p. 132 – Organizando ideias
Objetivos: responder às questões propostas com base na análise dos textos citados, além de opinar sobre a realização do Halloween no Brasil e sobre a influência da mídia internacional nas culturas nacionais.
Orientação: os alunos devem debater sobre o assunto, enquanto você pode estimular a capacidade de articulação de ideias, orientando-os quanto à qualidade das argumentações e à clareza das exposições.
Respostas sugeridas
1. Os textos se relacionam à intervenção cultural. Os dois primeiros são críticos, enquanto o terceiro apenas informa que as escolas de idiomas celebram o Halloween como forma de os alunos participarem dos aspectos culturais dos países de língua inglesa. Assim, o primeiro texto afirma que a mídia exerce um papel de despersonalização cultural, porque serve como veículo propagador de valores culturais vindos de fora, exemplificando com as comemorações de Halloween em regiões do sertão paraibano. Já a pesquisadora citada pelo segundo texto informa que a celebração do Halloween de maneira automática é uma atitude que pode alimentar o movimento de padronização cultural e que a escola deve ser um local de aprendizado crítico, não sendo adequado aos alunos celebrarem eventos e culturas que não sejam nossos. Com base nos argumentos apresentados, espera-se que os alunos identifiquem que a cultura também pode servir de instrumento de práticas e de políticas imperialistas.
2. Os celtas acreditavam que, no último dia de outubro, forças malignas de demônios e fantasmas amea çariam os homens e suas plantações. Dessa forma, eles celebravam um festival com a intenção de afastar esses perigos e garantir as colheitas. Mais tarde, já sob a influência do cristianismo, a Igreja adotou 1º de novembro como a data da celebração de todos os santos, o que alimentou a lembrança dos antigos festejos pagãos celtas de 31 de outubro. Ao longo da Idade Média, figuras como bruxas e mortos foram sendo associadas ao Halloween. A presença da abóbora iluminada foi incorporada à tradição depois da chegada de imigrantes irlandeses aos Estados Unidos, paralelamente às fantasias e máscaras.
3. Resposta pessoal. Com base na pesquisa histórica feita pelos alunos e nos textos citados, cada um poderá reunir elementos necessários para tomar posição sobre esse assunto, que gera polêmica nos dias de hoje, pois os dois lados – os favoráveis e os contrários à comemoração do Halloween no Brasil – têm opiniões bem definidas.
p. 137 – Organizando ideias
Objetivo: analisar uma pintura que retrata a Revolução Mexicana.
Orientação: você pode destacar que a imagem da obra de José Clemente Orozco serve de suporte para compreender a importância do povo – representado no quadro – na Revolução Mexicana.
Resposta sugerida
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos identifiquem na obra a ideia do povo em marcha contra o regime ditatorial, assumindo assim o papel de grande protagonista da revolução.
p. 138 – Pausa para investigação
Objetivo: compreender os objetivos do Exército Zapatista de Libertação Nacional.
Orientação: peça aos alunos que, antes de responderem às questões, observem atentamente a imagem, identifiquem as palavras que constam nos cartazes e verbalizem suas impressões sobre o quadro.
Respostas sugeridas
1. Na análise da imagem, o que se destaca mais prontamente é o colorido da obra. Em seguida, pode-se notar a presença de pessoas, entre as quais muitas crianças, que evocam a imagem de famílias e trabalhadores. É, portanto, uma representação alegre e pacífica.
2. As palavras evocam princípios inerentes à moradia, justiça, saúde, educação, habitação, informação e cultura, ao trabalho, enfim, a valores tipicamente democráticos. O conjunto constituído por essas palavras forma a base sobre a qual os direitos humanos foram sendo construídos ao longo do tempo, por meio de lutas e reivindicações.
3. O Exército Zapatista de Libertação Nacional impôs-se na política mexicana em 1994, quando seus integrantes, liderados pelo subcomandante
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Marcos, reagiram ao governo do presidente Salinas de Gortari, do PRI.
