Ficha introdução Fica a dica


Amigos vão e vem, faz parte!



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Amigos vão e vem, faz parte!

Sempre fui uma pessoa rodeada de amigos, aliás, um fato memorável na minha história é que na minha formatura da quarta série eu ganhei um prêmio como a melhor amiga da sala. Jamais imaginei conquistar algo assim, ainda mais com os meus 10 anos. Foi a primeira vez em que soube que meu pai se emocionou e chorou. Depois disso, eu até pude pedir um presente #bapho de Natal, que foi um videokê. Sim, tenho gostos peculiares! Eu sempre adorei cantar, principalmente, Sandy e Junior – se não citei isso até agora, é uma informação bem importante sobre mim, eu acho que na vida só fui fã de verdade de uma pessoa e foi a Sandy, que eu admiro até hoje, seja pela artista, profissional, hoje em dia, mãe, etc., mas isso talvez eu fale mais em outro momento –, karaokê é algo que faz com que eu me divirta, esqueça os problemas, a vergonha... Mas, lembre-se: gostar de karaokê, não significa que eu cante bem, ok? É algo que acho divertido, principalmente, pelo fato de que eu posso gritar e cantar da maneira que quiser, porque pessoas que gostam de karaokê se entendem e sabem que isso lava a alma. Sério, se você nunca tentou, vale a pena! Convide as amigas e esqueça os julgamentos, eu tenho certeza que você vai se divertir e sentir uma verdadeira diva.

Voltando a questão dos amigos, eu sempre fui uma pessoa intensa, sou daquelas que tentam dar o melhor para as pessoas, que quando escuta um problema quer ajudar tanto que, muitas vezes, acaba até pegando pra si (pisciana, né mores?). Não é querendo me gabar, mas eu gosto de ser amiga e conseguir tornar os dias deles melhores, sabe? E apesar de ser algo muito bacana, pelo menos eu acho, porque tenho uma amiga assim e sei como é ter uma parceria dessas e o quanto é importante pra vida da gente, eu já me ferrei muito por ser assim, porque nem todo mundo tem estrutura para receber o que você tem de bom a oferecer. Se tem algo que aprendi em todos os meus anos de vida foi “cada um dá o que tem a oferecer”. E, às vezes, as pessoas não nos dão o que, de alguma maneira, esperamos delas, não é por maldade, é porque cada um tem uma fase e ela pode não estar pronta pra isso, portanto, sem julgamentos. Outra coisa que aprendi é que não devemos esperar nada de ninguém, apenas agir como achamos que é o certo sem esperar nada em troca, pois isso evita a frustração. Mas como é difícil colocar em prática... Não vou mentir, tenho sérias dificuldades com isso! É que mesmo sem querer parece que estamos sempre esperando alguma atitude das pessoas pelas quais fazemos algo, e não devíamos agir assim, porque isso dá margem para uma frustração gigantesca. Esta minha frustração sempre existiu nos meus relacionamentos, infelizmente.

Por exemplo, vou contar uma história que aconteceu quando eu tinha uns 14 anos e que me marcou demais, mas que hoje eu enxergo de uma maneira totalmente diferente.

Eu tinha uma dupla de amigas que cresceram comigo, elas são gêmeas e nós dividíamos tudo desde a primeira série. Éramos inseparáveis, brincávamos sempre nas férias, eu conhecia a família delas, elas a minha, enfim, tínhamos um relacionamento bem próximo e éramos parceiras. Poucos meses antes dos meus 15 anos, decidi que faria uma festa e as convidei junto com outras amigas para dançar a tradicional valsa que, na verdade, não teve nada de tradicional, a minha festa de 15 anos foi com o tema anos 1960 e meus amigos dançaram a música tema do filme “Grease, nos tempos da brilhantina” (amo este filme, aliás, se você também curte musicais vai gostar bastante), “You're The One That I Want”. Detalhes à parte, próximo a minha festa essas amigas me disseram que não poderiam dançar na minha festa, claro que eu entendi, afinal, esses convites vem acompanhados da responsabilidade de alugar roupa, fazer cabelo, maquiagem, e se tudo isso já é caro para uma pessoa, imagina para duas? Ah! Me esqueci de um detalhe importante: neste aniversário eu havia acabado de mudar de cidade e começaria a estudar em outra escola, então era um momento importante, pois eu me distanciaria um pouco de amigos que convivi desde a primeira série. Era meio que um encerramento de ciclo – apenas de ciclo, porque na minha cabeça todos continuaríamos amigos e tão próximos quanto antes.

