Dos primeiros humanos ao renascimento manual do professor gislane azevedo



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OBJETIVOS DO CAPÍTULO

· Explicar a origem e a organização político-administrativa dos fenícios.

· Conhecer a importância do comércio para o desenvolvimento da sociedade fenícia e para a criação do alfabeto.

· Apresentar as origens da Pérsia e o processo de constituição do Império Persa.

· Abordar a diversidade étnica e cultural do Império Persa.

· Explicar o papel do judaísmo no desenvolvimento do sentimento de identidade do povo hebreu.

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1. Os fenícios



Origens da Fenícia

Por volta de 3000 a.C., a região onde atualmente localiza-se o Líbano - um país do Oriente Médio situado entre a Síria, Israel e o mar Mediterrâneo - foi ocupada por um povo de origem semita que se autodenominava cananeus, uma vez que a região era conhecida pelo nome de Canaã.

Os cananeus construíram seus aldeamentos principalmente às margens do Mediterrâneo onde, devido à intensa atividade comercial, formaram-se diversas cidades portuárias, como Biblos, Ugarit e Tiro.

LEGENDA: Localizados no sítio arqueológico da cidade de Biblos, no atual Líbano, estão remanescentes fenícios do Templo dos Obeliscos, uma edificação religiosa construída entre os séculos XIX a.C. e XVI a.C. Foto de 2015.

FONTE: Luisa Ricciarini/Leemage/AFP

As cidades cananeias tinham idioma e hábitos culturais semelhantes, mas não estavam unificadas em um único reino. Eram cidades-Estado, ou seja, detinham autonomia política e administrativa. Eram geralmente governadas por monarcas, em torno dos quais se encontravam a aristocracia (comerciantes e proprietários de terras) e uma elite religiosa muito influente. Boa parte da população dessas cidades era formada por marinheiros e trabalhadores especializados na fabricação de joias, vidros, tecidos e outros produtos.

Glossário:

Semita: designa um conjunto de línguas que tiveram uma origem comum, como o hebraico, o árabe e o fenício. A palavra semita refere-se à linhagem de descendentes de Sem, um dos filhos de Noé, segundo a Bíblia. As três grandes religiões do mundo (judaísmo, cristianismo e islamismo) possuem raízes semitas.

Aristocracia: palavra de origem grega (aristokratía) que pode ser traduzida para o português como "governo do melhor". Em sentido amplo, refere-se ao conjunto de pessoas que, por possuir riquezas, prestígio político ou qualquer qualidade de excelência, forma uma elite que se destaca na sociedade. Por exemplo, entre os produtores rurais de um lugar, a aristocracia rural seria formada pelos proprietários de terra mais ricos ou que detêm mais recursos.

Fim do glossário.



Entrepostos comerciais

Professor(a), veja no Procedimento Pedagógico deste capítulo uma sugestão para relacionar a organização social dos fenícios com o desenvolvimento de importantes práticas comerciais.

Como a comunicação entre as cidades-Estado era feita principalmente pelo mar, com o tempo, os cananeus passaram também a estabelecer relações mercantis com outras populações mediterrâneas. Por volta de 2500 a.C., algumas cidades cananeias haviam se transformado em verdadeiros entrepostos comerciais, onde se encontravam mercadores vindos de diferentes regiões. Esse foi, por exemplo, o caso da cidade de Biblos, que se tornou o principal centro distribuidor do papiro fabricado no Egito.

Boxe complementar:



VOCÊ SABIA?

Por que o nome Fenícia?

Os cananeus desenvolveram uma sofisticada técnica de produção de corantes para tingir tecido: utilizavam um líquido na cor púrpura, extraído de um pequeno molusco. Os gregos chamavam Canaã de Phoenicia (púrpura), palavra da qual derivam Fenícia e fenícios.

Fim do complemento.

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Expandindo as fronteiras

Os fenícios eram um povo preponderantemente comerciante. Para crescer e prosperar, optaram pela expansão marítima, através do mar Mediterrâneo.

