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Como o neurologista está sobrecarregado com outras responsabilidades profissionais, da mesma forma que o professor se encontra hipotecado às aulas do dia-a-dia, cabe na nossa perspectiva ao psicólogo (clínico ou escolar) o papel de sintetizar e analisar o diagnóstico (psiconeurológico) e preserever as orientações psicopedagógicas ulteriores.

O suporte - o nível das funções e estruturas neurológicas, da psieologia da percepção, da memória, da cognição, da psicomotricidade, dos métodos de modificação do comportamento e das DA - poderá ser gradualmente assegurado pelo psicólogo, que urge apoiar nas estruturas normais do ensino.

Evidentemente que o psicólogo não se deve refugiar nos segredos do diagnóstico ou na produção de prognósticos bem sucedidos, Há que transformá-lo, igualmente, num prático, apoiando e acompanhando a intervenção pedagógica, servindo-se aqui dos apoios psiconeurológicos. A inovação dos métodos reeducativos irá, quanto a nós, necessitar de um substancial apoio da psiconeurologia. O alargamento do repertório de atitudes e competências do psicólogo tem muito a ver com os dados postos à disposição pela psiconeurologia; daí esta nossa análise, visando as implicações desta disciplina no campo das DA.

O professor (reedueador, terapeuta ou explicadon, ), como prático que é, tende a servir-se ansiosamente de novas técnieas e métodos para resolver os problemas dos seus educandos mais lentos. A incorporalização formativa da psiconeurologia facilitará a compreensão do diagnóstico e a planifieação de estratégias educaeionais mais eficazes. O professor precisa de saber porque
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COMRIBUI ÕES DA PSICONEUROLOGl A PARA AS DIFICUlDADES DE APREN DIl AGEM


H emisfério Hemisfório esquerdo direito
Global Organi?ação e seriação Organização gestalústa

Análise Síntese

Funções mdo-ou-nada Funções difusas e gradua Processo elaborativo das

Processo conceptual Processo imediato e emoci Categariração das alterações onal

do envolvúnento Sustentação da situação do

Vigilância primária envoivimento

Atenção auditiva Vigilância secundáriá

Ritmo Atenção visual

Organização voGtiva e Música

consciente Organização invotuntária e

automáúca
Lbbulo frontal - Fluência verbal Detecção de eiros

- Regulação do comporta- Consciência social

mento pela fala Juízos recentes de úpo vi Praxias sual

Escrita


Consciencialização

Juízos verbais


Lóbulo temporal Raciocínio verbal Padrões rítmicos Memória verbal auditiva Memória visual de longo Vocabulário termo

Memória auditiva não verbal


Ibbulo parietal e occipital Cálculo Percepção do espaço

Leitura Percepção de fundo

Escrita Discriminação

Praxias construúvas Praxia constniúva espacial

Praxias ideacionais Memória visual de curto

Síntese. Percepção da termo

forma Reconhecimento visual de

Aquisições associativas objectos e figuras

Apreensão de sequências Memória para faces
Figura 68 - L alização inter-hemisférica e concomitantes funções corticais

supetxores


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INSUCESSO ESCOLAR - ABORDAGEM PSlCOPEDAGÓGICA


Áreas cerebrais Disfunções
Áreas frontais Expressão oral

(anteriores) Funções de ordem e seriação Memória curto termo Praxias (dispraxia) Processamento visual subtil Mudanças de actividade


Áreas temporais Percepção visual [constância da forma, omissões, rotações, figura-fundo, (médias) completamentos (closure), detecção de promenores etc. ]

Visuomotácidade

Desenho

Cbpia
Áreas temporais Percepção auditiva (médias) Descodificação



Associação verbal Recham d de informaÇão
Áreas parietais Cmosia táctil (médias) Gnosia digital

Imagem do cospo

Sequencia Gzação pré-motora Dinescionalidade
Figura 69 - Áreas e disfunções cerebrais
usa um método, ou uma tarefa, para uma certa criança. Não bastam as metodológicas tentativas e os erros. Há urgência em economizar tempo, quando está em jogo o futuro dos educandos. Pela ignorância destes assuntos subsiste a tendência de culpabilizar, umas vezes as crianças ou os pais, outras vezes o professor ou os métodos, conforme os enfoques extremistas com que normalmente as DA são encaradas. Com a investigação psiconeurológica, muito terreno hoje inacessível será superado e conquistado no futuro.

