A L F A Ô M E G A
L L G
di F a l f a F à E
A A M
Ô M E G A
Eu vou mostrar pra vocês,que 1+1 vem somar,pra de 2 fazer 3.
Se constrói na ordem certa,1 depois do primeiro
com mais 1 fecha o trio,perfeito número inteiro.
Saca só o exemplo, que vou citar pra vocês
tem o pai tem a mãe e com o filho é três.
M
e u
m l
o h
h e
A M O R
E a mulher e o homem, que são bem diferentes
se unem em uma só alma e formam o trio vivente.
E o tempo e o espaço e a dimensão terceira
e o vapor etéreo que sai da àgua na fogueira.
Há direita e esquerda,pra frente é só 1 caminho
parreira produz a uva e a uva produz o vinho.
Isso tudo é exemplo e vem pra corroborar
aquele primeiro intento,que é tentar lhe explicar.
Que os caminhos são 2 mas o destino um só
o mundo segue girando tal qual a pedra da mó.
Seja a mulher ou o homem,harmonia ou kaos
seja a Luz ou a Treva,seja o bem ou o mal.
Não importa por onde,o importante é chegar
buscar as suas origens,como o rio volta pro mar.
Saber como foi criado e porque tem de sofrer
entender o universo e o porquê desse três.
O I C Í N I Ô
M
O I E M E
G
L A N I F O A
-//- -//-
E o rato roeu...
Venta Zéfir
e traz de longe um novo ar.
Sopra Zéfida
n'outro lado é que vais buscar.
É,até que faz sentido.Esse vento cantado no verso,que sopra d'oeste,com certeza deve trazer consigo novas partículas democritonianas,alvejadas noutros pampas,e que após muitas chuvas causadas e borrascas alucinadas,devem ter revestido seus exteriores co'1 pouco da essência do lugar visitado e indo em seguida para o lugar onde eram aguardadas.No caso,a terra natal de Demócrito,oque foi eleito pelo povo pra ser o cara que ia dizer pra todo mundo que era hora de todo mundo saber que a matéria sólida só era sólida mesmo porque era uma construção muito bem feita de milhares de tijolinhos justapostos.Houve gritedo na época,mas o tempo contemplou positivamente a teoria do indivisível,claro que só até descobrirem que havia muita divisão ainda por fazer.
Meu,já tava desvirtuando do assunto!
Oque tem a ver o Zéfir do oeste que foi pra terra de sua lingua-mãe,com a minha pessoa?Oque o verso que ecoou em meu pensamento e despertou-me do sono quer realmente dizer?Apurei a audição pra ver se ouvia mais alguma coisa,até que:
Selena brilha pra todos
assim como Febo resplandece ao mundo.
Prestai atenção se não espera
ouvir verdades de um ser imundo.
Tá,e essa agora?
A Lua e o Sol,luz pra todos,o poder do povo,a democrática utopia que serve aos nossos sonhos;agora,e quanto ao resto?Que verdades?Que ser imundo?
-Comparação figurativa com intuito único de alcançar rima.
-Mas quanto as verdades,terás de ouvi-las,queira ou não queira.
Retesei-me.Duas vozes masculinas chamavam minha atenção me despertando já por completo,e minha primeira intenção ao levantar da cama seria mirar de frente o autor da segunda frase e lhe perguntar olho-no-olho que história é essa de me dizer umas verdades.Abri os olhos e ví que que não tinha mais um teto sobre minha cabeça.Só tinha o céu.Levantei-me apoiado sobre o braço esquerdo e ví que não estava mais dentro de meu quarto.Estava agora dentro de uma viagem oniríca.
Só pode!De que outro modo estaria eu,em meu normal,estar deitado sobre a grama,a beira de um riacho em algum ponto do Egeu contemplando a água que sangrava da rocha alva e buscava lá embaixo o útero materno,o verde-azul do oceano?
"É algum lugar entre Paros,Naxos ou Milos.Ou Skiros."-Pensei.
Não,estava em Creta,olhando tudo de longe.Na velha e montanhosa Creta,palco de muitas peripécias da raça humana,inclusive ilha onde a infância passou Zeus antes de ter assumido o seu cargo no Olimpo.Ou melhor,de o ter tomado a força.
-E então?Estás surdo?!-De novo aquela voz irritante me irritando.
