Explicação preliminar



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PERGUNTA: — Podeis mencionar algum espírito que anteci­passe a sua libertação cármica da Terra, em vez de continuar sub­metido exclusivamente à Lei de Causa e Efeito, embora esta tam­bém terminasse por libertá-lo do ciclo dos nascimentos físicos?
RAMATIS: — É Francisco de Assis um dos exemplos mais edificantes e inconfundíveis de liberação antecipada do seu carma físico pois, tendo nascido em berço rico e cercado de gente afortuna­da, vaidosa e aristocrata, preferiu repartir seus bens com os pobres e desfez-se de seus trajes de seda e de veludo para vestir a grosseira estamenha; e em lugar do cinto recamado de pedrarias e da visto­sa espada do fidalgo, amarrou à cintura um cordão de cânhamo! Foi com o mais profundo sentimento de renúncia que ele aceitou a advertência evangélica do Cristo Jesus: “Não possuais ouro nem prata nem cobre em vossos cintos, nem alforjes, nem duas tûnicas, nem calçado, nem báculo em que apoiar-vos..
Sob tal resolução heróica, em que Francisco de Assis extin­guiu de uma só vez o desejo e venceu o Maya — a grande ilusão da vida material — é óbvio que também cessou de gerar Carma físico para o futuro, pois a sua vida, completamente devotada ao serviço amoroso a todos os seres e coisas do mundo, terminou por desatar-lhe os últimos laços de ligação às formas do mundo terráqueo.
Afastando-se do epicurismo das mesas, despido da vaidade e dos trajes fidalgos, indiferente aos pergaminhos e galardões do mundo físico, liberto do desejo sensual, rompeu os liames escravi­zantes do seu grilhão cármico e, pouco a pouco, isolou-se da disci­plina retificadora do Carma do seu planeta.
Francisco de Assis não renunciara apenas ao seu presente, mas também efetuara a sua libertação das vidas físicas futuras, por­quanto, tendo exterminado em si os desejos pelas coisas do mundo material e desistido de competir com os homens no seu mundo de formas ilusórias, embora ainda encarnado já vivia as condições exigidas para o equilíbrio e a sustentação vibratória nos planos paradisíacos do espírito!

14. Casos Teratológicos de Idiotia e Imbecilidade



PERGUNTA: — Podeis esclarecer-nos sobre se os nascimentos teratológicos são sempre conseqüência de um Carma pecaminoso, do passado?
RAMATIS: — Os orientais já vos ensinaram que o espírito engendra o seu Carma usando do próprio livre arbítrio que o Pai outorga a todos os seus filhos e que só é limitado quando come­ça a causar perturbações à coletividade ou à própria criatura no tocante à sua ventura espiritual. Deus permite que seus filhos engendrem os seus destinos até o ponto em que seus atos não per­turbem a harmonia da vida em comum. Aqueles que se devotam a uma vida digna, de amor ao próximo e em harmonia com as leis espirituais, engendram para o futuro uma existência tal que os situa entre almas afeitas aos mesmos propósitos elevados e já cultivados na vida anterior.
No entanto, a violência, o ódio, a desonestidade, a hipocrisia ou a crueldade, é fora de dúvida que, no futuro, se constituirão em molduras cármicas atuando constantemente na vida dos seus pró­prios agentes do pretérito. Inúmeras mães que atiram seus filhos nos esgotos após o criminoso aborto, engendram o terrível carma de, em outras vidas, procriarem “monstrengozinhos” repulsivos. Estes, por sua vez, também podem ser almas das criaturas que foram “fazedoras de anjos” em vidas anteriores, ou seja, abortado­res profissionais e adversários da vida, apanhados pela lei de reti­ficação espiritual, reencarnando deformados pelas próprias linhas de forças genéticas perispirituais que perturbaram no passado.
O engendramento cármico está claríssimo na advertência de Jesus, quando disse que aquilo que fosse ligado na Terra também seria ligado no espaço. Assim é que os espíritos, quanto mais se odeiam e se digladiam na trama apaixonada da vida física, mais a lei cármica os aproxima e os reúne nas vidas frituras, fazendo-os sofrer entre si os seus próprios desmandos, até que desliguem o que foi ligado na Terra. A Lei, em seu fundamento essencial, é Amor e não ódio, e as algemas odiosas não podem ser rompidas violenta­mente, mas sim desatadas cordialmente pelos seus próprios autores e sob a mútua condescendência espiritual fraterna.
