4.3 Fundamentação teórica
A atividade letiva da disciplina de História, como componente curricular do Ensino Médio, pode contribuir para a formação de sujeitos que assumam suas preferências políticas, econômicas, sociais e culturais de modo mais refletido e responsável.
[...] Somos os únicos seres que, social e historicamente, nos tornamos capazes de aprender. Por isso, somos os únicos para quem aprender é uma aventura criadora, algo, por isso mesmo, muito mais rico do que meramente repetir a lição dada.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2000. p. 77.
Esta coleção está fundamentada em concepções de ensino que reconhecem o processo de aprendizado como um fenômeno de construção do conhecimento, de definição e de escolha de pontos de vista para diferentes temas, e a escola – e por decorrência o professor – não é a única, nem mesmo a mais privilegiada fonte de consulta nesse processo, que acaba sendo realizado, em qualquer medida, pelo próprio sujeito, aluno ou não. Apresentar práticas de investigação e pesquisa dos acontecimentos utilizadas pela historiografia significa, antes de tudo, disponibilizar ao sujeito-aluno instrumentos que lhe possibilitem analisar, sintetizar e formular hipóteses de compreensão em sua empreitada de leitura e entendimento do mundo. Conforme afirmam as autoras Conceição Cabrini e Andrea Montellato:
[...] professor e aluno são sujeitos que produzem um saber que se concretiza na relação ensino/aprendizagem. O que norteia sua ação é a busca de respostas às perguntas surgidas na construção do objeto de estudo. Para eleger os eixos temáticos e definir o objeto de estudo, é importante partir-se de questões da “realidade” local que estejam inseridas no mundo contemporâneo. Assim, em vez de simplesmente estudar uma localidade, o historiador escolhe como ponto de partida algum elemento da vida que seja, por si só, limitado tanto no tempo como no espaço – um tema que será usado como uma janela para o mundo.
CABRINI, Conceição Aparecida; MONTELLATO, Andrea. A História como uma janela para o mundo. Revista de História da Biblioteca Nacional. Disponível em: . Acesso em: jan. 2016.
É evidente que a relação professor-aluno se torna, nesse processo, uma relação de construção de conhecimento, em que a definição de temas resulta de debates nos quais se envolve diretamente o grupo de uma sala de aula, e alcança outras disciplinas e até mesmo a comunidade escolar. Esse não é um trabalho fácil, pois demanda envolvimento pessoal do professor e um ambiente letivo em que o sentido de produção do conhecimento não seja único, e o ensino não seja tomado na acepção bancária e depositária sobre a qual já nos alertou Paulo Freire.
A atividade escolar consiste notadamente no reconhecimento de métodos de investigação e abordagens que sistematizem as investigações realizadas e lancem novos problemas à pesquisa. No caso da disciplina de História, por meio de abordagem temática de seus conteúdos, a prática de estudo pede que se diferencie claramente quando estamos enfrentando determinado tema no espaço/tempo do aqui e agora e quando nos referimos a outro espaço ou tempo, seja qual for seu período ou contexto específico.
A seguir, Conceição Cabrini e Andrea Montellato, no texto já citado, sistematizam a abordagem temática do ensino de História como o interpretamos.
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1. Problematização: momento em que construímos o objeto de estudo sob a forma de um conjunto de questões que precisa ir além de “quando” e “onde” – embora estes sejam os dados iniciais –, de modo que seja possível levantar também os “comos” e os “porquês”. Esse é o ponto de partida para um estudo de História que entrelaça constantemente tempos e espaços.
2. Desenvolvimento: os problemas levantados são integrados em um conjunto mais amplo, encaminhando estudos e reflexões que indicam o caráter histórico das experiências humanas. Nessa fase do trabalho, tem início efetivamente a pesquisa, que pode ser feita em bibliotecas e, se possível, na internet. Simultaneamente, propõe-se a leitura de textos em diversas linguagens – historiográfica e de documentos de época, iconográfica, de mapas, tabelas, entre outras. O objetivo é con textua li zar o fato, confrontar versões do mesmo acontecimento, contrapor projetos e ampliar informações. É também no desenvolvimento do tema que, com base nas atividades realizadas, são feitas pequenas sistematizações com a finalidade de construir sínteses parciais.
