantar a justiça, seguir a lei, ajudar o seu irmão a ser feliz como você, substituir o ódio pelo amor no seu coração, a vingança pelo perdão, na certeza de que você irá colher aquilo que plantar. Grato pela sua paciência.




13 - Feliz sem religião.
Em princípio uma coisa não está relacionada com a outra. Existem felizes e infelizes para os dois lados. Particularmente, no meu caso, fiquei decepcionado, quando concluí que deveria tomar conta de mim mesmo nesse mundo. A ilusão de um Deus bondoso e acima de tudo que zelava pela justiça entre os homens e que levaria esses seus filhos justos, para uma vida eterna, me alimentou por muito tempo. Foi chato enfrentar a realidade. Como quando o homem concluiu estar sozinho no sistema solar. Por outro lado, a libertação de preconceitos, da revolta pela injustiça desse suposto ser onipotente, se dissipou, causando um grande alívio. Não há Deus! Então está tudo exlicado... Tudo bem, então vamos em frente cuidar da vida. Um alívio duplo.

Primeiro que eu poderia agora fazer a minha própria justiça, sob o meu próprio julgamento do que é certo ou errado, naquilo que me coubesse e assim me senti mais digno, mais capaz, mais forte também, e concluí que ninguém existe superior a mim. A responsabilidade aumentou na mesma proporção. Não posso mais botar a culpa em ninguém pelo que eu fizer de certo ou errado. Aquele negócio de que foi Deus quem quis ou permitiu, acabou. Sou totalmente responsável pelos meus atos.

O segundo alívio, foi quando deixei de ser um bobo, maria-vai-com-as-outras, e assumi a minha verdade, aquela palpável, límpida, inteligente e lógica. Deixei de ser uma peça no xadrez dos interesses, manipulado pelas regras fabricadas para iludir e explorar a boa fé dos meus semelhantes, escoradas na figura de um ser que não existe. Sou auto-suficiente para quando levar uma bofetada na face esquerda, dar é uma porrada com a mão direita. Da mesma forma compreendi toda a vida na face da terra. O porque dos ódios e disputas religiosas, das desgraças de nascença, da infelicidade dos excluídos, percebi o porão dos interesses e parei de colaborar ingenuamente com essa exploração. Ou seja, livrei-me da lavagem cerebral que me imputaram desde criança, quando me faziam acreditar em Papai do Céu. Agora sou mais eu. Isso me encheu de orgulho e isso me acrescentou algo de felicidade. Graças a Deus, à sua ineficácia, à sua ineficiência, à sua fraqueza, à sua inexistência, sou um ateu, leve e livre como uma pluma, muito mais feliz!...

A religião, entretanto, é a muleta tão necessária aos fracos. Como o passarinho que nascido e criado na gaiola, não pode mais usufruir da liberdade. Sem a disciplina advinda das palavras “sagradas”, muitos se revoltariam e buscariam a justiça pelas próprias mãos de forma enlouquecida, desesperada e arbitrária. Seriam mais infelizes se entendessem que a miséria pela qual passam aqui na terra é tudo o que lhes resta. Que um pobre infeliz desde nascença, excluído de qualquer alegria material palpável e terrena, não vai ter o consolo ou qualquer compensação de uma vida diferente lá na eternidade. Então, deixe-os assim mesmo, religiosos, fanáticos, dando a sua contribuiçãozinha para enriquecer os seus líderes e vivendo até a morte, consolados, domesticados, engaiolados, menos revoltados e, portanto, mais felizes assim.




14 - Falei com um morto.
Há coisas na vida que a gente não sabe explicar. Tudo quanto é coisa difícil de entender é difícil de explicar.

Porquê acreditam em ETs, por exemplo? E as pessoas que viram, falaram com eles etc, dão depoimentos super convincentes a respeito e, comprovadamente, isso não é verdade. Outros prevêem futuros, e comunicam-se com mortos, o que é outra mentira.

