Coleção História em Debate 2 História Ensino Médio



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. Acesso em: mar. 2016. O portal, parte da Rede da Memória Virtual Brasileira, oferece informações sobre a história do que é considerado o maior conflito armado da América do Sul. O site contém textos, galerias de imagens e dá acesso à pesquisa on-line em diversas bases de dados da Biblioteca Nacional.

Fundação Salvador Allende. Disponível em: . Acesso em: mar. 2016. Disponibilizado em espanhol e em inglês, o site da Fundação Salvador Allende reú ne informações sobre a história do presidente que lhe dá nome e notícias sobre as atividades da fundação, além de possibilitar acesso a acervos audiovisuais e fotográficos.
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5 O imperialismo na Ásia

Neste capítulo
O imperialismo
A diversidade das ações imperialistas
China Japão
A conquista da Índia


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DEA Picture Library/Album Art/Latinstock



Cavalaria inglesa atacando os sikhs na Batalha de Aliwal, 1846, durante as guerras coloniais na Índia.

O imperialismo caracteriza-se pela dominação política e econômica de uma nação sobre outra. Essa dominação pode ser direta ou indireta.

O conceito de império surgiu na Antiguidade e um dos grandes exemplos é o Império Romano. Mas essa definição não é tão exata, e cada tipo de imperialismo pode se diferenciar de outros. Mesmo os estudiosos divergem sobre o uso do termo para analisar determinados fenômenos históricos.
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As ações imperialistas que estudaremos neste capítulo foram resultado direto da Segunda Revolução Industrial, ocorrida no final do século XIX. Nesse contexto, os Estados europeus e os Estados Unidos da América estenderam seus domínios para outros continentes em busca de novos mercados, de lugares de onde pudessem extrair matéria-prima para as indústrias e, ainda, que oferecessem mão de obra barata.

A forma pela qual ocorreu esse processo e as consequências dele para os povos asiáticos serão algumas das questões abordadas neste capítulo.
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O imperialismo

Em meio às discussões relacionadas aos direitos humanos no decorrer da história, o imperialismo destaca-se como um dos fatores que mais contribuíram para o desrespeito à cultura, à economia e ao domínio territorial de diversos povos espalhados por todo o globo.

De forma geral, e independentemente do sentido empregado ou do período histórico, o termo imperialismo remete a ações de expansão e domínio territorial, cultural e econômico de um império, nação, região, povo etc. sobre outro, semelhante ou não.

A generalização e a possibilidade de adequação do termo a diferentes processos de dominação no decorrer da história popularizaram seu uso em diferentes épocas, fazendo com que surgissem expressões como “imperialismo an tigo” – em referência aos processos de expansão da Grécia e de Roma – e “imperialismo mercantilista”.

Alguns impérios da Antiguidade, ao se expandirem, escravizaram diversos povos, que, depois de derrotados nas guerras, tiveram seus territórios anexados.

Durante e após o período das Grandes Navegações, continentes inteiros – como a África e as Américas – foram ocupados por nações europeias, suas terras foram exploradas e seu povo foi subjugado e escravizado, impedido de rea lizar cultos religiosos e propagar seus costumes.

O termo imperialismo começou a ser utilizado na segunda metade do século XIX e fazia referência às pessoas e regiões partidárias de um imperador ou de uma forma imperial de governo.

No final do século XIX, esse termo designava uma forma de organização política na qual um centro imperial governava muitas áreas coloniais. Entretanto, no começo do século XX, depois dos processos de independência das colônias, passou a indicar um sistema econômico de investimento externo e controle de mercados, firmado com a consolidação das grandes potências econômicas, como os Estados Unidos e, atualmente, a China.



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Rene Fluger/CTK Photo/Grupo Keystone

Restaurante de origem estadunidense no centro de Xangai, China, 2014.
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Os processos de ocupação têm em comum não apenas o caráter domina tório como também a imposição de padrões cul turais, de consumo, de produção, de modo de trabalho, entre outros, aos povos e nações dominados.

As ações imperialistas são legitimadas pelas potências de cada época, de acordo com as atividades em voga no período, relacionadas ou não ao comércio e à obtenção de lucro. Tal situação já caracterizaria a não garantia dos direitos humanos, mas a violência muitas vezes utilizada nesses processos confirma a oposição entre imperialismo e garantia dos direitos humanos.

