Coleção História em Debate 2 História Ensino Médio


p. 103 – Organizando ideias



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p. 103 – Organizando ideias

Objetivos: responder às questões propostas com base nas informações dos textos e traçar um comparativo entre a situação atual da América Latina e o processo de independência das colônias.

Orientação: a comparação de textos historiográficos distintos é uma das atividades mais importantes dos historiadores. Por isso, seria adequado auxiliar os alunos a identificar os principais pontos de cada um dos autores, bem como as semelhanças e diferenças entre eles.

Respostas sugeridas

1. Não. A população pobre continuou sofrendo, pois as estruturas sociais não se modificaram.

2. Permaneceram o latifúndio, a servidão, a escravidão e a desigualdade social.

3. Descrevem a Inglaterra como a nova mandatária das nações americanas após as independências, a partir das quais continuou explorando as novas nações em formação e usufruindo delas.

4. Permanecem resquícios da exploração colonial por outras nações, bem como a situação de pobreza. Na América Latina, o latifúndio ainda é predominante.
Página 345

p. 107 – Organizando ideias

Objetivo: refletir sobre o processo de Independência do Brasil.

Orientação: você pode pedir aos alunos que leiam o texto e depois observem atentamente as imagens. Estimule-os a refletir sobre os limites da independência brasileira, sobretudo no que concerne aos aspectos políticos e econômicos. Essas e outras imagens históricas são chamadas de canônicas, pois foram incorporadas ao imaginário coletivo como referencial de verdade sobre os acontecimentos. Para incentivar a análise do aluno, explique que a imagem foi elaborada de acordo com os interesses da época em que foi produzida. Faça a leitura dela iniciando pela data da produção da obra e ajude os alunos a perceberem a distância temporal entre o acontecimento representado e o momento da realização da obra.

Respostas sugeridas

1. a) Manteve-se o aparato governante português como era antes da independência.

b) A independência pouco alterou o cenário político e econômico brasileiro. A economia e a sociedade permaneceram nos mesmos moldes anteriores, incluindo a continuação da escravidão. A única mudança foi o Brasil deixar de ser subordinado diretamente a Portugal.

2. a) Na tela de Moreaux: independência proclamada por D. Pedro com pressão e participação popular. Na tela de Pedro Américo: a proclamação resultou da decisão pessoal de D. Pedro, que num ato heroico declara a independência.

b) Espera-se que os alunos concluam que não retratam a realidade, pois foram idealizadas por quem as produziu. Essas e várias outras imagens elaboradas para retratar acontecimentos históricos criam uma memória visual enviesada e acabam se consagrando na memória nacional.

p. 108-109 – Debate interdisciplinar

Objetivo: identificar diferentes ligas metálicas e seus processos de obtenção.

Orientação: baseando-se na importância econômica das ligas metálicas e, portanto, na elevada extração mineral no Brasil, você também pode trabalhar com os alunos aspectos biológicos e econômicos relativos a essas atividades. Assim, essa atividade pode ser trabalhada com as disciplinas de Biologia, Química, Física e Matemática. No primeiro caso, podem ser mencionados danos causados ao meio ambiente oriundos das atividades de mineração, como deterioração dos solos, sedimentação e lixiviação, alteração da composição físico-química de cursos de água e emissão de partículas (SiO2) e de gases (CO2). Acidentes e condições precárias de trabalho são outras características presentes em alguns locais de extração de minérios. No aspecto econômico, você pode ressaltar o fato de o Brasil exportar matéria-prima e importar produtos manufaturados feitos com essas mesmas matérias-primas, o que prejudica as contas públicas do país e inibe o desenvolvimento de tecnologias nacionais no setor industrial.

Resposta sugerida

1. Amálgama

• Componentes: prata e mercúrio.

• Principais características: baixo coeficiente de dilatação, resistência à oxidação e alta maleabilidade.

• Principal aplicação: obturações dentárias.



Ouro 18 quilates

• Componentes: ouro (75%), prata (13%) e cobre (12%).

• Principais características: em relação ao ouro puro, é vantajoso por ser mais macio, podendo ser facilmente riscado. Além disso, a liga mantém as propriedades desejadas do ouro, como brilho e dureza.

• Principal aplicação: joias.

Solda

• Componentes: chumbo e estanho.

• Principal característica: baixo ponto de fusão.

• Principal aplicação: utilizada em solda de contatos elétricos.



Magnálio

• Componentes: alumínio e magnésio.

• Principal característica: muito leve.

