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e Economia, por exemplo, podemos pensar: "é possível desassociar a pobreza e a violência das teorias e práticas econômicas?" (ver Capítulo 12 do Volume 3).
O que queremos destacar é que o conhecimento é plural. Mesmo que determinado acontecimento ou fato pareça estar ligado a uma área específica - como a Física, a Matemática, a História, a Medicina, por exemplo -, o conhecimento é resultado de diversas fontes e interesses inter-relacionados. É por isso que não podemos trabalhar as disciplinas escolares de forma estanque. Como afirma a linguista Karen Currie, "as disciplinas são fios entrelaçados do mesmo tecido"22.
Foi esse dinamismo do conhecimento que procuramos ressaltar ao longo de toda a coleção. Por meio de textos, boxes, atividades, imagens, etc., procuramos evidenciar esse entrelaçamento dos saberes. Além de o próprio texto, em muitos momentos, se referir ou se relacionar a diversas áreas do conhecimento, existem algumas seções nas quais procuramos apresentar de forma concreta como se dá a interdisciplinaridade. Interpretando documentos, por exemplo, é uma seção que utiliza diferentes gêneros textuais e iconográficos, inclusive de obras literárias, para discutir aspectos variados das sociedades, como mentalidades, inovações, fatos políticos e sociais, etc.23. Já a seção Olho vivo utiliza os diversos componentes presentes em uma obra de arte - como a técnica, saberes matemáticos etc. - para ajudar a compreender determinado momento histórico. Fechando a Unidade, por sua vez, faz uso de diferentes gêneros textuais - quadrinhos, poesia, artigos -, além de gráficos, tabelas, fotografias e pinturas para refletir sobre o passado e o presente. A seção de atividades Diálogos, que aparece no interior de alguns boxes, também tem como finalidade evidenciar a interdisciplinaridade. Além disso, em diversos pontos dos capítulos, utilizamos o selo Dialogando com... de modo a evidenciar as relações da História com outras disciplinas do conhecimento.
É também com o intuito de levar os alunos a perceberem na prática a interdisciplinaridade que, ao longo da coleção, em diversos momentos, propomos atividades de experimentação, como gravação de vídeo, elaboração de músicas, poesias, jornais, encenação teatral, pesquisa de opinião, entrevistas, etc. Nesta coleção, em ocasiões em que essa interdisciplinaridade se torna mais evidente, foi aplicado o selo Dialogando com... .
Como "aprender"?
Tendo em vista a perspectiva de construção do conhecimento histórico e a formação para a cidadania, procuramos delinear como os alunos poderão aprender e compreender fatos e processos históricos e, também, entender a realidade em que vivem.
Sabemos que não existem receitas prontas ou infalíveis, mas acreditamos que um bom começo seja incentivar os alunos a utilizar os saberes que já possuem, contribuindo para o resgate de sua autoestima pedagógica e social. É essencial dar importância aos conhecimentos prévios dos alunos e oferecer-lhes a oportunidade de se expressar sobre esses conhecimentos, expondo suas opiniões e seus valores.
Acreditamos também ser importante realizar um trabalho no sentido de desenvolver a observação dos alunos em relação ao mundo em que vivem. Assim, eles poderão perceber que questões aparentemente simples da vida ou da comunidade em que vivem estão, muitas vezes, relacionadas com temas globais. Ao fazer isso, eles poderão identificar as relações sociais ao seu redor e relacioná-las (ou não) com as do passado. Essa atitude lhes servirá como ponto de partida para a compreensão tanto do presente como do passado.
Para concretizar essa possibilidade, oferecemos textos e discussões sobre importantes questões relacionadas ao passado e ao mundo contemporâneo, pois, como afirma o historiador Eric Hobsbawm, "ser membro da comunidade humana é situar-se com relação a seu passado" 24.
