Baianidade nas letras de Caetano Veloso e Gilberto Gil



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7.4. Sensualidade


Quase onipresente na obra dos nossos autores é o tema do amor e a descrição da beleza feminina, mas não sempre podemos os objetos do amor, as mulheres cantadas, identificar com as baianas. Apesar disso, a sensualidade das mulheres da Bahia é para Gilberto Gil e Caetano Veloso um fato indiscutível, como podemos ver em algumas músicas. Gilberto Gil faz uma generalização da beleza das baianas: “Toda menina baiana tem um santo / Que Deus dá / Toda menina baiana tem encanto / Que Deus dá / Toda menina baiana tem um jeito / Que Deus dá” (“Toda menina baiana”). Uma atitude semelhante podemos ver na canção “Beleza pura” de Caetano quando cita vários bairros de Salvador e as belas moças que lá residem: “Moça preta do Curuzu / Beleza pura / Federação / Beleza pura / Boca do Rio / Beleza pura”.

A conversa com uma linda menina, que deve representar a típica habitante preta do centro de Salvador, do Pelourinho, chamado familiarmente Pelô, é o tema da canção “Pretinha”: “Eu queria te encontrar em Salvador, ô, ô / Eu queria te falar desse calor, ô, ô / Minha preta gostosinha do Pelô / Me diga que você é meu amor” (Gil). A refência ao sexo muitas vezes é feita através da gíria, expressões comuns no linguajar popular da rua, como o adjetivo gostosa, usado para designar uma mulher muito atraente e sensual.

À primeira vista não fica muito claro, mas a canção “Tradição“ pode ser percebida também como o elogio à beleza da mulher baiana. Veja-se: “Conheci uma garota que era do Barbalho / Uma garota do barulho”(Gil). Barbalho é um bairro de Salvador. Observamos, no entanto, que além de funcionar como adjunto adverbial de lugar, “barbalho” pode também ser tomado como um adjunto adverbial de intensidade.69 Nessa letra podemo-nos deparar com o grande número de referências a Salvador: clube desportivo e social dos mais tradicionais – Baiano, goleiro Lessa do Esporte Clube Bahia, lotação da Liberdade, Largo do Terreiro, Antônio Balbino – governador de 1955 a 1955. Sabendo que desde seus oito anos até entrar na UFBA Gilberto Gil viveu na casa de sua tia em Salvador (então, foi no tempo do governador Balbino), podemos ver nessa letra os traços autobiográficos: “Pro Largo do Terreiro / Pra onde todo mundo ia / Todo dia, todo dia / Todo santo dia / Eu, minha irmã e minha tia”.

Na canção “A verdadeira baiana” Caetano Veloso menciona várias qualidades dela: é matriarca, supralusitana ou transafricana. Além da mestiçagem do branco português com o negro da África, muito típica na sociedade baiana, o autor nesta letra lembra a posição importante da mulher, que pode ser provada, por exemplo, pela hierarquia do candomblé onde a mulher ocupa o lugar de destaque. Mas, o que nos importa mais, no capítulo dedicado à sensualidade da mulher baiana, é o seguinte trecho: “A verdadeira baiana sabe ser falsa / Salsa, valsa e samba quando quer... A verdadeira é baiana, a verdadeira é baiana, é / A verdadeira é baiana, a verdadeira é baiana, é”. Mais um exemplo da sensualidade das baianas encontramos na canção “Qual é, baiana”: “Essa menina é só de brincadeira / Só dá bandeira, só dá bandeira / Seja na Amaralina ou na Ribeira...Ela sempre agrada ao gosto e ao olhar” (Veloso).




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