Por outro lado, é preciso compreender que os testes de inteligência (QI) são diferentes das bateriais psiconeurológicas. Eles não se reduzem uns aos outros, não são sequer incompatíveis. Enquanto o QI é um predictor útil para as crianças com funções cerebrais normais, ele não o é quando estamos em presença de crianças com disfunções cerebrais normais. Aqui a inteligência psiconeurológica é preferível à inteligência psicométrica,


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CONTRIBUIÇ'ÕES DA PSICONEUROLOGIA PARA AS DIFICULDADES DEAPRENDIZAGEM


A avaliação psiconeurológica oferece uma nova explicação para os problemas das crianças com DA, pois encara-as num todo em que todos os factores históricos (pessoais, familiares, escolares e médicos) são respeitados em termos globais e dialécticos.

Os próprios pais podem ter outra tolerância para superar os problemas emocionais dos seus filhos. As percepções dos pais, embora algumas vezes ignoradas por técnicos, devem ser tomadas em linha de conta. A sua função como coterapeutas pode atingir outras implicações com o suporte da psiconeurologia. A dinâmica intrafamiliar pode complementar o esforço clínicopedagógico; daí a vantagem em promover expectativas mais abertas e optimistas com a introdução desta nova alternativa.


percepção com nsão
- z "
z "! D

interpretação significação visão recodificação (análise do (correspondência) optema) optema-fenoma)


audição
lNPUT Sisteme 'fRANSDUÇÃO Sisteme TRANSDUÇÃO Sisteme TRANSDUÇÃO Sisteme visuel euditiv0 SCM IItiCO Olel

( OP'fEMA) (FONEMA) (SIGNItlCAÇÃO)OllTPUT


SISTEMA SEMÂNTLCO

( 3)
lNP SISTEMA I VISUAL

(l)
Figura 70 - Processo da leitura
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INSUCESSO ESCOLAR - ABORDAGEM PSICOPEDAGÓGICA


Alguns factores psiconeurológicos implicados nas DA
Dentro dos factores psiconeurológicos mais negligenciados no estudo das DA, emergem as disfunções no processamento da informação auditiva e visual e na integração auditivovisual e visuoauditiva.

É evidente que a maioria destes problemas resulta provavelmente de uma certa imaturidade neurológica, mais sensível, segundo investigações, nos rapazes do que nas raparigas.

De facto, a aprendizagem da leitura requer uma série de aquisições perceptivas, linguisticas e cognitivas.
O HD atinge o processo de mielinização mais precocemente.

A ontogénese vai do NÃO-VERBAL (HD) ao VERBAL (HE), do acto ao pensamento, do gesto à palavra, da psicomotricidade à psicolinguística.


Hemisfério ' Classificar (HD) Seriar

Recolher Desenhar

i

' P i n t a'e c ot a' E n f i a r


Hemisfério C Ler (L) esquerdo ' ' Escrever (E) ( ) F ( ) vr' Fal (F
Figura 7l - Aprendizagens pré-primárias e primárias
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CONIRIBUIÇ'ÕES DA PSICONEUROLOGIA PARA AS flIFICUIllADES DE APRFlV DIIAGFJK


De acordo com trabalhos de especialistas, para ler, o cérebro reclau>a as seguintes aquisições:
1) Controlo postural e da atenção;

2) Seguimento de orientações e inswções visuoespaciais (de cima para baixo em termos de linhas horizontais, e da esquerda para a direita em termos de descodificação e sequencialização de lelras e palavras);

3) Mmembria auditiva;

4) Sequencialização e ordenação fonéúca;

5) Memória visual;

6) Sequencialização e ordenação graféúca;

7) Aquisições para descodificar palavras (word anack skills - estratégias de ataque" de paiavras;

8) Análise eswtural de linguagem;

9) Síntese lógica e interpretação da linguagem;

10) Desenvolvimento do vocabulário; 11) Expansão e generalização léxica;

12) Aquisições de escrutínio e de referenciação léxicossintáctica.
Por este esquema simplificado podemos compreender que a aquisição da leitura leva um longo tempo de aprendizagem e de automatização. Ao envolver várias fases, a leitura exigè a apropriação de pré-aptidões indispensáveis. Pré-aptidões que muitas vezes não se encontram seguramente adquiridas por algumas crianças quando entram na escola, principalmente as mais désfavorecidas (socioeconomicamente, socioculturalmente e sociolinguisticamente).

