Baianidade nas letras de Caetano Veloso e Gilberto Gil



Yüklə 244,49 Kb.
səhifə12/13
tarix02.11.2017
ölçüsü244,49 Kb.
#27513
1   ...   5   6   7   8   9   10   11   12   13

8. Considerações finais

Neste trabalho tentamos identificar como a origem baiana se espelha nas letras de Caetano Veloso e Gilberto Gil, compositores considerados umas das maiores autoridades do mundo da MPB, não somente por suas habilidades musicais, mas também por causa da extraordinária qualidade da poesia deles.

Apresentamos alguns traços básicos da cultura baiana, explicamos os conceitos básicos da baianidade e mencionamos brevemente a posição da Bahia na MPB. Sem tudo isso seria difícil desdobrar o discurso sobre a baianidade na obra dos dois músicos. Também os acontecimentos principais na vida de Caetano Veloso e Gilberto Gil mereceram a nossa atenção. Por causa de sua originalidade e uma grande repercurssão não somente no mundo musical, mas também entre os poetas brasileiros, não omitimos falar sobre o movimento tropicalista, do qual os dois compositors eram representantes de destaque.

No centro do trabalho analisamos as próprias letras. Seria possível abordar ainda mais aspectos da baianidade na obra de Caetano Veloso e Gilberto e os temas trabalhados poderíamos analisar ainda com maior profundidade. Os assuntos questionados, porém, são suficientes para sabermos como o fato, de eles serem da Bahia, se reflete em sua poesia. Com certa generalização, podemos dizer que a baianidade transparece em toda obra e é um dos lados fortes dos dois autores.

Eles continuam a tratar as temáticas típicas para a primeira metade do século XX, como a alegria, expressão exemplar das festas baianas, especialmente do carnaval, ou a familiaridade do povo baiano. Não se esquecem de cantar a sensualidade das mulheres baianas, como fazia com muito sucesso já Dorival Caymmi. O terceiro pilar da baianidade, a religiosidade, se concentra principalmente na descrição dos rituais dos cultos afro-baianos, o que não foi muito comum na época anterior, por causa da certa marginalidade dessas religiões. Nas letras de Caetano e Gil, vemos também a celebração da cidade de Salvador e da originalidade da Bahia em geral.

Gilberto Gil às vezes diz que “a Bahia faz brotar nele um lado frágil, de menino”.79 Isto não significa, porém, que ele, da mesma maneira como Caetano, feche os olhos em frente de muitos problemas baianos. A Bahia não é só Salvador cheio de primazias, não é só a mística do carnaval ou a terra do candomblé. Os dois poetas acrescentam ao temas baianos alguns novos que já não falam da Bahia em superlativos e apresentam-nos aquele lado escuro desse estado. Este novo tema é, por exemplo, a crítica social, principalmente da pobreza. Veloso e Gil não temem explicitar também os problemas relacionados ao poder como o populismo, clientelismo e autoritarismo. Tendo contribuindo para o discurso da baianidade com essa temática, Caetano Veloso e Gilberto Gil ajudaram a complementar a imagem da Bahia que não permanece intacta e sedutora, mas torna-se mais verdadeira.



Bibliografia


Amado, Jorge. Bahia de Todos os Santos: guia de ruas e mistérios. Rio de Janeiro, Record, 1996.

Ayoh’omidire, Felix. Yorubanidade mundializada: o reinado da oralitura em textos yorubá – nigerianos e afro-baianos contemporâneos. Tese de doutoramento da UFBA Salvador, 2005.

Bacelar, Jeferson. A hierarquia das raças. Negros e brancos em Salvador. Rio de Janeiro, Pallas, 2001.

Bahiana, Ana Maria. Nada será como antes. MPB nos anos 70. Rio de Janeiro, Europa, 1980.

Campos, Augusto de. Balanço da Bossa. Antología crítica da moderna música popular brasileira. São Paulo, Editôra Perspectiva, 1968.

Cyntrão, Sylvia Helena (org.). A forma da festa – tropicalismo: a explosão e seus estilhaços. Brasília, Editora Universidade de Brasília, 2000.

Favaretto, Celso. Tropicália – alegoria, alegria. São Paulo, Ateliê Editorial, 1996.

Fonteles, Bené. Giluminoso: a po.ética do Ser. Brasília, Editora Universidade de Brasília, 1999.

Franchetti, Paulo Elias, Pecora, Alcyr Bernardes. Caetano Veloso. Literatura comentada. São Paulo, Abril Educação, 1981.

Freyre, Gilberto. Bahia e baianos. Salvador, Fundação das artes, 1990.

Gil, Gilberto, Risério, António. O poético e o político e outros escritos. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1988.