• Principal aplicação: por sua leveza, é usado em peças de aviões e de automóveis.



Sugestão de atividade complementar

O Frei Bartolomé de las Casas fez parte dos grupos que chegaram à América no início da conquista. Ao retornar para Castela, ele compôs a obra O paraíso destruído, à qual pertence o trecho a seguir. Com base na leitura desse texto, peça aos alunos que respondam ao que é solicitado.

No ano de mil quinhentos e dezesseis foi a Nova Espanha descoberta e os que realizaram essa façanha cometeram grandes desordens e matanças no arraial dos índios. No ano de mil quinhentos e dezoito foram para ali espanhóis cristãos, como se intitulam, para roubar e matar com a mesma facilidade com que dizem que vão para povoar a terra.

LAS CASAS, Frei Bartolomé de. O paraíso destruído: brevíssima relação da destruição das Índias. Porto Alegre: L&PM, 1984. p. 51.


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1. Mesmo defendendo os nativos, Las Casas reiterava um tipo de visão eurocêntrica. Identifique o elemento que melhor mostra isso.

2. É possível identificar as justificativas utilizadas pelos espanhóis para a conquista? E como Las Casas as interpretou?

3. Interprete o documento inserindo-o no contexto de sua produção.

Respostas sugeridas

1. A afirmação de que a Nova Espanha (o próprio nome já tira da região sua história prévia) tinha sido “descoberta”, como se não houvesse nada antes dos espanhóis.

2. Em um trecho, Las Casas comenta que os espanhóis diziam que estavam na América para povoar a região, mas o frei não estava convencido, diante da violência empregada pelos conquistadores. Para o frei, ficou claro que a intenção dos espanhóis era matar e roubar os nativos, decorrendo, dessa análise, a crítica a esses indivíduos, que se intitulavam cristãos.

3. O documento foi composto na época da conquista espanhola da América, em especial do México, local em que foram dizimadas as populações nativas. Não só os conquistadores desestruturaram o Império Asteca, como posteriormente exterminaram outros povos nativos. O período histórico compreendia, assim, o intervalo de tempo entre a chegada dos primeiros europeus à América, em 1492, e o início da colonização em meados do século XVI.

6.4 Direitos na América Latina: lutas e conquistas

Nesse capítulo são abordados os assuntos referentes ao modo como, no processo histórico latino-americano contemporâneo, alguns dos principais direitos humanos têm sido constantemente violados, sobretudo por governantes e pelas intervenções estrangeiras.

Durante os séculos após a chegada dos europeus e a colonização da América, os nativos, sua cultura e seu modo de vida sofreram constantes agressões, resultando na quase extinção da população local.

Depois da independência, as repúblicas que se formaram foram constituídas por elites dominantes e poderosas economicamente; entretanto, a maioria da população sofria com as desigualdades.

Foi um longo processo, no qual assumiram governos tanto ditatoriais quanto populistas, de esquerda e de direita, e ocorreram guerrilhas, revoluções e outras manifestações de insatisfação das populações locais ou guerras entre países vizinhos, que resultaram em muita violência e ainda mais mazelas sociais.

Em grande parte, a atual situação americana é reflexo desse longo processo histórico, que inclui também a dominação (imperialismo) inglesa e, mais recentemente, estadunidense.



Competências e habilidades

As competências trabalhadas nesse capítulo são: C2, C3 e C5.

As habilidades desenvolvidas nesse capítulo são: H6, H7, H8, H9, H10, H11, H12, H13, H14, H15, H22 e H24.

Objetivos

• Reconhecer permanências e mudanças após a independência.

• Identificar no processo histórico americano as situações de violação do direito à vida.

• Reconhecer africanos, imigrantes e indígenas como sujeitos históricos e presentes no processo de formação das repúblicas americanas.

• Identificar causas e consequências de alguns conflitos americanos: Guerra do Paraguai, Guerra do Pacífico, Guerra do Chaco.

• Entender como se deu o imperialismo na América Latina.

• Identificar causas e consequências de algumas revoluções ocorridas na América: Revolução Mexicana, Revolução Cubana.

• Conhecer as características dos governos populistas.

• Identificar as características das ditaduras ocorridas na América.

• Analisar as guerrilhas no que tange tanto à resistência quanto à violência.



Conteúdo

• A América após a independência: permanências e mudanças.

• O regime neocolonial.

• O papel da imigração.


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• Os indígenas na América independente.

• Guerra do Paraguai, Guerra do Pacífico e Guerra do Chaco.

