Contributo dos sig na análise da distribuição da Obesidade, Diabetes e Hipertensão Estudo de caso nas Unidades de Saúde Familiar do aces espinho/Gaia



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Tabela : Falhas de nomes repetidos (um paciente com dois registos)

Fonte: Elaboração própria a partir de ACES Espinho Gaia






Obesidade

Diabetes

Hipertensão

USF

Inicial



Utentes final

Inicial



Utentes final

Inicial



Utentes final

Espinho

1555

4

1551

756

4

752

2100

9

2091

Anta

941

6

935

827

1

826

2476

7

2469

Nova Via

4864

26

4838

1314

2

1312

3795

10

3785

Aguda

463

5

458

564

6

558

1536

9

1527

Além Douro

2508

10

2498

767

1

766

2078

5

2073

Canelas

1615

6

1609

873

1

872

2384

7

2377

São Félix

835

1

834

815

2

813

2376

3

2373

São Miguel

1516

17

1499

667

4

663

1821

12

1809

TOTAL

14297

75

14222

6583

21

6562

18566

62

18504



Tabela : Falhas de coincidência de NOP entre a patologia (Software MIMUf) e a lista de utentes da USF (Software SINUS)

Fonte: Elaboração própria a partir de ACES Espinho Gaia



Correção da base de dados de moradas

Construída a base de dados com todos os utentes diagnosticados e respetivos endereços, importava fazer uma organização das moradas de forma correta. Muitas moradas estavam escritas com erros ortográficos e tantas outras continham no campo da morada, informações de contacto como o número de telefone ou o nome da pessoa responsável pela residência. Esta correção teve de ser feita manualmente.

Eliminando-se nesta fase todos os utentes cuja morada não estivesse indicada numa das 23 freguesias que compõem o Agrupamento de Centros de Saúde de espinho Gaia (Fig.1)..

Georeferenciação por fases

Preparada a base de dados a georreferenciação foi feita de forma repartida (Fig. 1).

Correu-se primeiro a ferramenta Geocoding do software Arc-Gis.

Do resultado fez-se uma triagem manual e recorrendo à ferramenta Clip, por forma a garantir que todos os pontos estavam devidamente georreferenciados na freguesia correta.

O software utilizado num segundo momento foi o Batch Geo, um programa open source disponível on-line. A taxa de sucesso deste software é elevada, ainda assim, no final fez-se novamente a triagem à freguesia.

Terminou-se com um segundo sistema open source o GPS Vizualiser, cujo resultado teve de passar também pelo processo de triagem à freguesia.

Inicialmente fez-se a georreferenciação por patologia, no entanto, identificados diversos casos de utentes com mais do que uma patologia, optou-se por georreferenciar por utente.





Figura : Esquema dos passos e critérios para a georeferenciação

Dados socio económicos

Os dados utilizados para a caraterização da área de estudo e para avaliar a existência de correlações, foram as estatísticas disponibilizadas pelo INE para os Censos 2001 ao nível da freguesia e da subsecção.

Utilizamos no entanto a população residente dos Censos 2011 (resultados provisórios) para a realização das taxas de prevalência à subsecção e, para a definição de hot spots, tendo em conta que são dados que, não obstante estarem sujeitos a pequenas correções, têm maior aproximação da realidade.

As ferramentas Sig foram uma mais-valia não apenas na representação cartográfica das informações como de sobremaneira na manipulação de bases de dados com elevado número de entradas (22 723 utentes) ou ainda na concertação de informações de diferente índole permitindo o seu cruzamento, tratamento e interpretação.

Tratamento estatístico

No tratamento estatístico da informação, recorreu-se ao Coeficiente de Correlação de Pearson, e ainda ao Coeficiente de correlação espacial de Moran (pela ferramenta Spatial Autocorrelation (Global Moran's I)) e ao indicador Gi* pela ferramenta hot spot analysis

ENQUADRAMENTO TEÓRICO

OBESIDADE

O que é a obesidade

A Organização Mundial de Saúde(2012) define a obesidade e excesso de peso como uma doença em que o excesso de gordura corporal acumulada pode atingir graus capazes de afetar a saúde.