Observe que nunca, um morto deu qualquer dica válida, para qualquer vivo, a respeito de qualquer coisa, que tenha podido ser provado que realmente tenha sido um vivo que morreu. Nunca os mistérios dos assassinatos foram desvendados. Nunca os números da loteria foram adivinhados. Coincidências e mais coincidências apenas. É como eu vejo tudo. São trilhões de coisas que acontecem diariamente. Algumas têm uma relação de coincidência, por ser óbvio que tivessem.

Às vésperas de uma viagem, sonhei que o meu pai se havia acidentado no avião que tomaria no dia seguinte. Um sonho terrível com muito sangue, que me impressionou demais. Falei com ele e ele nem ligou. Está aí até hoje. Vivo.

E se houvesse acontecido um acidente, com ele, com o vizinho, comigo, com um parente, eu seria o mais novo adivinhólogo carioca.

Como não aconteceu, nunca mais falei do assunto.

Há vinte anos atrás, me envenenei com um peixe e entrei em coma no hospital. Lentamente fui perdendo as forças, sem perder a consciência, até “morrer”. Fui salvo pela medicina e só acordei no dia seguinte.

Não vi estrelas, não vi luzes, não vi pessoas, não ouvi vozes, nada. Salvo o cérebro que parou, como se eu tivesse adormecido.

Já inventaram de tudo por aí, para fazer o povo acreditar que existe essa tal possibilidade. Nunca ninguém provou que isso fosse verdade.

Nem os próprios espíritos, que baixam por aí, sabem explicar o que acontece. Eles sabem nada e se você insistir em perguntar eles chutam tal qual um curandeiro qualquer.

Aconteceram coisa incríveis comigo, que se fosse impressionável, estaria por aí dando mil depoimentos. Porém nenhuma delas tratava-se de um caso insofismável. Indubitável.

Sempre ficou um mistério... Sempre houve um mistério... Sempre há um mistério. Deus é um mistério. Jesus é um mistério. A fé é um mistério. A parapsicologia, um mistério. A psicografia, um mistério. O anjo Gabriel que apareceu a Maomé, um mistério. Revelações de virgens, um mistério. Milagres são mistérios. Vozes em discos tocados ao contrário, aparições, lágrimas de santas, sangue que escorre, santas que aparecem nas vidraças, tudo sempre misterioso. Tudo inexplicável, duvidoso, impossível de provar. Nenhuma dessas coisas serviu pra nada até hoje, a não ser para fazer o povo se encher de temor e contribuir com dinheiro.

Você já falou com um morto? Serviu para alguma coisa? Revelou-lhe algum segredo, algum tesouro escondido? Não. Só coisas inúteis que qualquer um poderia ter criado na imaginação.

Até eu que sou tão incrédulo, já falei com um morto. Com o meu falecido filho. Passei a noite inteira, falando com ele, diante do seu caixão... Sozinho e pras paredes...



15 - Eu falei com Deus!... - Crônica
Estava muito triste e deprimido com as coisas da vida... Cabisbaixo, entrei numa igreja aberta e sentei-me num dos seus bancos vazios.

— Preciso ter uma conversa com Deus... — pensava comigo mesmo... Sou um bom homem, honesto e caridoso. Acho que mereço uma consideração.

Mas as pessoas falavam, gritavam tanto e pediam dinheiro. Então pensei :


  • Nossa!... Por que gritam tanto? Acho que esse não é o lugar ideal para falar com um Deus...

Então saí e caminhei lentamente pela cidade em direção ao litoral, sempre pensando no que iria dizer a Deus.

Já era tarde e vi os mendigos fazendo suas cabaninhas de papelão em baixo das marquises.

Um menininho, todo maltrapilho me cercou e pediu:

—Tio me dá um dinheiro para comprar um pão?.. — A mãe dele (possivelmente) maltrapilha, me olhava com expressão de sofrimento, com os peitos magros de fora e um molequinho de 1 ano pendurado no esquerdo. Mais parecia que estava seco de tão magro. Um de dois anos pendurava-se no seu ombro e uma menininha aí pelos seus 6 anos, dormia encolhida de frio, com a cabeça sobre a sua perna.

— Não tenho, filho... Está difícil pra mim também... — Foi a minha resposta à criança.