3. Sistematização: trata-se da (re)ordenação e da (re)organização das produções com base nas questões levantadas na problematização inicial, compreendendo que esse processo não é linear e que é necessário construir generalizações e sínteses. A sistematização pode ser feita por meio da produção de texto coletivo, da apresentação de seminários ou ainda de atividades que demandem a confecção de material em outras linguagens, como cartazes, vídeos, páginas na internet ou textos jornalísticos.
4.4 Processo de avaliação
O processo de avaliação é mais um desafio cotidiano para o professor, pois, por um lado, há normas burocráticas a serem cumpridas e, por outro, é necessário pensar a avaliação de forma contínua, como um processo, conforme já comentado.
A avaliação não faz sentido se for usada para exercer poder. Dessa forma, ela destrói o bom trabalho do professor, uma vez que, se o discurso se descolar da prática e ambos seguirem caminhos opostos, tudo o que falamos perde o sentido.
Pensando nisso, incluímos nos capítulos algumas atividades que podem ser utilizadas como breves avaliações. Elas servem para que o aluno verifique o que de fato compreendeu e para que você analise o que precisa ser retomado e discutido de outra forma.
A seção Resgate cultural, por exemplo, favorece o desenvolvimento de atividades diferentes, com base em propostas de estudo de determinado assunto. São oferecidas atividades como elaboração de textos, pesquisas, discussões, trabalhos em grupo e apresentações em sala de aula. Assim, os alunos podem se expressar de várias maneiras, um colega pode ouvir o outro, e você pode verificar o que todos conseguem elaborar textual e verbalmente, in di vidual e coletivamente, acerca dos assuntos tratados.
Pausa para investigação é um instrumento eficaz para incentivar a pesquisa. Essa seção traz os principais temas do capítulo. Considerando que a pesquisa é um dos meios mais eficazes para o aprendizado qualitativo, reservar um tempo de qualidade para ela e partilhá-la com o grupo é, sem dúvida, propiciar a construção do conhecimento e da autonomia, uma vez que caberá ao grupo escolher como fará a pesquisa, articulando-se, fazendo combinados, cumprindo regras e dialogando. Portanto, esse instrumento possibilita aos alunos um aprendizado diversificado e o exercício da tolerância, pois precisarão aprender a ouvir e a conciliar opiniões para chegar ao resultado que dê voz ao grupo.
Organizando ideias apresenta um texto alternativo – pode ser uma música, um poema, em excerto de jornal, entre outros – que complementa o tema tratado. Como o próprio nome diz, essa seção ajuda o aluno a esclarecer o conteúdo com perspectivas diferentes das trabalhadas no texto-base.
As seções de atividades visam estimular diferentes aspectos no processo de construção do conhecimento. Dessa forma, a coleção apresenta ao aluno as ferramentas e orientações necessárias ao entendimento de um acontecimento histórico – sempre com a mediação do professor – para que seja possível compreender que a própria parcialidade do processo histórico faz parte da construção dos conceitos e episódios elaborados pela História.
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Sendo assim, com o propósito de que os alunos, além de compreender o processo histórico, interajam ativamente com seu ambiente social por meio da bagagem adquirida com as análises e discussões promovidas em sala de aula, indicamos ao longo dos capítulos algumas das competências específicas que, espera-se, sejam trabalhadas. Elas são pautadas na lista a seguir:
COMPETÊNCIAS
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OBJETIVOS
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C1
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Criticar, analisar e interpretar diversas fontes documentais reconhecendo o papel das diferentes linguagens, dos agentes sociais e contextos envolvidos em sua produção.
