Eu vou mostrar pra vocês,que +1 vem somar,pra de fazer Se constrói na ordem certa,1 depois do primeiro



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Resolvi sair dalí e voltar para a praia onde cheguei como náufrago,e no caminho fui observando a rápida disseminação da lei da selva por todos os lugares.Conheci muitas pessoas boas&amigas que me ajudaram bastante,porém os maus estavam em toda parte,destilando o fel amargo do seu ódio.

Quando cheguei na praia encontrei uma anciã sentada sobre uma pedra,olhando para o mar.Indaguei-lhe oque fazia e ela disse que esperava o barqueiro que a levaria para uma outra ilha.Perguntei se poderia ir junto e ela respondeu que não,que á todos um dia o barqueiro vinha buscar para fazer a travessia e que eu deveria deixa-la em paz e esperar pelo dia em que ele viria me buscar.

Não quero esperar pelo barqueiro,por isso faço um apelo á quem esta carta encontrar:me ajude,por favor!Mostre esta carta á todos,encontre alguém que se sensibilize com o meu pedido de ajuda e mande um barco me encontrar e me tirar desta ilha.Quem assina é um náufrago desesperado.

-//- -//-

Pirão in:

O auto do morrão

Pirão é um lunata ascéptico

e vive espalhado no topo.

Lá no topo onde o sopro

do vento faz rodamontinho.

(é o redemoinho que roda

em volta dos montes.)

Sabe o nome que o cume recebe

e o porquê do nome

que se ao cume dá.

No entanto,faz mistério

á ninguém revela o dispautério

que há no nome do tal monte.

Pirão é um eremita urbano

e não mora no bairro Tristeza,

porque da vida sabe a beleza

que se desprende do fugaz momento.

Vive a andarilhar nas trilhas

que são lisas de tanto andar

irregulares para conceituar

e fáceis de caminhar.

Conhece muito bem

os atalhos que levam ao topo

lá onde tem um oco

feito no denso granito

construído com único fito

de servir pra sua moradia.

Alí,vive só

e chega dar dó

de pensar na solidão.

Mas,engana-te se pensa

que sinônimo de fisica presença

é garantia de felicidade mútua.

Acompanha-se de amigos vivos

e destituídos de vestimentas cárneas

pois sabe que entre eles

só existe uma barreira imposta

assim como entre a areia e a costa

dois mundos podem se tocar

mas não podem se unir.

Entre a base e o apogeu

tudo pôde,pode e irá acontecer.

No espaço de alto a baixo

duas tribos estão a viver.

Os do alto voam longe

saltam no vento e espalham-se

ao léu.

Os do chão correm longe



ganham o mundo porém não

o céu.


Quem é de cima

vai e vem,ao chão que é

imóvel.

Quem é de baixo



vai além,só porém de

automóvel.

Pirão reside aqui embaixo

mas gosta,ora,lá de cima.

Bom,também não assim,

tão lá de cima;

porque se fosse

ele seria do pessoal de riba

já que de lá recebe guarida

porém não moradia eterna.

Ainda não.

Ainda é tempo de viver no chão

da montanha de nome oculto

prestando lá o seu culto,

e descendo quando necessário.

Como de cima olha cá embaixo

tem facilidade para se achar

nos labirintos da selva pédrea

encontrando,com pouca demora

aquilo que se faz preciso,

mas é na rua que fica indeciso

quando descobre a sua ignorância.

Rua da Ignorância,

esse é o nome da dita-cuja.

Só ela lhe faz perder

e em todas ruas se perder

quando calca o seu chão antigo.

Pirão olha lá de cima

e enxerga tudo aqui embaixo

inclusive a rua que ignora,

mas quando se acha no baixo

da direção perde o senso

e o tino vai-se embora.

De todas as ruas da cidade

só aquela o tira do sério;

já tentou até lhe evitar

tomando atalhos escuros

caminhos deveras impuros

mas nunca consegue desviar.

Sempre acaba tornando á ela,

parece até maldição.

Se bem que...

Depois de tirar o pé

da rua que ignoranteia

a sua e a cabeça alheia

sempre torna mais sabido do que é.

Ou do que era.

