Coleção História em Debate 2 História Ensino Médio



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parturientes e lhes abriam o ventre e as faziam em pedaços como se estivessem golpeando cordeiros fechados em seu redil. Faziam apostas sobre quem, de um só golpe de espada, fenderia e abriria um homem pela metade, ou quem, mais habilmente e mais destramente, de um só golpe lhe cortaria a cabeça, ou ainda sobre quem abriria as entranhas de um homem de um só golpe. Arrancavam os filhos dos seios da mãe e lhes esfregavam a cabeça contra os rochedos [...]. Faziam certas forcas longas e baixas, de modo que os pés tocavam quase a terra, um para cada treze, em honra e reverência de Nosso Senhor e de seus doze Apóstolos (como diziam) e deitando-lhes fogo, queimavam vivos todos os que ali estavam presos. Outros, a quem quiseram deixar vivos, cortaram-lhes as duas mãos e assim os deixavam.

LAS CASAS, Bartolomé de. O paraíso destruído: brevíssima relação da destruição das Índias. Porto Alegre: L&PM, 1996. p. 30.

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Art Images Archive/Glow Images

Execução de dois índios paraguaios acusados de matar o expedicionário Juan de Ayolas. Gravura publicada em livro de Mattaeus Merian, Frankfurt, 1631. As imagens contribuíram para reforçar os posicionamentos de Las Casas e ajudaram a provocar e sustentar uma onda de indignação europeia – principalmente nos países subordinados à Espanha – contra a violência impingida pelos conquistadores espanhóis. Eles foram responsabilizados pela destruição de grande parte das populações e culturas nativas.

Glossário
Destramente: com destreza, habilidade.
Fender: dividir ao meio, abrir uma fenda.
Parturiene: mulher que está prestes a parir, em trabalho de parto, ou que acaba de dar à luz.
Redil: curral para gado de carneiros e cabras.
Página 66

Toda essa violência era justificada pela visão “religiosa” da desigualdade entre os seres humanos, por meio da qual uns eram considerados superiores aos outros, e também pela busca desenfreada por riquezas. Todo empecilho para a obtenção da riqueza deveria ser eliminado, mesmo que fosse um ser humano. Historicamente, os espanhóis estavam na fase de transição entre a Idade Média, dominada pela religião, e a Idade Moderna, na qual os bens materiais subiram ao topo da escala de valores. Era essa mentalidade que justificava suas ações.

Assim, o declínio da população indígena foi muito rápido, conforme os dados da tabela a seguir.

POPULAÇÃO INDÍGENA ESTIMADA (EM MILHÕES)

México

América Andina

1519

25

1530

10

1532

16,8

1560

2,5

1548

6,3

1590

1,5

1568

2,65







1580

1,9







Fonte: BETHELL, Leslie (Org.). História da América Latina: a América Latina colonial. 2. ed. São Paulo: Edusp; Funag, 1998. v. 1. p. 201.

Na Idade Moderna, ainda não havia um sistema de leis que pudesse minimizar essas ações. O fato de Igreja e Estado ainda dividirem o poder fazia com que a Igreja justificasse os atos do Estado. Um exemplo é a Bula Intercoetera, documento de 1493 que legalizava a soberania e o domínio da Coroa espanhola sobre as terras do Novo Mundo e, em contrapartida, os reis deveriam difundir a fé católica entre os nativos.

Outro documento favorável aos reis espanhóis foi o Requerimento, elaborado em 1514 por Palácio Rúbios, jurista e conselheiro dos reis espanhóis. Trata-se de um importante documento jurídico, que autorizava o domínio e a intervenção nas colônias. A justificativa centrava-se na crença de que Jesus Cristo teria dado a São Pedro a posse do continente americano, e este a transferiu ao chefe da Igreja Católica, o papa, que, por sua vez, concedeu essas terras aos reis Fernando de Aragão e Isabel de Castela. Portanto, a Igreja legitimava a posse e as atitudes dela decorrentes.

Esse documento deveria ser lido a toda comunidade indígena antes de subjugá-la, mesmo que os nativos não falassem a mesma língua e, portanto, não o compreendessem. A partir de então os indígenas passavam a ser subordinados à Coroa espanhola. Caso houvesse resistência, o documento autorizava a guerra justa e a escravização.