Tão importante quanto oferecer aos alunos textos e informações, é encontrar estratégias que os tornem capazes de fazer uma leitura do passado e do presente e prepará-los para transpor esse conhecimento para novas situações. Para isso, acreditamos ser primordial o papel do(a) professor(a), profissional com formação em História e conhecedor(a) da realidade de seus alunos. Ele(a) deve desenvolver estratégias que sejam pertinentes e adequadas à sua realidade escolar. É ele(a) que "pode ensinar o aluno a adquirir as ferramentas de trabalho necessárias, o saber-fazer, o saber-fazer-bem, lançar os germes do histórico. Ele é o responsável por ensinar o aluno a captar e a valorizar a diversidade dos pontos de vista. Ao professor cabe ensinar o aluno a levantar problemas e a reintegrá-los num conjunto mais vasto de outros problemas, procurando transformar, em cada aula de história, temas em problemáticas"25.
Para nós, o livro didático, assim como outros materiais e procedimentos, pode ser um importante instrumento de apoio para o trabalho do professor. Além de ser um depositário dos conteúdos históricos organizados sistematicamente, ele também pode auxiliá-lo na tarefa de desenvolver competências e habilidades essenciais para a formação dos alunos, como leitura e análise, material de consulta, contextualização e interpretação de diversos tipos de fontes e testemunhos, tanto do passado quanto do presente, etc.
Foi com base nessas premissas que elaboramos esta coleção. Buscamos oferecer textos e imagens
22 CURRIE, Karen. Meio Ambiente - Interdisciplinaridade na prática. São Paulo: Papirus, 2007. p. 11.
23 Nesse sentido, vale destacar a importância da utilização de diferentes linguagens no ensino e na reflexão sobre a história. Como afirma Flávia Cópio Esteves, o "uso de diferentes fontes e linguagens - compreendidas entre imagens, obras literárias, artigos de jornal, filmes e música - compõe um terreno fértil para pensar a sala de aula não como um local de simples transmissão do conhecimento, mas como momento e espaço de produção do saber histórico". ESTEVES, Flávia Cópio. Interpretações do passado, leituras do tempo presente: notas sobre o diálogo entre história e cinema. In: ABREU, Martha; SOIHET, Rachel; GONTIJO, Rebeca (Org.). Cultura política e leituras do passado. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007. p. 481.
24 HOBSBAWM, Eric. Sobre História. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 22.
25 SCHMIDT, Maria Auxiliadora. A formação do professor de História e o cotidiano da sala de aula. In: BITTENCOURT, Circe (Org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2006. p. 57.
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de naturezas diversas que possibilitem um trabalho consistente na compreensão da História e do presente. Entretanto, assim como no estudo de História não basta ao historiador ter evidências em mãos sem lhes fazer as perguntas corretas, também não basta colocar as informações e os documentos nas mãos dos alunos sem habilitá-los a lê-los e a interpretá-los.
Atividades
Além das estratégias utilizadas para trabalhar os conceitos das Unidades, diversas outras foram pensadas como facilitadoras no processo de aprendizagem dos alunos. Nesse contexto desenvolvemos as propostas das atividades desta coleção.
Organizadas tanto pelo prisma cognitivo26 quanto pelo da formação básica de História, as atividades no interior dos capítulos são de natureza e objetivos variados27.
Na atividade Sua comunidade, por exemplo, buscamos relacionar a discussão do conceito da Unidade ou do tema do capítulo à realidade local dos alunos. Sua opinião é outra atividade que, além de requerer que os alunos se posicionem sobre valores, crenças, polêmicas etc., ainda trabalha o desenvolvimento da habilidade de argumentação.
Já na seção Olho vivo, os alunos terão a compreensão de que as imagens podem ser interpretadas sob diferentes pontos de vista e não se constituem apenas em mecanismo para "ilustrar" o texto nem em uma "cópia fiel" dos acontecimentos. Nela, contextualizamos imagens como pinturas, monumentos, construções, estamparias, mapas, frisos, etc. e explicamos detalhes ou simbologias importantes de sua confecção.
