Dos primeiros humanos ao renascimento manual do professor gislane azevedo



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INTERPRETANDO DOCUMENTOS: IMAGEM

(p. 66)


1. a) Professor, o documento representa a crença dos antigos egípcios no julgamento após a morte para decidir se o indivíduo teria o direito de continuar vivendo ou não após a morte. A proposta da atividade é que os alunos elaborem hipóteses para interpretar essa narrativa. O mais importante é que os alunos exercitem a reflexão crítica e a interpretação com base no que eles estudaram no capítulo sobre o Egito antigo e em elementos da imagem. O primeiro aspecto a ser observado é que o trecho do Livro dos mortos representa um homem diante de deuses. Por isso, é possível dizer que se trata do seu julgamento. Na primeira parte da imagem, a parte superior, vemos dez figuras que representam diferentes deuses egípcios. Na segunda parte da imagem, na extremidade esquerda, vemos o morto sendo conduzido para o seu julgamento, com a presença da balança. Os egípcios acreditavam que a vida do morto era pesada diante dos deuses e se ele merecesse a vida após a morte, a balança indicaria isso. Essa medida seria feita com base no peso do coração do morto: se ele fosse mais pesado que a pluma de Maat, a deusa da verdade, o que representaria sua desonestidade em vida, seria devorado pelo deus Amut (que tem a cabeça de crocodilo). Finalmente, pode-se formular a hipótese de que a parte final da imagem é o momento em que o morto se via confrontado com os deuses (tribunal de Osíris) para saber o resultado de seu julgamento.

b) O principal elemento na imagem que demonstra a crença na vida após a morte é a balança, já que era por meio dela que os deuses julgariam se a pessoa era digna de viver após a morte.



2. a) Os dois documentos seguem um padrão semelhante, sendo divididos em colunas nas quais é possível observar a representação de inúmeras figuras. Observando atentamente essas figuras, é possível notar que alguns padrões se repetem, portanto pode-se formular a hipótese de que esses padrões significavam alguma palavra. Esse é o princípio da escrita cuneiforme e da escrita hieróglifa: utilizar símbolos que representavam palavras. Vale destacar que essas duas escritas se desenvolveram posteriormente para criar símbolos cada vez mais abstratos, passando a utilizar fonogramas para representar as ideias.

b) Os sistemas de escrita cuneiforme e hieróglifa não eram baseados no princípio fonético, que utiliza representações gráficas para indicar os sons que utilizamos para expressar nossas ideias. As duas escritas desenvolvidas na Antiguidade apresentam símbolos que representam palavras; a introdução de elementos fonéticos só ocorreu posteriormente. A língua fonética utiliza sinais abstratos que não exigem o registro de outros símbolos para serem lidos e compreendidos. Tanto a escrita mesopotâmica quanto a egípcia passaram por transformações ao longo do tempo, incluindo sinais mais abstratos e que representavam os sons da fala.

c) Os sistemas de escrita não são os únicos meios que os seres humanos criaram para transmitir ideias ou se comunicar com outros indivíduos. Um outro exemplo de forma de comunicação é a pintura, já que ela não segue os mesmos princípios que um código escrito, mas é capaz de transmitir grande variedade de ideias ou pensamentos. Os alunos podem, por exemplo, lembrar das pinturas rupestres vistas na unidade anterior. Estas eram uma expressão do ato comunicativo dos seres humanos, mas não podem ser consideradas um sistema de escrita.

TESTE SEU CONHECIMENTO

(p. 67)


1. C

2. E

3. B

4. Apenas as afirmativas II e III estão corretas; assim, a alternativa correta é a letra D. O erro da primeira afirmativa é indicar que os sumérios se estabeleceram na Mesopotâmia após conquistar os acadianos,

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por volta de 4000 a.C. Os sumérios chegaram nesse período à região, porém não conquistaram os acadianos. Foram estes que dominaram os sumérios por volta de 2350 a.C. Já o erro da quarta afirmativa é apontar que os sumérios dominaram a região da Mesopotâmia até por volta de 1950 a.C. Isso não ocorreu, já que os acadianos tinham conquistado os sumérios por volta de 2350 a.C.