Ninguém no seio da vida poderá viver isolado; e muito menos se isolará dentro do ódio contra qualquer outro ser a quem conside­re seu adversário, pois a Lei sempre se encarregará de aproximar novamente os que se odeiam, até que, através dos recursos cármicos eficientes, consiga fazê-los se unir e se amarem. Por mais demonía­co que seja o ódio entre aqueles que se detestam, a cura definitiva está implícita na recomendação indiscutível de Jesus: “Reconcilia-te com o teu adversário enquanto estás a caminho com ele, para que não suceda que ele te entregue ao meirinho, o meirinho te entregue ao juiz e sejas mandado para a cadeia, de onde não sairás enquanto não pagares o último ceitil”.
Não há outra solução para o problema do ódio, pois é de lei sideral que tudo se afinize e se ame; que os astros se harmonizem pela coesão cósmica, que as substâncias se afinizem pela combina­ção simpática e que os seres se unam pela reciprocidade de afeto espiritual.
PERGUNTA: — Qual a causa cármica que fiz nascer uma criança com duas cabeças num só corpo físico?
RAMATIS: — Tal acontecimento pode ser conseqüência de poderosa plastia mental do espírito encarnante que, tendo trucida­do alguém na vida anterior, depois deixa-se atuar demasiadamen­te pelo remorso ou temor durante a sua permanência no mundo astral, alimentando vigorosamente a imagem de sua vitima junto à estrutura do seu perispírito. Tendo-se deixado dominar completa­mente pelo estigma do delito pretérito e imaginando-se incessante-mente perseguido pela sua vítima, termina por forjar outra figura aderida à região mental, e que depois irá perturbar as linhas de forças construtivas da formação do feto durante o período da gra­videz. A forte modelação da imagem virtual, atuando na aglutina­ção molecular do corpo físico em gestação, pode dar margem ao nascimento da criança com duas cabeças, uma realmente a sede cerebral do encarnante e a outra o produto plástico das linhas de forças do pensamento conturbado pela contínua evocação da figura da vítima.
Justamente devido às leis que regulam a plastia do perispírito é que os suicidas do passado renascem com os estigmas conse­qüentes aos tipos de morte com que se trucidaram e que depois se acentuam, dando margem às suas deformidades e desditas aí no mundo físico. Geralmente, aquele que se enforca plastifica na encarnação seguinte a figura do corcunda; o que ingere o ácido corrosivo também lesa a contraparte etérica do seu perispírito e plasma-se na carne com a laringe, o esôfago ou o estômago ulcera­dos; o que se apunhalou, mal consegue viver na carne futuramen­te, amargurando grave lesão no coração; o que se destrói pela bala no crânio retorna surdo-mudo, e aquele que se estraçalha sob os veículos ou nas quedas propositadas transita pelo mundo arrastan­do um corpo esfrangalhado.
Em tudo isto, é a mente do espírito que funciona vigorosa e violentamente sobre a delicadeza do perispírito, fazendo-o reviver continuamente os últimos momentos terríveis do suicídio destrui­dor e ativando as suas lesões, que depois serão materializadas no corpo carnal, na operação cármica do ajuste espiritual. No caso, pois, da criança com um só corpo e duas cabeças, sem quaisquer duplicatas de outros órgãos vitais que possam identificar a fisiolo­gia distinta de dois seres, é então a poderosa plastia da mente do espírito torturado pelo medo ou pelo remorso que, ao reencarnar, modela junto a si aquela outra figura de que se imagina incessan­temente perseguido.
PERGUNTA: — E no caso ele animais que nascem com duas cabeças ou maior número de pernas, como já temos visto? Como se explica tal acontecimento?
RAMATIS: — Na formação genética do ser humano impera a sua vontade sobre as energias primárias, com a qual então cria o bom ou o mau destino; mas no animal, que ainda é um degrau evolutivo puramente instintivo, só intervêm as forças geradas pelo automatismo biológico e milenário da espécie. Não opomos dúvi­da a que também nasçam animais com duas cabeças ou apêndices em número excessivo, que os tornam casos teratológicos perante a sua espécie. Mas o animal não pensa e, portanto, não intervém mentalmente durante a sua gênese na carne; no entanto, ele tam­bém é uma conformação etéreo-astral, sob uma direção psíquica coletiva, que “baixa” para o mundo material, devendo surgir à luz da vida física com a forma característica da espécie a que pertence e se filia.