• O imperialismo na América Latina.

• Revolução Mexicana.

• Revolução Cubana.

• O populismo.

• Ditaduras latino-americanas.

• As guerrilhas.

Textos complementares

Texto 1: O imperialismo dos Estados Unidos

De 1906 a 1909 Cuba ficou sob ocupação militar. Nem todos os americanos estavam preparados para acreditar que essas coisas eram más quando feitas pelos europeus, mas tornavam-se virtuosas quando feitas pelos EUA, e o Departamento de Estado hesitou durante algum tempo porque temia a desaprovação pública.

Interesses adquiridos nesses casos representavam, no final das contas, apenas cobiças marginais da economia nacional; embora isso também dificultasse para seus críticos decifrar o que de fato acontecia. Mais tarde, o espectro comunista seria inestimável para assegurar apoio automático para eles. A crítica ajudou a levar o governo a uma mudança pelo menos de estilo; substituição de controles militares por controles financeiros, laços de seda por algemas. Na presidência de Taft (1909-1913), esse estilo ficou conhecido como “Diplomacia do Dólar”, muito diferente do que no Extremo oriente era chamado de “diplomacia canhoneira”, ou o que Roosevelt chamava de “o porrete”.

Ela carregou consigo a necessidade de encontrar chefes locais para fazer o trabalho mais difícil e evitar à América o opróbrio de ter de fazê-lo ela mesma. O caciquismo ou governo do chefe nativo desta parte do mundo: de fato foi do Caribe que a palavra cacique originalmente encontrou seu caminho para a Espanha. Ao fazer uso de ditadores locais, assim como ao ajudar proprietários de títulos a se verem livres do pagamento total de suas dívidas, a América estava mais uma vez seguindo os passos da Europa. [...] Uma preferência por governos “estáveis” de ditadores, principalmente militares, se tornaria habitual na Casa Branca e em Wall Street. Nessas obscuras operações caribenhas, um sistema mundial para o Século Americano estava sendo ensaiado.

A mudança de método não podia suprimir a necessidade de ação direta de tempos em tempos [...]. Em 1912, houve uma nova ocupação de Cuba, sob o pretexto de rixas raciais – uma ocorrência comum demais nos EUA para chamar atenção. Por vezes chefes tinham de ser amparados em seus pedestais instáveis.

KIERNAN, V. G. Estados Unidos: o novo imperialismo. Rio de Janeiro: Record, 2009. p. 206-207.



Texto 2: O golpe militar no Chile

As operações encobertas (covert actions) e operações de engodo (spoiling actions), em meio a uma intensa guerra psicológica financiada pela CIA com milhões de dólares, concorreram, decisivamente, para estabelecer o caos no Chile e possibilitar o golpe de Estado que derrubou o presidente Allende em 11 de setembro de 1973. Não obstante, de acordo com a própria teoria de Karl Marx e Friedrich Engels, bem como de Vladimir I. Lênin, a tentativa de implantar o socialismo no Chile, quer pela via pacífica, como Allende desejava, quer pela via armada, instigada pelo MIR (Movimento de Esquerda Revolucionária), por uma ala do Partido Socialista e por outros grupos radicais, estava condenada ao fracasso, sob todos os aspectos, tanto econômico quanto político e militar. Não havia no Chile condições objetivas, materiais, tanto internas quanto externas, para qualquer experiência de estatização, completa ou parcial, da economia, como existente na União Soviética e em Cuba, ainda que por via pacífica. Marx e Engels entenderam que o socialismo só seria cientificamente viável como resultado do alto nível de evolução das forças produtivas impulsionadas pelo capitalismo, da mesma forma que a economia de mercado se desenvolveu na medida em que a sociedade feudal passou a gerar cada vez mais excedente de produção. Só em tais condições, com o aumento da oferta de bens e serviços, em quantidade e em qualidade, seria possível alcançar um nível em que a liquidação das diferenças de classe constituísse verdadeiro progresso e tivesse consistência, sem acarretar consigo o estancamento ou, inclusive, a decadência do modo de produção da sociedade.