4. O EZLN ressurgiu no cenário político atual por meio de uma grande mobilização que agrupou cerca de 40 mil pessoas e, em seguida, pelas declarações de seu principal líder, o subcomandante Marcos, que criticou políticos e a mídia do país.
5. O grande desafio que o EZLN deverá enfrentar é a dificuldade de mobilizar a população, que está intimidada em razão da violência gerada pelo narcotráfico.
6. Porque Zapata, um dos líderes da Revolução Mexicana, após sua morte, foi tomado pelas populações mais carentes como símbolo de justiça e de luta contra a desigualdade, a exploração, a corrupção de partidos e governantes e, sobretudo, por seu empenho pela reforma agrária. A força simbólica de Zapata pode ser atestada também pela importância do EZLN na política mexicana desde a década de 1990, ainda que os obstáculos que deverá vencer coloquem em dúvida a capacidade de articulação do grupo diante de um novo cenário dominado por facções criminosas do narcotráfico.
p. 142 – Organizando ideias
Objetivo: compreender as particularidades do processo revolucionário cubano.
Orientação: caso considere necessário, resgate algumas informações tratadas no capítulo, pois as questões abordam momentos históricos intervalados, e o resgate de alguns conceitos pode auxiliar os alunos na resolução do que foi solicitado.
Respostas sugeridas
1. Não é possível afirmar que a Emenda Platt selou a paz com a Espanha nem que tenha garantido a total liberdade e soberania de Cuba. A paz com a Espanha foi alcançada depois de muitas lutas e batalhas que estavam sendo vencidas pelos cubanos e pela adesão, já no final dos conflitos, dos Estados Unidos. Uma das consequências da entrada da nação norte-americana nas guerras de independência foi a criação da Emenda Platt, segundo a qual o governo dos Estados Unidos poderia intervir na ilha caribenha sempre que achasse necessário, instalar bases militares e obter privilégios econômicos e territórios, o que feria a soberania nacional e limitava a liberdade conquistada à Espanha.
2. Organizados na Sierra Maestra, os revolucionários contaram com a insatisfação crescente da população em relação ao governo ditatorial de Batista. Assim, apesar de Fidel Castro e Che Guevara disporem de poucos combatentes sobreviventes ao ataque contra o Movimento 26 de Julho, ao longo dos anos seguintes a população civil – rural e urbana – aderiu ao movimento, fosse acobertando e ajudando os rebeldes, fosse participando diretamente nos combates.
3. Durante os primeiros anos do governo de Fidel Castro houve muita agitação. A dura perseguição aos colaboradores de Batista, a estatização de empresas, a Lei da Reforma Agrária e a insatisfação de companheiros de primeira hora de Fidel estimularam movimentos de oposição que, não raro, levaram a assassinatos de ambos os lados e a uma intensa emigração para os Estados Unidos. Por fim, o governo norte-americano de Eisenhower iniciou um processo de embargos econômicos e ações militares contra Cuba, em resposta à nacionalização de empresas daquele país.
4. Em 1962, mísseis soviéticos foram instalados em Cuba, aprofundando ainda mais a crise cubana com os Estados Unidos. Os norte-americanos começaram a organizar uma ação militar de invasão à ilha, o que poderia desencadear uma reação da União Soviética, principal aliada do governo de Castro, e gerar um possível confronto militar entre as duas superpotências. Após a retirada dos mísseis, Cuba aproximou-se mais ainda da esfera socialista, passando a depender basicamente da ajuda financeira soviética e da exportação de açúcar.
p. 143 – Pausa para investigação
Objetivo: analisar a situação atual de Cuba e apresentar informações sobre ela, que podem ser encontradas principalmente na internet e em periódicos impressos.
Orientação: a recente aproximação entre EUA e Cuba tem provocado mudanças e muitas expectativas na ilha caribenha, depois de décadas de isolamento econômico. Por causa das transformações iniciadas no final de 2014, é recomendável que você se atualize sobre o assunto, de modo a conseguir orientar os alunos durante os trabalhos de pesquisa.