Sei lá,Pirão não é locão

embora assim o diga,

é firula pra cair fora

sem dar a minima explicação

e voltar logo pro morrão

onde tem a sua caverna,

onde também tem uma taverna

que é pra receber os amigos.

Viu,ele não é antissocial

nem apegado ao bem material

quando aos amigos mostra o caminho

que leva ao topo do morro

sem disso cobrar satisfação

só pedindo,com razão

um sorriso como um "obrigado".

Pirão desce a montanha

pra tirar o pão do suor

extraído num moinho hostil

com o nome de Mercadoloso,

veja só que escandaloso

a barbárie que há no lugar

que a todos faz trabalhar

envolta daquele engenho

que range querendo sangue

suor,vidas e almas.

Quem trabalha na mó

rala seus dedos no concreto

bruto.

Quem trabalha no pilão



forja o aço e na vida é um

vulto.


Ralando e socando

pra cima e pra baixo

socando e ralando

pra frente e pra trás.

Assim é que vai

assim é que roda

rodando o engenho

brincando de roda.

O círculo não pára

não vai mais parar

a vida que passa

não vai mais voltar.

Em cada volta o moinho

abocanha um corpo carente

com a desculpa absurda

de usar pra graxa patente.

-"É pras engrenagens,

tão enferrujadas."-Diz o capataz.

Há desculpa mais patética?

Crêem eles enganar todos?

Bom,devem pensar que não

não zelariam tanto pelo moinho

se pensassem de outro modo.

Pirão volta pro morro

cansado como o cansaço

trazendo debaixo do braço

um bocado de alegria

junto com o pão de cada dia,

parte de sua busca diária.

Já que é inútil entristecer

e pior de fomes sofrer,

traz no bolso um punhado

dos amigos o melhor contato

pra saborear no seu recanto.

Se paz&amor no mundo há

fome dos mesmos não precisa passar.

Se enxerga do alto do montte

aquilo que lhe faz falta

porque não os buscaria

quando desce para o asfalto?

Pirão diz que é um asceta

voltado para as novas virtudes

mas é um claro embuste

visto que erra igual,

talvez fruto do orgulho

que o egoísmo torna banal.

Sendo um baita dum trovador

conta causo como se fato fosse

mas não consegue enganar ninguém

nem á si mesmo,oque é bom indício

pois um mentiroso sem princípios

só pratica o mal e não o bem.

Pirão decidiu se recolher

entrar pra dentro e fechar a casa.

Cerrou a porta mas não a mente

pois sabe,mesmo que inconsciente

que a atividade não deve cessar

buscando sempre,sem parar

a felicidade que é completa

e um dia vem pra completar.

Finda-se mais um dia,

Pirão irá dormir

e antes que a porta feche

deseja-me boa-noite

e diz-me num sibilo grito:

-Até amanhã.

-Até amanhã,Pirão!

-//- -//-

TREVA vs LUZ

VOZ- No princípio havia apenas a treva.(escuridão)

E fez-se a luz.(luz no palco)

Ausência de uma,complemento da outra são dois lados diferentes,mas iguais em sua essência.Obras do Criador,Treva&Luz,surgiram para que de sua união,de seu entrelaçamento dependente,nascesse a terceira criação,aquela que encerra o topo da pirâmide.

Então,surgiu o homem!

(prostado junto ao solo,o homem que estivera imóvel até então no centro do palco,levanta-se lentamente e permanece parado)

Duas pernas,dois braços.(apresenta os membros quando citados)

Dois hemisférios cerebrais,mas uma só mente.(coloca ambas as mãos na fronte)

O fogo e a água,o caos e a harmonia,o macho e a fêmea,o bem e o mal.Não importa os nomes.Persiste o valor do terceiro elemento que nasce do equilibrio das duas partes que são tão diferentes,e ao mesmo tempo tão iguais.

A história de hoje traz Gayus,um jovem tipico,mediano,que certamente servirá ao intento de fazer com que por poucos instantes o olhar solitário ou o olhar coletivo repouse sobre alguns fatos que consideramos dignos de sua atenção.

Gayus é um rapaz saudável,gosta de jogar futebol.(faz embaixadinhas com uma bola)

Tem uma mulher a quem amar.(entra a amada de Gayus num rodopio,lhe dá um beijo e se retira)

E é,se assim podemos dizer,alegre em sua pacata vida.Entretanto ,apartir d'agora a situação de Gayus irá se tornar realmente adversa.Ele será destituído de suas posses.