Página 348

[...] O Chile era um país economicamente atrasado, dependente do mercado mundial, inclusive para a importação de alimentos. E o que Allende e a UP (Unidade Popular) pretenderam, através da “via chilena”, não foi empreender reformas gradativas. Seu objetivo foi subverter o modo de produção, levar a cabo uma revolução proletária, dentro das fronteiras nacionais do Chile, cujas relações de produção estavam condicionadas pelo seu comércio exterior e pelo mercado mundial e, consequentemente, submetidas às leis do capitalismo. O Chile não tinha nenhuma condição de romper essas leis, dentro da economia mundial capitalista, sob a preeminência dos Estados Unidos. E não era possível empreender a mudança social, a partir da conquista do Poder Executivo, sem considerar que o Poder Legislativo conformava também a Constituição do país e sem contar com o suporte de imensa maioria da população [...].

BANDEIRA, Luiz Alberto Moniz. Fórmula para o caos: a derrubada de Salvador Allende (1970-1973). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008. p. 587.

Sugestões de aprofundamento

• ANDREWS, George Reid. América AfroLatina: 1800-2000. São Paulo: Edufscar, 2007. Narrativa sobre a história dos africanos e seus descendentes em toda a América Latina e sua inserção nas lutas pela emancipação e ao longo do desenvolvimento das sociedades locais.

• DOMINGUES, José Maurício. América Latina e a modernidade contemporânea: uma interpretação sociológica. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2009. Trabalho sociológico voltado ao entendimento do papel desempenhado pela América Latina na atual modernidade.

• DORATIOTO, Francisco Fernando Monteoliva. Maldita guerra: nova história da Guerra do Paraguai. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. A obra traz documentos inéditos e lança novos olhares sobre o conflito que opôs as maiores potências latino-americanas da época.

• ROMERO, José Luis. América Latina: as cidades e as ideias. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 2004. Nesse livro, o autor promove análises sobre o desenvolvimento das cidades latino-americanas e, principalmente, sobre a importância delas para a organização social na região.

Orientações e gabaritos das atividades

p. 118 – Organizando ideias

Objetivo: compreender a mentalidade política e econômica durante o período de colonização e no início das independências.

Orientação: no conjunto, as questões apresentam um panorama comparativo entre as diferentes regiões da América Latina, contribuindo para uma visão geral da economia latino-americana e das características específicas de cada região.

Respostas sugeridas

1. O desenvolvimento econômico latino-americano, do século XVI ao XIX, foi pautado, basicamente, pelo mercado externo e pela grande propriedade. Produzindo matérias-primas para as metrópoles desde a época em que eram colônias, as novas nações independentes do continente mantiveram a mesma estrutura produtiva, cada vez mais estimulada pela demanda incessante por esses mesmos produtos, resultante da Revolução Industrial que ocorreu na Europa a partir do século XVIII. Essa revolução afetou não só a economia do continente, mas sua política e sociedade, pois as aristocracias locais enriqueciam e lutavam pelo poder. Nessa luta, a maior parte dos países da América Latina enveredou pelo caminho do autoritarismo, consolidando governos ditatoriais.

2. As trocas comerciais estabelecidas entre a Inglaterra e a América Latina no século XIX obedeceram a alguns critérios distintos. Por um lado, de forma semelhante ao que ocorreu durante o mercantilismo entre as colônias e suas metrópoles (Portugal e Espanha), houve exploração de matérias-primas, trocas desiguais e uso abusivo da mão de obra local. Por outro lado, houve diferenças, como maior abertura aos mercados internacionais, pressão da Grã-Bretanha para o fim da escravatura, ausência do exclusivo colonial – ainda que os ingleses dominassem boa parte do comércio na América Latina –, relações diplomáticas com as nações agora politicamente soberanas, estabilidade econômica relativa em certas regiões – como Buenos Aires –, modernização dos centros urbanos, elites que passaram a imitar hábitos europeus e aumento na concessão de empréstimos e do endividamento dos países latino-americanos.

3. a) Na América Latina, houve dois tipos de produção agrícola. O primeiro deles, a agricultura
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tropical, praticada no Brasil e no Caribe, caracterizava-se por baixo investimento tecnológico e por ser realizado de forma extensiva. No segundo caso, a agricultura temperada, praticada no sul do continente, consistia em trabalhar a terra utilizando técnicas mais elaboradas. Além desses dois sistemas, houve, nas regiões andinas e no México, a mineração, que exigia capital elevado e mão de obra abundante.



b) Essas formas de organização da produção econômica na América Latina geraram sociedades que não se preocuparam em organizar seus espaços produtivos, a não ser pelo aspecto predatório. Formaram-se sociedades rurais com renda e modo de vida desiguais, detentoras de grandes propriedades que produziam para o mercado externo.

p. 122 – Organizando ideias

Objetivo: entender os efeitos da Guerra do Paraguai nas condições da população paraguaia antes e depois da guerra.