Virei-me.Já tinha a resposta despencando da ponta da lingua,mas,cruz-in-cróis!Oque é aquilo?!
-Pronto,começou!Pela cara de espanto vai botar um ovo!-Falou de novo o irritante,só que olhando ele agora...
-Mas,mas...-Eu estava aturdido demais com que estava diante de meus olhos para conseguir articular uma frase.
Mas,mas,mas...Eram camundongos!!!
Dois camundongos trajando alvas togas de lã crua,eretos sobre suas patas traseiras e olhando-me analiticamente da cabeça aos pés,fizeram borbulhar em meu cérebro um caldeirão com inúmeras idéias de temperos diferentes e obscuros.Obscura seria minha realidade atual por estar vendo aqueles estranhos roedores?Um deles trazia nas patas dianteiras um pergaminho.No entanto,quem falou primeiro foi o outro:
-Não preocupei-vos com o tom das palavras de meu colega.É o vigor da juventude que lhe confere tais rompantes.
Realmente ele podia chamar o outro de jovem,porque o seu pêlo que deveria ser marrom estava esbranquiçado,equivalente ao nosso cabelo grisalho,e a barba branca que crescia debaixo de seu saliente queixo,reforçava a visão de ancianidade.
-Não me diminua na frente dele,Mentor.Isso o enxerido não merece.
De novo aquele camundongo me irritando!E oque tinha naquele pergaminho,que fazia ele segurar com tanto zêlo o pedaço de couro?
-Mentor?Como o sábio que educou o filho de Ulisses?-Perguntei ao mais velho.
-Não,não esse tipo de sábio.Eu sou,bom,tratemos primeiro de assuntos mais importantes,pertinentes ao fato de estarmos nós três reunidos neste penhasco ribamar.Meu amigo,que carrega o pergaminho Sofia,chama-se Deacon e tem algo á lhe dizer.
O outro camundongo permaneceu calado segurando firmemente o pergaminho.Só os olhinhos pretos,furtivos,que não paravam um instante sequer de buscar todos os ângulos possiveis de minha pessoa,como se esperasse alguma coisa em mim pra poder iniciar,e também o bigode que dançava plantado encima de um pequeno e furioso nariz,denunciavam algum movimento na figura imóvel do roedor.Aliás,sei lá porque cargas d'água,mas esse bichos vestidos são quase do meu tamanho!O tal Deacon não deve ultrapassar a linha do meu queixo.Será que eu encolhí?Ou eles que cresceram?
Que importa também?Já que estou aqui,na mítica Creta,vou deixar rolar e aceitar tudo oque vier.
Finalmente o mensageiro,após ser novamente instigado por seu colega ancião,decidiu abrir o pergaminho e ler seu conteúdo pra mim;pelo menos acho que é pra mim,senão aquela dupla de dentuços não estaria aqui,fazendo aquela cena toda.E olha que temos o Egeu como cenário de fundo!
-"Ao portador do perga..."
-Deacon!!-Repreendeu severamente o camundongo vovô.-Conheces muito bem as instruções destinadas ao portador e em todas as suas minúcias.Leia apenas o necessário.
-"Ao presenteado com o pergaminho Sofia,algumas breves palavras:"-Principiou o mensageiro.
"Aquele que receber estas palavras deve ter em mente que a sabedoria,em sua plenitude,não pode ser traduzida em simples palavras,haja visto as limitadas possibilidades destas.Aqui dentro encontrarás oque um dia pediste,mas somente aquilo que no momento te é necessário.Não se dá complicadas frações para um estudante de primeiras letras,uma lição de cada vez é o ideal."
-Olha,quando eu era mais moço eu realmente pedi sabedoria.Queria deixar de ser tão ignorante.-Confessei.
-Não me interrompa!Ainda não acabei!-Rosnou o camundongo azedo.
"Uma gema bruta,do mais precioso mineral que há,foi lançado dos céus com o relâmpago que sai da mão de Zeus e caiu numa ferida aberta da terra.Desceu até a fornalha ardente das entranhas de fogo,e lá Héfaistos,sob divina inspiração forjou a jóia multicor mais linda do que qualquer outra que possa existir,e devolveu aos céus por meio de um poderoso jacto vulcânico.A jóia então,foi novamente jogada sobre a terra,desta vez sobre o monte Parnaso,afim de ser quebrada;porém o choque foi tão intenso que partiu em inúmeras ilhas aquela região.Mas o intento divino havia sido alcançado:a jóia,chamada Sofia,tinha partido-se em vários pedaços e estes,por força do poderoso choque foram lançados em todas as direções,para todas as partes do mundo.