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Desenvolver diferentes procedimentos que possibilitem a análise, a contextualização e a discussão das diversas fontes históricas (escritas e não escritas).
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C2
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Com base na discussão historiográfica, produzir textos analíticos e interpretativos referentes aos processos históricos.
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Elaborar textos considerando a permanente construção do conhecimento fundamentada na relação ensino-pesquisa. Os textos devem sistematizar o conhecimento produzido por meio de problematizações e reflexões sobre a realidade social ou aspectos específicos dela.
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C3
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Estabelecer relações entre continuidade e permanência, ruptura e transformação, semelhanças e diferenças nos processos históricos.
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Analisar e/ou comparar acontecimentos ocorridos em épocas e lugares distintos estabelecendo semelhanças e diferenças, continuidades e rupturas, e reconhecendo as influências recíprocas entre todos os aspectos que envolvem as sociedades (relações sociais, valores, ideias etc.).
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C4
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Construir a identidade pessoal e social na dimensão histórica por meio do reconhecimento do papel do indivíduo nos processos históricos, simultaneamente, como sujeito e produto deles.
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Estabelecer procedimentos para que o estudante possa situar suas experiências em relação às problemáticas da sociedade contemporânea ou de épocas passadas, reconhecendo-se, ao mesmo tempo, como sujeito e participante da história de seu tempo.
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C5
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Posicionar-se diante de fatos presentes com base na interpretação de suas relações com o passado.
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Compreender a vida coletiva e a realidade social como produtos das ações de diferentes agentes sociais realizadas no tempo e no espaço e interpretar a realidade de forma crítica.
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C6
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Atuar sobre os processos de construção da memória social.
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Estabelecer relações entre o patrimônio histórico e cultural do lugar em que vive e as memórias e identidades locais, regionais, nacionais ou mundiais, entendendo que esse patrimônio foi produzido por diferentes grupos sociais e faz parte da memória coletiva significativa.
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C7
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Compreender a sociedade, em todos os aspectos, como produto da ação humana em permanente construção.
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Reconhecer as sociedades como produtos da ação de diferentes sujeitos sociais em distintos espaços e épocas, e sua permanente construção e transformação.
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Além de avaliar se os alunos desenvolveram estas competências básicas, indicamos também no início dos capítulos quais são as habilidades citadas na matriz do Enem que se espera que os estudantes desenvolvam. Elas estão identificadas conforme a tabela a seguir:
HABILIDADES DE REFERÊNCIA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
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Área 1 – Compreender os elementos culturais que constituem as identidades.
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H1 – Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.
H2 – Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas. H3 – Associar as manifestações culturais do presente a seus processos históricos.
H4 – Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura.
H5 – Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes sociedades.
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HABILIDADES DE REFERÊNCIA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
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Área 2 – Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicas e culturais de poder.
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H6 – Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.
H7 – Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações.
H8 – Analisar a ação dos Estados Nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem socioeconômica.
H9 – Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial.
H10 – Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da participação da coletividade na transformação da realidade histórico-geográfica.
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Área 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais.
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H11 – Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.
H12 – Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades.
H13 – Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder.
H14 – Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação ou fatos de natureza histórico-geográfica acerca das instituições sociais, políticas e econômicas.
H15 – Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história.
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Área 4 – Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social.
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H16 – Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social.
H17 – Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de territorialização da produção.
H18 – Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações socioespaciais.
H19 – Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias formas de uso e apropriação dos espaços rural e urbano.
H20 – Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho.
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Área 5 – Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade.
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H21 – Identificar o papel dos meios de comunicação na construção da vida social.
H22 – Analisar as lutas sociais e as conquistas obtidas no que se refere às mudanças nas legislações ou nas políticas públicas.
H23 – Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades.
H24 – Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades.
H25 – Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social.
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Área 6 – Compreender a sociedade e a natureza reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e geográficos.
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H26 – Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem.
H27 – Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico levando em consideração aspectos históricos e/ou geográficos.
H28 – Relacionar o uso das tecnologias com os impactos socioambientais em diferentes contextos histórico-geográficos.