Atualmente, a grande corrida comercial dos países impõe um padrão de consumo que determina a inserção cultural e econômica das pessoas e nações, caracterizando uma nova fase do imperialismo. Semelhante às fases anteriores, esta também segrega e desfavorece determinadas parcelas da população e estabelece novas relações de exploração pautadas na produção, no consumo e nas transações de mercadorias e tecnologia ao redor do mundo. Não podemos esquecer, além disso, que, em razão da grande integração entre as nações atualmente, o processo afeta quase toda a população mundial.



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Leemage/Universal Images Group/Getty Images

Capa do periódico francês Le Petit Journal de 19 de novembro de 1911, em que a França é retratada como provedora da civilização no Marrocos. O texto abaixo da imagem diz: “A França poderá livremente levar ao Marrocos a civilização, a riqueza e a paz”.

Organizando ideias

Professor, as orientações e respostas referentes a esta seção estão no Manual do Professor.

Analise a tirinha e responda às questões.

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André Dahmer



1. Quais são as duas concepções expressas pelos personagens da tirinha?

2. O que esse diálogo revela sobre a sociedade contemporânea?

3. Em sua opinião, o dinheiro pode comprar tudo? Discuta com os colegas.
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A diversidade das ações imperialistas

No início da Idade Moderna, a expansão comercial europeia resultou na formação dos impérios coloniais (como o português, o espanhol, o inglês, o francês e o holandês), que, por meio do domínio da navegação, espalharam-se por diversas partes do globo com o intuito de suprir a necessidade mercantilista de acumulação de capital que imperava à época.

Diversos Estados europeus espalharam-se por todos os continentes estabelecendo relações de trocas comerciais e culturais, muitas vezes firmadas por meio de ações impositivas.

Da mesma maneira que diversas nações europeias apossaram-se de territórios das Américas e da África, especialmente entre os séculos XV e XVIII, mais tarde elas trataram também de explorara Ásia e desenvolver relações comerciais com o continente asiático. Essas relações intensificaram-se na segunda metade do século XIX e no começo do XX.

Com a independência das colônias europeias, as antigas metrópoles passaram a procurar novas fontes de lucro, ocupando regiões com as quais já haviam consolidado relações comerciais. O obje tivo era buscar novos mercados para o investi mento do capital excedente europeu, especialmente após a Segunda Guerra Mundial. Nesse panorama, a Ásia foi um dos principais continentes envolvidos com o mercado comercial.

Os ingleses destacaram-se na exploração do território asiático promovendo uma série de conquistas, principalmente na Índia. Os americanos, holandeses, alemães, russos e franceses também dominaram outras partes do continente asiático, opondo-se então aos japoneses, que já haviam começado um processo paralelo de domínio na região. Muitas batalhas foram travadas com o objetivo de consolidar o domínio territorial na Ásia.



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© DAE/Sonia Vaz

Fonte: World history atlas. Londres: Dorling Kindersley, 2008. p. 95.
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Esse contraste nos modos do expansionismo foi realçado por mudanças ocorridas durante a evolução do próprio capitalismo. A expansão geográfica inicial dos países europeus que confinam com o Ocea no Atlântico esteve estreitamente vinculada à ascensão do capitalismo mercantilista. Nesse período, quando as atividades manufatureiras eram relativamente subdesenvolvidas e em geral subservientes ao capital comercial, a riqueza e o poder das nações europeias em expansão (e dos colonos originários dessas terras) tiveram origem em quatro principais condições: 1) a absorção de grande parcela do comércio intra-asiático tradicional, depois de eliminados os antigos mercadores, e a ascensão dos europeus à situação de senhores das rotas marítimas mundiais; 2) a exploração do ouro e da prata das Américas, bem como dos tesouros descobertos em outros territórios conquistados; 3) a aquisição de produtos nativos da Ásia e das Américas para os quais existia, ou podia ser criada, demanda na metrópole; e 4) o desenvolvimento do comércio escravista africano. O âmago dessa atividade foi a apropriação direta dos excedentes dos territórios dominados, cabendo notar que as guerras entre as potências europeias foram na maior parte, embora não exclusivamente, motivadas pela divisão dos despojos do comércio e das possessões coloniais. Em última análise, contudo, havia limites a esse tipo de “imperialismo”. Enquanto a produtividade permanecesse virtualmente estagnada e a maioria dos povos do mundo mal produzisse o suficiente para uso próprio, não poderia haver grande crescimento do excedente que pudesse ser surrupiado.