O ideário da colonização desenvolveu-se com base nesses documentos. De acordo com esses princípios, as populações indígenas que sobreviveram aos massacres iniciais foram forçadas a pagar tributos à Coroa espanhola, a se converter à fé cristã e também a se adaptar aos hábitos europeus, em um processo de etnocídio que se estendeu durante toda a colonização.

A violência cultural empregada pelos espanhóis se traduziu em ações como a queima de livros (códices), destruição dos templos e ídolos religiosos, além da renomeação dos lugares onde viviam os indígenas usando nomes escolhidos pelos espanhóis.



Guerra justa era o embate autorizado pela Coroa (metrópole) ou pelos governadores, como as guerras travadas em legítima defesa contra os ataques indígenas.

Glossário
Etnocídio: destruição sistemática da cultura e dos costumes de uma etnia por grupo étnico de formação diferente.
Página 67

Organizando ideias

Junte-se a um colega para formar uma dupla e, juntos, leiam os textos a seguir. Ambos fazem parte de um debate realizado entre 1550 e 1551, na Espanha, entre o frei Bartolomé de Las Casas e o jurista espanhol Juan Ginés Sepúlveda.

O debate discutia se os indígenas americanos eram ou não bárbaros e se seria justo ou não guerrear com os nativos para propagar o cristianismo na América. Esse debate foi de extrema importância, pois envolvia questões que permearam todo o período da modernidade. Nele, foi exposta, de um lado, a visão etnocêntrica, defendida por Sepúlveda, de imposição de verdades consideradas universais, em que predomina a intolerância diante dos valores do outro. Do outro lado, Las Casas defendeu a autodeterminação dos povos e o respeito à diversidade, ainda que com restrições, pois apoiava o ensinamento da fé católica aos nativos.

Reflitam sobre o exposto e depois façam o que se pede.



Texto 1

Aqueles que pretendem que os índios são bárbaros, responderemos que essas pessoas têm aldeias, vilas, cidades, reis, senhores e uma ordem política que, em alguns reinos, é melhor que a nossa [...]. Eles superavam também a Inglaterra, a França, e algumas de nossas regiões da Espanha [...]. Pois a maioria dessas nações, senão todas, foram muito mais pervertidas, irracionais e depravadas, e deram mostra de muito menos prudência e sagacidade em sua forma de se governarem e exercerem as virtudes morais. Nós mesmos fomos piores, no tempo de nossos ancestrais e sobre toda a extensão de nossa Espanha, pela barbárie de nosso modo de vida e pela depravação de nossos costumes.

LAS CASAS, Bartolomé apud LAPLANTINE, François. Aprender antropologia. São Paulo: Brasiliense, 1987. p. 38-39.

Texto 2

É justo e útil que [os indígenas] sejam servos, e vemos que isso é sancionado pela própria lei divina, pois está escrito no livro dos provérbios: “o tolo servirá aos sábios”. Assim são as nações bárbaras e desumanas, estranhas à vida civil e aos costumes pacíficos. E sempre será justo e de acordo com o direito natural que essas pessoas sejam submetidas ao império de príncipes e de nações mais cultivadas e humanas, de modo que graças à virtude dos últimos e à prudência de suas leis, eles abandonam a barbárie e se adaptam a uma vida mais humana e ao culto da virtude. E se recusam esse império, é permissível impô-lo por meio das armas e tal guerra será justa, assim como declara o direito natural [...].

Concluindo: é justo, normal e de acordo com a lei natural que todos os homens probos, inteligentes, virtuosos e humanos dominem todos os que não possuem essas virtudes.

SEPÚLVEDA, Juan Ginés apud WOLKMER, Antônio Carlos (Org.). Direito e justiça na América indígena: da conquista à colonização. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1998. p. 70.



1. Os textos mostram posturas diferentes. Descreva cada uma delas.

2. Analise os argumentos utilizados por Las Casas para a defesa dos indígenas.

3. Analise os argumentos de Sepúlveda contrários aos indígenas.

4. De acordo com o que foi visto até agora, qual visão prevaleceu?

5. Pode-se considerar que nesse embate aparecem valores relativos a direitos humanos? Explique.

Professor, as orientações e respostas referentes a esta seção estão no Manual do Professor.



Glossário
Permissível: admissível, que pode ser permitido.
Probo: íntegro, honesto.
Prudência: cautela, moderação, sensatez.
Sagacidade: sutileza, perspicácia, inteligência.
Página 68

Resgate cultural

Os cuidados com os mortos na cultura mexicana

O catolicismo destaca em seu calendário uma data em que os mortos são lembrados e reverenciados, o dia 2 de novembro – no Brasil, essa data é comumente referida como Dia de Finados. No México, os rituais relacionados a esse dia mobilizam as pessoas de forma bastante singular, com festividades que começam antes do Dia dos Mortos.