5. A

6. Apenas as afirmativas I e IV estão corretas; assim, a alternativa correta é a letra A. O erro da segunda afirmativa é apontar que as crenças egípcias sobre a vida após a morte diziam que todos passariam por isso. Na realidade, os egípcios acreditavam que ocorreria um julgamento dos deuses para decidir quem teria o direito de continuar vivendo e quem não teria esse direito. Já o erro da terceira afirmativa é que os egípcios não acreditavam que o corpo físico podia ser destruído na vida após a morte. Para eles, havia uma associação em continuar vivendo após a morte e a preservação do corpo físico, por isso desenvolveram técnicas muito elaboradas de mumificação.

HORA DE REFLETIR

(p. 70)


O objetivo desta atividade é que os alunos reflitam sobre a necessidade de lutar pelo respeito das leis como uma maneira de garantir os direitos e os deveres de todos na sociedade. Nesse sentido, é importante lembrar que são as leis que garantem os direitos e deveres individuais e permitem a realização de um ideal de sociedade igualitário e democrático. Porém, na prática, muitas vezes as leis não são respeitadas e vemos inúmeras formas de abuso das autoridades públicas, como ações arbitrárias da polícia, de governantes ou juízes. Espera-se, assim, que os alunos identifiquem situações de abuso e reflitam sobre como elas impedem o livre direito de utilização do espaço público e da circulação de pessoas pelas cidades. É importante que os alunos selecionem exemplos contemporâneos para observar que esses tipos de abusos continuam muito presentes em nossa sociedade. Durante a apresentação dos painéis, estimule a discussão e questione os alunos sobre meios que podem ser utilizados para coibir essas situações e garantir o pleno direito de uso das cidades a todos os cidadãos.

Texto complementar

Durante décadas, o estudo das primeiras sociedades conhecidas (Mesopotâmia, Egito antigo, Índia, etc.) esteve associado à interpretação histórica chamada "hipótese causal hidráulica", que resulta principalmente dos estudos de Karl Marx e Frederic Engels sobre o "modo de produção asiático". De acordo com esses estudos, o surgimento dessas primeiras civilizações devia-se exclusivamente à necessidade de um controle centralizado do abastecimento de água nas zonas áridas e semiáridas, assim como da proteção contra as inundações periódicas. Trabalhos efetuados nas últimas décadas do século XX demonstram, contudo, que embora a água seja imprescindível para a formação das sociedades, nenhuma delas teria sua origem condicionada a um único fator.

O texto a seguir, retirado da obra Modo de produção asiático: nova visita a um velho conceito, do historiador Ciro Flamarion Cardoso, tece algumas considerações sobre essa questão.

Desde a época da chamada revolução neolítica, quando grupos descidos das montanhas se estabeleceram no vale do Eufrates e do Tigre, deixando de ser apenas caçadores e recolhedores de alimentos para tornar-se produtores, houve necessidade de uma certa organização para fazer frente às dificuldades do novo habitat, como, por exemplo, falta de chuvas, enchentes etc. Surgiram as primeiras aldeias, cuja organização estava, certamente, baseada na família extensa e nos moldes tribais de autoridade patriarcal. [...] Com a chegada dos sumérios, [...] teve início o processo de urbanização e, com o aparecimento das primeiras cidades, começou também um novo tipo de organização política. Mas Diakonoff, Klima2 e outros julgam que, mesmo perdendo muito de sua autonomia inicial e deixando de ser uma organização essencialmente patriarcal, as comunidades rurais foram assumidas e integradas pelos sumérios na nova organização política. [...]