Resposta sugerida Resposta de acordo com a pesquisa. Espera-se que os alunos atentem para as especificidades da economia e da política de Cuba, bem como para o acesso da população ao consumo, à saúde e educação. As pesquisas devem mostrar as mudanças causadas pela aproximação de Cuba com os EUA, além das decisões já tomadas, por exemplo, o restabelecimento das relações diplomáticas.
p. 144 – Organizando ideias
Objetivo: compreender aspectos do populismo na América Latina.
Orientação: peça aos alunos que leiam o texto O populismo, no Livro do Aluno, e, em seguida, respondam às questões propostas. Dessa forma, eles organizam mais adequadamente os conhecimentos adquiridos relativos às manifestações populistas na América Latina.
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Respostas sugeridas
1. O populismo foi um fenômeno político ocorrido na América Latina, no qual líderes carismáticos conseguiram agregar e manipular as massas em torno de si e de alguns projetos.
2. Carisma, popularidade e centralização de poder. Resposta de acordo com a pesquisa. Algumas das semelhanças entre Vargas e Perón são o personalismo (culto à figura do líder político), o apelo às massas urbanas, a intensa burocracia, a sindicalização, o uso da propaganda, a repressão aos opositores, o intervencionismo e o nacionalismo econômico. Mas eles diferem, por exemplo, no que tange à política econômica industrial: no caso de Vargas, ela era consciente e, no de Perón, não. Outra diferença é a proposta de Vargas de romper o modelo agroexportador em favor do industrialismo, o que não existia no governo Perón. Você pode encontrar informações mais detalhadas no endereço (acesso em: maio 2016).
p. 147 – Pausa para investigação
Objetivo: pesquisar como foram as ditaduras militares em alguns países da América Latina.
Orientação: a pesquisa pretende buscar, organizar e apresentar informações sobre as ditaduras na América Latina. Os alunos poderão utilizar livros, revistas e sites confiáveis da internet, como revistas acadêmicas, blogs de especialistas, páginas eletrônicas de meios de comunicação etc.
Respostas sugeridas
Respostas de acordo com a pesquisa. Espera-se que os alunos apresentem respostas semelhantes às sugeridas.
Nicarágua: em 1925, começou a guerra civil entre liberais e conservadores, que durou até 1927, quando os Estados Unidos intervieram. Nas duas eleições seguintes, os liberais venceram; mas, em 1934, Anastasio Somoza articulou o assassinato de César Augusto Sandino, líder dos liberais. Desse modo, Somoza venceu o pleito e passou a governar o país ao longo dos 20 anos seguintes. Em 1956, ele foi morto pelos seguidores de Sandino. Em seu lugar, assumiu seu filho, Luís Somoza, substituído, posteriormente, pelo irmão, Anastasio Somoza, exilado em 1979. Nesse meio tempo, foi fundada a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) – com o objetivo de lutar contra a ditadura dos Somoza –, que alçou a figura de Daniel Ortega. Este conduziu o país rumo ao processo de reconstrução, culminando na publicação de uma nova Constituição e na eleição de Violeta Chamorro, a quem os rebeldes sandinistas se opuseram. Na década de 1990, já no governo de Chamorro, o país retomou a governabilidade e iniciou a recuperação econômica.
Haiti: os Estados Unidos exerceram influência no país, direta ou indiretamente, até 1947, quando se iniciou um período de instabilidade política, que só terminou quando François Duvalier, ou Papa Doc, foi eleito presidente, em 1957. Seu governo, que durou até 1971, foi extremamente violento e repressivo. Seu filho, Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc, sucedeu-o no poder, abrandando o regime e obtendo ajuda dos Estados Unidos, até que foi deposto por um golpe militar. O país promoveu as primeiras eleições livres apenas em 1990, quando foi eleito Jean-Bertrand Aristide, deposto um mês depois, mas reconduzido ao poder com a ajuda norte-americana, da ONU e da OEA, em 1994. A instabilidade política, contudo, não foi consolidada, e o país vive crises políticas e econômicas até hoje, potencializadas pelo terremoto de 12 de janeiro de 2010, que ceifou cerca de 300 mil vidas.