Tudo estava maravilhosamente bem, até que alguns dias antes da minha festa, essas amigas me ligaram e disseram que não iriam, porque iam viajar. Fiquei chateada? Fiquei, mas ok, isso acontece. Só que no dia da festa, não me lembro ao certo quem foi a pessoa, mas me disseram que tinha visto uma delas próximo de casa. Aí eu fiquei chateada! Eu pensava sempre “nossa, o que eu fiz pra elas não quererem ir à minha festa?”, “mas por que elas mentiram pra mim?”, “será que elas estão chateadas com algo?”, enfim, várias questões passaram pela minha cabeça. Eu sei que soa um pouco – ok, talvez muito – dramático, mas eu tinha só 14, quase 15 anos, e se eu já sou dramática hoje, imagina com a minha intensidade adolescente.

Fiquei muito tempo chateada e, de certa forma, acabei me afastando delas. Acho que tudo favoreceu um pouco: estava chateada, havia me mudado, estava na fase de conhecer pessoas novas, viver uma vida diferente em um lugar diferente... Na época, eu lembro de ter dito “se elas não querem participar de um momento feliz comigo, imagina os outros” hahaha... Chatona, eu sei!

Levei esta magoa por muitos anos, até que amadureci e me livrei dela. Aprendi que as amizades também vivem de ciclos. Tem pessoas que são certas em determinados ciclos, porque vocês tem histórias e gostos parecidos, mas você muda, a sua vida muda, e às vezes aquelas pessoas que você tanto se conectavam, já não se conectam mais e não fazem ou não querem fazer parte daquele momento. E tudo bem! Cada um tem uma fase... Claro que têm amizades que resistem as mudanças de fase e a passagem do tempo, pelo menos UMA amizade é daquele tipo que você pode carregar para a vida toda, o resto vai se moldando durante o tempo. E guardar essa mágoa que eu guardei por tanto tempo é a maior roubada.

A minha festa foi incrível, tão legal ou mais do que eu sonhava. Todos os meus amigos foram, minha família também, me diverti bastante, dancei como se não houvesse amanhã, usei vestidos lindos, enfim, naquele momento me senti muito sortuda por ter tantas pessoas especiais. E é assim que temos de ser sempre! Curtir o momento com as pessoas que querem estar conosco. Parece frase feita ou clichê, mas é a mais pura verdade, e como eu demorei pra me tocar disso!

Outro exemplo são os finais de ano no colégio. Não sei se as coisas permanecem assim, apesar da mente jovem tenho 29 anos e não sei mais como funciona essa parte escola, mas na minha época (amo falar isso haha), que não é muito distante, tá? Todo fim de ano tinha um ritual. Depois das provas finais, rolava as assinaturas nas camisetas, todo mundo assinava, trocava abraços, juras de que estaríamos juntos novamente, etc.

Mas nem sempre era isso o que acontecia, não porque as pessoas não se gostassem mais, mas é porque as coisas mudam o tempo todo. Pode ser que um amigo passe a ter novos desejos, novos pensamentos que não batam mais com os seus, você pode ter se tornado uma pessoa diferente e o que antes você achava que aquele amigo tinha de legal, talvez não seja tanto assim... Essas coisas acontecem. E ninguém se torna melhor ou pior que isso. Acho que o quanto antes soubermos aceitar isso e se desapegar, menos a gente sofre na vida, sabe?