Na época pré-dinástica, o nível do Nilo durante as cheias era substancialmente mais alto e o sistema de irrigação quase todo baseado nas bacias naturais formadas pelo rio. As condições específicas do Nilo, com cheias mais regulares e menos destruidoras, e a existência de tanques naturais mais facilmente trabalháveis, tornaram o sistema de irrigação egípcio mais simples do que o mesopotâmico. Assim, a agricultura irrigada no Egito estava ligada a um controle local, no nível dos nomos (spat) ou das aldeias.

O Estado egípcio, portanto, surgiu em sua forma centralizada e unificada depois da formação do sistema de irrigação controlado localmente. Só mais tarde, a partir do Reino Médio (aproximadamente 2040-1640 a.C.)3, é que apareceriam as primeiras grandes obras de irrigação e drenagem organizadas pelo poder central. Em outras palavras, não foi a necessidade de organizar as obras de irrigação que determinou o aparecimento do Estado centralizado no Egito, como foi defendido pelos adeptos da "hipótese causal hidráulica".

CARDOSO, Ciro Flamarion (Org.). Modo de produção asiático: nova visita a um velho conceito. Rio de Janeiro: Campus, 1990. p. 24-25 e 58.



Sugestões de livros

CARDOSO, Ciro Flamarion (Org.). Modo de produção asiático: nova visita a um velho conceito. Rio de Janeiro: Campus, 1990.



2 Trata-se de I. M. Diakonoff e Josef Klima, estudiosos das civilizações antigas.

3 A divisão temporal (ou periodização) do antigo Egito citada pelo autor do texto pode variar conforme a fonte. Essas diferenças cronológicas são comuns em estudos de períodos muito longos, que contam com documentos esparsos.

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· Obra de um dos historiadores brasileiros que mais se dedicou ao estudo do Egito antigo, o livro de Ciro Flamarion Cardoso faz uma releitura do conceito de "modo de produção asiático", que tem suas bases no pensamento marxista e que durante muito tempo orientou os estudos sobre as civilizações antigas.

LEICK, Gwendolyn. Mesopotâmia: a invenção da cidade. Rio de Janeiro: Imago, 2003.

· O livro de Gwendolyn Leick se propõe a pesquisar de maneira plural a região da antiga Mesopotâmia, dando destaque às várias cidades que se formaram na área dos rios Tigre e Eufrates e de seus tributários.

MONTET, Pierre. O Egito no tempo de Ramsés. Tradução de Célia Euvaldo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

· Livro escrito pelo arqueólogo e egiptólogo francês Pierre Montet (1885-1966), esta obra insere-se em uma coleção que trata da vida cotidiana em diversas épocas. Ao longo do livro são trabalhados diversos assuntos do cotidiano egípcio no tempo de Ramsés, como as relações familiares, as ocupações domésticas, as práticas religiosas e artísticas.

NOBLECOURT, Christiane Desroches. A mulher no tempo dos faraós. Campinas: Papirus, 1994.

· Esta obra apresenta uma interpretação diferente do Egito dos faraós, pois, em vez de enfocar os temas clássicos de pesquisa, estuda a participação das mulheres na formação do Egito antigo, revelando a enorme importância que elas tiveram no estabelecimento dessa sociedade e de sua cultura.

PINSKY, Jaime. As primeiras civilizações. São Paulo: Contexto, 2001.

· O livro de Jaime Pinsky aborda de maneira bastante didática todo o processo que conduziu à prática da agricultura, ao controle dos recursos naturais, à formação das primeiras cidades e impérios e à elaboração da escrita.



Sugestões de filmes

O egípcio (Michael Curtiz, 1954).

· Drama épico no qual se narra a história de um jovem médico egípcio que, após ter salvo a vida do faraó Amenhotep IV (posteriormente chamado Aquenáton), torna-se médico da corte, em meio da qual viverá intrigas e desilusões.



Nefertiti, a rainha do Nilo (Fernando Cerchio, 1961).

· Produção italiana que trata dos dramas amorosos de um escultor e de uma serva, cuja união era tida como uma violação das leis religiosas. A serva, contudo, em vez de ser punida, estava destinada pelos deuses a ser a rainha Nefertiti, esposa do faraó Amenóphis IV.



