Carolina Fernandes
Linguagem & Ensino, Pelotas, v. 21, n. 2, p. 17-39, jul./dez. 2018 35
Permanece a ideia de individualidade do texto, apontando o autor da notícia como
“simpatizante” ou não de uma causa, o que podemos interpretar por “se identifica ou não
com tal formação ideológica”. As palavras “libertar” e “invadir” também representam FDs
antagônicas, análise esta produtiva para abordar a falsa neutralidade da mídia a qual
mencionávamos mais acima.
Por fim, esse capítulo do volume 1 de “Português: contexto, interlocução e sentido”,
resguardados os desvios teóricos, parece-nos um material possível para o ensino do discurso
no âmbito escolar. Sua proposição de atividades de leitura e análise pode ser explorada com
vigor crítico, provocando a reflexão no sujeito-aprendiz sobre as relações sociais e as
produções de sentido que nela circulam. O que nos intriga é sobre este ser um tópico dentro
de uma unidade e não permear todo o livro ou os demais volumes da mesma coleção
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, o que
deixa ao professor a escolha de abordar aquela unidade integralmente ou não.
Então, fazer o discurso perpassar toda a prática pedagógica fica a critério do professor,
no modo como ele abordará os outros tópicos, como lerá os textos literários, como ensinará
a gramática aos seus alunos. Nesse ponto é que entramos na perspectiva do ensino com a AD.
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