A escola e os seus professores, muitas vezes, não se apercebem da natureza destes problemas e, por não os tomarem em linha de conta na fase propedêutica ou por não terem sido sensibilizados para isso na sua formação, tendem a criar DA.

Por serem ignorados vários factores psiconeurológicos e maturativos das pré-apúdões da leitura, da escrita e do cálculo, as DA são frequentemente inevitáveis.

É dentro deste parâmetco que se deve equacionar também o conceito de dispedagogia. Como aligeirar esta situação? Pensamos que, nesta questão; a psiconeurologia fornece alguns apoios substanciais.

A grande dificuldade de controlo da atenção, a imaturidade psicomotora e a vulnerábilidade das aquisições básicas de processamento auditivo e de informação visual cetzarnente que interferem com a aprendizagem, na qual não se pode negligenciar a importância da maturidade emocional e afectiva, nem sempre respei_tada, ou por vezes exclusivamente reforçada.

Descurar, por exemplo, a importância da lateralização, normalmente associada à especialização hemisférica, pode por si só implicar DA. A late


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INSUCESSO ESCOIAR - ABORDAGEM PSICOPEDAGbGICA


ralização reflecte a integração neuropsicológica que é necessária às aprendizagens simbólicas. O cérebro possui dois hemisférios com estruturas assimétricas alcançadas pelo processo da filogénese, que decorreu em ritmos diferentes em termos de ontogénese (Fonseca 1982).

Já atrás afirmámos que o hemisfério direito se mieliniza primeiro do que o esquerdo. Para que o hemisfério esquerdo esteja apto para a leitura, é preciso que o hemisfério direito adquira redes funcionais proporcionadas pelas experiências pré-primárias: desenho, pintura, recorte, expressão gráfica, artística, criatividade, construção de objectos, etc. Quantas crianças iniciam a leitura sem estas aquisições? Provavelmente mais de 30% das crianças das escolas primárias (ver Figura 7I).

Prechtl I962 detectou em 90% de crianças disléxicas movimentos irregulares e espasmódicos ao nível corporal e ao nível dos músculos oculares, sinais de actividade involuntária, causando distúrbios de fixação e perseguição binocular, obviamente implicados na leitura.

Nas nossas investigações, temos encontrado problemas psicomotores nas crianças com DA normalmente concentrados em dificuldades de controlo tónico (hipo ou hipertonicidade, paratonais e disdiadococinesias sincinésias); ao nivel do equilibrio (problemas de controlo vestibular e proprioceptivo, dificuldades de imobilidade, reequilibrações abruptas, etc. ); ao nivel da noção do corpo (problemas de reconhecimento somatosensorial, agnosias faciais e digitais); ao nivel da estruturação espaciotemporal (problemas de memória de curto termo visual e auditiva); ao nivel da coordenaÇão de movimentos (dispraxias globais e finas, problemas de dextralidade, dismetrias, etc. ) (Fonseca 1980).

O cérebro está, dos quatro aos oito anos de idade (isto é, entre a pré-primária e a primeira fase), em grandes transformações. A sua plasticidade e o seu crescimento neste momento são decisivos para as aprendizagens simbólicas; daí o papel preventivo das experiências pedagógicas naquela fase de maturação.

A nutrição (Cravioto e Delicardie 1975), a estimulação (Greenough, 1976), o repouso e a ausência de influências nocivas, bem como um adequado envolvimento afectivo, assumem nesta fase um papel demasiado relevante que justifica bem a influência das condições do meio na maturação cerebral.