Mas durante a gestação do animal — o qual é ainda um pro­duto inferior do automatismo biológico revelando-se através das forças milenárias instintivas, que há tanto tempo vêm modelando as diversas configurações e os demorados ensaios que a Natureza efetua para mais tarde alcançar as formas agradáveis e úteis do presente — também incorrem intervenções e surpresas ainda não de todo vencidas pela Técnica Sideral. Enquanto o corpo humano já é a materialização de um psiquismo mais emancipado, podendo o espírito intervir e coordenar a vida através de elevada forma ana­tômica e fisiológica do perispírito, a gestação do animal depende especificamente da ação espírito-grupo da espécie a que pertence, sofrendo a maior ou menor influência das forças instintivas e cria­doras, sem poder intervir para qualquer correção plástica. Enquan­to o espírito do homem pode operar mentalmente na estrutura do seu perispírito e causar benefícios ou perturbações à sua futura organização carnal, já o animal há de suportar qualquer insuficiên­cia ou anomalia em sua configuração física.
Mas a Natureza tende sempre a melhorar os resultados futu­ros das suas experimentações ou insuficiências. Da monstruosida­de dos animais antediluvianos, que se nos afigura sem propósito sensatos, os seus descendentes atuais já se encaminham para as conformações delicadas e compatíveis também com o progresso atual da humanidade e crescimento das metrópoles civilizadas, que reduzem florestas inóspitas, modificam a superfície geográfica e controlam o clima extremista. E bem grande a diferença entre o monstruoso sáurio antediluviano e o crocodilo que lhe forma a descendência atual. Em certos animais e reptis, que no passado possuíam maior número de pernas ou braços, a Natureza já redu­ziu os excessos de apêndices, assim que os verificou desnecessários com a melhor conformação da superfície do planeta.
Em conseqüência, às vezes também se produzem pertur­bações inesperadas durante a gestação do animal e na fase da descida psíquica do seu mundo astral eletivo. O seu molde carac­terístico, que aglutina as moléculas para a configuração física, pode então sofrer oscilações nas linhas demarcativas da espécie, surgindo conseqüências inesperadas, como sói acontecer com uma segunda cabeça deformada ou então outros apêndices que exorbi­tam da forma comum.
PERGUNTA: — Daí pode-se concluir que o animal deforma­do passa por uma prova cármica, sem que tenha culpa. É assim?
RAMATIS: — No caso do espírito que plasma uma segunda cabeça, a qual, sem dúvida, é uma excrescência conseqüente do demasiado vigor mental com que focaliza a imagem da vítima junto ao seu perispírito, ele poderá ter consciência de sua desdita, colhendo assim o efeito trágico da causa criminosa de ter assassi­nado um seu companheiro na existência anterior; no caso do ani­mal, porém, que ainda é inconsciente e incapaz de compreender a sua própria responsabilidade, anula-se a hipótese da necessidade de uma retificação espiritual por delito não cometido. Sob tal racio­cínio, ser-vos-ia justo, também, considerardes como vítimas da Lei Cármica os cães, gatos e aves que morrem debaixo dos veículos ou sob a ação dos canos mortíferos das espingardas dos caçadores, bem assim os ratos infelizes que se tornam cancerosos ou os bois que morrem tuberculosos.
E necessário refletirdes que ainda participais de um mundo instável e de forças primitivas, como o é a Terra, cujas energias primárias estão em contínua ebulição. A Natureza ainda não ter­minou todas as suas experimentações nem consolidou todas as formas biológicas, mesmo quanto à própria figura humana, que ainda deve alcançar aspectos bem mais aperfeiçoados no futuro. Acresce que, à medida que o imenso e genial laboratório terrícola consolida as suas formas ou as espécies cada vez mais delicadas e agradáveis, também diminuem as surpresas e formações teratológi­cas, assim como já estão desaparecendo os últimos remanescentes pré-históricos.
