7. Anomia
Segundo Durkheim o principal efeito da divisão do trabalho não deve ser o de
aumentar o rendimento das funções divididas, mas produzir solidariedade. Para que isso
aconteça é necessário que os órgãos que compõem uma sociedade que está divida em tarefas
se auto-regulem, que os intercâmbios de relações sociais sejam suficientes e prolongados.
Durkheim argumentava que quando o indivíduo, absorvido por sua tarefa, se isola em
sua atividade especial, já não percebe os colaboradores que trabalham a seu lado e na mesma
obra, nem sequer tem ideia dessa obra comum. Para o autor a solução para isso está em
demonstrar para o trabalhador que suas ações têm um fim fora de si mesmas, que ele é parte
de um todo social. Daí, por especial e uniforme que possa ser sua atividade, é a de um ser
inteligente, porque ela tem um sentido e ele tem consciência disso.
De acordo com Durkheim a reconstituição moral passa pela vivência coletiva e deve
ser obtida senão meio de reuniões de assembleias, de congregações onde os indivíduos,
estreitamente próximos uns dos outros, reafirmam em comum seus sentimentos
compartilhados. Durkheim afirma que essas reuniões realizadas em sociedades possuidoras da
solidariedade orgânica, por seu objeto, pelos resultados que produzem, pelos procedimentos
que empregam, não diferem em natureza das cerimônias propriamente religiosas de sociedade
mecânicas, aonde a religião é uma moral cívica.
Apesar de acusar o caráter essencialista das teorias de Comte e Spercer, [nota de
rodapé: Para uma melhor compreensão ler o primeiro capítulo de “As regras do método
sociológico”.] Durkheim transforma o ser humano em algo essencialmente social. O que
difere nos outros autores é a origem dessa essência. De acordo com Durkheim uma vez que a
sociedade se forma, ela possui algo de auto-preservação. Os indivíduos passam a cultuar a
sociedade para se auto-conservarem, e desta forma conservam a sociedade. Por isso o autor
afirma que o homem livre é aquele que contém ao império da vontade, conforma-os a justos
limites. Dessa forma, um individualismo desregrado adviria da falta de disciplina e de
autoridade moral da sociedade. Esse individualismo, provocado por um isolamento social,
desencadearia em anomia.
Durkheim afirma que não houve um momento em que os indivíduos poderiam decidir
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em vida social nas regras que estão. Porém, mesmo dessa forma eles conservam a sociedade.
A sociedade e suas regras protege seus membros, e dessa forma protege a si mesma. Para o
autor é a sociedade quem nos faz humanos, é a subordinação dos interesses particulares ao
interesse geral, essa é a fonte da moral. É a humanidade que é respeitável e sagrada, quando o
homem a cultua, ele tem que sair de si e estender-se aos outros, cultuando também a
sociedade.
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