O conjunto das influências do meio, da estimulação e da educação produzem processos de facilitação sináptica nas áreas subcorticais, como demonstraram Raisman e Field 1973, e provocam mudanças locais nos tecidos e nos circuitos nervosos através de novas conexões, como nos sugerem Diamond, Cooper, Turner e Macintyre 1976. Crescimentos pré e pós-sinápticos, arborizações dêntricas, actividades enzimáticas, concentrações iónicas de ácido nucleico, novas proporções e proliferações entre neurónicos, nevróglias e astrocitos, etc. , mostram bem que as estruturas cerebrais reflectem, em certa medida, a qualidade das influências do envolvimento e das oportu nidades educacionais e mediatizacionais.
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CONTRIBUIÇÕES DA PSICONEUROLOGIA PARA AS DIFICULDADES DE APREN Dl7 AGF. f


Com estes dados somos levados a acreditar nas implicações benéflcas dá intervenção educacional precoce, que naturalmente tende a aperfeiçoar o funcionamento do cérebro, desde que tal intervenção se fundamente à luz do conhecimento neuropsicológico e psiconeurológico.

Nesta linha, podemos concluir que as experiências educacionais precoces não só facilitam o desenvolvimento da criança normal como permitem, provavelmente, a reorganização do SNC nas crianças deficientes.

O cérebro e as funções podem mudar através de situações educacionais ou de envolvimentos enriquecedores onde tais mudanças podem ocorrer. O desafio aos educadores e aos professores é cada vez mais aliciante, desde que se ponha em prática os ensinamentos da neuropsicologia e da psiconeurologia.

Efectivamente, a aprendizagem não se pode dissociar do conhecimento do cérebro. Quanto melhor se conhecer o cérebro, melhor se poderá superar as DA. O cérebro é quem aprende, quer se trate de aquisições da linguagem não verbal, quer se trate das aquisições da linguagem falada e escrita.

Em suma, para aprender a ler, a criança precisa de ter atrás (e dentro) de si um conjunto de experiências e de envolvimentos que garantam um conjunto de modificações neurobiológicas no seu cérebro. Para ler, várias aquisições perceptivas e integrativas se têm de dar em diferentes partes ou unidades do cérebro. É possível que as DA resultem de uma disfunção manifestada por aspectos estruturais, ou por problemas de transmissão dos estímulos nas áreas associativas, por diferenças de transdução e integração e de organização, ou por interferências nos processos auditivos e visuais que sustentam o processo da leitura.

Muitas diferenças nos factores psiconeurológicos de aprendizagem têm sido encontradas entre crianças com DA e crianças sem DA, quer diferenças no processamento auditivo, quer diferenças na integração auditivovisual ou vice-versa.

No processo auditivo, que é crucial para a leitura, por exemplo, especialmente se ela é oral, estão envolvidas funções de discriminação, identificação, sequencialização, memória, etc. A leitura oral énvóivé as áreas cerebrais não só da leitura, mas também da fala. A leitura silenciosa exige, em contrapartida, subvocalização e rechamada da informação auditiva armazenada na memória.

Luria 1963, por exemplo, demonstrou que os distúrbios na função fonética levam inevitavelmente a uma perturbação na capacidade da leitura e a uma desintegração na capacidade da escrita. Alterações nas funções de análise e sintese. fonética (fragmentação e sequencialização) originam desordens na leitura e na escrita, e muitas vezes na própria estrutura quinestésica da fala.

Zigmond 1966 demonstrou que as crianças disléxicas apresentam mais dificuldades na aprendizagem auditiva. Na sua investigação, as variáveis auditivas que mais diferenciavam as crianças disléxicas das não disléxicas
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INSUCESSO ESCOIAR - ABORDAGEM PSICOPEDAGÓGICA


SNC

PROGRAMAÇÃO REGULACÃO

CONDUTA

- T


MEIO q, RM AMEKfO V 'KAÇÃO

LPJGUAGEM

- T

INFORMAÇÃO



ANALISE

fo DECISÃO

aniculemas ACÇÃO

ss'r IuI. AçÃo T

RECEPÇÃO TRANSDUÇÃO \I/ EXECUÇÃO pRODUÇÃO

DADOS


s TRANSMISSÃO TRANSMIssÃO DE

A E SONSNA

LEfNRA

SI'IUAÇÃO OR' "