O expansionismo entrou em nova fase com o florescimento de um sistema econômico que dependia de uma revolução contínua nos métodos de produção. Para isso, o progresso acelerado do comércio mundial preparara o caminho. Os aumentos que se fizeram acompanhar na produção para troca e no uso da moeda contribuíram para a desintegração, em certas regiões da Europa Ocidental, do modo feudal de produção e armaram o palco para a transição que culminou no capitalismo plenamente desenvolvido.

Este último, contudo, não se desenvolveu na mesma ocasião e em igual medida em todas as nações que lideraram a revolução comercial nos séculos XVI e XVII. O novo modo de produção amadureceu apenas nos países onde a necessária base vinha evoluindo desde os tempos medievais e onde o Estado e as relações de classe criavam um ambiente suficientemente favorável.

MAGDOFF, Harry. Imperialismo: da era colonial ao presente. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1979. p. 9.

Pausa para investigação

Professor, as orientações e a resposta referentes a esta seção estão no Manual do Professor.

No final do século XIX e início do XX, os países europeus buscavam, além de matéria-prima e mão de obra mais barata, novos mercados consumidores para suas mercadorias, produzidas cada vez em maior escala nas fábricas, o que acabou impulsionando a ocupação do território asiático por eles. Atualmente, os produtos asiáticos é que são distribuídos ao redor do mundo, aumen tando ainda mais o mercado de consumo de empresas da Ásia, em especial o de novas tecnologias.

Pesquise quais produtos são os mais exportados por empresas asiáticas atualmente e como eles influenciam a relação dos países ocidentais com a tecnologia.



Glossário
Subserviente: que concorda em seguir as ordens de outra pessoa, servil.
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China

Durante muito tempo, os países europeus não conseguiram estabelecer um grande volume de comércio com os chineses. Alguns produtos, como sedas e chás, eram comercializados; a China, porém, permanecia fechada para a influência cultural ou maior penetração dos costumes ocidentais em seus domínios.

Foi somente durante a Dinastia Ming que se intensificou a penetração ocidental na China. Os portugueses ocuparam Macau (1557) e missionários católicos converteram muitos chineses ao cristianismo. A despeito das conquistas dos exércitos da Dinastia Ming, a crise econômica, as intempéries climáticas e as epidemias enfraqueceram a hege monia Ming. Na Corte as disputas entre grupos rivais de ministros, generais e eunucos impossibilitava uma reação coordenada contra a crescente ameaça dos manchus (conhecidos como a Dinastia Qing).

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Akg-Images/Latinstock

Recipiente esmaltado com desenhos de lótus produzido durante a Dinastia Ming. Cobre esmaltado, 12,4 cm de diâmetro, c. 1450-1456.

A Dinastia Ming governou a China de 1368 a 1644 e foi lembrada por estimular o retorno às tradições chinesas.

Nessa dinastia, muitos projetos foram levados adiante, como a reconstrução do Grande Canal da China e o término da construção da Muralha da China. Foi formado também um grande exército, de aproximadamente 1 milhão de pessoas, conforme estimativa.

Nesse período, o incentivo à produção rural gerou muitos excedentes, que passaram a ser comercializados, aumentando assim as rotas de venda de produtos na China.

A Dinastia Ming terminou quando os manchus, originários da Sibéria, tomaram Pequim em 1644, dominando toda a China em poucos anos.

Mesmo procurando preservar suas raízes culturais, os manchus tiveram de se aliar ao grupo étnico chinês conhecido como han. Com a paz interna, foi possível realizar a expansão na Ásia Central, impondo um protetorado à Mongólia, ao Tibet, a Kashgar e à Coreia.

A princípio, os manchus tinham uma inclinação favorável em relação aos missionários cristãos, especialmente os jesuítas, que lhes proporcionavam importante assistência técnica nos campos da astronomia, cartografia e artilharia. Mas a “Controvérsia dos Ritos” (os jesuítas procuraram se adaptar à realidade cultural chinesa), decidida por Roma contra os jesuítas, prejudicou seriamente a sua posição; assim, em 1717, o cristianismo foi proibido e, em 1724, os missionários foram expulsos. O governo chinês impôs um controle estrito dos contatos com estrangeiros e deixou de acompanhar o progresso tecnológico que o Ocidente estava fazendo nessa época, chegando a esquecer boa parte do que os jesuítas tinham ensinado.