Entre os fatores que permitiram a expansão marítima desse povo destaca-se seu grande conhecimento náutico. Os fenícios conheciam as correntes marítimas, o voo das aves marinhas, as rotas de migração de várias espécies de peixes e os ventos de cada região. Com essas informações, podiam afastar-se do litoral e atingir regiões longínquas (veja o mapa a seguir, com as navegações fenícias).

Com as intensas atividades comerciais dos fenícios, vários lugares em que paravam para descansar ou se abastecer acabaram se transformando em cidades fenícias. Exemplos são as cidades de Cirene, Lepsis, Oea (Trípoli) e principalmente Cartago, fundada no século VIII a.C., no norte da África.

Graças às relações comerciais mantidas com outros povos, os fenícios passaram por um crescente processo de miscigenação étnica e cultural, por meio do qual assimilaram aspectos culturais, artísticos e religiosos dos habitantes de outras regiões, como os egípcios e os egeus.

A partir do século IX a.C., a Fenícia entrou em decadência, sofrendo invasões de vários povos: os assírios foram os primeiros. Depois, babilônios, persas e gregos dominaram sucessivamente a região entre os séculos VII a.C. e IV a.C. Em 64 a.C., Roma incorporou as cidades fenícias aos seus domínios, transformando-as em parte da província da Síria. A civilização fenícia chegava ao fim, mas sua herança iria se perpetuar graças, sobretudo, a uma das maiores invenções da humanidade: o alfabeto.

Glossário:



Egeu: habitante da Egeia, região às margens do mar de mesmo nome, onde iria se desenvolver posteriormente a Grécia atual.

Fim do glossário.

FONTE: Adaptado de: DUBY, Georges. Grand atlas historique. Paris: Larousse, 2006. Créditos: Banco de imagens/Arquivo da editora

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O alfabeto

Professor(a), veja no Procedimento Pedagógico deste capítulo uma proposta de Atividade Alternativa que trata do alfabeto fenício e de sua inovação fonética.

Como a base da sua economia estava no comércio, os fenícios tinham necessidade de registrar as transações mercantis. Assim, por volta de 1500 a.C., na cidade de Ugarit, começou a tomar forma e a se desenvolver um sistema de escrita com essa finalidade. Esse sistema utilizava apenas 29 caracteres cuneiformes. A cada um era atribuído um valor fonético, ou seja, cada sinal gráfico representava um som específico. As infinitas possibilidades de combinação dos sinais permitiam a formação das palavras escritas.

Mais tarde, os fenícios reduziram esse alfabeto para 22 símbolos, que indicavam apenas os sons das consoantes. As vogais não eram escritas e cabia ao leitor completar e formar as palavras de acordo com seu sentido. Assim, o nome da cidade de Ugarit era grafado simplesmente com as letras g, r, t. Posteriormente, os fenícios passaram a usar rolos de papiro (mais fáceis de transportar e guardar) no lugar de placas de argila para registrar suas anotações. Aos poucos, um grande número de pessoas sabia decifrar o sistema gráfico; e saber ler e escrever deixou de ser habilidade restrita aos escribas.

Como o alfabeto fenício usava sinais gráficos - chamados letras - para representar os sons da fala - conhecidos por fonemas -, ele sofreu adaptações e deu origem a outros alfabetos. Por exemplo, no decorrer do século IX a.C., os gregos acrescentaram-lhe vogais; mais tarde, os romanos usaram o alfabeto greco-fenício para formar o alfabeto latino, que é utilizado até hoje em todo o mundo ocidental.

LEGENDA: Pedra de calcário negro com inscrições no alfabeto fenício. Encontrada em Cartago, Tunísia. As gravações foram produzidas entre os séculos IV a.C. e II a.C.

FONTE: Erich Lessing/Album/Latinstock



ORGANIZANDO AS IDEIAS

NÃO ESCREVA NO LIVRO

ATIVIDADES

1. A sociedade fenícia não formou um reino centralizado com um governo único, mas suas cidades tinham uma organização própria. Sobre esse tema, responda ao que se pede.

a) Como se originaram as primeiras cidades fenícias?

b) De que modo as cidades fenícias estavam politicamente organizadas?