Chegando à praia deserta, fixei os olhos no horizonte escuro e pensei: — Deus deve estar lá... — E abafado pelo barulho das ondinhas, eu sussurrava baixinho, com medo de alguém passar e pensar que eu era um maluco qualquer e até querer me dar uma esmola.



  • Deus, por que eu estou desempregado há tanto tempo? Sou um homem bondoso... Trabalhador esforçado... Sou honesto, Senhor!... Não viciado em droga, não fumo... não bebo... não pequei contra a castidade... O meu filho morreu tão novo... quando saía da igreja... Assassinado por aquele meliante que vive rindo lá no bar da esquina...

E assim passou o tempo. As lágrimas começaram a rolar pela minha face... Ainda bem que era de noite. Ninguém iria ver...

Foi quando uma luz começou a aparecer no horizonte... Uma luz tão linda e difusa... Um tanto azulada... um tanto avermelhada... E eu clamei com mais força:

— Oh Deus!... Por que a minha filha nasceu com aquela doença?... Ela não fez nada, Senhor... Agora vai viver com esse sofrimento... pra toda a vida... Por que você permitiu que fosse assim? E aquele meu vizinho... Uma pessoa que não é de Deus... Vive roubando dos pobres, está lá, com a família saudável... feliz... Roubando feliz... Pode ser?... Comendo aquelas comidas caras de restaurante... E eu, Senhor... até pra comprar o pão está difícil... Aumentaram pra 25 centavos. Tu não disseste, que não faltaria o pão aos teus servos?!...

E aquela luz foi crescendo e vindo em minha direção... Eu pensei que seria Deus, que viria enfim me acudir... Jesus mandava um anjo, quem sabe, para me salvar.

Os meus olhos já não enxergavam direito, tal era o modo que choravam. Entre uma convulsão e outra eu continuei...


  • Ah!... Senhor!... Tu estás mandando o teu anjo para me ajudar!... Obrigado!... Eu já não agüento mais de fome... Três dias só com cafezinho ralo... O que tinha, dei tudo pros meus filhos coitados... Estavam tão fraquinhos... Sabe aquelas cestas básicas, que mandaram a igreja distribuir?... Sumiram todas... Acho que foi aquele vereador que levou tudo... Como é que o Senhor permitiu que isso acontecesse? Como é que o Senhor não faz nada?!... Deus, como é que você deixa isso acontecer e não faz nada?!!! Os seus próprios filhos!... Sendo roubados e o Senhor não faz nada?!!! Senhor, por que você não toma uma atitude? Deixou o seu filho morrer na cruz e agora deixa tudo isso acontecer e não manda um raio na cabeça dessa gente?!... Hein, Senhor?! Responda, Deus!!!...

A luz tão forte, logo tomou a forma de um sol avermelhado que surgia no horizonte. Tudo bem, que não era um anjo... Mas mesmo assim eu falei com Deus...

Pena, que ele não me respondeu... Será que falei muito baixo?...



16 - O batismo do Espírito SANTO.

(Fato verídico)


Saiu em todos os jornais da cidade.

Era dia de festa. Uma enorme excursão religiosa fazia parada junto a um rio de águas límpidas. Era o dia de batismo nas águas, da igreja Pentecostal.

Batiza daqui, batiza dali, sempre mergulhando os fiéis de costas nas águas e retirando-os de novo. O povo feliz, muitas orações, cantoria e agradecimentos ao Senhor. Aleluia!... Hosana ao Senhor!!!

Era a vez da Sueli (nome hipotético). Ela estava meio receosa com a correnteza... Mas o pastor encorajou:

-Vamos, Jesus está te esperando!... Hoje será o maior dia da sua vida!... Você vai receber o batismo do Espírito Santo!...

E a menina entrou segura pelas mãos de Deus, nas águas frias do rio escolhido. O pastor reclinou-a para trás.

Foi quando um pé em falso resvalou e provocou o desequilíbrio. O peso e a correnteza, tiraram a menina do controle do religioso e tchibumba!... Entrou de costas e não voltou mais.