Este pergaminho é um desses pedaços.Cabe a você juntar este com todos os outros e recriar o mosaico original.A forja ideal para a restauração será aquela feita no fogo de vosso coração,depurada no cadinho de tuas boas intenções."
Finda a historieta,que foi lida com a máxima solenidade que pôde imprimir na narrativa,o bicho enrolou o pedaço de couro manuscrito,selou-o,e então,empertigando-se o tanto quanto podia,chegando a ficar na ponta das unhas,deteve-se a olhar-me nos olhos.
Credo!Aquilo me enojou,ter que encarar um camundongo gigante,como se fosse normal,eu um ser humano,andar por aí fitando camundongos nos olhos.E o bigode?Que danado daquele bigode,não parava nunca de mexer e remexer,o nariz focinhento farejando tudo em volta,a imagem que primeiro me vinha a cabeça era a de um rato saído do esgoto,cheirando tudo nervosamente atrás de comida antes que fosse pêgo desprevenido com a boca na botija.
Seja como for,tinha acertado de comum acordo comigo mesmo de aceitar oque viesse,e nada mais natural seria aceitar como normal um animado diálogo entre mim e o dentusco.
Entretanto,durante todo o tempo que percrustou minha face com seus olhinhos pretos irriquietos,uma palavra sequer falou.Demorou-se assim,ereto como uma vara,nem a cauda se movendo pois esta pois esta lhe servia como apoio sobressalente para faze-lo ficar o mais alto possível.E poder me olhar nos olhos.
-Agora terás de fazer um juramento.Jure...
-Deacon!Já encerraste vossa obrigação.Apenas dê o pergaminho.-Mentor acudiu em boa hora.Eu não ia querer mesmo fazer nenhum tipo de juramento para um roedor abusado.
-Mas mestre,esse sujeito não merece o Sofia!Eu sugiro que façamos testes por nossa conta pra analisa-lo e ver se ele realmente merece ganhar esta preciosidade.-Dito isso,abraçou fortemente o pergaminho nos braços como a um filho querido.
-Terminada nossa missão,que é entregar o Sofia,nos retiramos Deacon.É simples.
-Ele não merece Mentor!Lembra oque o livro dos hebreus diz:"não dar pérolas aos porcos"?
-Ô,peraí!-Nesse momento tive que intervir.-Tá me chamando de porco,seu rato desgranido?
-Viu Mentor,como cede facilmente à raiva?-Espetou no ar um unhão ameaçador em minha direção.-Ele não merece receber o Sofia por causa de sua baixeza e de suas baixarias.E eu não sou rato,sou camundongo,porco atrevido!
-Rato do esgoto!
-Pasto de vermes!
-Deacon,cale-se por favor!!
-Mas mestre...
-Porque essa cisma toda,porque ele é assim comigo?-Tive de perguntar ao + velho.
-Andrámaco!!-Guinchou o outro,apontando pra sí.
-Isso quer dizer...
-Isso,meu jovem,quer dizer que Deacon não gosta dos homens.
-Ah,então o problema não é comigo,é com toda a humanidade.
-Coisas de um jovem camundongo.Olhando pra mim vês que aqui é diferente de lá,mas ouvindo Deacon vês que não há tantas diferenças assim.Meu jovem discípulo,comporte-se,lembre do que ensinei:o contato com os humanos é contínuo,não os odeie,aprenda a trabalhar com eles e benefícios virão em teu favor.Tudo bem,pode entregar o pergaminho agora?
-Certo.Mas só porque pedes Mentor,senão...
Lentamente os braços peludos distanciaram o pergaminho do peito do roedor para traze-lo até mim.Entregou-me o canudo de couro com muita relutância,e suas unhas cravadas nas rugosidades da pele animal não ajudaram em nada.Foi necessário um pequeno puxão para tomar-lhe o pergaminho das patas.
-Abra o Sofia jovem.-Ordenou Mentor.-Leia oque ele diz.
Abri o selo,que num clic desenrolou-se facilmente em minhas mãos e decidi sentar no chão,de frente pro mar para melhor apreciar a leitura.