(passa alguém que chuta a bola e lhe arranca a vestimenta,deixando-o apenas com a roupa de saco)

Será jogado ao fosso e no fundo do poço irá conhecer a dor.A treve cairá sem piedade sobre Gayus.(apagam-se as luzes,exceto uma,sobre Gayus)

Ele sofrerá na escuridão,mas aprenderá dar valor a luz quando a encontrar.

(o único holofote que estava apontado para Gayus é desligado.Ouve-se penas as lamentações do jovem que foi lançado ás trevas)

GAYUS- Noite escura,noite escura

abateu-se sobre mim

e reduzido a escombros

retalhos que declinam

da inteireza do ser,

encontro-me distanciado

como que um renegado

do lugar onde talvez fui feliz.

Mais ai de mim!

Oque sei da felicidade?

Nunca a vi,

tampouco senti-a.

E em lugar nenhum

onde meus pés me levam

ou nas plagas distantes

que um dia percorri,

encontrei-a.

Em vão a procurei noutras pessoas

pois também elas ostentam a tristeza

carregando-a no semblante

como um peso diabólico.

Também eu levo aos ombros

semelhante fardo;

mas parece-me,não sei

que minha carga penitencial

acrescida está,de toda a desgraça

de todo infortúnio alheio

que outrora vi sobre outros ombros.

Céus!


Porque tenho de ser assim?

Porque essa magnética combinação?

Porque minha dor,já demasiada

tem o poder de atrair a dor de outrem?

Já não sofro o bastante

com as agruras de minha vida?

Já não basta ver e ouvir,

tenho também de sentir

oque traz sofrimento para os estão

próximos de mim.

Porque é que posso compreender

os caminhos tortuosos da alma

que levam homens&mulheres

aos piores delírios,aos piores crimes.

Se apenas visse e não entendesse

talvez fosse menos triste.

Mas não!

Tenho de presenciar atos infames

tenho de compreender-lhes suas origens

porque sei de mim,

pobre ser humano

logo sei oque vai na alma

daqueles que me rodeiam.

E vendo as raízes do mal que me aflige

compreendo a frutificação

do mal que atormenta

toda a humanidade.

Mas porque sei,o quão difícil é

extirpar essa raiz maligna

do coração que é igorante

das coisas que a mente sabe

posso entender,por experiência própria

o quão difícil é

para todo ser pensante

vencer o mal de sí.

Céus!


Porque tenho de compreender?

Porque tenho de ser sabedor

de toda essa desgraça

dessa infâmia que corrói

tudo que é bom

e contrapeso faz

com a maldade,que infelizmente

nos é natural.

(do alçapão,com roupa colante,mascarada,botas de salto alto e com uma lança bipartida numa das mãos,surge Dora)

DORA Então é assim,criatura vil?

Clamas aos céus poor respostas?

E acreditas obter êxito?

Acredita que descerá lá de cima

sobre uma nuvem branca

um querubim e sua harpa

e cantando doces melodias

responderá teus anseios?

Que burro tu és...

Não!Não convém ofender dessa maneira

o pobre animal.

Ele não merece que o rebaixemos

colocando-lhe o nome em você.

Até os porcos e as hienas

tem mais nobreza que tu.

GAYUS- Mas quem é...

DORA-Cale-se cão imundo!!!Como ousas retrucar?!

És bem pior que teus semelhantes,logo ví.Se sofresse calado e tratasse de retribuir em dobro o mal que te é infligido,talvez fosse digno de minha piedade.

Mas não!Quer perdoar os que te causam aflição,quer ignorar os que te depreciam pelas costas,quer ajudar os que te são estranhos sem esperar nenhuma recompensa.Quer ser indulgente,silente,coerente,lenitente,crente,paciente,ente,ente,ente,ente...

Insolente!!

É isso que tu és!

Se acompanhasse a turba e fizesse oque todos fazem,talvez sofresse menos.Mas...

Ergue a voz contra a injustiça,quer ser o paladino da moral.