2. Uma característica importante dos fenícios foi o intenso desenvolvimento de suas atividades comerciais. Sobre esse tema, responda ao que se pede.

a) Cite alguns fatores que permitiram a expansão comercial fenícia na Antiguidade.

b) Mencione algumas consequências das relações comerciais intensas dos fenícios com povos de outras localidades.

3. Outros povos, além dos fenícios, também desenvolveram sistemas de escrita. Por exemplo, os egípcios usavam a escrita hieroglífica, e os mesopotâmios, a cuneiforme. Sobre esse tema, responda ao que se pede.

a) Explique por que o sistema alfabético é mais universal do que os sistemas hieroglífico e cuneiforme.

b) De que modo a escrita alfabética fenícia se difundiu e se transformou na base da escrita ocidental?

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INTERPRETANDO DOCUMENTOS: IMAGEM

NÃO ESCREVA NO LIVRO

ATIVIDADES

Observe a imagem ao lado. Trata-se de uma moeda fenícia feita de prata. Utilizado nas cidades de Biblos e Tiro, o objeto foi produzido no século IV a.C. Ao analisá-lo, é possível destacar alguns aspectos importantes da sociedade fenícia. Com base nisso, responda ao que se pede.

a) Descreva o objeto e formule uma hipótese sobre a finalidade que ele poderia ter entre os fenícios.

b) No centro da moeda é possível observar a representação de uma embarcação fenícia. Elabore uma hipótese para explicar a razão dessa representação.

c) A partir da análise do objeto, quais características poderiam ser destacadas sobre a organização social dos fenícios na Antiguidade? Justifique sua resposta.

LEGENDA: Moeda fenícia de prata, do século IV a.C., com ilustração de uma galé fenícia e do mar.

FONTE: Architecture/Alamy/Latinstock

2. Os persas

Professor(a), veja no Procedimento Pedagógico deste capítulo uma sugestão para relacionar, em sala de aula, a formação do Império Persa com o conceito de diversidade de populações e culturas.

Formação do Império Persa

As origens da antiga Pérsia remontam a 2000 a.C., quando grupos nômades - entre eles, os persas - vindos do centro e do norte da Ásia instalaram-se no planalto iraniano. Em 559 a.C., os persas unificaram-se em torno da figura de um líder e exímio estrategista militar, que ficou conhecido como Ciro, o Grande, por causa das suas conquistas: a submissão de outros povos, a ampliação do território e a formação do Império Persa.

FONTE: Adaptado de: DUBY, Georges. Grand atlas historique. Paris: Larousse, 2006. Créditos: Banco de imagens/Arquivo da editora

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Após a morte de Ciro e algumas disputas internas, um líder de nome Dario assumiu o poder em 522 a.C. Além de recuperar domínios perdidos, Dario expandiu ainda mais o Império Persa, sob o qual passaram a viver cerca de 10 milhões de pessoas com línguas, costumes e religiões diferentes (veja o mapa da página anterior).



Para controlar toda essa população, Dario estabeleceu um sistema unificado de impostos, um código de leis, um sistema monetário único e uma excelente rede de estradas e correios que interligava as várias regiões do império, facilitando os deslocamentos pelo território. A principal estrada ficou conhecida como Estrada Real, entre as cidades de Susa e Sardes.

Mas Dario conheceu também derrotas, principalmente a partir de 514 a.C., quando tentou expandir seus domínios para a Grécia. Nessa empreitada, os persas foram vencidos pelas cidades-Estado gregas nas Guerras Médicas, ou Greco-Pérsicas. Com a derrota persa, as cidades gregas tornaram-se por certo tempo a principal força do Mediterrâneo oriental. Em 331 a.C., Alexandre, o Grande, rei da Macedônia, que já dominava a Grécia, derrotou Dario III e conquistou o Império Persa.