A medida é dada pelo índice de massa corporal (IMC), um cálculo que relaciona o peso com o quadrado da altura do individuo, considerando-se excesso de peso a partir do valor 25 e obesidade atingido ou ultrapassado o IMC 30.(WHO, 2012)

L. D. Soares and Petroski (2003) citando Fisberg, (1995) classificam a obesidade como a acumulação de massa gorda localizada em todo o corpo, motivada por doenças genéticas, endócrinas/metabólicas e/ou por alterações nutricionais.

O excesso de gordura resulta de sucessivos balanços energéticos positivos, onde quantidade de energia ingerida supera a quantidade de energia despendidas.(DGS, 2005)

Estudos de grandes amostras populacionais espelham forte correlação entre o índice de massa corporal (IMC) e a gordura corporal e, ainda, o aumento do risco de mortalidade à medida que cresce aquele índice.(Ferreira & Zanella, 2000).

Causas e fatores de risco

A obesidade, está intrinsecamente ligada à alteração dos consumos alimentares, com uma dieta cada vez mais rica em gorduras saturadas, açúcares e pobre em fibras.(Popkin B.M. , 2004)

A par de um consumo calórico acrescido surge a diminuição da atividade física, o sedentarismo, com o maior uso do transporte, a ausência da prática desportiva , tempos de lazer cada vez mais sedentários e ocupações cada vez mais terciarizadas que implicam cada vez menos atividade física (Popkin B.M. , 2004; WHO, 2012) (Fig. 2)

De acordo com o Inquérito Nacional de Saúde 2005/2006 em 2005, 15,2% dos residentes adultos (18 e mais anos) em Portugal eram obesos. Sendo ligeiramente superior a prevalência de mulheres com obesidade, 16,0%, face a 14,3% registada para os homens. Independentemente do género, a proporção de indivíduos com obesidade aumentava com a idade, destacando-se a evolução da prevalência de obesos entre os grupos etários 35-44 anos (12,8%) e nos três grupos etários seguintes (22% para o conjunto das idades compreendidas entre 45 e 74 anos).

A prevalência de residentes obesos aprsentava-se superior na população com menos de 5 anos de escolaridade completos (21,4%), sendo a disparidade mais expressiva quando comparada com aqueles que terminaram pelo menos o atual ensino básico aos quais correspondia uma estimativa de obesos de 6,1%.

Quando comparados os dados do inquérito 2005/2006 com o inquérito 1998/1999 pode observar-se que existiu uma redução na prevalência de indivíduos com peso adequado (2,7%), concumitantemente verificou-se o aumento da prevalência de indivíduos com excesso de peso (+0,5), e sobretudo o incremento da prevalência de obesos já referida (+3,2%).

Apenas 3,8% dos residentes em Portugal mencionaram ter, ou já ter tido problemas de obesidade, indicando esta resposta uma perceção dos indíviduos muito distante daquilo que é o padrão comummente assumido pelos técnicos de saúde. Sendo esta patologia referida por 35,9% da população abrangida, como um problema cujo diagnóstico não passa pelos profissionais de saúde.

A prevalência da obesidade também em crianças tem aumentado de forma significante não apenas nos países desenvolvidos como também nos países em desenvolvimento, onde muitas vezes coexiste com a desnutrição (Inan, 1991 citado por (L. D. Soares & Petroski, 2003)





Figura : Políticas sociais e processos com influências diretas e indiretas sobre a prevalência de obesidade. Ligações verticais e horizontais variam de acordo com as populações em presença

(fonte: adaptado de S Kumanyika, Jeffery, Morabia, Ritenbaugh, and Antipatis (2002))



Complicações associadas à obesidade

A obesiadade é apontada como a epidemia do século XXI sendo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (WHO, 2012)a quinta principal causa de morte a nível mundial.

Na mesma linha cerca de 44% dos diagnosticados com diabetes, bem como 23% das doenças isquémicas de coração e entre 7 e 41% dos cancros são associados a excesso de peso e obesidade.(WHO, 2012)

A obesidade é por isso, para além de penalizadora da qualidade de vida, um fator de risco independente para várias doenças crónicas como a hipertensão e os problemas cardiovasculares, já referidos(Tavassoli et al., 2011)

A obesidade infantil, cada vez mais um problema em disseminação, para além dos problemas psicológicos e de auto-estima que traz associados tem repercussões ao nível da saúde da criança, aumentando o risco das doenças já mencionadas e trazendo problemas de crescimento, ortopédicos metabólicas, entre outros.(L. D. Soares & Petroski, 2003)

Segundo Pereira and Mateus (2003) importa também referir os custos desta doença. Os custos da morbilidade resultam de mais de 1,6 milhões de dias de incapacidade anuais, principalmente por faltas ao trabalho associadas a doenças do sistema circulatório e diabetes tipo II. Os custos da mortalidade são o resultado de 18 733 potenciais anos de vida ativa perdidos, numa razão de 3 mortes masculinas por cada morte feminina.