Logo tu,ser repugnante,que comete erros mais grosseiros.Porque quem entende a causa e efeito de um erro,e torna a comete-lo novamente é mais culpável do que aquele que o faz na ignorância,sem se dar conta das consequências de seus atos.Por isso a paga do teu castigo lhe será muito mais dolorosa.

GAYUS-Mas quem és tu,para vir aqui e falar de meus erros?

DORA-Quem sou eu?Eu sou aquela que de todos vem cobrar o ônus do pecado.E pra você,reservei algo especial.Agora,Dora vai mostrar oque é dor.

(nesse instante Dora passa a fazer uso do ferrão,ferindo Gayus com pontadas de sua lança bipartida,oque causa dores terríveis ao jovem que grita)

GAYUS-(gritos)

DORA-Ha!Ha!Ha!Ha!Ha! Grite mais besta imunda!

GAYUS-(urros de dor)

DORA-Hummm...Que delícia!Você berra como um porco sangrando.Grite mais!Vamos!!

GAYUS-(berros de agonia)

DORA-Ha!Ha!Ha!Ha! Isso é tão bom!Vamos,vamos,ainda não terminei.Quero ver você estrebuchar e ficar rouco de tanto berrar.

GAYUS-(gemidos)

DORA-Gemidos eu não quero!Quero ver você ganir como um cão sendo espancado.Vamos!Me dê mais prazer.Ha!Ha!Ha!Ha!

(Dora tenta alfinetar Gayus novamente,mas ele consegue reter o ferrão)

DORA-Oque foi?Meu ferrão ainda não o satisfez?Vou deixar-te por ora,mas em breve tornarei a aguilhoar-te,pois isso me dá muito prazer.

GAYUS-Porque está fazendo isso comigo?Não consigo entender como consegue se divertir me causando esse sofrimento sem sentido.Oque te fiz de mal?Quer se vingar,mas porque?

DORA-Não queria respostas?Não queria saber porque há tanto sofrimento neste mundo?Não quer saber porque sofre?

Pois bem,eu sou tua resposta.

Saiba que sem mim tu e os demais,desprezíveis seres,não sairiam do lugar.Sem o meu adorável ferrão á espetar-lhes o rabo,vocês ainda estariam morando em cavernas,ainda morreriam pelos mais insignificantes motivos,por qualquer resfriado ou furúnculo vocês estariam vestindo o pijama de madeira.Sem querer sair pra descobrir oque é preciso fazer para escapar da picada dolorosa no traseiro,vocês não seriam nada do que são hoje,jamais teriam chegado tão longe.Ainda estariam catando piolhos no pêlo um do outro.

Conheço-os todos.(e aponta para a platéia)

Sei que se não doer,vocês não fazem nada para mudar.Sei que necessitam deste instrumento de suplícios,e muitos assim como eu,sentem prazer quando faço uso deles em suas carnes.

GAYUS-Quem?Quem pode gostar de sofrer?

DORA-Pode chama-los de masoquistas,mas pra mim tanto faz,pois não vou muito com a cara deles.Prefiro os que tem medo;berram mais alto e com mais naturalidade.

Entendeu agora meu bem?

Você,e vocês,todos vocês,precisam de mim e do meu ferrão porque a dor é o aguilhão que impulsiona os seres humanos e promove o progresso da humanidade.

GAYUS-Hey,que história é essa de dor promovendo progresso?Nunca antes em minha vida ouvi disparate de tal natureza.

DORA-Vem cá,eu estou falando grego ou tu não ouviu nada do que eu falei?Será que é tão difícil de entender assim?

GAYUS-Tá,mas é que...

DORA-Para que é que tu acha que os homens inventaram as ciências,cabeça dura?A medicina,que é das ciências mais antigas,não foi criada pra evitar a morte e sofrimento dos pacientes,pra evitar a dor?A psicologia não foi criada pra tratar dos que sofrem da alma?A matemática e suas variantes não permitiu aos humanos implantar a infraestrutura necessária em suas cidades,afim de que elas se tornassem seguras e higiênicas e evitassem a dor das doenças?E as várias técnicas e tecnologias usadas para observar,pesquisar e estudar o planeta,não são um meio de preverem,e assim evitarem o prejuízo e a dor trazida pelos cataclismas naturais?