Se na seção Olho vivo mostramos aos alunos que o trabalho de leitura de imagens é factível e apaixonante, na seção Interpretando documentos são eles que colocam em prática os conhecimentos adquiridos, fazendo a leitura e a interpretação de imagens e outros documentos. É também nessa seção que os alunos comparam documentos de naturezas semelhantes (como dois escritos) ou de naturezas diferentes (como um escrito e uma imagem). O trabalho de leitura de documentos também possibilita aos alunos assimilar e/ou reforçar as especificidades e conceitos próprios da História, como a de que um mesmo fato pode ter múltiplas interpretações, a transitoriedade do conhecimento histórico, etc.
Além disso, procuramos selecionar trechos de obras literárias, já que por meio delas é possível relacionar e articular as diversas áreas do conhecimento28. Assim como as obras literárias, os filmes e os documentários sugeridos ao longo da coleção são importantes recursos para obter o envolvimento dos alunos com a História e para trabalhar com áreas afins. Embora todos os livros e filmes indicados sejam pertinentes à faixa etária de alunos do Ensino Médio, é importante que o(a) professor(a), antes de referendar tais indicações, veja se elas são adequadas à realidade ou ao perfil de sua classe, região e escola.
O trabalho de integração da História com outras áreas do conhecimento foi uma preocupação constante na elaboração da obra e pode ser percebido também nas atividades nomeadas Diálogos.
Foi também nossa preocupação criar caminhos para auxiliar o professor no desenvolvimento ou reforço de competências e habilidades dos alunos, como pesquisar, localizar informações no texto, organizar exposições, trabalhar a cultura material e imaterial, fazer leitura de mapas, etc. Enquanto algumas atividades foram elaboradas para ser resolvidas individualmente, estimulando a capacidade de concentração e autonomia dos estudantes, outras têm como proposta a elaboração de respostas em grupo, escritas ou orais. Dessa maneira, os alunos não só poderão desenvolver a capacidade de argumentação e raciocínio, mas também serão estimulados a trabalhar em equipe, trocar ideias, debater e respeitar a opinião do outro29.
Como avaliar
No universo escolar, a avaliação é um poderoso instrumento de diagnóstico do processo de aquisição do conhecimento por parte do educando e da relação didática estabelecida entre o professor e o aluno. Entendemos que a avaliação não se resume a provas nem pode ser vista como mero processo classificatório, com o intuito de identificar erros. Ao contrário, é um meio que permite ao professor avaliar o grau de amadurecimento intelectual e pedagógico dos alunos e os acertos e erros das estratégias didáticas utilizadas. Por essa razão, acreditamos ser primordial que os objetivos e os critérios da avaliação sejam claros tanto para o professor quanto para os alunos.
Considerando a organização da obra por unidades conceituais e nossa concepção de que o Ensino Médio deve contribuir efetivamente para a formação integral do aluno, apresentamos a seguir algumas propostas de avaliação contínua que podem servir como ponto de partida para que o professor organize um sistema de avaliação adequado à realidade de sua classe.
a) Avaliação no início da Unidade: essa avaliação pode fornecer informações ao professor sobre o nível de conhecimento dos alunos em relação ao conceito e
26 De modo geral, a proposta cognitiva contida nas atividades desta coleção segue o caminho definido pela Matriz de Referência para o Enem 2012, a saber: levar o aluno do Ensino Médio a 1) Dominar linguagens; 2) Compreender fenômenos; 3) Enfrentar situações-problema; 4) Construir argumentação; 5) Elaborar propostas. Ver Matriz de Referência para o Enem 2012 no final deste Manual. Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2012/matriz_referencia_enem.pdf. Acesso em: 19 mar. 2016.
27 Sobre as atividades, ver o item 3 (Organização da obra) deste Manual.
28 Conforme observa o historiador Rafael Ruiz, o modelo narrativo nos permite conhecer tanto o ponto de vista do narrador quanto uma abordagem comparativa. O narrador, pelo fato de narrar, posiciona-se a partir de um ponto de vista, que fica explícito na própria narrativa. Ver: RUIZ, Rafael. Literatura: novas formas de abordar o ensino de História. In: KARNAL, Leandro (Org.). História na sala de aula: conceitos, propostas e práticas. São Paulo: Contexto, 2008. p. 91.