Entre o bem e o mal

Um dos legados dos persas aos diversos povos posteriores está relacionado às ideias religiosas de Juízo Final, de existência do Paraíso e de oposição entre o bem e o mal, que têm como origem o zoroastrismo, a religião persa. Os fundamentos dessa doutrina estão registrados no Zend-Avesta, obra escrita por Zoroastro (628 a.C.-551 a.C.), também conhecido como Zaratustra.

Oficialmente, apenas o deus Ahura-Mazdâ, simbolizado pela luz e pela pureza do fogo, era adorado. A população, porém, cultuava divindades que personificavam as forças do bem em permanente luta contra as trevas e os demônios. Os persas acreditavam que quem combatesse as forças do mal alcançaria a felicidade e a vida eterna.

LEGENDA: Estatueta em bronze de um guerreiro hoplita persa, datada de aproximadamente 490 a.C.

FONTE: Bridgeman/Keystone

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Intercâmbio de culturas

O Império Persa foi uma das primeiras experiências em que povos de origem, história e culturas diferentes conviveram no mesmo território. A proximidade entre esses grupos variados fez com que costumes, crenças e experiências fossem difundidos de um lugar para o outro. A calça comprida persa, por exemplo, disseminou-se; técnicas agrícolas egípcias foram assimiladas por diversos povos; a experiência hidráulica dos mesopotâmicos permitiu que águas das montanhas persas fossem levadas para o deserto. O arroz da Índia passou a ser plantado no Oriente Médio.

LEGENDA: No Irã, observam-se relevos esculpidos na escada do Palácio de Persépolis. A construção começou no reinado de Dario, o Grande, que governou de 522 a.C. a 483 a.C. Foto de 2015. O palácio é considerado Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco.

FONTE: Robert Harding/AFP

LEGENDA: O sistema hidráulico de Shushtar (atual Irã), construído entre os séculos V a.C. e III a.C., é considerado uma obra de valor universal. A estrutura da construção envolveu a criação de dois canais que desviam águas do rio Karun, atravessam diversos túneis e alimentam as usinas, que então abastecem a cidade de Shushtar. Um dos canais ainda é usado para o abastecimento da cidade.

FONTE: JTB Photo/UIG/Getty Images

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3. Os hebreus



Origens dos hebreus

Os hebreus eram um povo nômade, pastores organizados em pequenos clãs ou tribos que, há milhares de anos, disputavam poços de água e terras de pastagem com outros povos do Oriente Médio. O hebraico falado por eles era uma língua semita, com origem na Mesopotâmia.

O primeiro registro não bíblico da existência dos hebreus é de cerca de 1220 a.C. e trata-se de um relato egípcio sobre a dominação do faraó Mineptah sobre eles. Documentos arqueológicos comprovam sua presença na região da Palestina somente a partir de 1230 a.C.

FONTE: Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6ª ed. Rio de Janeiro, 2012. Créditos: Banco de imagens/Arquivo da editora

Glossário:

Palestina: região do Oriente Médio que atualmente abrange os territórios de Israel, Líbano, Jordânia, Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Veja o mapa ao lado.

Fim do glossário.



A Bíblia como fonte

Uma das principais fontes de estudo do povo hebreu é o Velho Testamento, um dos livros da Bíblia. Segundo a primeira parte desse texto, os hebreus descendem de Abraão, líder patriarca que vivia na cidade mesopotâmica de Ur e que teria recebido uma ordem de Deus para conduzir seu povo até a Terra Prometida, também chamada de Canaã ou Palestina (identifique a cidade de Ur e a Palestina no mapa da página 99).

Mais tarde, no decorrer do século XX a.C., um longo período de seca e fome teria obrigado os hebreus a deixar Canaã para se fixar no Egito, onde foram escravizados pelos faraós. No século XV a.C., eles teriam fugido do Egito liderados por Moisés, profeta escolhido por Deus para conduzir o povo hebreu de volta a Canaã. Depois de quarenta anos de travessia no deserto, os hebreus teriam chegado à Palestina.

Apesar das divergências de datas entre a historiografia e o Velho Testamento, a Bíblia pode ser usada como referência nos estudos de História. Junto com outras fontes, ela nos permite reconstruir a história dos hebreus e recuperar costumes de civilizações antigas, padrões de comportamento, mitos das regiões, etc.