JAGUARIBE, Hélio. Um estudo crítico da História. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001. v. 2. p. 138.

O esforço para manter a paz interna, aliado à unificação dos países da região, afastou os chineses do comércio e dos costumes europeus, fazendo com que se isolassem em relações comerciais internas e costumes próprios, abstendo-se de qualquer relação com o Ocidente.

Guerra do Ópio

A China procurou se fechar em relação ao Ocidente, tanto que, quando uma missão diplomática inglesa visitou o país, em 1793, com o objetivo de solicitar aos chineses o direito de estabelecer uma embaixada em Pequim, o imperador, polidamente, respondeu que ela não era necessária.

Os britânicos buscavam capital para investir na indústria e tinham muito interesse nos produtos chineses, como a seda e o chá, vendidos a altos preços na Europa. Assim, pesquisaram um
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produto que despertasse o interesse dos orientais, com o objetivo de estabelecer relações comerciais com eles. Desco briram então a papoula, principal matéria-prima do ópio.

O ópio era produzido em larga escala na Índia e na Indonésia, que já permitiam certa abertura ao comércio britânico, e passou a ser vendido para a China, possibilitando a comercialização dos preciosos produtos chineses.

Em 1825, o imperador Daoguang recebeu um relatório informando que a quantidade de prata usada para pagar o ópio contrabandeado pelos ingleses crescera enormemente. Na década de 1830, o aumento foi demasiado, prejudicando a economia nacional. A questão econômica e a saúde da população, cada vez mais abalada pelo consumo da droga, levaram o imperador a reunir seus conselheiros.

Após ouvir os altos funcionários, em 1838, o imperador Daoguang decidiu erradicar o tráfico de ópio e combater seu consumo. Para aplicar o decreto, escolheu um funcionário de nome Lin Zexu.

Em proclamações públicas, Lin procurou alertar as pessoas sobre os perigos do uso da droga para a saúde. Em relação aos estrangeiros, argumentou que eles deveriam continuar com seus negócios legítimos – como o chá, a seda e o ruibarbo – abdicando do ópio. Complementando sua medida, usou a força contra os que desobedeceram ao decreto imperial. Milhares de chineses foram presos e toneladas de ópio foram confiscadas.

Quando as notícias do bloqueio e do confisco do ópio chegaram à Inglaterra, as firmas e as câmaras de comércio com a China nas principais áreas industriais lançaram intensas campanhas para pressionar o Parlamento a tomar medidas retaliatórias [...]. O Parlamento, porém, não declarou guerra à China, mas apenas autorizou o envio de uma frota e a mobilização de mais tropas na Índia para obter “satisfações e reparações” e, se necessário, “prender em custódia os navios chineses e suas cargas”. O total da força chegou a dezesseis belonaves armadas com 540 canhões, quatro vapores armados recentemente projetados, 28 navios de transporte e 4 mil soldados, além de 3 mil toneladas de carvão para os vapores e 16 mil galões de rum para os homens.

SPENCE, Jonathan D. Em busca da China moderna: quatro séculos de história. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 165.

Nas proximidades de Hong Kong, ocorreram os primeiros combates da chamada Guerra do Ópio (1839-1842) entre os navios ingleses e os juncos chineses. Os chineses foram derrotados e assinaram os termos do Tratado de Nanquim, em 29 de agosto de 1842. Entre as várias imposições, destacam-se:

• a abertura de cinco cidades chinesas para a residência de súditos britânicos e suas famílias, bem como para o comércio;

• a entrega de Hong Kong aos britânicos;

• a indenização aos comerciantes que tiveram o ópio confiscado;

• o pagamento aos ingleses pelas despesas que tiveram com a guerra;

• a anistia aos chineses que colaboraram com os ingleses.



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Museu Nacional Marítimo, Londres

Edward Duncan. Nemesis destruindo os juncos chineses na Baía de Anson em 1841, 1843. Aquarela.

Glossário
Ruibarbo: gênero de planta de raiz medicinal.
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Na esteira do Tratado de Nanquim, outras potências conseguiram privilégios semelhantes, caso dos Estados Unidos e da França, em 1844. Os chineses fizeram mais duas importantes concessões: o princípio da extraterritorialidade – o direito de ser julgado por suas próprias leis quando alguém cometia um crime em território chinês – e o princípio que garantia plena tolerância religiosa, beneficiando tanto católicos quanto protestantes.