29 Em Orientações curriculares para o Ensino Médio encontram-se diversas propostas de estratégias que podem ser utilizadas pelo professor para levar o aluno a desenvolver habilidades próprias aos estudantes do Ensino Médio. Ver Conhecimentos de História. In: Orientações curriculares para o Ensino Médio. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_03_internet.pdf.p.80-84. Acesso em: 19 mar. 2016.
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aos temas que serão discutidos na Unidade. Sugerimos que, por meio da seção Começo de conversa, o professor faça uma análise das aptidões, conhecimentos e interesses dos alunos, já tendo em mente os objetivos que pretende alcançar com o grupo.
b) Avaliação no decorrer da Unidade: possibilita principalmente verificar o processo de aquisição de conhecimentos dos alunos, o desenvolvimento da capacidade de observar e interpretar criticamente a realidade, bem como a validação ou não das estratégias pedagógicas utilizadas pelo professor. Essa avaliação pode ser feita cotidianamente por meio da verificação da participação e do empenho dos alunos em trabalhos individuais ou coletivos, orais ou escritos, em pesquisas, debates, provas etc.
c) Avaliação ao final da Unidade: tem como objetivos fazer um diagnóstico sobre o que os alunos assimilaram ao longo da Unidade e se compreenderam de forma satisfatória os conceitos estudados nela.
3. Organização da obra
O quadro a seguir oferece uma visão da estrutura da obra com suas principais características.
Quadro: equivalente textual a seguir.
Quadro:
ESTRUTURA DA OBRA:
Unidade:
Abertura de Unidade
COMPONENTES:
Texto de abertura
Atividade Começo de conversa
Capítulos:
Texto central e seções de texto
COMPONENTES:
Abertura de capítulo
Texto central
Boxes gerais
Passado presente
Eu também posso participar*
Olho vivo
Enquanto isso...
Esquema-resumo
Minha biblioteca
Glossário
Capítulos:
Atividades no interior de boxes e seções
COMPONENTES:
Diálogos
Sua comunidade
Sua opinião
De olho no mundo
Capítulos:
Atividades no meio e ao final do capítulo
COMPONENTES:
Interpretando documentos
Teste seu conhecimento
Organizando as ideias
Hora de refletir
Fechamento de Unidade.
COMPONENTES:
Atividade Fechando a Unidade
* Nos capítulos de História geral.
Unidades conceituais
» Texto de abertura
A ideia de pôr em prática um trabalho com conceitos pressupõe a valorização do conhecimento que os alunos possuem sobre a sociedade e sobre as relações sociais, econômicas, políticas, culturais e do cotidiano. Por meio da mobilização de seu conhecimento prévio para a interpretação da realidade, mediada pela atuação do professor, esperamos que os alunos alcancem um nível de conhecimento adequado em relação aos conceitos históricos abordados na coleção.
Cabe observar que o texto de abertura não é um resumo dos assuntos que os alunos estudarão nos capítulos. As aberturas têm por finalidade potencializar
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questões que os educandos, de modo geral, conhecem, mas sobre as quais provavelmente não refletiram de forma sistemática ou sob uma perspectiva histórica.
Antes de iniciar uma nova Unidade, o professor pode fazer um levantamento dos assuntos recentes no cotidiano da comunidade em que os alunos vivem, bem como dos grandes temas em discussão no Brasil e no mundo, apresentando-lhes exemplos relacionados ao conceito em questão. Isso pode ser feito utilizando notícias divulgadas pela imprensa ou por meio de músicas, poemas, textos de pensadores etc. É interessante incentivar os alunos a apresentar outros exemplos. O trabalho em torno de cada conceito pode ser feito também por meio de pesquisas complementares, cujos resultados podem ser apresentados na forma de seminários, cartazes, peças de teatro etc.
» Começo de conversa
No trabalho de mostrar aos alunos qual parte do assunto discutido é de seu conhecimento, criamos, em cada abertura de Unidade, a seção Começo de conversa.