  • Socorro!... Não sei nadar!... Mais adiante ela gritou apenas uma vez num gesto desesperado. Somente o seu rosto, com uma expressão desesperada e a mão espalmada, como se quisesse se segurar em alguma coisa, enquanto o povo gritava!

  • Salvem-na!... Salvem-na!... Ela vai se afogar!...

E assim, encorajado pelo Senhor, o pastor que só tinha a cabeça fora d’água, partiu em seu socorro.

  • O Senhor com sua mão poderosa, vai nos tirar das águas! Devia estar pensando o religioso, mas nada adiantou. Ele mal sabia nadar para si próprio.

  • Oh! Senhor!!!... Gritavam em coro os presentes. Nada adiantou. Ambos emergiram no meio das águas ainda algumas raras vezes, até que sumiram na correnteza.

Os corpos dos dois, no dia seguinte, foram retirados das águas pelos bombeiros. Mortos.

Que Senhor é esse, meu amigo?!... Que Deus é esse?!... É assim que trata os seus fiéis em pleno dia do batismo? Já não chega os que morrem fulminados, incendiados, soterrados em plena obra divina?

Ou não existe Senhor nenhum!... Ah!!!...

Como seria interessante se você desse uma paradinha e pensasse nisso. Desconfie, por um só momento, se esse Deus não existe.

Mas isso nunca terá jeito. Eternamente vão dizer: Foi a vontade divina!... Eles eram anjos e foram chamados para o céu...

E enquanto isso, ding, ding!... Dinheiro na caixinha…



17 - Fernando e o Criador do Universo

(Nota: Os textos em azul são escritos por terceiros e não são corrigidos)


Eu não disse que vc é irracioal, Alfredo, eu disse que vc é burro mesmo. Pq? Pq vc não tem capacidade para entender nenhum texto que não seja escrito por vc. Vc não tem capacidade de percepção, contruiu suas teorias RACIONALMENTE - pra que não venha confundir o que falo mais uma vez, como é de costume - e depois esqueceu de continuar pensando, esqueceu que existem outras teorias. Vc pensou, neste momento vc era inteligente, até que a sua cabeça parou, aí vc construiu uma grande parede de concreto no lugar onde haviam janelas e portas antigamente.

Quando foi que eu equiparei, ou quiz equiparar, vc aos islâmicos? Não fiz isso nenhuma vez, mas, como é de costume, vc entendeu errado novamente.

Sobre o q vc disse sobre o Cognitivo:

O Cognitivo dividiu e classificou os ateus em dois grupos, um de radicais e outros de não-radicais, se vc aplicar esta lógica ao que ele disse vc compreenderá o que ele falou. Mas como já falei, seus olhos não percebem, deduzem. Este é seu grande problema.

Muito bem, no que eu acredito? Terei de ser longo.

Eu acredito num ciclo de criação e destruição. A Verdade não existe, ou pelo menos não é ascessível, enquanto Verdade. Tudo o que existiu como Verdade até agora foram tentativas de humanização do universo, tentativas de ver imagens nas núvens, tentativa de dar lógica a tudo, sem que tudo seja necessessáriamente lógico. Pois bem, muito os filósofos, cientistas e religiosos construiram, mas não existe nenhuma garantia de Verdade sobre o que afirmaram. Minha filosofia, chamada por vc de abstrata, desenvolve-se neste campo, no campo da subjetividade e da criação. O ser humano é um grande artista que em algum momento teve de conhecer, foi um momento belo e ao mesmo tempo inescrupuloso, foi então que ele começou a dar sentido ao mundo que o cercava; é importante entender que não haviam sentidos para as coisas antes disso. E assim ele começou a criar, padronizar e logo começou a pensar. Pensou e viveu, encontrou certa vantagem em certos pensamentos e certas desvantagens sobre outros, e foi da validação prática de alguns conceitos que surgiu o que chamamos de Verdade. Logo a validação prática dos conceitos é apagada pelo cotidiano, mas eles continuam valendo. O ser humano começa a criar dogmas, e a partir destes dogmas é que a Verdade prevalesce.