Orientação: é importante destacar como ocorreu a participação dos negros escravizados e dos mais pobres no conflito.

Respostas sugeridas

1. A economia paraguaia não estava fundamentada na agroexportação, mas na modernização de suas instituições e no aperfeiçoamento da própria economia.

2. Ao lado do país, lutaram a Argentina e o Uruguai, formando a Tríplice Aliança.

3. A participação dos negros escravos nessa guerra é extensa. A começar pelo fato de que ambos os lados do conflito usaram o recrutamento de negros escravos, variando desde o alistamento forçado, passando por indenizações aos senhores que os fornecessem, até, no caso brasileiro, a concessão de alforrias pelo Império. No final do conflito, as tropas brasileiras não conseguiram repor seus efetivos, tendo de recorrer ao alistamento forçado. Um fator comum ao Brasil e ao Paraguai era, portanto, a falta de respeito aos direitos individuais, sobretudo relacionados aos mais pobres e aos escravos. Mergulhado em intensas críticas, apesar da vitória, o Império começou a ver suas bases sendo corroídas pela intensificação das campanhas abolicionistas, assim como pelo aumento do poder dos militares.

4. O Paraguai, antes da guerra, havia iniciado um processo de modernização econômica, novos investimentos em educação, a criação de um parque industrial e a reforma agrária, tudo sob orientação do Estado, na falta de uma burguesia nacional que o fizesse. Depois da Guerra do Paraguai, o país guarani reorganizou o Estado. Contudo, esse processo ocorreu em condições desfavoráveis, pois os setores produtivos da nação foram destruídos e cerca de metade da população morreu na guerra. O Paraguai ainda teve de lidar com uma grande dívida de guerra e a perda de porções de seu território para Brasil e Argentina.

p. 124 – Pausa para investigação

Objetivo: com base na pesquisa, os alunos poderão atualizar seus conhecimentos sobre um importante conflito latino-americano que, no final do século XIX, desencadeou uma guerra entre Chile, Bolívia e Peru (Guerra do Pacífico).

Orientação: por ser um evento que ainda não foi concluído, pois cabe recurso sobre a decisão, é importante fazer uma pesquisa prévia para saber se a Corte Internacional de Justiça chegou a um veredito.

Resposta sugerida

A pesquisa deve mostrar que o Chile contestou a competência da Corte Internacional de Justiça, principal órgão jurídico da ONU, de julgar o caso, solicitação que foi rejeitada. Dessa forma, a corte vai julgar o pedido boliviano que pede o acesso ao mar, anulando, assim, o Tratado de Paz e Amizade de 1904.



p. 126 – Organizando ideias

Objetivo: analisar algumas consequências da Guerra do Chaco.

Orientação: o texto citado oferece as bases para que os alunos possam responder à questão observando as particularidades relacionadas à Guerra do Chaco. Para ampliar a visão histórica dos alunos sobre os países mencionados, sugere-se que a Guerra do Chaco seja analisada à luz dos conflitos anteriores gerados pela Guerra do Pacífico. Assim, você pode avaliar a necessidade de retomar alguns aspectos do conflito do século XIX.

Resposta sugerida

1. Não, nenhuma das pretensões foi alcançada. Nem a Bolívia conseguiu sua saída para o mar, nem o Paraguai obteve o controle do petróleo, pois todas as descobertas estavam do lado boliviano da fronteira, definida pelo Tratado de Buenos Aires em 1938. Portanto, os paraguaios rechaçaram a invasão boliviana e aumentaram seu território, mas não incrementaram suas riquezas.

p. 129 – Pausa para investigação

Objetivo: compreender a disputa entre Argentina e Inglaterra pelas Ilhas Malvinas.

Orientação: a seção oferece um estudo de caso que pode servir de ampliação para a compreensão do
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complexo processo de formação identitária. Portanto, baseando-se no processo de formação da identidade da população das Ilhas Malvinas, você pode discutir com os alunos se há algum caso similar no Brasil. Para isso, utilize exemplos de comunidades descendentes de povos europeus que vivem no Sul do Brasil e que também mantêm a língua, os costumes e as tradições de seus antepassados.



Resposta sugerida

1. Resposta de acordo com a pesquisa. Espera-se que os alunos levem em consideração a influência cultural britânica na formação da identidade da população malvinense, fato que explica sua atuação no conflito e a predileção pela Grã-Bretanha em detrimento da Argentina.

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