2.4Análise qualitativa
Um das formas de priorizar os riscos é através qualitativa, esta análise é realizada através de uma avaliação entre probabilidade e impacto é possível definir o grau de prioridade para o risco.
Para realizar podemos utilizar ferramentas como a matriz de probabilidade de e risco proposto pelo PMBoK (2008) e demonstrado na Tabela - Matriz de probabilidade e impacto e semáforos proposto por Kezner (2006) e demonstrado na
Tabela - Matriz de probabilidade e impacto
Fonte: PMBoK (2008)
Tabela - Matriz de probabilidade e impacto
Fonte: Kezner (2006)
2.5Análise quantitativa
Todo esforço de gestão de risco das instituições parte do planejamento dessa gestão, e finaliza com a implementação efetiva das ações para gerenciá-los, e seu monitoramento e controle. O último estágio antes da definição e implementação das ações citadas é a análise quantitativa dos riscos, a qual é dispendiosa e complexa, por isso só é implementada após estudos e classificações preliminares.
Brito (2007) considera nove classes de riscos operacionais como sendo os mais impactantes para as instituições:
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Risco de Reputação: retrata o impacto negativo gerado pelo fluxo de informações no mercado não alinhadas com as expectativas dos stakeholders.
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Risco de Liquidação: ocorre quando a instituição ou qualquer stakeholder não recebe determinada receita devida em determinado momento.
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Risco humano: segundo o autor gerado durante o processo decisório devido ao estresse o excesso de autoconfiança
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Risco de descontrole interno: efeito de falha nos sistemas internos de controle do processo.
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Risco de gestão inadequada do negócio: refere-se à insuficiência ou inadequação das ferramentas/softwares usados para conduzir o negócio.
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Risco sistêmico: falha no processo operacional com consequências que direta ou indiretamente se retroalimenta, gerando o efeito bola de neve.
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Risco legal: decorre de desalinhamento dos processos internos da instituição com as práticas tidas como legalmente corretas, seja devido à desatualização em relação às leis vigentes.
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Risco a imagem: refere-se ao comprometimento da marca da instituição por perdas acumuladas no market share.
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Risco de fraude: tem origem no tratamento tributário inadequado considerado irresponsável ou desonesto pelo stakeholder.
Padoveze e Bertolucci (2009, p. 7-8) classificam os riscos operacionais em:
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Estratégico: São estruturais e definidos no planejamento estratégico da instituição, normalmente ocasionados por uma avaliação macro equivocada do mercado e cenários futuros.
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De gestão: são gerados por planejamento tático inadequado e geram perdas financeiras em médio prazo, normalmente relacionadas ao planejamento tributário, contábil, financeiro, RH ou TI.
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Operacionais: relacionados com falhas humanas em seu processo decisório, ou mesmo ineficiência ou ineficácia na condução do negócio, roubo ou fraude.
Estando definidas as classes e tendo sido feita a análise qualitativa dos riscos, a análise quantitativa torna-se pertinente para os riscos mais significativos, e com relevantes benefícios em relação a outras ferramentas de gestão de riscos.
Ding Tan (2002) considera que a análise quantitativa é uma ferramenta mais poderosa para embasar qualquer proposta apresentada aos gestores, com objetividade e projeção direta de custos e benefícios. Defende também que ela pode ser personalizada às indústrias onde são usadas atendendo a condições específicas, e é menos exposta a questionamentos que outras ferramentas porque suas projeções normalmente são geradas a partir de dados irrefutáveis.
Brito (2007) defende o uso tratamento quantitativo dos riscos operacionais com o uso de técnicas, métodos e modelos matemáticos e estatísticos para mensurar possíveis futuras perdas esperadas e inesperadas de determinada instituição. Considera que estas ferramentas dividem-se em dois tipos básicos: bottom-up e top-down. A primeira usa bases de dados extensas e detalhadas, segregadas por fatores de risco e alocadas simulando hipóteses consistentes, com aderência aceitável a realidade operacional. As ferramentas da classe top-down interpretam os indicadores agregados de desempenho da instituição e seu impacto no resultado, oferecendo os benefícios da simplicidade e do baixo custo, transparência e aplicabilidade da técnica, e com a desvantagem da aproximação grosseira e ênfase no passado.
Com relação a riscos de perda de prazo, Galvão (2005) considera que a grande diferença entre a análise quantitativa de riscos e as técnicas determinísticas tradicionais como o CPM (Critical Path Method), é que a primeira permite um tratamento probabilístico dos parâmetros de projeto para os quais existem incertezas associadas, como por exemplo, estimativas de duração. Na análise quantitativa as estimativas são representadas por distribuições estatísticas de probabilidade entre os valores mínimo e máximo. Como resultado o cronograma também passa a ser representado em termos probabilísticos, o que permite a análise de diversos cenários possíveis para o projeto, com diferentes chances de ocorrência.
A metodologia defendida por Ding Tan (2002) considera que uma modelagem de análise quantitativa de riscos processa os seguintes dados:
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Fator de exposição: percentagem do ativo perdida devido a uma ameaça conhecida. Varia de 0 a 100%.
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Expectativa de perda individualizada: É o resultado da multiplicação do valor do ativo pelo fator de exposição, o que gera um valor provável de perda.
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Taxa de ocorrência anualizada: refere-se à frequência estimada de uma ameaça ocorrer e é decomposta em um valor anualizado, portanto se apresenta frequentemente como um número fracionário.
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Expectativa de perda anualizada: É o resultado da multiplicação da taxa de ocorrência anualizada pela expectativa de perda individualizada.
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Análise de custo/benefício das medidas mitigatórias: é um número que avalia a validade da implementação das medidas mitigatórias. É calculado subtraindo-se da expectativa de perda anualizada em valor moeda antes da implementação das medidas mitigatórias por esta mesma expectativa de perda após a implementação das medidas. Deste valor final ainda é subtraído o custo de implementação das medidas mitigatórias.
O uso da análise citada acima permite a avaliação da Taxa Interna de Retorno do investimento na implementação de cada medida mitigatória. Sendo esta TIR positiva diretamente se valida à implementação da medida mitigatória de forma individualizada.
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