Sugestões de sites

Escritas antigas

· Site em inglês sobre diferentes tipos de escrita do passado. Disponível em: www.ancientscripts.com/ws.html. Acesso em: 14 jan. 2016.



Museu do Louvre

· Site do maior museu da França, que possui, em seu acervo, uma coleção de antiguidades egípcias com mais de duzentas peças. Disponível em: www.louvre.fr/departments/antiquités-égyptiennes. Acesso em: 14 jan. 2016.



Núcleo de Estudos em História Medieval, Antiga e Arqueologia da Universidade Federal Fluminense (UFF)

· Importante centro de pesquisas acadêmicas, junto ao qual é possível encontrar publicações sobre História Antiga e Arqueologia. Disponível em: www.nehmaat.uff.br/. Acesso em: 14 jan. 2016.

CAPITULO 4

Oriente antigo: China, India e Japão



Procedimentos pedagógicos

O capítulo 4 divide-se em três partes que, cada qual tratando de um povo e de uma sociedade diferente, permitem continuar estabelecendo relações com o eixo conceitual da Unidade 2, a urbanização. A primeira parte do capítulo foi dedicada à formação da China antiga, e nela se discute com mais profundidade o estabelecimento do regime de dinastias, a consolidação do império chinês e a sua crise posterior. A segunda parte trata da Índia antiga, detendo-se, sobretudo, no tema das relações entre religião e organização social, responsáveis por criar o sistema de castas. A terceira parte, sobre o Japão dos samurais, aborda a organização social e política que, pautada em rigorosos preceitos de moral e conduta, teve grande longevidade, durando até o século XIX.

Professor, antes de adentrar os assuntos específicos acerca da China, da Índia e do Japão antigos, é muito importante refletir sobre as informações que introduzem este capítulo: a discussão sobre as ideias de Ocidente e Oriente. Como já foi comentado nesse trecho introdutório, utilizamo-nos de diversas convenções para pensar o mundo em que vivemos, assim como as culturas que nele existem. Uma das mais famosas dessas convenções é a que divide o mundo em duas partes, o Ocidente e o Oriente. Nessa divisão, tudo o que está à direita do mar Mediterrâneo é tratado como oriental; tudo o que está à esquerda, como ocidental. Quando se faz uma divisão como essa, sempre é preciso existir um ponto de referência no espaço. Ou seja, fora de determinado contexto, não existem o oriente nem o ocidente absolutos. Essa referência, além de indicar uma posição geográfica, marca um ponto de enunciação cultural, que engloba uma série de concepções e perspectivas de mundo.

Percebe-se, assim, como a noção de "oriente" é muito mais cultural do que geográfica. O pensador palestino Edward Said (1935-2003), que desenvolveu ao longo de sua carreira estudos de crítica literária e cultural, publicou, em 1978, o livro Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente, que se tornaria um marco na crítica a essa concepção enviesada de Oriente (ver Texto complementar ao final das orientações deste capítulo). A proposta de Said foi mostrar, a



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partir da leitura de obras literárias, traduções de textos orientais, relatos de viagem e estudos históricos e culturais, de que forma o Oriente foi uma efetiva criação do Ocidente; ou, mais especificamente, como todos os estereótipos acerca das culturas orientais foram elaborados por um pensamento eurocêntrico. Dessa maneira, o crítico palestino evidenciou que os povos orientais são quase sempre apresentados como um "todo homogêneo, misterioso, romantizado, exótico, inferior e incapaz".

Sobre a concepção de mundo eurocêntrica, é preciso ressaltar um fato inegável: ela está na base de boa parte de nossa formação intelectual e cultural. Podemos notar isso com certa facilidade por meio de uma pergunta simples: quantas pessoas, ao pensar em um mapa-múndi, concebem uma representação do planisfério que não traga a Europa em posição central? Muito poucas, é possível afirmar. Isso não quer dizer, contudo, que as referências culturais e intelectuais que foram formuladas ao longo de séculos no continente europeu sejam todas ruins e devam ser descartadas. O que se quer destacar, pelo contrário, é a necessidade do diverso, é o entendimento do "outro" não como uma criação artificial e estereotipada, mas como uma forma diferente de vivência e de experiência histórica.