Goés, Fred de. Gilbeto Gil. Literatura comentada. São Paulo, Abril Educação, 1982.

Hollanda, Heloiza Buarque. Impressões da viagem: CPC, vanguarga e desbunde – 1960-1970. São Paulo, Brasiliense, 1980.

Lisboa Júnior, Luiz Américo. A presença da Bahia na música popular brasileira. Brasília, MusiMedLinha Gráfica Editora,1990.

Logo, Gilberto Perreira. Tropicália: artifície de um novo local da cultura. Tese de mestrado da UFBA, Salvador 2003.

Lopes, Paulo Eduardo. A desinvenção do som: leituras dialógicas do tropicalismo. São Paulo, Pontes, 1999.

Mariano, Agnes Francine de Carvalho. A arte de ser baiano: segundo as letras das canções da música popular. Tese de doutorado da UFBA, Salvador, 2001.

Moura, Milton. Carnaval e Baianidade. Tese de doutorado da UFBA, Salvador, 2001.

Franchetti, Paulo Elias, Pecora, Alcyr Bernardes. Caetano Veloso. Literatura comentada. São Paulo, Abril Educação, 1981.

Paiano, Enor. Tropicalismo: Bananas ao vento no coração do Brasil. São Paulo, Scipione 1996.

Perrone, Charles A. Letras e letras da música popular brasileira. Rio de Janeiro, Elo Editora, 1988.

Portela, Girlene Lima. Da Tropicália à Marginália: O intertexto („a que será que se destina“) na produção de Caetano Veloso. Feira de Santana, Universidade Estadual de Feira de Santana, 1999.

Proença, Domício Filho. Pós-modernismo e literatura. São Paulo, Ática 1995.

Reis, José João (org.). Escravidão e invenção da liberdade. São Paulo, Ed. Brasiliense, 1988.

Risério, António. Avant-garde na Bahia. São Paulo, 1995.

Risério, António. Caymmi: uma utopia de lugar. São Paulo, Perspectiva, 1993.

Risério, António (org.). Gilberto Gil. Expreso 2222. Rio de Janeiro, 1982.

Rodrigues, Nelson António Dutra. Os estilhos literários e letras da música popular brasileira. São Paulo, Arte&Ciência, 2003.

Santaella, Lúcia. Convergências: Poesia concreta e tropicalismo. São Paulo, Nobel, 1986.

Santiago, Silviano. Uma literatura nos trópicos: ensaio sobre dependência cultural. São Paulo, Perspectiva 1978.

Severiano, Jairo, Homen de Mello, Zuza. Canção no tempo. São Paulo, Editora 34, 1997.

Tavares, Odorico. Bahia. Imagens da terra o do povo. Rio de Janeiro, Brasileira de Ouro, s.d.

Tinhorão, José Ramos. Pequena história da música popular: da modinha à lambada. São Paulo, Art Edirora, 1991.

Veloso, Caetano. Alegria, alegria. Rio de Janeiro, Pedra Q Ronca, 1977.



Fontes da Internet

Fricke Matte, Ana Cristina. Bat Macumba Oba! A anti-letra da canção. Disponível em: WWW <http://www.gel.org.br/publica-estudos-2005/4publica-estudos-2005-pdfs/bat-macumba-oba-1051.pdf>

Morães da Silva, Márcia. A polifonia nas letras das canções de Caetano Veloso. Disponível em: WWW <http://www.unipinhal.edu.br/ojs/falladospinhaes/include/getdoc.php?id=73&article=23&mode=pdf>

Perrone, Charles. Poesia Concreta e Tropicalismo. Disponível em: WWW <http://www.plataforma.uchile.cl/fg/semestre2/_2003/musica/modulo4/clase2/doc/tropical_02.doc>

Pinto, Roque. A Bahia reimaginda: como transformar um velho entreposto comercial em um novíssimo produtor de tradições. Disponível em: WWW <http://www.naya.org.ar/turismo/congreso/ponencias/roque_pinto.html>

As letras de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Disponível em: WWW <http://www.lyrics-songs.com>

A entrevista com Prof. Alberguaria. Disponível em: WWW<http://www.sbpccultural.ufba.br>

As biografias de Caetano Veloso e Gilberto Gil Disponível em: WWW <http://www.dicionariompb.com.br>



Yüklə 244,49 Kb.

Dostları ilə paylaş:
1   ...   5   6   7   8   9   10   11   12   13




Verilənlər bazası müəlliflik hüququ ilə müdafiə olunur ©muhaz.org 2024
rəhbərliyinə müraciət

gir | qeydiyyatdan keç
    Ana səhifə


yükləyin