S PROflUÇÃO

DE GRAFEMAS

NA EsCRITA

+ I


E
Figura 72 - Modelo de processamento da infOrmaçã0 na leitura
eram as seguintes: associação auditiva (ex. : pN + éN faz = pé; bH + ao faz = bo; Kh, + a = la; bola, etc. ) e no ditado oral (dizer oral e sequencialmente com que letras se escreve as palavras: prato; barba; árvore, etc. ) Tallal 1976 mostrou, noutro estudo, que os disléxicos apresentam dificuldades no processamento auditivo primário, pois evidenciam dif Iculdades em organizar e integrar estímulos auditivos rápidos, embora não manifestem dificuldades nas mesmas tarefas quando os estímulos são apresentados de uma forma lenta. Razão pela qual os métodos fõnicos não se adaptam para crianças ciisléxicas auditivas (disfonéticos).

As investigações que utilizam técnicas de audição dicótica - apresentação simultânea de diferentes informações auditivas para cada ouvido (por exemplo, para o ouvido direito entra a informação b-f-h, para o esquerdo entra 1-3-8) - têm demonstrado que as crianças disléxicas revelam dificuldades nestas situações.

Dados de investigação demonstram que os números, as letras e as pala vras se processam preferencialmente no hemisfério esquerdo, desde que a entrada da informação se faça peio ouvido direito. Vários trabalhos de investigação têm sido unânimes em evidenciar que a população de disléxicos é
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COMRIBUI(ÕES DA PSICONEUROLOGIA PARA AS DIFICULDADES DE APREND AGFM


menos consistente na lateralização auditiva direita, isto é, escolhem irregularmente ora o ouvido esquerdo, ora o ouvido direito. Leong 1976 conseguiu chegar a resultados que mostram claramente a superioridade do ouvi direito sobre o esquerdo no que respeita ao processamento da infonnação auditiva. Os disléxicos mostraram neste estudo um atraso maturacional, espe= cialmente no que respeita à síntese da informação.

Por outro lado, Satz 1976 demonstrou que as lateralidades auditiva e manual direitas caracterizam quer as crianças com DA, quer as sem DA.


ORDENAÇÀO

SEQUENCIA1. QAÇÃO

RE T E Nç Ão
A. V. TQ.
Ì EXECUCÂO DE MOV4HENTOS PRECISOS E CONTROLADOS

DISC AÇÃO

. OlDamão I Ho

. Conaob corporal


PERCEPÇÃO VISUOMOTORA
0 i i I i E i F i

R R N


X E

I E i T i

E i C E p E

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N E G LINGUAGEM

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à i 0 i à à i C i

i 0 i X i

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CONSC NCIA ECONTROLO CORPORAL
1 1

, gem çgo )u Resposia imediaia moni oriz Selecçào dos esUmulos relevanus Associação com informação prtvia (inte )

. Reco

- Selução de sequ2ncis apropriadas

de int ão
Figura 73 - Outro modelo de processamento da informação
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INSUCESSO ESCOLAR - ABORDAGEM PSICOPEDAGÓGlCA


Bakker e colaboradores 1976 exemplificaram que a fase inicial da leitura é mais dependente do hemisfério direito, pois parece existir, na primeira fase, uma maior atenção visual às letras; daí a lentidão da leitura e a redução de inêxitos. Mais tarde, a descodificação é mais rápida por ser feita pelo hemisfério esquerdo; daí que a frequência dos inêxitos seja maior.

O ouvido esquerdo parece ser mais utilizado para reprodução de padrões rítmicos e de sons, bem como de sílabas, segundo também Bakker. No entanto, o ouvido direito surge como o mais utilizado na recepção de palavras e frases.