Texto elaborado com base em: PINSKY, Jaime. As primeiras civilizações. São Paulo: Contexto, 2001. p. 108-109; MAN, John. A história do alfabeto. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002. p. 116-129; JOHNSON, Paul. História dos judeus. Rio de Janeiro: Imago, 1989. p. 17-25.

LEGENDA: Tipo de sinete (timbre) em quartzo marrom com inscrição em hebraico que diz "Lidnihu, filho de Nadnihu". O artefato é datado entre 800 a.C. e 700 a.C. e foi descoberto próximo a Jerusalém.

FONTE: Erich Lessing/Album/Latinstock

SUA OPINIÃO

Cite três fontes para o estudo de História e justifique suas escolhas.

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Professor(a), veja no Procedimento Pedagógico deste capítulo uma proposta de discussão sobre o papel da religião na sociedade hebraica, na Antiguidade.



Os juízes e o monoteísmo

Quando os hebreus se estabeleceram na Palestina, sua organização social baseava-se em um sistema comunitário, sem forma de governo definida. Os líderes surgiam apenas em momentos de maior necessidade, por exemplo, durante as guerras.

Na falta de uma centralização política e administrativa, cabia a um conselho de anciões, liderado por um juiz, o papel de orientar e aconselhar a população em questões específicas. Os juízes eram também chefes militares em momento de necessidade e tinham autoridade religiosa. Na tentativa de unificar as tribos hebraicas e reforçar o sentimento de identidade, os juízes passaram a resgatar uma aliança que teria sido feita entre Iavé (seu deus) e Abraão - aquele que, segundo a Bíblia, teria conduzido os hebreus de Ur, na Mesopotâmia, à Palestina.

Segundo os juízes, os hebreus teriam sido escolhidos por Iavé para habitar a região da Palestina. Mas para isso eles deveriam se unir e abandonar as antigas práticas politeístas. Essa busca pelo sentimento de identidade e pela união foi mais uma etapa para o nascimento do judaísmo, que é como a religião hebraica também se tornou conhecida.

LEGENDA: Iluminura ilustra um livro litúrgico judaico, datado de 1739. O desenho mostra 12 homens representando as 12 tribos de Israel.

FONTE: Bridgeman/Keystone

Glossário:

Sentimento de identidade: em geral, um povo, país ou nação possui símbolos, crenças e valores semelhantes que fazem com que as pessoas se sintam identificadas umas com as outras (possuidoras da mesma história ou cultura) em oposição a valores e crenças de outros grupos.

Fim do glossário.



As doze tribos

Por volta de 1010 a.C., os hebreus unificaram suas tribos e formaram o reino de Israel, cujo primeiro rei foi Saul. Coube a seu sucessor, Davi (1006 a.C.-966 a.C.), a tarefa de expulsar da Palestina um dos povos rivais: os filisteus. Após escolher Jerusalém - cidade que teria sido fundada por povos semitas em cerca de 2600 a.C. - para capital do reino, Davi dividiu Israel em doze províncias (ou tribos, como eram denominadas tradicionalmente).

Com Salomão (966 a.C.-926 a.C.), filho de Davi, o reino de Israel conheceu sua fase de esplendor. É dessa época a construção do Templo de Jerusalém, também conhecido como Templo de Salomão. Com a morte de Salomão, eclodiram diversos conflitos, e o reino foi dividido em dois: o reino de Israel, reunindo as dez tribos do norte; e o reino de Judá, formado pelas duas tribos do sul (veja o mapa da página seguinte).

LEGENDA: Afresco em mural da Igreja de Santo Ângelo, em Cápua, Itália, produzido entre 1075 e 1100. Embora represente o rei Salomão, que governou no final o século IX a.C., a pintura foi criada cerca de 2 mil anos depois do falecimento do rei.