H29 – Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas.
H30 – Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas.
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Por meio da abordagem dessas competências e habilidades nas atividades propostas, a coleção busca desenvolver as capacidades de interação e análise social dos alunos. Para isso, ela se afasta da proposta tradicional de avaliação, quase sempre vinculada aos resultados das provas aplicadas, e se volta ao incentivo às capacidades específicas de cada aluno no que diz respeito ao entendimento do conceito de História e de sua construção, bem como dos processos contínuos de formação e transformação da sociedade e das relações presentes em seu bojo, seja no passado, seja no dia a dia.
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5. Projeto interdisciplinar
O tema central deste livro envolve as discussões acerca dos direitos humanos ao redor do mundo. No decorrer dos capítulos, são abordados o surgimento desse conceito e seus diferentes entendimentos, assim como suas transformações ao longo da história e as dificuldades de sua efetivação.
No Brasil, a Constituição Federal de 1988, em vigor até hoje, tem como um de seus legados a consagração do Estado Democrático de Direito, pois reconheceu de maneira integral a dignidade do ser humano, abrindo oportunidades de acesso a amplos direitos de cidadania. De acordo com o previsto pela Constituição, a escola tem o papel de contribuir para que os direitos humanos sejam, de fato, efetivados, apreendidos e replicados cotidianamente pelos alunos.
Com base nesse tema e na premissa da escola como instrumento auxiliar para a concreta efetivação dos direitos humanos, propomos o projeto interdisciplinar de elaboração de um jornal mural que coloque os alunos no papel de divulgadores de suas condições de vida e de sua comunidade. O objetivo é assegurar, na formação deles, concepções humanistas e cidadãs que lhes tragam compreensão sobre o legado das lutas travadas em todo o globo para a ampliação dos direitos básicos a todos os seres humanos, sem distinção.
As disciplinas contempladas neste projeto são:
• Arte; Geografia;
• Informática;
• Língua Portuguesa;
• Sociologia.
O jornal mural
Para este ano letivo, propomos a criação de um jornal como projeto interdisciplinar, que seja exposto em murais no espaço escolar. Com isso, buscamos estimular os alunos a identificar informações úteis e construir conhecimentos.
Esse projeto privilegia a comunicação rápida, de baixo custo, e envolve toda a comunidade escolar na busca de apoio para o custeamento. Como se trata de um projeto empreendedor, estão aptos a colaborar: organizações não governamentais (ONGs), conselho escolar, familiares, alunos, grêmios estudantis, associações do bairro, personalidades locais, entre outros.
O jornal mural alude ao jornal impresso, que é uma forma de mídia. Além disso, a história da mídia e a história dos direitos humanos caminham lado a lado. A imprensa, desde sua origem, tem o importante papel de denunciar graves situações de ameaças e cerceamento de direitos fundamentais de grupos vulneráveis e fragilizados.
O projeto traz em seu cerne as seguintes metas:
• motivar o aluno a conhecer com profundidade
• sua comunidade e realidade social; orientá-lo a selecionar fatos, organizá-los e fazer uma análise crítica deles;
• formar leitores autônomos; estimulá-lo a se posicionar expressando sua opinião e instrumentalizá-lo para que aprenda a defender seu posicionamento com clareza e bons argumentos, desenvolvendo assim capacidade argumentativa crítica;
• incentivar o desenvolvimento de trabalhos em equipe, mostrando aos alunos a importância da colaboração de todos.
O projeto tem potencial para valorizar o trabalho colaborativo entre os membros da comunidade escolar, desenvolver habilidades como a capacidade de síntese e de liderança, além de estimular a construção de conhecimentos diversos e multiculturais.
Para que de fato cumpra seu papel com essa comunidade,
• o jornal mural deve: ter um layout estimulante, criativo, colorido e divertido, além de uma linguagem informal;
• ser atualizado com regularidade;
• estar bem localizado, em um lugar onde as pessoas passem com frequência e possam parar para ler as informações;
• ter escrita clara e objetiva;
• conter imagens como fotografias, ilustrações e charges.