Ao contrário do Brasil, onde o Carnaval é a maior festa popular, com milhares de pessoas entregues à folia por três dias consecutivos, no México, a maior mobilização festiva e popular ocorre no Dia dos Mortos. Na realidade, geralmente as festividades acontecem em vários dias, entre 31 de outubro e 2 de novembro, e em muitas cidades elas começam já no dia 28 de outubro. Parentes, amigos e convidados festejam o retorno de seus finados com grande variedade de comidas, bebidas, doces e frutas em banquetes espetaculares. De tão importante, o acontecimento foi declarado patrimônio cultural da Humanidade pela Unesco.

Maria Teresa Toribio Brittes Lemos. A doce vida dos mortos. Revista de História da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, 2 fev. 2012. Disponível em: . Acesso em: fev. 2016.



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De Agostini Picture Library/Grupo Keystone

Vestígios de oferendas astecas dos séculos XIV-XVI em exposição no Museu Arqueológico da Cidade do México (México). A antiga cidade asteca de Tenochtitlán, onde atualmente se localiza a Cidade do México, é uma importante fonte de achados arqueológicos no México. Na área do chamado Templo Superior de Tenochtitlán, vestígios arqueológicos possibilitaram a estudiosos compreender alguns rituais do povo asteca. Na fotografia acima, vemos um sepulcro onde foram encontrados cerca de 14 mil objetos enterrados com o objetivo de proporcionar ao morto um trajeto seguro até Mictlán. Nesse lugar também foi encontrado o esqueleto de um canídeo (fotografia abaixo) – com diversos objetos em ouro e pedras preciosas, indicando que o dono se tratava de alguém poderoso na sociedade asteca –, que serviria, de acordo com as crenças daquela sociedade, para guiar o morto.

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Eduardo Verdugo/AP Photo

Esqueleto de um lobo usado como oferenda pelos astecas. Cidade do México, México.
Página 69

Trata-se de um exemplo complexo de sincretismo religioso-cultural nas sociedades americanas. Os rituais ligados à morte marcavam as práticas religiosas dos povos nativos das atuais terras mexicanas: nessas sociedades, acreditava-se que morrer correspondia a uma vontade dos deuses de que o falecido fosse conduzido a um espaço divino chamado Mictlán. Para chegar lá, os mortos deveriam atravessar determinados lugares, por isso eram colocados junto a seus sepulcros determinados objetos e até mesmo animais, com o intuito de que fizessem essa travessia em segurança.



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Yaacov Dagan/Alamy/Latinstock

Desfile de carnaval do Dia dos Mortos em Oaxaca, México, 2015. Um dos rituais da festa do Dia dos Mortos no México corresponde a decorar e, muitas vezes, iluminar o caminho entre o cemitério onde o parente está enterrado e sua residência.

A festa do Dia dos Mortos

Ofertar, no Dia dos Mortos, é compartilhar com os defuntos o pão, o sal, as frutas, as delícias culinárias, a água e, se são adultos, o vinho. [...]

O altar do Dia dos Mortos é uma mistura cultural para a qual os europeus contribuíram com flores, velas e lamparinas; os indígenas agregaram o defumador de copal, as comidas e a flor do cravo-de-defunto. O altar, como o conhecemos hoje, é também um reflexo do sincretismo do velho e do novo mundo.

Ofrendas de día de muertos. Comisión Nacional para el desarrollo de los pueblos indígenas, 13 out. 2009. Disponível em: < www.cdi.gob.mx/index.php?option=com_content&task=view&id=563>. Acesso em: mar. 2016.

(Tradução nossa).

O cuidado que muitas famílias no México têm em indicar o caminho entre a residência e o cemitério, assim como em comunicar seus novos endereços no sepulcro dos parentes, remete à ideia vigente na sociedade asteca de que os vivos poderiam empreender esforços para que os mortos pudessem se deslocar com segurança.



1. Como é celebrado o Dia dos Mortos no Brasil? Ele tem um caráter festivo como o mexicano? Responda no caderno.

Professor, as orientações e a resposta referentes a esta seção estão no Manual do Professor.