O que foi descrito indica que a obesidade acarreta consideráveis perdas económicas para o país, para além do agravamento de outras doenças crónicas que, também elas, oneram os sistemas de saúde aquando do seu tratamento.

DIABETES MELLITUS

O que é a diabetes mellitus

A diabetes caracteriza-se pela incapacidade do organismo em transformar toda a glicose proveniente dos alimentos(ACS, 2010)

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a Diabetes mellitus como um alteração metabólica de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou incapacidade da insulina exercer adequadamente as suas ações, caracterizada pela hipoglicémia crônica e pelo distúrbio no metabolismo dos hidratos de carbono, lipidos e proteínas. Os sintomas característicos são: sede, poliúria, visão desfocada e perda de peso.(WHO, 1999)

Existem dois tipos principais de diabetes:



Diabetes de tipo 2: A mais frequente e, com maior tendência a aumentar. O seu crescimento está diretamente ligado às alterações do estilo de vida e o incremento da obesidade (Alberti, Zimmet, & Shaw, 2007) 
«O pâncreas produz insulina, mas as células do organismo oferecem resistência à ação da insulina. O pâncreas vê-se, assim, obrigado a trabalhar cada vez mais, até que a insulina produzida se torna insuficiente e o organismo tem cada vez mais dificuldade em absorver o açúcar proveniente dos alimentos. »1
De acordo com a OMS este tipo de diabetes desenvolve-se sobretudo na idade adulta estando o seu tratamento associado a perda de peso e melhoria da alimentação e da atividade física2

Diabetes de tipo 1 (diabetes insulino dependente): Menos frequente, este tipo de diabetes desenvolve-se principalmente na infância e adolescência 2.O pâncreas produz insulina mas em pouca quantidade ou de qualidade insuficiente levando a que as células não consigam absorver o açúcar necessário. Este tipo de diabetes não está relacionada com estilos de vida e hábitos alimentares.1

Causas e fatores de risco

Entre 2000 e 2008, o número de mortes de indivíduos com idade igual ou superior a 15 anos, por diabetes, em Portugal aumentou de 2 928 para 3 990, o que gerou um crescimento relativo na taxa bruta de 30% (passou de 35,7 para 46,4/100 000) (ACS, 2010)

A diabetes é uma doença em expansão, que atinge cada vez mais pessoas em todo o mundo e, sobretudo, idades mais jovens. Todavia há grupos com maior vulnerabilidade nomeadamente pessoas com familiares diretos com diabetes, indivíduos obesos, com hipertensão ou níveis de colesterol elevado. (tabela 3)

A diabetes mellitus tem maior prevalência em indivíduos acima de 35 anos. (Miranzi, Ferreira, Iwamoto, Pereira, & Miranzi, 2008) Segundo o Observatório Nacional da Diabetes (2010) é clara a correlação direta entre o incremento da prevalência da diabetes e o envelhecimento dos indivíduos. A corroborá-lo, dados de 2009 que indicam o fato de mais de um quarto da população portuguesa integrada no escalão etário dos 60-79 anos ter diabetes

Fatores de risco modificáveis

Fatores de risco não modificáveis

Excesso de peso e obesidade

Etnia

Estilo de vida sedentário

Histórico familiar de diabetes de tipo 2

Diagnóstico prévio de intolerância à glicose

Idade

Síndrome metabólico: hipertensão

Descida do colesterol HDL

Aumento dos triglicerídeos


Género

Dieta alimentar

Histórico de diabetes gestacional

Ambiente intra uterino

Síndrome de ovários políquisticos

Tabela : Fatores de risco modificáveis e não modificáveis associados à diabetes de tipo 2

(fonte: adaptado de Alberti et al. (2007)



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