Eu sempre fui uma pessoa que sofria muito com despedidas, principalmente, no colégio. Todo fim de ano eu ficava deprê porque não veria mais os meus amigos como antes, porque estaríamos de férias e a maioria ia viajar ou até mesmo eu viajaria, ficava apreensiva no começo do ano para saber se ficaríamos ou não na mesma sala. Na minha cabeça, se eu caísse em outra turma, me sentiria sozinha, não faria amigos novamente, meu desempenho escolar cairia... Nossa, seria o fim! Mas, na real, não é bem assim.

Se a gente pensar bem, uma hora ou outra a vida corta este laço, seja porque você mudou de sala, de cidade ou até mesmo porque você entrou na faculdade. A gente sempre acha que vai estudar pra sempre com as mesmas pessoas e isso não acontece. Quando chegamos a faculdade, cada um faz a sua escolha de acordo com o que gosta de fazer e o que “quer ser quando crescer” e não é porque vocês tem afinidades que as escolhas de profissão vão bater. Aí cada um entra em uma faculdade, em uma nova turma, faz novos amigos... O que não quer dizer que vocês não vão mais se dar bem ou se encontrar, mas, sim, que a partir deste momento vocês terão outros mundos e claro que vocês podem, sim, dividi-los. A parte ruim é que como cada um tem uma rotina, vocês precisam se dedicar a fazer a amizade dar certo. Vocês não se veem mais com frequência, mas eu acredito que isso seja melhor, sabe? Ser amigo estando perto todo dia é fácil, difícil é se fazer presente mesmo de longe, e eu acho que se uma amizade resiste a isso, resiste a tudo.

Imagina só que demais, vocês vão ter novas experiências, memórias e rotinas pra contar um para o outro. E isso só tende a agregar a amizade. A vida é assim, uma hora cada um segue o seu rumo, e o quanto antes a gente aceitar isso menos sofrimento vai ter. Fechar um ciclo sempre é difícil, afinal, quando fechamos um ciclo deixamos de certa forma a nossa zona de conforto para trás. E o medo, ele assusta... E assusta em qualquer fase, mas, principalmente, na adolescência, como tudo é mais intenso, os medos também são, mas se soubermos nos abrir para o novo, vamos viver experiências incríveis.

Eu gosto muito de uma dessas frases que a gente posta nas redes sociais, que é algo assim: “Amizade verdadeira não é ser inseparável. É estar separado, e nada mudar”. E isso faz todo o sentido nesses momentos.

Admito que não sou um primor ainda em entender a frequência afetiva (é o tempo que o seu amigo tem pra você, e o quanto vocês se encontram) das minhas amizades, mas cada dia tento me tornar uma pessoa e uma amiga melhor. Não é porque estou escrevendo este livro que me tornei uma pessoa sábia a ponto de abafar os meus erros, assumo cada um, principalmente, em relação aos meus amigos. Já fiquei muito chateada com os meus amigos nesta vida, por motivos que tinha razão, e por outros pelos quais nem tinha tanto, mas é só vivendo que se aprende. Só que se tivermos alguém pra nos avisar disso tudo antes, talvez possamos colocar a mão na consciência e agir melhor das próximas vezes, não é mesmo?

Espero que este capítulo faça você pensar, julgar menos e se doar mais. Ninguém é trouxa por se dedicar a uma amizade, muito pelo contrário, nós só temos a ganhar quando entendemos e nos doamos ao outro. #ficadica

Autoestima é tudo...

...e o quanto antes você fortalecer a sua melhor!
Talvez este seja um dos temas mais delicados pra mim. Não porque eu me ache a pessoa mais zoada do mundo, mas é porque autoestima sempre foi um problema. Na minha adolescência, então, nem se fala. Nunca fui um tipo de beleza extraordinário, muito pelo contrário, era uma menina fofa, mas todo mundo quando é criança é fofo, né? Mas na minha adolescência as coisas começaram a desandar.

Eu sempre fui baixinha, a menor da turma, daquelas que sempre eram a primeira na fila – aliás, quem foi a pessoa que inventou fila em ordem de tamanho? Que coisa mais chata! Um sonho da minha vida era poder ficar no fundão, porque era onde minhas amigas sempre estavam, mas eu era a menor e tinha de ficar lá na frente. Aff...