Página 70

América Portuguesa: entre a cruz e a espada

Assim como na América Espanhola, no processo de colonização do Brasil houve união entre o Estado português e a Igreja, ou seja, entre colonização e catequese. Em alguns casos, ocorreram conflitos entre esses dois poderes, pois os interesses dos colonos causavam prejuízos ao processo de catequização dos nativos.

Nos primeiros contatos com os portugueses, os indígenas trabalharam no corte e carregamento de pau-brasil, que era trocado por produtos desconhecidos pelos nativos. Com o desenvolvimento da agricultura, eles passaram a ser escravizados.

No decorrer do processo de colonização, com as guerras, a miscigenação e as doenças, as populações indígenas foram bastante reduzidas.

No que se refere à catequização, a América Portuguesa recebeu religiosos de várias ordens, destacando-se os jesuítas da Companhia de Jesus. Esses padres procuraram estabelecer uma relação com os indígenas aprendendo a língua deles. A forma encontrada para a catequização e educação dos indígenas nos princípios cristãos foi reuni-los em aldeamentos, chamados de missões ou reduções jesuíticas. Os jesuítas tentavam, nesses locais, convencer os indígenas a abandonar seus costumes e ensinavam, além da religião, a ler, escrever, contar e tocar instrumentos musicais.

Foram estabelecidas missões em quase todo o território que hoje é o Brasil, avançando inclusive para além dos limites portugueses determinados pelo Tratado de Tordesilhas.

Nas missões, a liberdade era garantida aos aldeados, não se permitia a escravização. Os indígenas podiam trabalhar para colonos, porém mediante remuneração. Assim, nesses locais havia reserva de mão de obra, o que contribuiu para a colonização de vários pontos do território, sobretudo no interior.

Em 1570, uma lei proibiu a escravização dos indígenas, porém eles deveriam ser educados, adotar a religião dos portugueses e submeter-se à autoridade deles. Caso contrário, prevaleceria o conceito de guerra justa.

Os indígenas resistiram de diferentes formas: fugiam dos aldeamentos missionários e de outros tipos de cativeiro, atacavam as vilas e as fazendas dos colonizadores e negociavam com europeus que estavam em disputas com grupos indígenas inimigos. O suicídio e o sincretismo religioso também eram práticas de resistência adotadas pelos nativos.

Um dos exemplos de resistência armada foi a Confederação dos Tamoios, aliança de indígenas da região onde hoje é São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. O objetivo era resistir à ocupação portuguesa na capitania de São Vicente. Nesse contexto, na tentativa de ocupar a região da Baía de Guanabara e formar a França Antártica, os franceses aliaram-se aos tamoios, liderados por Cunhambebe. Em contrapartida, os portugueses aliaram-se aos indígenas temiminós (liderados por Arariboia), inimigos ferrenhos dos tamoios.

O conflito gerou um grande número de mortos, resultando na expulsão dos franceses da região em 1567. Os tamoios foram massacrados, e os temiminós presenteados com terras pelos portugueses.

Esse embate não foi apenas entre portugueses e franceses, mas também entre grupos indígenas tradicionalmente inimigos que se aproveitaram do conflito entre os europeus para resolver suas questões e disputas.



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Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro

Rodolfo Amoedo. O último tamoio, 1883. Óleo sobre tela, 1,83 m × 2,61 m.
Página 71

Pausa para investigação

Junte-se a alguns colegas e forme um grupo. Pesquisem o que diz a atual Constituição em relação aos povos indígenas. Em seguida, procurem reportagens que mostrem a situação indígena atual. Comparem a lei com os fatos noticiados. A que conclusão vocês chegaram? Elaborem um texto com o resultado.

Professor, as orientações e respostas referentes a esta seção estão no Manual do Professor.

A conquista da América do Norte

Centenas de grupos, como os cheroquis, iroqueses, comanches e apaches, habitavam a atual América do Norte até a chegada dos europeus. Após sua chegada e instalação, os colonos precisaram lidar com um problema: a conquista das terras indígenas.

Com o intuito de aumentar os territórios das colônias e o pretexto da necessidade de pregar o cristianismo, os ingleses começaram a avançar nas terras dos nativos, expulsando-os de seus territórios.

O contato dos ingleses com os indígenas, seguido de guerras, massacres e epidemias, exterminou grande parte deles. Se no período dos primeiros contatos havia entre 10 e 12 milhões de nativos povoando a região, depois da conquista restaram aproximadamente 250 mil.