Paraguai: depois da Guerra do Chaco (1932-1935), o general José Félix Estigarribia, herói da guerra, assumiu o poder, mas logo morreu, abrindo espaço para uma sucessão de governos ditatoriais, até que, em 1954, assumiu o general Alfredo Stroessner, criticado duramente por violações aos direitos humanos. Stroessner só foi derrubado em 1989, por meio de um golpe militar.
República Dominicana: ao longo de 31 anos, o país foi violentamente governado por Rafael Trujillo, que perseguiu seus opositores. Após seu assassinato, em 1961, a instabilidade política imperou no país, que passou por um novo governo ditatorial, de Joaquín Balaguer, de 1966 a 1978, quando houve eleições livres. Ao todo foram mais de cinco décadas de governos autoritários e instabilidade institucional.
p. 149 – Pausa para investigação
Objetivo: pesquisar alguns temas sobre a história recente da América Latina.
Orientação: em grupos, os alunos devem analisar e apresentar informações obtidas por meio de pesquisa sobre os países da América Latina na atua lidade. As pesquisas podem ser feitas principalmente em periódicos impressos ou on-line.
Resposta sugerida
Resposta de acordo com a pesquisa. Três são os assuntos propostos para pesquisa. O primeiro deles é a situação da Argentina no século XXI, marcada pelo conturbado cenário político e econômico pelo qual o país vem passando nos primeiros anos do século. Como a Argentina é uma importante parceira econômica do Brasil, é importante que os alunos aprofundem seus conhecimentos sobre o país. O outro tema é o combate ao narcotráfico nos países latino-americanos, escolhido pela relevância do assunto na agenda interna e externa dos países da região, afetados em diversos graus pela violência e corrupção geradas por esse tipo de atividade. Por fim, o terceiro assunto proposto para pesquisa é a atuação do Brasil nas políticas de integração da América Latina, o que leva os alunos a compreender a importância de
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nosso país para a integração, sobretudo econômica, das nações latino-americanas.
p. 150-151 – Debate interdisciplinar
Objetivo: analisar a apropriação de imagens artísticas pelos mecanismos capitalistas de propaganda e incentivo ao consumo.
Orientação: pergunte aos alunos se conhecem o personagem ilustrado. Trata-se da imagem de Che Guevara, utilizada de diversas maneiras, incluindo em produtos típicos do sistema capitalista, contra o qual Che se insurgiu. Baseando-se na imagem do líder revolucionário, você pode sugerir, ao final das atividades da seção e seguindo as mesmas orientações, que outras imagens sejam analisadas, como as de Andy Warhol (crítico da massificação cultural), rostos de papas etc. Essa atividade pode ser realizada em conjunto com as disciplinas de Arte, Filosofia e Sociologia.
Respostas sugeridas
1. a) Na primeira imagem é usado giz para retratar Che Guevara em uma calçada. Na segunda são utilizadas técnicas elaboradas que imprimiram o rosto dele em embalagem de chocolate.
b) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos identifiquem a intenção de expressão ideológica ou propagandista das imagens.
c) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos identifiquem a intenção de divulgação dos ideais socialistas defendidos por Che Guevara na primeira imagem e, na segunda, a intenção de associação da imagem dele a objetos de consumo.
p. 152 – Testando seus conhecimentos
Respostas sugeridas
2. a) O porfiriato caracterizou-se, economicamente, pelo apoio ao capital externo, pela tomada de terras dos indígenas e pelo favorecimento às empresas norte-americanas em detrimento da agricultura local e de subsistência.
b) A população indígena sofreu com o favorecimento do governo às empresas estrangeiras, especialmente as norte-americanas, porque as terras indígenas foram desapropriadas para essas empresas se instalarem no país. A agricultura de subsistência, praticada pela população nativa, foi, portanto, ameaçada, diante da política econômica que priorizou o investimento externo.
c) Os liberais, como Francisco Madero, opuseram-se ao governo de Díaz. Além deles, segmentos populares explorados durante o porfiriato, liderados por Emiliano Zapata e Pancho Villa, pegaram em armas e lutaram por seus direitos, especialmente pelo acesso à terra.