Creta é tomada por morros,montes e montanhas.Do alto de um penhasco granítico eu olhava para o mundo a minha frente.Entrevia o cume do Parnaso,o qual permitiu o fracionamento da jóia da historinha de pouco antes,e notei que a região a sua volta estava bastante partida.Talvez fosse verídica a historieta,pois só uma tremenda batida mesmo poderia ter separado o Peloponeso do braço de terra que sai da Europa.E a Eubéia,e a infinidade de ilhas?Andros,Tinos,Chios,Lemnos,Samos,a ilha onde Ícaro bateu as botas depois do vôo inconsequente e desastrado,e por aí vai.E olha lá!Patmos,a ilha para onde fôra degredado aquele amigo de Yeshua,que teve umas visões muito loucas no local,coisa que chegou a render livro e tal.
-Bom,vamos ver oque Sofia tem pra me dizer.-Murmurei.
"Sabedoria,presentemente,é tudo aquilo que tem por finalidade,educar e construir um ser humano civilizado.
Civilização não significa grandes cidades e engenhosa maquinaría.Significa sociedades que respeitem o indivíduo e indivíduos que respeitem o coletivo.É quando todos pensam e agem em benefício do bem-estar comum.É quando a dor não é ignorada e o prazer compartilhado.É quando o egoísmo e seus atributos cedem espaço aos saudáveis princípios morais.
Civilizado é aquele que vive no seio da sociedade em harmonia com seus semelhantes,respeitando a liberdade alheia e a lei imposta.Todo aquele que procura se livrar dos resquícios da barbárie e tornar-se um ser civilizado,precisa de regulamentos para regrar sua existência,visto que a disciplina robustece a determinação e a vontade daquele que busca o novo.
Desde priscas eras os responsáveis pelo governo dos povos buscam compor códigos de lei apropriados à sociedade da época;mudando o pensamento coletivo com o passar dos anos,mudam-se as leis.
Porém,o Kosmos tem suas próprias leis e estas são imutáveis.Á estas os homens tem de se curvar,queiram ou não queiram,pois quem impôs essas leis está muitíssimo acima da humanidade e do multiverso.
O homem,a humanidade,tem todos os direitos do mundo e o maior deles é o direito a liberdade.Mas também tem deveres,e esses deveres se traduzem em forma de leis.As primeiras que irás conhecer em seus princípios básicos se dão a conhecer na seguinte ordem:
EVOLUÇAO---AÇÃO&REAÇÃO---JULGAMENTO
EVOLUÇÃO:o gérmen,encontrando ideais condições no ventre da terra,passa de uma minúscula semente á uma robusta árvore.O gérmen,encontrando perfeita paridade de elementos favoráveis no interior do útero ou dentro da casca,passa de uma minúscula célula para uma grande e forte criatura animal.
A humanidade,sob auspiciosas condições encontradas neste planeta,passa de um bando de trogloditas para uma sociedade justa,organizada,e,civilizada.
A evolução é um processo inevitável e serve como um epíteto á condição humana na terra.Esse processo natural,gravado de forma indelével na cadeia hereditária de qualquer criatura,vegetal ou animal,também está incluído na trajetória desta esfera,e na de todo universo.Tudo e todos,vivos ou inanimados,tem de passar de algum estado para outro,um estado diferente do primeiro.
A transmutação dos elementos,a evolutiva seleção natural dos representantes da fauna&flora,são pequenos exemplos para lhe explicar que os caminhos trilhados pela humanidade precisam faze-la passar inevitavelmente,por meio do trabalho contínuo e progressista,do estado bruto e cruel da Ignorância para o estado calmo e pacífico da Sabedoria.
O trabalho,não serve apenas para prover as necessidades fisicas.O principal objetivo é fazer ascender as qualidades morais do espirito.Se há fome,planta-se para que haja comida.Se as intempéries castigam,constrói-se moradias seguras.Se as doenças matam,elaboram-se remédios eficientes.Se há demasiada injustiça,promulgam-se novas leis,mais justas;enfim,se há um mundo em estado bruto,trabalha-se nele afim de que se torne uma casa segura para seus moradores.