Além disso, os textos devem ser escritos com letras em tamanho confortável para leitura, pois as pequenas dificultam essa forma de comunicação. Também é importante fixar no mural algum
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recurso que possibilite uma comunicação com feedback, por exemplo, uma caixa de sugestões.
Para o bom andamento do projeto, o ideal é que a turma seja organizada em grupos. Alguns dos critérios adotados podem ser a afinidade entre os colegas, o tema a ser trabalhado, as tarefas a serem desenvolvidas ou outro qualquer que você considere eficaz. Após a definição dos grupos, é fundamental atribuir tarefas para cada um deles: organização e cuidados com o jornal mural, edição dos textos, edição das imagens, elaboração de pautas, diagramação do material etc. Enfim, o ideal é contemplar todos os alunos e atividades necessárias ao melhor funcionamento do projeto. Se possível, promova um rodízio de responsabi lidades entre os grupos, para que os alunos conheçam diferentes etapas da produção e participem delas.
Na prática, o projeto funcionará da seguinte forma: todos os grandes temas trabalhados na disciplina gerarão atividades e textos que dialogarão com os anseios dos alunos e assuntos relevantes tanto para a comunidade escolar como para a sociedade em geral. A ideia é resgatar o fazer histórico no cotidiano e levar os alunos a perceber que podem contribuir diariamente para a defesa dos direitos humanos e que atitudes de cidadania e respeito promovem profundas transformações das relações, melhorando a sociedade.
Capítulo 1 – Direitos humanos
Como primeira atividade, sugerimos levar os alunos a observar a realidade em que vive à luz dos direitos humanos. Para isso, propomos iniciar o projeto solicitando que citem todos os direitos que conheçam, listando-os na lousa. Em geral, os mais conhecidos são:
• todos nascem livres;
• todos são iguais perante a lei;
• liberdade de ir e vir;
• liberdade de pensamento;
• direito à alimentação e moradia;
• direito à educação;
• direito de ser tratado com dignidade;
• direito a repouso e lazer;
• mães e crianças têm direito a cuidado e assistência especial;
• direito de participar livremente da vida cultural da comunidade.
Em seguida, converse com eles sobre cada um dos direitos mencionados e debata se de fato são respeitados em nosso país.
Depois, proponha um passeio investigativo pelo bairro da escola e, se for possível, pelo centro da cidade. Essa visita de campo tem a finalidade de verificar in loco a condição das pessoas que moram na região. Há pessoas em situação de rua? São muitas ou poucas? Caso existam, há na localidade Centros de Atenção Psicossocial (Caps), Conselho Tutelar ou Conselho Estadual ou Municipal do Idoso? Há algum órgão credenciado à prefeitura ou ao estado que distribua gratuitamente alimentação para os necessitados ou ao menos alimentos a preços populares? As moradias aparentam fornecer a infraestrutura mínima às famílias? Cabe a você fazer um breve apanhado da função de cada um desses órgãos e enfatizar a importância das referidas políticas públicas. Após a atividade de campo, você deve conversar com os alunos sobre as situações encontradas e verificar com eles se as condições mínimas de direitos humanos estão sendo oferecidas a todos os moradores da região. Em seguida, eles devem se organizar para elaborar pequenos textos sobre o que encontraram em seus itinerários investigativos, se possível ilustrando-os com fotografias tiradas durante o passeio ou com imagens da localidade retiradas da internet, de jornais ou revistas. O próximo passo é a organização do material nas seções do jornal mural: seção de fatos, seção opinião, seção de utilidade pública (em que os leitores poderão obter os endereços e as explicações de usos das políticas públicas encontradas na região) etc. As seções serão tantas quantas os alunos e você acharem viável e interessante. É importante que todos da comunidade escolar tenham acesso ao material produzido, para que possam se informar e se beneficiar das informações.
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