PERGUNTA. — Embora sejam raros os casos de crianças que nascem com duas cabeças, temos notado que elas nunca sobrevi­vem. Gostaríamos, por isso, de saber qual será o propósito da lei cármica permitindo um nascimento teratológico, uma vez que o ser não sobrevive e, além disso, perde-se todo o trabalho gestati­vo, pois que o espírito encarnante mal consegue divisar a luz do mundo físico! Em que o pode beneficiar uma vida física deforma­da e tão fugaz?
RAMATIS: — Sob tal critério, também poderíeis indagar o por­quê de nascerem crianças perfeitas e sadias que, no entanto, falecem alguns dias depois. Não acarreta isso numa grande perda de tempo por parte dos pais e um inútil sacrifício materno durante a fase incô­moda e aflitiva da gestação e da “délivrance”, para depois tudo resul­tar em terrível desilusão?
O espírito que renasce num corpo físico com duas cabeças apenas sofre o efeito da lei cármica que burlou no pretérito, e colhe de conformidade com a sua própria semeadura. A Divinda­de não lança mão de intervenções extemporâneas para produzir prova tão cruciante; o fenômeno é apenas o resultado de alguma violência mental no campo de forças da vida eterna contra o sen­tido nobre e progressista da mesma vida. A lei cármica só atua através da ação do próprio agente que a perturba. Quando, pela sua incúria mental, o espírito provoca uma configuração adversa à sua própria contextura perispiritual, só lhe resta uma solução benfeitora, que é a de plasmar na carne o fenômeno insólito, até que cesse a sua derradeira vibração atrabiliária na letargia da matéria. Quando mais tarde, pelo falecimento, o corpo físico for devolvido à cova fria do cemitério, a forma teratológica criada e nutrida imprudentemente no mundo astral se dissolverá no seio da terra, aliviando o perispírito da sua carga mórbida.
Se é muito difícil a sobrevivência de uma criança com duas cabeças, deve-se isso, em parte, ao forte desequilíbrio e à violen­tação dos princípios vitais do respectivo organismo, que se vê forçado a nutrir uma segunda cabeça sem utilidade do comando espiritual. O que importa principalmente em tal acontecimento ou fenômeno confrangedor é a possibilidade de o espírito transferir para o mundo exterior a configuração teratológica que impreviden­temente criou no mundo astral, não tendo, depois, forças suficien­tes para dissolvê-la no ambiente onde passar a viver.
Lembramos-vos de que o leproso, em geral, também é um espírito que resolve despejar para a Terra uma intensa carga de toxinas, por atacado, transformando o seu corpo esfrangalhado em uma espécie de “fio terra” condutor dos venenos psíquicos da vestimenta perispiritual para a matéria. Do mesmo modo, a crian­ça com duas cabeças também significa o canal vivo que transfere para o mundo exterior, da matéria, a”idéia deformada” que tomou vigorosa forma astralina ante o poder mental do espírito infeliz.
PERGUNTA: — E que poderemos pensar da situação dos pais de uma criança nessas condições! Quais serão os motivos determi­nantes de prova tão confrangedora?
RAMATIS: — Já vos demos explicação a esse respeito quan­do nos referimos, alhures, à natureza das relações cármicas entre pais e filhos. Recordamo-vos, no entanto, que os pais tanto podem sofrer essa prova cármica por terem repudiado filhos sadios no passado, como pelo fato de terem sido os responsáveis pelo crime que, depois, levou o espírito atribulado e encarnante a se obsidiar pela imagem de sua vitima e a nascer com duas cabeças.
Mas há casos em que os pais de tais crianças podem ser almas amigas e benfeitoras que, penalizadas pela infelicidade alheia, aceitaram a missão de receber em seu lar aquele que necessita da vida física para livrar-se do cruciante fardo de sua incúria mental. Não esqueçais de que Jesus desencarnou na cruz do sofrimento, mas desempenhando sublime missão salvadora da humanidade terrena, e não porque houvesse crucificado a alguém. Nem sempre o nascimento de filhos deformados indica resgate cármico por parte dos pais; muitos destes são de coração boníssimo e sentimento espiritual angélico, e por esse motivo aceitam de bom grado a tare­fa de procriar no seio de sua família o filho ou a filha que precisa materializar na carne as suas terríveis aflições do passado. Quantos progenitores atentos, e que se sentem até venturosos com isso, cer­cam os filhos deformados de carinho excepcional, pressentindo no prisioneiro de uma cadeira de rodas ou de um leito de sofrimento a alma que lhe rogou amparo para cumprir a sua prova de retifica­ção espiritual!