No fim da guerra, a China estava abalada por vários fatores:

• a população aumentava mais do que a produção de alimentos, gerando fome e epidemias;

• a saída de prata do país debilitava o Estado;

• dificuldade da elite culta em encontrar emprego;

• declínio da capacidade dos exércitos;

• desmoralização da burocracia pelos fracassos administrativos;

• aumento progressivo do consumo de ópio;

• Estado inoperante e alta corrupção.



Pausa para investigação

Em 1997, Hong Kong foi palco de um acontecimento diplomático que pôs fim a uma situação que se prolongava desde meados do século XIX. Sobre esse evento, faça uma pesquisa e responda: O que acon-. teceu com Hong Kong em 1842? Quais são as causas históricas desse evento? Por que 1997 foi um ano importante? Apresente os resultados ao professor em forma de texto.

Professor, as orientações e a resposta referentes a esta seção estão no Manual do Professor.

Imperialistas na China

Muitos países tinham interesse em dominar os territórios e mercados asiáticos. Além da Grã-Bretanha, a França, a Alemanha e mesmo a Rússia empreenderam ações com o intuito de controlar alguma parte da Ásia, especialmente da China.

O país com mais interesses econômicos na Ásia era a Grã-Bretanha, que detinha o controle de quase 70% do comércio marítimo da China, além de controlar a dívida externa do país e possuir 30% dos investimentos diretos chineses, calculados – no início do século XX – em 150 milhões de dólares. O controle do mercado chinês pelos britânicos havia se tornado, então, uma questão de manutenção dos ganhos obtidos, que, por si só, já era bastante lucrativo.

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Print Collector/Diomedia

As indústrias inglesas em Cantão. Ilustração de B. Clayton e Piqua para o livro A História da China e da Índia, de Miss Corner, publicado em 1847.
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A França, por sua vez, dominava as planícies meridionais asiáticas, região mineradora e com linhas ferroviárias. O controle desse local era muito lucrativo para os franceses, o que fazia com que empregassem grandes esforços em manter sua integridade territorial.

A Alemanha, apesar de entrar atrasada na partilha territorial, conseguiu firmar solida mente seu comércio e seus investimentos na partilha colonial. No início do século XX, os alemães haviam conquistado 28% das obrigações do governo chinês. Ocupavam o terceiro lugar em porcentagem de dominação na China, atrás apenas dos ingleses e dos russos. Seu domínio foi tanto que, em 1898, conseguiram concessão para a cons trução de duas ferrovias em Chaotung, o direito de explorar reservas minerais num raio de 17 quilômetros de cada lado dessas ferrovias, a prioridade de fornecer conhecimentos práticos, capital e material para qualquer finalidade na província de Chaotung, além do arrendamento do Porto de Kiaostschu (Kiachau) por 99 anos. Em 1914, o governo chinês cancelou a concessão.

Já os estadunidenses, até 1880, não se interessaram muito em dominar a China. Sua participação não era muito intensa, pois estavam envolvidos na guerra com a Espanha pelo domínio de Cuba. Apesar disso, também apoiavam a integridade territorial chinesa com o intuito de, no futuro, abrir mais espaço para suas transações comerciais no território.

A Rússia tratava o controle do território e comércio da região como assunto de política nacional, o que levou ao comando de toda a região da Sibéria para evitar o avanço do domínio britânico.

Os russos começaram suas investidas no território chinês no século XVII dominando a Sibéria e conquistando uma base no Pacífico em território chinês. Aos poucos, eles foram avançando e conquistando diversas regiões, como o Estreito de Bering, as ilhas Curilas e Aleutas e o Alasca.

Quando o imperialismo moderno começou, a Rússia já havia estendido sua influência sobre toda a região asiática, dos Montes Urais ao Pacífico.

A ampliação do comércio com a China ajudou muito no desenvolvimento industrial da Rússia, que teve um crescimento estimado em 350%, entre 1824 e 1854, relacionado especialmente à indústria têxtil.

A Rússia foi um dos grandes dominadores do território e comércio chineses, exercendo seu controle até aproximadamente 1904, quando os japoneses começaram sua empreitada imperialista na China.

Organizando ideias

Analise a imagem e faça o que se pede.



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Coleção particular

Henry Meyer. A partilha da China pelos europeus. Charge publicada no Le Petit Journal, jan. 1898.


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