Sugestão de atividade complementar
Raúl Rivero é um escritor cubano opositor do governo de Fidel Castro. Por suas posições políticas, foi perseguido e preso. Com base nessas informações, interprete o texto, associando-o aos direitos humanos.
No ponto mais alto de El Vedado, na leve colina que coroa a avenida de los Presidentes, uma dinastia de poetas e filósofos habaneros erigiu o santuário do grafite.
“As inundações não surgem porque o rio transborda, mas porque o país afunda”, escreve um tal de Alberto, com tinta preta, numa das colunas do monumento aos presidentes constitucionais da República.
Esse é o lugar escolhido pelos artistas para escrever mensagens, poemas e advertências, sobre as colunas e sobre a base do grupo escultóreo levantada em honra dos políticos que governaram Cuba antes de 1959.
Nas pedras lavradas do conjunto, aparecem, junto a versos de autores universais, pequenos avisos escritos em códigos secretos, amargas orações sobre o destino do cubano de hoje e esplêndidos textos de amor e desamor.
“Patrícia quero voar contigo deste mundo. El Chiqui”;
[...]
Em uma alusão ao afã das autoridades municipais em desterrar as palavras das paredes com a visita frequente de equipes de limpeza, Jacinto conjuga desta forma o verbo pintar: “Eu pinto, tu pintas, ele pinta, nós pintamos. Eles apagam.”
Em seguida, outra frase: “A vida é rock e sexo”.
“Oh, coluna em penitência! – clama outro autor. – Dá-me tão somente um sinal dela. Lina, onde está você?”
Há, na mesma linha do amor, notas mais convencionais, intensas e diretas: “Pelusa, não te dou licença para morrer. Rosquete”.
Ali estão as angústias, os amores, as preocupações desses jovens habaneros. Sempre se renovando no empenho de permanecer na pedra.
Termino com uma nota otimista de Cary, escrita com caligrafia insegura, na própria entrada do monumento.
“Carlos: algum dia nos beijaremos nestas colunas? Espero que sim. Nem sempre haverá apagões.”
RIVERO, Raúl. As pedras da verdade. In: ______. Provas de contato. São Paulo: Editora Barcarolla, 2005. p. 99-102.
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Resposta sugerida
A obra de Raúl Rivero mostra as violações aos direitos humanos cometidas em Cuba durante o governo de Fidel Castro. Utilizando a narrativa ficcional, o autor abordou o cotidiano dos cubanos marcado pela falta de liberdade. As inscrições mencionadas mostram claramente essa característica, ao exprimirem anseios e sonhos de jovens que grafitam o monumento.
6.5 O imperialismo na Ásia
Esse capítulo aborda alguns aspectos históricos da Ásia no decorrer do processo imperialista do século XIX.
Nesse período, os países industrializados europeus e os Estados Unidos da América estenderam seus domínios para algumas regiões do continente asiático. O resultado foi a dominação dos povos, com graves consequências a eles.
É importante os alunos entenderem as diferentes acepções do termo imperialismo nos diversos momentos da história e a maneira que ocorreu em algumas regiões do continente asiático nos séculos XIX e XX.
A palavra imperialismo vem do latim imperium, que significa “poder soberano, mandado, autoridade, comando, soberania”. Você pode iniciar o capítulo fazendo uma análise desses significados visando ajudar o aluno a compreender as ações dos países imperialistas.
Competências e habilidades
As competências trabalhadas nesse capítulo são: C1, C2, C3, C4, C5 e C6.
As habilidades desenvolvidas nesse capítulo são: H1, H3, H5, H6, H7, H9, H17, H18, H22, H23, H27, e H29.
Objetivos •
• Conceituar imperialismo.
• Entender a mentalidade do Período Imperialista.