Me diga oque foi que inventaram,sem estarem pensando na dolorosa no traseiro?Oque foi que criaram,que não seja pra evitar a ferroada nos glúteos?

GAYUS-Olha,eu...

DORA-E a religião?Pra que tu acha que inventaram a religião?

GAYUS-Foi que pra todas as pesso...

DORA-Que nada!Eu estou aqui desde o princípio dos tempos e sei de tudo.Jogaram um monte de babacas aqui e me disseram pra alfinetar uns traseiros,pra eles se espalharem pelo planeta.Já viu tudo,né?Um bando de trogloditas estúpidos como única companhia e nenhuma diversão a vista.Os macacões até que não eram tão maus,apanhavam alegremente mas sem aquele entusiasmo que é típico da civilização,e eu logo me cansava,mas tinha que continuar porque esse é o meu trabalho.Pois bem,um dia o tataraneto do neanderthalis,cansado de tanto apanhar,resolveu que era hora de mudar a situação.Já que ele não podia impedir o açoite do chicote,ele decidiu dar nome ao dito-cujo,para que pudesse reverencia-lo e talvez assim levar menos chibatadas no lombo.Tentei explicar que aquilo era inútil,que a coisa certa era adorar a mim,porém eles insistiram e deu no que deu.Adoraram o sol e morreram queimados no calor da seca,adoraram a chuva e morreram afogados na enchente,adoraram os predadores e quedaram nos dentes traiçoeiros da morte.Viu?Isso era um atraso pra civilização.O pessoal da antiguidade até que era esforçado,mas estavam dando murro em ponta de faca,eu falei pra eles.Entender o inexplicável,compreender o ininteligível era demais praquelas cabecinhas,mas pelo menos eles estavam no rumo certo.Entendeu agora?Foi por temor ao braço poderoso da mãe-natureza que o homem criou o primeiro culto,a primeira religião,foi por puro medo da dor.

GAYUS-Posso divisar um fundo de verdade no que disseste,mas creio que dás muita importância e demasiado relevo á tua imagem num cenário de fatos importantes.Ao bem da verdade,prefiro dizer que és um embuste,que não passas de uma tirana sádica que se diverte com o sofrimento alheio e que não tens valor algum pra mim e á nenhuma outra pessoa.

DORA-Oquê!!!

Sacrilégio!!Blasfêmia!!

Amaldiço-o tua lingua por ter proferido tais palavras.Condeno-te a danação perpétua por tal ousadia.Levarei a dor de uma forma terrivelmente cruel á todas as células do teu corpo para que sintas toda a minha fúria.Far-te-ei implorar miseravelmente pela morte,para que ela se apresse e venha lhe salvar das infindáves horas de agonia que irei inflingir a tua carne.Farei o teu corpo se convulsionar com tantas torturas,e as dores serão atrozes ao pont...

GAYUS-Eu não acredito!Você não tem nenhum poder sobre mim e não pode me levar ao cativeiro.Você feriu o meu corpo,mas as cicatrizes da pele saram com o tempo.Porém a minha mente,a minha moral você nunca conseguirá atingir,nunca vais conseguir alterar oque eu tenho de mais valioso e levo junto ao peito.

DORA-Mas,mas,mas isso é um absurdo!Com quem acha que está tratando?Falar-me em tom de desafio.Quer me desafiar então?Não passa de um monte de estrume e quer fazer frente a poderosa Dora,a Rainha da Dor?!

GAYUS-Desafio sim!Não podes me causar um mal maior do que ter lhe conhecido.Você não pode nada contra mim.Minha armadura está ilesa de rachaduras,meu coração está limpo de máculas,ao contrário de você,que vive manchada pela lama onde vive,que vive presa nesse mar de imundícies que é o teu coração,poço obscuro onde só moram maus sentimentos.

DORA-Ora vejam...Eu vivo na lama e tu vives encima de uma nuvenzinha com uma auréola na cabeça.Eu sou a vilã e você o mocinho,é assim que desejas?É dessa maneira que vês nossa situação.Não,estás tremendamente enganado quanto a isto.Tu vives no mesmo mar de lama que dizes eu habitar;a diferença é que eu estou na superfície desse mar,e tu está lá no fundo junto com os excrementos,os detritos,junto de toda escória que não é mais útil aqui encima.Dizes que não tem máculas,mas eu provarei que estás mentindo,porque de maus sentimentos você está que nem um boi morto de urubus.