Essa seção de atividades tem como objetivo trabalhar os saberes prévios dos alunos. Trata-se de questões que visam sensibilizá-los em relação ao conceito abordado, apoiando-se no conhecimento que eles já têm sobre o assunto30. Procuramos ver o "conhecimento prévio" como um repertório que faz parte da memória e da inteligência de todas as pessoas, independentemente da formação acadêmica ou do grupo socioeconômico a que pertencem. Tais repertórios são adquiridos com a convivência familiar, o contato com amigos e grupos de convívio, pelas novelas, por jornais, filmes, músicas, etc.
Para evitar perguntas que se resumam ao mero "você conhece ou já ouviu falar...", buscamos situações do cotidiano ou do mundo contemporâneo que ligassem a realidade dos alunos ao conceito trabalhado. Vale lembrar que as perguntas elaboradas servem apenas de indicadores e, de acordo com a realidade da classe ou, por exemplo, das discussões do momento na mídia, o professor pode alterá-las.
Por se tratar de um instrumento para verificar o conhecimento prévio dos alunos sobre determinada situação ou determinado conceito, as respostas às perguntas dessa seção não devem ser encaradas sob o prisma do "certo ou errado". Mas também por ter essa característica (de ser um avaliador do conhecimento do aluno), elas podem ser um valioso instrumento de avaliação dos próprios alunos, que, ao final do estudo da Unidade, terão a oportunidade de comparar seu conhecimento inicial com as respostas das atividades da seção Fechando a Unidade, que veremos a seguir.
» Fechando a Unidade
Ao término de cada Unidade criamos a seção Fechando a Unidade, na qual, por meio da leitura e da interpretação de documentos, propomos aos alunos emitir opiniões e elaborar de forma mais sistematizada suas ideias a respeito do conceito trabalhado, assim como ir além daquilo que foi discutido inicialmente. Desse modo, a seção tem a finalidade de incentivar os alunos a sintetizar, a partir de discussões centradas no presente, as principais questões conceituais da Unidade.
Foi nossa preocupação oferecer nessa atividade documentos com as mais variadas linguagens - letras de músicas, textos teóricos, charges, histórias em quadrinhos, poemas, gráficos, mapas, artigos de jornais, trechos de romances etc.-, com o objetivo de ampliar o repertório dos alunos e desenvolver neles a capacidade de ler e interpretar diversos tipos e formatos de documentos.
Estrutura dos capítulos
» Aberturas
Em geral, a abertura dos capítulos apoia-se em algum fato ou acontecimento contemporâneo e o relaciona com o conteúdo que será ali estudado. Seu objetivo principal é sensibilizar os alunos para as questões da atualidade e o texto que irão ler em seguida. É possível substituir o tema apresentado nas aberturas por outro que esteja presente na mídia ou no cotidiano local e, na sequência, vinculá-lo ao conteúdo do capítulo.
» Texto central
Partindo do currículo básico de História exigido para o Ensino Médio, procuramos elaborar um texto com linguagem fluente, clara e objetiva, cuidando para atender à capacidade cognitiva da faixa etária dos alunos e para não incorrer na simplificação das ideias. E, sempre que foi possível, procuramos mostrar como ocorre a construção do saber histórico.
» Boxes gerais
Ainda que tenhamos nos preocupado em garantir o currículo mínimo no texto central, os boxes são de extrema importância dentro da estrutura da obra, pois apresentam informações que complementam o texto central. Por isso, é fundamental que os alunos leiam atentamente seu conteúdo, extraindo as ideias principais apresentadas.
Os boxes contêm textos tanto de nossa autoria como de historiadores, filósofos, literatos, artigos de revistas ou jornais, entre outros documentos. É importante orientar os alunos a perceber as diferenças entre essas variadas fontes e a observar quais delas são primárias e quais são secundárias.
É recomendável ainda solicitar aos alunos que identifiquem as ideias principais e anotem no caderno palavras ou expressões-chave para, em seguida, definir seus significados.