99

O judaísmo e o nascimento do monoteísmo ético

A crise social que se alastrou na sociedade hebraica após a morte de Salomão fez com que, no século VIII a.C., os profetas tivessem uma ação intensa na sociedade. Profetas eram as pessoas às quais eram atribuídos os dons de revelar os sonhos, prever o futuro, falar em nome de Deus, etc. Bastante respeitados pelo povo, eles criticavam principlamente a atitude dos hebreus ricos e poderosos. Argumentavam que, mais do que oferendas, cultos e adorações, Iavé desejava que as pessoas praticassem a justiça, fossem boas, ajudassem os pobres, os órfãos e os necessitados.

Foram esses ensinamentos, princípios e crenças que, de fato, consolidaram o judaísmo como a primeira religião monoteísta ética da história. Ou seja, além de defender a existência de um único deus, essa religião também passou a defender preceitos morais e éticos, algo que influenciou boa parte das religiões que vieram posteriormente, como o cristianismo e o islamismo.

Mesmo tendo seu território ocupado por outros povos e sendo obrigados a se dispersar pelo mundo em 135 d.C. - evento conhecido como Diáspora -, os judeus mantiveram vivo o sentimento de identidade. Somente em 1948 eles retornaram para o mesmo território, quando a ONU criou o Estado de Israel.

FONTES DOS MAPAS: Adaptado de: WoRLD History Atlas: Mapping the Human Journey. London: Dorling Kindersley, 2005.; Adaptado de: WoRLD History Atlas: Mapping the Human Journey. London: Dorling Kindersley, 2005. Créditos dos Mapas: Banco de imagens/Arquivo da editora

100


Boxe complementar:

ENQUANTO ISSO...



Os etruscos na península itálica

No século VII a.C., antes de os persas conseguirem se impor no Oriente Médio como um império de grande força, os etruscos se lançaram à conquista de novos territórios na península Itálica. Eles se organizaram em cidades-Estado e ocuparam uma região às margens do mar Tirreno, a oeste do rio Tibre e ao norte da cidade de Roma.

Além de serem agricultores, os etruscos produziam objetos de metal (ouro, prata, bronze, ferro) e marfim, que comercializavam com outros povos da região e com mercadores gregos e fenícios, no Mediterrâneo.

Por acreditarem na vida após a morte, os etruscos construíam túmulos suntuosos para seus mortos, com salas, corredores e pinturas nas paredes. Os etruscos tiveram papel importante na formação de Roma.

LEGENDA: Adornos de ouro para prender os cabelos, provenientes da região do Lácio, Itália. Os enfeites, do século VII a.C., são uma criação do povo etrusco.

FONTE: Bridgeman/Keystone

LEGENDA: Portão etrusco de Volterra, na Itália, datado do século III a.C., em foto de 2013. Os etruscos foram exímios engenheiros e urbanistas que utilizavam madeira e pedras em suas construções. Introduziram na região onde hoje é a Itália o artifício arquitetônico dos arcos de volta perfeita.

FONTE: Stefano Caporali/TIPS/Zuma Press/Glow Images

Fim do complemento.

101


ESQUEMA-RESUMO

Fenícios, persas e hebreus

Fenícios

Ocupação da atual região do Líbano por volta de 3000 a.C.

· Formação de cidades-Estado portuárias

· Expansão marítima e comercial

· Invenção do alfabeto

Persas

Ocupação da região da antiga Pérsia por volta de 2000 a.C.

· Formação de grande império territorial

· Sistema unificado de impostos, moeda única e rede de estradas

· Desenvolvimento do zoroastrismo

Hebreus

Ocupação da atual região da Palestina por volta de 1220 a.C.

· Papel político dos juízes

· Desenvolvimento do judaísmo, religião monoteísta ética

· Formação do reino de Israel (por volta de 1010 a.C.)

Os fenícios, persas e hebreus deixaram importantes legados para outras sociedades. Eles foram povos que se desenvolveram na região do Oriente Médio e da Pérsia na Antiguidade e formaram sociedades com características particulares. Com base na observação do esquema e em seus conhecimentos, caracterize esses povos e explique quais foram os principais legados deixados por eles para outros povos e sociedades.

102

ATIVIDADES



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