(ele vacila por um instante,mas responde)

GAYUS-Não acredito em você.Não podes saber oque me vai n'alma,não tens como saber se meus sentimentos são bons ou maus.Somente eu posso saber.

DORA-Ah é?Quer ver como não é assim?Quer ver como o faço mudar de idéia rapidinho e mostrar pra mim todos aqueles ressentimentos que trazes guardados a sete chaves?Quer ver como eu transformo um inocente cordeirinho num lobo mau e feroz?

GAYUS-É mentira!Você não pode fazer isso!

DORA-Posso sim,olha só:

(enquanto fala,entra uma velhinha de cabelos brancos e um cajado na mão para apoiar-se.Ela o deixa cair e tenta inutilmente abaixar-se para pega-lo)

GAYUS-Deixa que eu pego pra senhora.

(ele junta o bastão e entrega gentilmente á velhinha.Enquanto isso,Dora rasteja para trás de Gayus preparando-lhe uma cama-de-gato,e então a velhinha usando o cajado com ambas as mãos,empurra Gayus e o derruba de costas)

HA!HA!HA!HA!HA!HA!HA!

(Dora e a velhinha riem em altos brados,e enquanto a idosa se retira,Dora faz que vai ajudar Gayus a se levantar,mas acaba lhe passando uma rasteira com o ferrão para derruba-lo outra vez e voltar ao riso)

DORA-Ha!Ha!Ha!Ha!

GAYUS-Droga!Porque vocês fizeram isso?!

DORA-Ops!Será que ouvi alguém se irritando?

(Gayus vai contestar,mas nota a armadilha e se cala)

DORA-Que velhinha má,não é mesmo?Deu uma vontade imensa de dar umas bordoadas nela com aquele cajado,não deu?

GAYUS-Não me responsabilize pelas tuas vontades.Já te disse que não sou como você,cheia desses desejos mórbidos.

DORA-Oh,sim,sim!Assim falou o senhor verdade,sras. e sres.,ele se acha sabedor de tudo,mas no fundo não sabe de nada.Quer ver que rapidinho eu te desbanco do posto de puro e perfeito?Quer ver que tua máscara não demora muito pra cair?

(entra um menino de boné,camiseta e bermuda;o cadarço está desamarrado)

FIG.-Ô tio,amarra o cadarço do meu tênis?

GAYUS-É claro.

(ele se abaixa,e então o moleque tira um pacote do bolso e um pó de dentro do mesmo e joga na nuca de Gayus,no colarinho,que em seguida começa a se coçar)

GAYUS-Ei garoto,oque foi que você botou nas minhas costas?

( o menino não diz nada e dá um pisão nos pés de Gayus,que começa a saltitar de dor nos membros.Pulando sobre os dois pés e se coçando como um louco,Gayus atrai as risadas do menino e de Dora)

FIG.-Parece um macaco pulando desse jeito,ou melhor,parece um mico.

(o garoto olha para Gayus entre risos,vira-se,levanta o saco e diz)

FIG.-Acho que é por isso que chamam de pó-de-mico.

(depois de o menino sair gargalhando,Dora contém o riso e se aproxima de Gayus)

DORA-Essas crianças de hoje são umas pestes,não é mesmo?São uns verdadeiros capetinhas.Se fosse eu,não deixava assim,daria uma boa surra no moleque,só pra aprender.

GAYUS-A maldade do menino espelha bem a violência a que está submetido,mostra que já foi maltratado por adultos e procura se vingar em qualquer um.Talvez uma criança ressentida,ou...

DORA-Olha quem falando!Deixa de conversa,o guri era perverso mesmo e merecia uns bons cascudos.Se tu passa a mão por cima,ele fica mais ruim e no próximo,o trote vai ser ainda mais cruel.É melhor dar umas palmadas na hora do que relegar pra segundo plano a educação do pivete.Eu podia até ter emprestado o meu ferrão pra ti dar uma cutucada no piá,mas resolveu deixar ele ir embora,assim no mais...


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