• Compreender os antecedentes históricos do imperialismo na Ásia: China, Japão e Índia.
• Identificar o processo imperialista na China, no Japão e na Índia.
Conteúdo •
• Conceito de imperialismo.
• Antecedentes do imperialismo na Ásia.
• O imperialismo na Ásia: China, Japão e Índia.
Textos complementares
Texto 1: O colonialismo nas Índias Holandesas
Em 1898, o recrutamento do exército colonial alcançou seu efetivo mais elevado, com 1 442 oficiais e 42 235 suboficiais e soldados. Nesse fim de século, duas guerras foram particularmente mortíferas. A de Atjeh (situada na extrema ponta oeste de Sumatra), de 1873 a 1903, fez em quarenta anos mais de dez mil vítimas do lado holandês e setenta mil entre os atjeanos [...].
Outra guerra mortífera também marcou época na história militar das Índias. Em Lombok, o rajá Anak Gde Ngurah Karang Asem havia conseguido controlar um frutífero intercâmbio comercial. Essa concorrência desagradava bastante ao governo das Índias, preocupado em reforçar seus monopólios. O rajá possuía uma fábrica de ópio, cuja venda rendia fortunas, assim como interesses em companhias estrangeiras de navios a vapor.
Além disso, era suspeito de traficar armas com os ingleses baseados em Cingapura. Uma intervenção militar foi decidida. Como era seu hábito, os holandeses inventaram um hábil subterfúgio para justificar esse novo ataque e não melindrar seu inimigo britânico. Segundo afirmavam eles, os sassak, uma minoria étnica da ilha, não podiam enfrentar sozinhos os perigos que os soldados do rajá representavam. Para estabelecer o equilíbrio e proteger as aldeias ameaçadas, os holandeses ofereceram sua ajuda. Deram, assim, a impressão de intervir como salvadores, por uma causa humanitária, ao passo que suas motivações eram puramente econômicas.
As tropas holandesas desembarcaram em Lombok em 6 de julho de 1894. Na noite de 25 de agosto, os homens do rajá atacaram de surpresa as tropas coloniais.
Cem soldados foram mortos e trezentos ficaram feridos. Em relação a outras derrotas, as perdas não foram consideráveis, mas a honra holandesa fora cruelmente atingida. Em represália,
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lançou-se um ataque contra Tjakranegara, a capital de Lombok, que foi pilhada e em seguida totalmente arrasada por cules a golpes de picaretas. Durante essa batalha, destacou-se particularmente: Hendrikus Colijn (1869-1944), que se tornara herói nacional e célebre ministro-presidente dos Países Baixos.
Em 1998, o historiador Herman Langeveld revelou numa biografia as cartas de Colijn à esposa e a parentes, escritas após a batalha. As sinistras proezas guerreiras de Colijn vinham à tona, e descobriu-se com estupor que o herói havia mandado executar, a sangue-frio, mulheres e crianças que imploravam piedade. [...]
Nem sempre os soldados tiveram a oportunidade de perpetrar eles mesmos seu serviço sujo. Em Bali, aconteceu que os habitantes de aldeias, homens, mulheres e crianças, vestidos em seus belos trajes, foram ao encontro das tropas holandesas. A serem mortos pelos inimigos, eles preferiram suicidar-se coletivamente, apunhalando-se diante dos soldados estupefatos. Esse acontecimento histórico é conhecido em Bali pelo nome de Poepoetan, isto é, “o fim”.
Depois de ganhar uma batalha, as tropas, frequentemente orientadas por um especialista em arte, eram encarregadas de coletar o butim. Entre esses tesouros, certas peças em ouro foram fundidas e incorporadas às caixas do Estado; outras recuperadas por numerosos museus. Sua proveniência e as condições macabras de sua aquisição raramente são mencionadas nos letreiros ou livros de artes.
BEAUFILS, Thomas. O colonialismo nas Índias Holandesas. In: FERRO, Marc (Org.). O livro negro do colonialismo. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004. p. 283-285.
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