PERGUNTA. — E no caso dos xifópagos, que são criaturas ligadas pelos seus corpos físicos e por isso impedidas de viver separadamente?
RAMATIS: — Em sua maioria, os xifópagos são portadores de um carma doloroso visto que se trata de duas almas que de longo tempo vêm-se odiando, na esteira dos séculos, sem quaisquer possibilidades de reconciliação amistosa. Então a lei sábia do progresso espiritual lança mão de recursos corretivos extremos, e as reencarna na mesma família, porém ligando-lhes os corpos físicos, a fim de que, submetidas às mesmas necessidades e devendo lutar pela sobrevivência recíproca, terminem por se afeiçoar mutuamen­te.
Espíritos inimigos e odiosos, tendo-se destruído mutuamente quando viviam em corpos separados, depois que são submetidos às algemas da xifopagia e enlaçados pelos mesmos interesses, vêem-se obrigados à solidariedade, para sobreviver. E assim, através da suportação compulsória e da forçada tolerância mútua, torna-se mais curto o caminho para a definitiva simpatia e futura afeição espiritual.
A “dupla” de almas encarnadas em dois corpos ligados indissoluvelmente, que a Medicina classifica de “acontecimento teratológi­co”, cumpre a dolorosa terapêutica de estímulo e contemporização para o necessário acordo espiritual e a cessação do ódio milenar. Em geral, tais xifópagos se vêem obrigados a ganhar a vida expon­do-se ao público em barracas circenses e empresados por homens gananciosos. Ainda neste caso, é a Lei do Carrna que lhes impõe a humilhação em público, pois em verdade são fugitivos da corrente normal da vida, que precisam ser expostos para escarmento da humanidade terrena. Certas vezes, tais espíritos são responsáveis pelos ódios que ainda se transmitem secularmente entre famílias demasiadamente apegadas às tradições ancestrais.

PERGUNTA: — Que diríeis de algum médico que, para alívio dos pais, praticasse a eutanásia e aniquilasse no berço de nasci­mento algum desses seres xifópagos ou deformados, que muitas vezes parecem terríveis afrontas à própria forma humana?


RAMATIS: — Esse médico incorreria em grave culpa para com o plano criador da vida humana, pois o corpo carnal, seja qual for o seu aspecto e condição física, é sempre o valioso laboratório de experimentação do espírito imortal. Os médicos que praticarem a eutanásia, ou os pais que com ela concordarem, porque se dei­xem tomar de horror ou repulsa diante da figura extravagante dos filhos xifópagos ou aleijados, estarão retardando a ventura daque­les aos quais deveriam ajudar a viver, pois que tentam o seu reajus­tamento espiritual “baixando” à carne para correção das insânias do pretérito. Acresce que os pais de xifópagos quase sempre foram no passado os responsáveis diretos pelos surtos de ódio que ainda dominam esses filhos. A xifopagia, como recurso compulsório que obriga as almas à mútua convivência pela ligação dos seus corpos físicos, serve para suavizar as arestas vivas do orgulho, egoísmo, vaidade e amor-próprio, que podem ter sido no passado as causas fundamentais da hostilidade insolúvel. O desconhecimento das causas que provocam uma vida teratológica não é motivo para que seja cortada; há sempre um desígnio superior em tal acontecimen­to, que não pode ficar sob a dependência das impressões desagra­dáveis que possam causar aos encarnados que se deixam dominar por excessivo sentimentalismo.
PERGUNTA: — Achamos isso natural visto que, em face da nossa própria concepção estética do ser humano, tais nascimentos anormais terminam por chocar-nos o sentimento comum! Não é verdade?