Sendo assim a Verdade é apenas uma construção humana, mais uma invenção tecnológica, como um controle remoto que facilita em muito nossas vidas. Ë por esta razão que ela deve ser quebrada, e recriada (controles remotos mais modernos são mais eficases), mas não uma só vez! Isso deve ocorrer constantemente, a verdade (note-se bem a diferença, pq "Verdade" é diferente de "verdade") deve ser constantemente experimentada, e assim sendo ganhar e perder valores. Reconstruir, rebusca-la é o nosso dever! É por isto que falo tanto de espíritos guerreiros! Espíritos que estão prontos para a guerra, estão prontos a matar ou serem mortos! E, se mortos, renascidos novamente como a Fênix, porém muito mais fortes, com muito mais experiência! Este ciclo de criação e destruição é o que se entende por "Eterno Retorno".

Temos nossas vontades, nossos anseios, nossos "motivos de vida". Lutamos por nossos ideais, lutamos para conquistar determinados objetivos. Se alguém luta é pq possue objetivos a serem alcançados, e é neste momento que surge uma vontade de lutar, uma vontade de vencer. Pra ser mais claro uma vontade de estar certo, ou então uma vontade de verdade. Essa vontade condiciona o nosso pensamento fazendo todas as coisas possíveis e impossíveis para que estejamos certos, ou então para que sejamos possuidores da verdade. É isto que impulsionou todo o pensamento humano escravisando-o nas supostas Verdades. Mas o que ninguém percebeu é que toda esta "Vontade de Verdade" não é nada mais nada menos do que "Vontade de Potência". Em meu pensamento a "Vontade de Potência" condiciona o "Eterno Retorno", é ela quem torna o espírito guerreiro, é ela que trata de juntar verdades inimigas, e de separar verdades que sempre andaram de mãos atadas.

É nisto que creio! E toda esta filosofia provém de Nietzsche, para que não me acusem de plágio.

Mas por que sou cristão se não creio na Verdade? Porque eu creio que a história que é contada na Bíblia é uma metaforização do relacionamento do homem com Deus, uma tentativa de humanizar o Divino. Não confunda-se isto com o que fizeram os gregos, pois os gregos criaram os deuses humanizados, e o que proponho é que Deus ainda seja Divino e não humano, mas os homens tiveram de entende-lo como os homens que são. E é isso o que torna a Bíblia tão paradoxal, pois em determinados momentos, Deus destroe os imorais, e em determinados momentos ele abençoa casos que talvez pudessem ser considerados imorais, tb ocorre o contrário. Este é só um exemplo, existem muitos outros paradoxos na Bíblia e falta muito para entendermos-na com totalidade, eu eu chego acreditar até que seja impossível. Mas talves possamos simular algumas coisas, humaniza-las para tentar, mesmo que frágilmente, entender o que seja Divino.

Mas tudo isso é questão de crença, não há como provar nada, Kant já nos havia advertido disso. Eu só creio que um Ser tenha criado o mundo (isto não é diferente de acreditar que o Caos o tenha feito ou então que a matéria sempre tenha existido), e que tenha enviado seu filho para entender o que é ser Humano, demasiado humano. Que esta humanidade lhe causa prazeres e repugnações e é por isso que ele se interessa por ela. Só isso, simples, frágil e singelamente tudo isso!

Espero que tenha me feito entender desta vez.


Fernando Antunes - Taí... Os islâmicos são burros. Se você me chama de burro, está me confundindo com islâmicos. Se os islâmicos não fossem burros, eu não me importaria que você me chamasse de burro, mas daí, é o mesmo que me xingar de islâmico. Isso é intolerável!...

Ô gracioso! Eu disse que não sou dogmático. Sem esse negócio de ter fé pela fé. Quem pensa assim são os islâmicos – Bin Laden e Cia, cristãos, espíritas e judeus.

É... Sua teoria é complicada, mas inteligível. Explicando: eu entendi o que você pensa e quer dizer, mas não concordo, claro!