Os boxes gerais dividem-se entre os que não são acompanhados de créditos (com informações gerais) e aqueles nos quais trabalhamos informações retiradas pontualmente de documentos, livros, teses, revistas, jornais, sites e outras fontes. Os créditos atribuídos a estes últimos podem ser de naturezas diferentes: Citação da fonte, quando reproduzimos de forma ipsis literis textos de outros autores; Elaborado com base em: quando fazemos algumas alterações no texto de outros
30 Ver, por exemplo, o texto de abertura e o Começo de conversa das Unidades 3 e 4 do Volume 1, das Unidades 1 e 2 do Volume 2 e das Unidades 3 e 4 do Volume 3.
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autores, de modo a tornar a linguagem adequada aos alunos ou quando os textos são de nossa autoria, mas elaborados a partir de obras específicas que nos serviram de referência; Adaptado: quando houve algum trecho reescrito ou dividido em várias frases ou houve alguma palavra trocada. Sempre que possível, convém reforçar essas diferenças de autoria para que os alunos se habituem a observar preceitos básicos da leitura de textos, como o "quem fala" em cada documento.
» Seções
PASSADO PRESENTE
Esta seção tem como objetivo chamar a atenção para as permanências e as rupturas históricas em questões variadas suscitadas pelo texto central. Aparece em vários capítulos e aborda temas discutidos hoje, tais como: prós e contras de energias alternativas como o etanol; debate sobre os transgênicos, entre outras questões do mundo contemporâneo.
EU TAMBÉM POSSO PARTICIPAR
Hoje é inegável a ameaça que paira sobre a saúde do planeta, provocada tanto pela questão ambiental quanto pelos riscos decorrentes da convivência belicosa entre os povos. Diversas pesquisas revelam que essa situação tem se tornado cada vez mais um foco de preocupação da população mundial31.
Diante dos riscos atuais, as autoridades públicas das nações, com o apoio de instituições nacionais e internacionais e da população em geral, cada vez mais têm realizado esforços com o objetivo de conscientizar e mobilizar toda a sociedade acerca dos problemas ambientais e sociais que nos cercam. A tomada de consciência tem despertado em muitos o desejo de "fazer algo" para a preservação da vida no planeta e para melhorar as relações entre os seres humanos, o que revela a capacidade solidária das pessoas e o fato de que todos nós fazemos parte e podemos interferir no mundo em que vivemos.
A seção Eu também posso participar nasceu justamente para reforçar a importância que cada um tem no processo global, ou seja, alertar a consciência cidadã dos alunos de modo a se perceberem como agentes históricos que têm condições, de diversas formas, de alterar a realidade que os cerca.
Visto sob a perspectiva dos PCN, os assuntos desta seção se adequam aos Temas Transversais. Sobre a relação Temas Transversais e sala de aula, justifica o historiador José Alves de Freitas Neto:
Os temas transversais não devem ser vistos como opositores dos saberes considerados clássicos, mas necessidades e questões do presente, de grande importância, que não podem ser ignorados pelos educadores. Se o mundo, a família, os modelos mudaram, faz-se necessário uma nova prática escolar, que atualize e valorize a própria escola e os que nela estão. Considerar as questões trazidas pelas crianças e jovens dos ensinos Fundamental e Médio, como questões menores, significa reduzir suas preocupações e sua própria existência. O mundo deles e o nosso têm questões que não são menores do que as apresentadas em outras épocas por outros pensadores. São diferentes. Não permitir que os temas do cotidiano se façam presentes em sala de aula em detrimento dos grandes feitos do passado é ignorar a angústia dos alunos e educar com o olho voltado para trás, com um saudosismo injustificado que significa dizer que as questões de outras gerações foram mais importantes do que as da atualidade32.
Nessa perspectiva, procuramos historicizar diversos problemas do mundo contemporâneo, sempre com propostas concretas de participação dos alunos no sentido de resolver ou minimizar aquele problema. Da invenção do papel pelas sociedades da Antiguidade, por exemplo, chega-se à importância da reciclagem do papel nos dias de hoje (ver Capítulo 4 do Volume 1). Economia de água, desperdício de alimentos, preservação de patrimônio público, intolerância, entre muitos outros temas, são abordados ao longo de toda a coleção.
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