Relatos mostram que a epidemia de varíola, que assolou a população indígena por volta de 1630, foi considerada uma dádiva, e “confirmava” o direito divino da exploração das novas terras pelos ingleses.

Apesar de haver poucos relatos do fato, os ingleses, assim como os portugueses no Brasil, escravizaram e comercializaram a população indígena norte-americana.

Os indígenas tentaram de várias formas resistir à violência da colonização, tanto fugindo para o interior quanto enfrentando os colonos.

Apesar de nem todos os grupos de colonos se oporem aos nativos e das estratégias de resistência, a intensificação da conquista dos territórios fez com que a população indígena dos Estados Unidos diminuísse drasticamente, o que, por sua vez, possibilitou, junto a outros fatores e investimentos, a expansão dos colonos para o interior do país e a conquista efetiva da região.



Organizando ideias

O texto a seguir descreve a opinião dos colonos ingleses sobre os indígenas.

As opiniões dos colonos sobre os indígenas variaram, mas foram, quase sempre, negativas. Um dos mais antigos relatos sobre eles, de 1628, de autoria de Jonas Michaëlius, mostra bem isso:

Quanto aos nativos deste país, encontro-os totalmente selvagens e primitivos, alheios a toda decência; mais ainda, incivilizados e estúpidos, como estacas de jardim, espertos em todas as perversidades e ímpios, homens endemoniados que não servem a ninguém senão o diabo [...]. É difícil dizer como se pode guiar a esta gente o verdadeiro conhecimento de Deus e de seu mediador Jesus Cristo.

Jonas Michaëlius parte de um ponto de vista europeu. Como os índios não têm uma cultura semelhante à europeia, ele os considera incivilizados. [...]

KARNAL, Leandro. Estados Unidos: a formação da nação. São Paulo: Contexto, 2007. p. 59.



1. A postura dos colonos ingleses em relação aos indígenas da América do Norte foi a mesma dos outros europeus nas regiões que colonizaram. Em dupla, elabore um texto descrevendo de forma geral os grupos que habitavam as Américas e a visão etnocêntrica dos europeus sobre os nativos.

Professor, as orientações e a resposta referentes a esta seção estão no Manual do Professor.


Página 72

Debate interdisciplinar
Intercâmbio de alimentos entre a


Europa e a América

A chegada dos europeus à América foi o começo de uma das transformações mais revolucionárias nos hábitos alimentares dos seres humanos. Nos primeiros anos da conquista, os espanhóis resistiram a comer produtos nativos americanos, por isso trouxeram consigo plantas e animais de sua terra natal. Todavia, os espanhóis enviavam à Europa todos os alimentos exóticos que os nativos lhes ofereciam para, de alguma forma, apaziguar a Coroa pelas dificuldades que tinham de encontrar os tão desejados metais preciosos. Progressivamente, por meio dessa troca entre América e Europa, a fauna e a flora de ambos os continentes foram modificadas, pois diversas plantas e animais adaptaram-se aos novos climas. Com isso, a dieta dos habitantes das duas regiões foi enriquecida.



A domesticação dos animais

Araras, periquitos, papagaios, macacos, serpentes e tantos outros animais eram recolhidos das florestas tropicais e enviados para a Europa, além de outros que eram criados nas aldeias pelos nativos. Esse hábito foi prontamente adotado pelos europeus com suas espécies nativas.


1 Xoloitzcuintle

É uma raça de cães sem pelos, da Mesoamérica, considerada a mais antiga das raças puras de cachorro, com registros arqueológicos de mais de 3 mil anos. Esse cachorro poderia ser criado em casa como animal de estimação, mas sua carne também era usada pelos nativos como alimento e bastante apreciada em rituais como os jogos de bola.


2 Perus

Os astecas consumiam a carne e os ovos de diferentes espécies de perus.


3 Cavalos 4

Os espanhóis trouxeram cavalos à América para auxiliar no transporte e nos combates militares.


4 Trilogia dos animais

Porcos, cabras e ovelhas eram a “trilogia de animais” favorita dos conquistadores. Os porcos multiplicavam-se rapidamente e eram bem aceitos na culinária. As vacas demoraram mais para se reproduzir.


Cabras e ovelhas

Forneciam carne, leite e algodão.


Vacas

Multiplicaram-se de modo selvagem.


Porcos

Eram fáceis de criar e todas suas partes eram utilizadas.


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