Para iniciar os trabalhos com este capítulo, uma Atividade Alternativa interessante que pode ser organizada com o(a) professor(a) de Geografia é uma oficina sobre cartografia. Dessa forma, pode-se pedir aos alunos que elaborem mapas-múndi (políticos e atuais) que tenham a região do oceano Índico como eixo central. Nessa representação cartográfica, o ponto de referência será a vasta área onde se localizavam a China, a Índia e o Japão antigos. Além disso, ficará mais fácil para os estudantes compreenderem, posteriormente, o dinamismo e a pluralidade das trocas comerciais que atravessaram esse oceano. Essa mudança de referência geográfica, por mais simples que possa parecer, pode começar a gerar os primeiros questionamentos nos alunos e vai, provavelmente, colocar em dúvida qualquer imagem automática que eles já tenham assimilado da representação cartográfica do mundo (no final deste Procedimento pedagógico, sugere-se uma outra Atividade Alternativa, que vai retomar esses mapas-múndi a fim de concluir o trabalho com o capítulo 4).

A partir desses comentários, fica perceptível que, ao trabalhar com os conteúdos específicos deste capítulo, talvez surjam dificuldades e dúvidas. A fim de lidar com isso, uma boa opção para conduzir as aulas é sempre focar as discussões no campo da diversidade e da pluralidade da História. Dessa forma, é importante ressaltar a formação do regime de dinastias chinesas, desde a época da dinastia Xia, a primeira da China, até a consolidação imperial com o governo centralizado de Ying Zheng (221-210 a.C.) e a dinastia Han, quando a China viveu uma época de forte desenvolvimento econômico e cultural.

Nessa perspectiva, é possível ressaltar que esse dinamismo e essa centralização política também acompanharam importantes inovações culturais e tecnológicas. Com a centralização do império sob o governo de Yian Zheng, foram padronizados os sistemas de pesos e medidas, assim como os tipos de escrita; um rígido conjunto de leis foi redigido e estradas foram abertas; a interligação das muralhas do norte foi concretizada, o que resultaria na Grande Muralha. Posteriormente, rotas comerciais terrestres e marítimas seriam estabelecidas, sendo a mais famosa delas a Rota da Seda; avanços na Matemática e na Medicina, como as refinadas técnicas da acupuntura, da dissecação de cadáveres e da cirurgia com anestesia, ganhariam grande importância. Além disso, invenções que são importantes até os dias de hoje seriam realizadas: a bússola, o sismógrafo, a pólvora e os relógios de sol e água.

O mais importante é evitar relacionar todas essas inovações e transformações como se elas fossem mera sequência de curiosidades; é fundamental, portanto, tratá-las dentro de uma narrativa histórica e inseridas no eixo conceitual. O caso do confucionismo, abordado nas seções Você sabia?, na página 73, e Interpretando documentos: texto, na página 78, vem ao encontro dessa proposta, pois, por mais que as ideias dessa corrente filosófica possam ter perdurado no tempo, a sua criação deve ser contextualizada no conturbado Período dos Reinos Combatentes.

Para encerrar a parte sobre a formação da China antiga, é interessante comentar como o Império chinês seria dominado pelos mongóis, um povo que, apesar de também ter se consolidado como um império, o que se deu sob o reinado de Gêngis Khan, tinha outra tradição organizativa do poder - eram divididos nos chamados clãs - e desenvolveram importantes tecnologias e técnicas de combate. A seção Olho vivo, na página 77, que trata de uma gravura representando a cavalaria mongol, permite constatar essas diferenças entre chineses e mongóis.