RAMATIS: — O mundo terrestre está povoado de criações cujas feições, formas ou aspectos parecem desmentir o senso esté­tico e a sabedoria do Deus que os criou! Assim são as aranhas, os sapos, os escorpiões, os morcegos, os polvos ou vermes e mil outra formas repulsivas, que parecem inúteis e ostensivas à vida normal. Porventura teria o homem o direito de destruir todas essas criações, só porque lhe são antipáticas? Devem elas desaparecer apenas por­que ele não as aprecia e as classifica de aberrações contra o senso de beleza comum? Pensamos que não, mesmo porque pouco a pouco o homem verifica que os vermes, os insetos, os reptis, aves e animais que antes detestava por achá-los repelentes e inúteis, não só cum­prem um roteiro evolutivo traçado pela sabedoria de Deus, como ainda produzem incontáveis benefícios à coletividade humana! O sapo é auxiliar excelente da lavoura, pois destrói as lagartas vora­zes; no entanto, sem estas não seria possível a existência das borbo­letas, que devem levar o pólen das flores para novas germinações benfeitoras. O morcego liquida com certos tipos de mosquitos trans­missores de febres palustres, enquanto que na ferida em que pousa a mosca varejeira não surge a gangrena. Sem as minhocas, como se fariam as galerias diminutas em torno das plantas, a fim de permitir a passagem do ar que deve processar as reações químicas que se efetuam no seio da terra? Mesmo que se alegue a natureza perigo­sa de certos animais venenosos, como as serpentes, as lacraias, os escorpiões ou as aranhas, a Medicina poderá confirmar a messe de benefícios que já tem podido distribuir com o emprego dos venenos extraídos de tais seres e que, através de sua função vacinoterápica, hão produzido alívio e curas de males os mais terríveis?
No entanto, muitas criaturas formosas vivem subvertidas, deixando-se obsidiar pelas paixões aviltantes, vícios os mais denegridos e crimes bárbaros, esquecidas de que, enquanto exibem externamente a beleza e a estética do corpo físico, escondem a monstruosidade na intimidade do espírito! A história vos conta de criaturas formosíssimas que, assumindo a realeza sobre povos infelizes, transformaram-se em verdadeiros monstros, cometendo os crimes mais infames para satisfação de suas manhas e interesses!
Em conseqüência, a má impressão que vos causam os xifópa­gos não é motivo para se anular um dos mais extremos recursos cármicos de aproximação espiritual entre os seres ainda separados pelo abismo do ódio milenário. A eutanásia lhes destruirá a opor­tunidade derradeira de se tolerarem até que a estima benfeitora os afeiçoe fraternalmente; e aqueles que a praticarem, sejam médicos ou mesmo os progenitores de infelizes aleijões ou xifópagos, não se livrarão da responsabilidade cármica futura, quando deverão permanecer jungidos às suas vítimas, até que estas consigam obter a sua alforria espiritual.
PERGUNTA: — Como tivemos ocasião de ponderar há pouco, é pequeno o número de xifópagos que nascem na Terra, e menor ainda o dos que sobrevivem. Isto não poderia induzir-nos a crer que, devido a esse nascimento tão reduzido, também devem ser bem diminutas as oportunidades ou recursos de que a Lei do Carma dispõe para ajustar os inimigos irreconciliáveis do preté­rito?
RAMATÍS: — Preliminarmente, precisais saber que o recurso de que a Lei dispõe para reconciliar inimigos não é apenas o de fazê-los encarnar como xifópagos no mundo da carne. Esse é um recurso especial para certos casos, a juízo das autoridades compe­tentes. Demais, como encarnados, desconheceis grande parte dos nascimentos teratológicos em que os corpos dos recém-nascidos são criminosamente destruídos ainda no limiar do berço físico, nos lares de famílias de grandes recursos ou de grande inescrupulosi­dade. Não vos será difícil observar que os xifópagos, em geral, só sobrevivem na cabana pobre do sertanejo ou do homem rural, por­quanto em seus corações, embora rudes, penalizam-se de destruir “aquilo que Deus sabe por que fez”. É indubitável que os xifópagos, que são espíritos odientos entre si e quase sempre antipáticos aos próprios pais, têm poucas probabilidades de sobreviver além do berço de nascimento físico, pois tanto espiritual como fisicamen­te são hostilizados, para a mais breve expulsão do corpo carnal. Quando tais criaturas desencarnam, quer devido ao bombardeio mental encontrado nos próprios lares, quer em face da dificulda­de biológica que foi violentada em seus “genes” habituais, é muito comum aos genitores darem graças a Deus, alegando que, talvez reconhecendo o seu equívoco, ele os “chamou para o céu”. E isso justifica o compungido sentimentalismo de que tais criaturas “só iriam sofrer no mundo”.

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