Como vistes,o progresso material está intimamente ligado a evolução espiritual.São duas estradas que correm paralelas e que devem ser pavimentadas enquanto nelas se caminha.A Ciência,propulsora do progresso material,serve para planejar,arquitetar e construir vossa casa,vosso mundo ideal.A Religião,impulsionadora do progresso espiritual,serve para edificar essa casa.
Quando essas duas estradas se encontrarem,quando a moradia estiver concluída,a humanidade encontrará o seu Éden.
AÇÃO&REAÇÃO:a rocha que desce da montanha fragmentar-se-á até tornar-se pó.A gota d'água,evaporando do oceano,terá de forçosamente precipitar-se à terra como chuva.
A espada que se levanta para ferir de morte,não tardará em descer sobre a cabeça de quem a empunha.
Ação&Reação é propriamente aquilo que significa seu nome:toda ação reverte em uma reação.Uma pedra jogada para o alto,sem dúvida volta para a mão de quem lançou-a;uma pedra jogada na testa d'alguém,irá no minimo voltar com mais uma ou duas.É evidente que toda má-ação recebe um castigo proporcional à gravidade do delito,de outro modo não terias tantos apenados vagando pelas ruas acompanhados do cortejo de suas misérias a serem conspurcadas.
Entretanto,toda boa-ação também é retribuída,e por ser feita em ambiente adverso e impropício,é duplamente recompensada.Dar assistência á um convalescente,aquilo que mais faz falta áqueles que tem fome e sede,agasalhar quem sofre com os rigores do inverno,ou simplesmente reanimar o próximo com uma positiva exortação ou confortar com uma palavra de carinho,são pequenos exemplos.Pequenos gestos do cotidiano podem influenciar em muito na vida daqueles que necessitam,além de tornar o acionário duplamente recompensado,pois quando inicia-se uma ação desse gênero a recompensa surge nos gratos olhos de quem foi alvo de um gesto caridoso,e depois,com a reação vem a comprovação dos efeitos das bem-aventuranças.
Todo efeito tem uma causa.O pensamento pensado,a palavra dita,o gesto feito,significa:o pensamento é a causa e o gesto,o efeito.Toda causa tem o seu(?)
JULGAMENTO:esta lei tem apenas o poder de sancionar definitivamente as duas outras precedentes.
(evolução) A cósmica balança que rege as relações entre os mundos e os seus habitantes,por meio da evolução(seleção natural)para os seres animados e da transmutação dos elementos para a matéria inanimada,julga,sob vontade da divina onisciência quanto ao destino daquilo que foi criado em sua forma elementar.
Na antiguidade o clima e o meio-ambiente,bastante hostis ás condições de vida,exigiam plantas e animais robustos e resistentes às agruras do seu cruel habitat.Tornando-se mais ameno o clima,e conseguintemente o meio-ambiente,novas raças substituíam as já existentes;em tamanho menor,mais frágeis,porém mais bem acabadas e instintivamente mais inteligentes.
As raças sucedem-se continuadamente.Julga-se por conveniência ao intuito divino,quais raças perecem e quais permanecem em estágio evolutivo,somente com o objetivo destas servirem ao uso e companhia daquele que é o máximo expoente da raça animal.
Na infinitude do Kosmos,o tempo não depaupera a matéria inanimada,apenas serve de pretexto para o louco carrossel da transmutação dos elementos.Esse carrossel,vagando na infinda amplidão parte de um principio explosivo,e em seguida faz passar os seus elementos periféricos na espiral da constante mutação.Calor,luz,pressão,magnetismo são algumas das forças usadas para dotar a matéria original das mais variadas formas e propriedades;fluidez,dureza e luminosidade são algumas delas.A matéria adquire inúmeras formas,e os mundos então surgem sob a luz dos astros.Julga-se por conveniência ao intuito divino,quais mundos serão destinados à moradia e quais servirão,assim como as estrelas,para a compainha daqueles que elevam os olhos para apreciar a vizinhança.
(ação&reação) A cósmica balança que rege as relações entre os seres humanos,por meio do princípio da ação&reação,julga,sob vontade da divina onisciência quanto a recompensa dos atos e palavras daquele que expõe seu caráter no trato com seus irmãos.
Nos mundos,havendo chegado o tempo da maturidade,quando deve se despir das puerilidades infantis,todos os seres humanos são chamados á perfilarem-se ante a balança da justiça,e alí,conhecerão o veredicto do supremo juiz.Num dos pratos são colocadas as boas-ações,e no lado contrário,as antagônicas;a sentença se conhecerá pelo fiel da balança,e ela será justa e irrecorrível.