No caso da Índia antiga, os focos serão dois. Em primeiro lugar, fala-se das cidades dravidianas. As primeiras cidades dravidianas destacavam-se, para além das técnicas de confecção e comércio de roupas de algodão, por apresentarem casas bem estruturadas, com eficientes sistemas de água e esgoto. Esse é um assunto que, partindo de uma constatação do passado, permite problematizar o presente, haja vista que muitos brasileiros ainda habitam residências que não contam com adequado sistema de saneamento básico. Seguindo essa linha de raciocínio de diálogo entre temporalidades e trazendo a discussão para junto do eixo conceitual da unidade, a seção Hora de refletir, na página 89, propõe uma atividade acerca do tema "cidades educadoras".

O segundo assunto tratado na parte sobre Índia antiga é a relação entre religião e organização social, sobretudo no que se refere à formação do sistema de castas. Esse assunto - apesar de incômodo, posto que, mesmo proibido, os resquícios do sistema de castas continuam a se fazer sentir nos dias de hoje - possibilita constatar como a Índia antiga foi marcada por forte dinamismo religioso e miscigenação cultural. O hinduísmo, um conjunto de práticas e doutrinas religiosas, surgiu a partir da fusão cultural entre os dravidianos e os arianos; o sistema de castas foi estabelecido pelos sacerdotes do bramanismo, uma corrente do hinduísmo.



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A partir da crítica e da revisão do bramanismo, surgiriam o budismo e o jainismo. Ou seja, fica evidente que nada pode ser mais equivocado do que estudar a Índia, mesmo quando se pensa no estabelecimento de um rígido sistema de castas, sem atentar a essa diversidade histórica cultural. A fim de auxiliar na compreensão dessas possibilidades, a seção Interpretando documentos: texto e imagem, na página 85, propõe uma atividade com um texto budista, a partir do qual se pode compreender alguns preceitos dessa religião.

A última parte do capítulo 4 foi dedicada ao Japão dos samurais. Unificados por volta de 660 a.C., os japoneses antigos viveram um período de desenvolvimento durante a Era Yayoi (300 a.C.-300 d.C.), quando, em razão da influência chinesa, aprenderam a cultivar e irrigar arroz, a fabricar objetos de bronze e ferro, a tecer e a utilizar a escrita ideográfica. Percebe-se algo curioso quando se toma o Japão e a China antigos em paralelo: ambos apresentam proximidades culturais e períodos de vida política conturbados; contudo, no que se refere aos modos de organização social, notam-se claras diferenças. Assim, é importante comentar com os alunos que a diversidade novamente se faz sentir, negando a imagem de um Oriente homogeneizado. No Japão antigo, os samurais, guerreiros que garantiam a proteção do imperador e de seus cortesãos, foram figuras de grande importância. Com seu estrito código de ética e de honra, eles marcariam, sobretudo a partir século XII, com a concessão do título de xogum a Minamoto Yoritomo, a organização política japonesa. O xogunato teria longa duração, estendendo-se até o século XIX. A seção Interpretando documentos: texto e imagem, na página 85, propõe uma atividade com duas representações de samurais do século XVII que permitem refletir acerca de suas atividades e de seus valores.

Em vias de conclusão dos trabalhos com o capítulo 4, é interessante propor uma nova Atividade Alternativa. Pode-se pedir aos estudantes que retomem os mapas-múndi que produziram anteriormente, aqueles com o eixo central localizado no oceano Índico. Agora, eles devem produzir legendas e tabelas informativas para os mapas que fizeram. O auxílio do(a) professor(a) de Geografia nessa etapa seria essencial. O importante é estabelecer contato entre temporalidades diferentes e, levando em conta o eixo conceitual da unidade, ressaltar dados referentes à urbanização nesses três países. Lembre-se, conforme foi apontado na abertura da Unidade 2, de que seis das dez cidades mais populosas do mundo estão localizadas na China (Xangai e Beijing), na Índia (Nova Délhi e Mumbai) e no Japão (Tóquio e Osaka).



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