Uma linda fantasia essa, de um ser supremo criador do Universo, ter enviado um representante em forma humana para entender os próprios homens, há, há, há!... desculpe, desculpe... Não é que eu queira debochar da sua teoria, mas vendo por outro lado (não sei se você consegue me imaginar vendo por esse “outro lado”), me parece uma história tão fantasiosa como a da Carochinha. Romântica, lúdica, história de Gata Borralheira e príncipe encantado. Quer dizer que, um Puta ser superior, faz o Universo, faz o homem e não o compreende bem... E o método mais inteligente que esse Tremendo ser Superior teve, para conhecer a sua criação, foi, num passe de mágica, criar mais um homem, com a missão de entender os outros homens... Que aí, morreu crucificado bebendo vinagre!... Porra!... (desculpe os palavrões) Que ser superior!... Que imaginação!... Que capacidade de imaginar uma verdade!... Isso é verdade? Ou hipótese de verdade?!... Poxa, verdades têm lógica. Tudo nesse Universo tem lógica e até aquilo que não conhecemos deve ter lógica. Puxa!... Um mínimo de lógica seria desejável na teoria de um homem inteligente.

Está na cara que você é um jovem culto. Mas... místico... Não estou te discriminando. Há muitos místicos!... A maioria do planeta é composta de homens místicos. Até os cientistas alimentam fantasias, mas, por favor, que tenha uma dose de lógica, pequena que seja.

Eu não arriscaria dizer como o Universo começou, ou se já existia, mas poderia até criar uma história. Como nenhuma das histórias, que eu pudesse criar, teria lógica, eu não arrisco.

Seria o caso de teorizar da seguinte maneira: O Universo é parte do espaço que existe na cabeça de um gigante e as galáxias são como um aglomerado de átomos gigantes que formam a matéria desse ser. (he, he, he...) Aí, você perguntaria e esse gigante? Veio de onde? Eu teria que inventar outra história mais ilógica ainda.

Por isso eu prefiro não “fabricar” verdades. - Esse mistério é indecifrável. Que fique assim.

Se eu tentasse aqui, forçando bastante uma explicação poderia dizer apenas: NÃO SEI... Não tem como tentar entender como o Universo começou, se é que teve princípio. IMPOSSÍVEL IMAGINAR. Essa é a minha verdade. Não tenho o direito de inventar uma história e contar para os meus filhos. Acho que você também não tem esse direito.

É melhor ser honesto consigo mesmo: -- IMPOSSÍVEL IMAGINAR -- Isso está fora da nossa compreensão. Assim como você pegar um CD de computador e dizer para um macaco: Aqui dentro está gravado um livro de 1.000 páginas. A relação desse macaco para esse CD é a nossa relação com o Universo. INCOMPREENSÍVEL.

Existem coisas ou exemplos mais simples: Você consegue imaginar uma temperatura de 100 graus. Mas você consegue imaginar a temperatura que tem dentro do sol? Você consegue imaginar a densidade de um meteoro, mas você consegue imaginar a densidades de um buraco negro?

Eu tenho uma característica que me acompanha desde criança. Sou sincero. Procuro sempre dizer a verdade. Nunca enganei um filho meu. “- Olha come tudo senão o picho papão vem te pegar!...” Então eu tenho crédito entre os meus amigos, entre os meus familiares, com a minha mulher e com os meus filhos. Eu só falo a verdade. A minha verdade. Então eu jamais direi a um filho meu: “Jesus te ama; Deus existe; a Bíblia é a palavra de Deus; o Universo foi criado por um ser poderoso...” – Porque eu estaria mentindo. Então, eu não vejo isso como uma questão de crença, como você, mas uma questão de ser honesto ou desonesto. Realista ou fantasioso. Verdadeiro ou mentiroso. Acho que você engana a si próprio, porque no fundo não acredita no que diz. Nem eu.

Não há lógica em se admitir um Deus como esse. Quem faz isso, na minha humilde opinião, ou é inculto como analfabetos, ou é místico que acreditam em qualquer coisa, ou é um ingênuo (maria-vai-com-as-outras) que não raciocina por preguiça, ou é um fanático dogmático que tem fé pela fé sem pensar no que acredita, ou é um mentiroso, porque sabe que está sendo desonesto no que diz, ou é burro, cara bitolado, teimoso, que empaca e pronto, um tipo de burro diferente de mim. Por isso eu sou ateu. É mais honesto.



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