Aqueles que receberem como castigo o degrêdo á um mundo inferior por causa da persistência nos hábitos danosos,não poderão reclamar,pois em cada post-mortem eram chamados a observar os insistentes erros que cumularam sua existência de sofrimentos,e em não os reconhecendo,acabavam por transferir uma cota ainda maior de tristezas para sua nova existência porvir.
Aqueles que persistiram no reto caminho,souberam negar a sí para auxiliar o outro,perseveraram com fé nos sadios princípios morais e praticaram sempre todas as boas-ações que puderam,estes terão a honra de ser chamados para construir um mundo novo.Será um lugar onde o engenhoso mecanismo do pensamento humano servirá,única e exclusivamente,para encontrar benefícios á existência de todos.Onde as pessoas trabalharão em prol de todas as outras pessoas.Onde todos trabalharão para que a felicidade alcance a todos e cresça infinitamente,tão infinita como a capacidade humana de amar e ser um..."
-Ser um,ser um...-Ihhhh,acho que está faltando um pedaço.
Realmente,a borda inferior do pergaminho parecia rasgada,mas olhando mais de perto ví que parecia mesmo que ela estava roída.
-O Deacon de tanto babar no Sofia,deve ter querido roer um pedacinho também.-Murmurei com meus botões,mas uma voz...
-Zeus me livre deste teu veneno!Cuspa isso fora antes que morda a própria lingua e tenha de sofrer com a própria malignidade.
Não era a voz do Deacon.Tampouco do Mentor.Mas era abusada como a do primeiro.Enrolei lentamente o pergaminho,já pensando qual seria a lista de desaforos que iria desenrolar praquele indivíduo,que além de ouvir meu pensamento sem autorização,ainda me chamou de cobra venenosa.
-Olha aqui ó,venenosa é a...-Já ia virando e xingando o desaforado,mas foi só botar os olhos no sujeito que tomei um baita dum susto.De novo.
Mas,mas,mas...Era um rato!!!
Pra falar a verdade,era um ratão.Da minha altura,mas se contasse o tufo de pêlos no cocoruto,era quase um palmo mais alto.Feio como um raio,dentuscão,a lingua sempre lambendo,os dentões,o nariz,o bigode,e um olho,o esquerdo,tinha um tique estranho.Parece que cada vez que pisca,o olho se arrevesgueia e a lingua dá uma bamboleada,assim,quase meio palmo pra fora e também do lado esquerdo,ao que parece pra ditar ritmo áquela cena bizarra.
Tinha de desviar o olhar daquele rosto horrendo.O olho arrevesgueado me olhava de um jeito estranho,diferente de como me olhava o outro.Mas só o do arrevesgueio,o outro olho era normal.Olhei pra baixo,pra não precisar ver mais aquilo,mas tive de cerrar as pálpebras pois o negro reluzente de sua roupa me cegou.Distanciei-me alguns passos pra longe daquela figura e daí pude ver com clareza.A roupa,ou a casaca é de um negro vivo,e o tecido como cetim recém-tirado do tear.O sol refugia na sua casaca,e era bonito de se ver o brilho solar espelhar-se no tecido,mas não pude deixar de notar um defeito.Embaixo ela estava rasgada,não,aproximei-me e ví que estava...
-Roeu.-Grunhiu o rato de casaca.
-Oquê?
-A roupa.
-De quem?
-De vossa majestade.-E prostrou-se em reverência,bem ao estilo de como os súditos da antiga Roma reverenciavam seus reis.Já ia soltar uma baita gargalhada,mas o brilho cegante refletido nas costas da casaca tiraram minha visão.Cambaleei pra trás,e,ôpa:estaquei de pronto!Não podia esquecer o fato de estar a beira de um penhasco,a uns cinquenta ou sessenta metros do primeiro vagalhão que bater na rocha.Meus olhos ardiam e passaram vários segundos até poder reabrir lentamente as pálpebras.
Que sacana esse ratão!Ele devia saber do brilho fulguroso nas costas,por isso se abaixou e aí podia me cegar com aquela casaca espelhada.É,não era normal aquele brilho,tão intenso.
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