Na nossa casuística de reeducandos, temos encontrado, no nosso Dia gnóstico das Aquisições da Percepção Auditiva - DAPA, vários problemas no processamento auditivo. A maioria das crianças com DA revela diftculdades em: discriminar pares de palavras (ex. : não reconhecem a diferença entre pano>> e cano>> ou podem reconhecer como iguais bico>> e pico>>); diferenciarfrases absurdas (ex. : as árvores voam?>> os copos dançam?>>, etc. ); identificar o primeiro som de palavras (ex. : a>> para água>>; m>> para mesa>>, etc. ); completarpalavras (ex. : completa li em alivro>>; avi em avião>> ou avioneta>>, etc. ); completarfrases (ex. : a casa tem e >> em a casa tem portas e janelas, etc. ), etc. '.

Com estes exemplos tentámos apresentar alguns dados concretos sobre os distúrbios do processamento auditivo que normalmente caracterizam as crianças disléxicas auditivas (disfonéticas).

Vejamos agora o que pode ocorrer quanto ao processamento visual. Da mesma forma estão envolvidas funções de discriminação, identificação, completamento, memória, etc.

Se formos ao exemplo da leitura que temos estado a estudar, veriflcamos que, para ler, é necessário focar os olhos num dado ponto especial da folha impressa, coordenar binocularmente os movimentos para escrutinar por saltos e sequencialmente as letras e as palavras orientadas da esquerda para a direita, exactamente o que o leitor está a fazer neste preciso momento - para além de muitas outras funções.

É claro que a descoordenação ocular interfere com a percepção visual. Também é claro que a percepção visual não é tudo o que explica a aprendizagem da leitura, como demonstrámos com a primeira adaptação que se fez em Portugal do Developmental Test of Visual Perception (Teste de Desenvolvimento da Percepção Visual, de M. Frostig - Fonseca e colaboradores 1976).

É evidente que não se pode ignorar a fragilidade dos músculos oculares (estrabismo) no processo da leitura. Esta condição, como é óbvio, pode gerar lentidão no processamento da informação visual. Por outro lado, a leitura2, porque envolve uma perseguição horizontal e uma coordenação melódica e


Ver exemplos do Diagnóstico das Aquisições Percepávoauditivas - DAPA. (Ver pág. 237). 2 Pelo menos no Ocidente, visto que no passado, no Japão, a leitura se processava da direita para a esquerda e no sentido vertical.
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CONTRIBUI ÕES DA PSlCONEUROLOGIA PARA AS DIFICULDADES DEAPREN Dl7 AGEM


sacádica (movimentos aos saltos), põe em jogo um sistema visuomotor muito complexo, onde se integram funções de figura- fundo, constância da forma, escrutínio, análise intrínseca e extrínseca, posições e relações no espaço. Para além destes pormenores, não podemos ignorar que a percepção visual é influenciada por outras variáveis: tamanho, cor, organização e complexidade do material da página, etc.
A - O processo antigravítico

B - O processo de localização corporal C - O processo de identificação D - O processo auditivoverbal


Figura 74 - O processo visual
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INSUCESSQ ESCOLAR - ABORDAGEM PSICOPEDAGÓGICA


Na leitura, a visão processa formas (gestalts), e partes de formas, discrimina-as, seleeeiona-as, rearranja-as e combina-as. Sem a percepção visual a actividade mental terá de ser alimentada por outras fontes de informação, isto é, auditiva ou tactiloquinestésica como por exemplo, no deficiente visual, a leitura braille.

A visão possui um complicado mecanismo ajustador oculomotor, um complexo processo de transmissão dos estímulos visuais para outras áreas do cérebro, para além de funções de análise e de síntese.

Segundo Skeffington 1926 e Getman 1965, a visão resulta de uma multi-integração sensorial, englobando a integração das aquisições motoras, sensoriomotoras, pereeptivomotoras e psicomotoras, a imagem do corpo, a lateralização e a direccionalidade do corpo, a manipulação e a apreensão dos objectos, ou seja, os prelúdios da linguagem falada, para além de mais tarde garantir as aprendizagens simbólicas mais humanizadas - ler (receptivo) e escrever (expressivo). (Figura 74).
PERCEPÇÃO VISUAL
COORDENAÇÃO RELAÇÕES VISUOMOTORA ESPACIAIS
FIGURA POSIÇÃO

E NO


F( NDO ESPAÇO
CONSTÂNCIA

DA

FORNfA


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