Nunca fui magérrima, sempre tive uma pancinha, mas conforme fui crescendo essa pancinha ficou um pouco maior, meu nariz não era dos melhores, eu tinha MUITA acne e minha pele era mega oleosa. Pra você ter uma noção, eu chegava no colégio às 7h, mas às 10h, que era a hora do intervalo, já dava para fritar uns pasteis na minha testa, de tanta oleosidade que tinha. E isso me incomodava demais! Até porque as minhas amigas tinham a pele lisinha e seca, zero oleosidade, e a minha cheia de cravos e acne. Não conseguia aceitar isso, ainda mais na adolescência, eu só conseguia pensar “por que só eu tenho isso?”. De tanto que minha mãe me viu sofrer e até chorar, me levou ao dermatologista e fiz vários tratamentos. Eles adiantaram, mas não tem jeito, quando os hormônios resolvem causar, eles causam mesmo. Pra amenizar isso, eu usava quilos de maquiagem, mas depois eu não limpava a pele direito, o que nem preciso dizer que piorava tudo, né? E adivinha? Minha autoestima caia em queda livre.

Pra ajudar ainda mais a me sentir gata #sqn, eu ainda usava óculos e ninguém na sala usava. Eu menstruei antes de todo mundo e comecei a ter peitos, que pareciam crescer sem parar, o que não me fazia sentir mais mocinha, nem bonita, mas, sim, acima do peso. Como eu briguei com a minha imagem nesta época, vocês não tem noção! Parecia que nada que eu fizesse ia me ajudar a melhorar, essa era a real.

Além de tudo isso, foi nesta época que descobri que tinha um problema de crescimento ósseo facial, um osso no meu rosto era maior do que o outro, e isso acontece, mas deixava o meu queixo torto, o que me fazia me achar pior ainda. Que sofrência, migas! Que bad que eu ficava. Como eu era cruel comigo mesma.

Mas o tempo foi passando e eu via que realmente aceitar doía menos. O que estava ao meu alcance e era possível fazer pra melhorar, eu tentava, mas não era sempre que tinha sucesso, então tentava arrumar artifícios pra me sentir de bem comigo mesma, e prometi que ia pegar mais leve também, porque via que quanto mais eu era dura comigo, mais eu transparecia ser insegura e me sentir mal para os outros.

Não que hoje eu me preocupe com os julgamentos, mas naquela época eu queria ser aceita, queria ser considerada bonita, fazer parte de algo, e parecia que com a minha aparência eu não seria. O que era uma bobeira, mas eu imagino que muita gente se identifique, porque está nesta fase. Hoje eu olho pra trás e acho que era bobeira minha, mas vai me dizer isso na época, era capaz de eu dar uns belos de uns tapas na Aline de hoje hahaha...

Não é muito maluco pensar em quantas vezes nós somos muito cruéis conosco? Pra mim, naquela época, ser diferente, ser mais cheinha, a única que usava óculos, tinha acne, pele oleosa, tinha peitos, era horrível. E quem disse que ser diferente é ser ruim? Olha que naquela época nem existia musas no Instagram, não se vendia essa perfeição exagerada que se vende hoje em dia, mas mesmo assim eu me abalei. Imagino como tudo isso não mexa com a cabeça de uma adolescente hoje em dia. É tanta informação, tanta foto linda, tantas adolescentes maras e com vidas perfeitas no Instagram... Querendo ou não, de alguma forma, acabamos nos “comparando” em algum momento da vida. Eu faço isso até hoje, por isso eu entendo! E é por isso que eu insisto em bater na tecla de que não existe vida perfeita, existe a nossa e ponto final. Cair na fase da comparação é a pior bobeira que podemos fazer. Sério, acredite em mim!

Quantas vezes não me comparei com as minhas amigas que eram mais bonitas, bem sucedidas ou até que tinham relacionamentos amorosos dignos de filmes da Disney. Ou até mesmo com pessoas que sigo nas redes sociais. E, sério, isso é um caminho sem volta. Cada vez que nos comparamos com o outro, criamos um bichinho da frustração dentro de nós que faz com que desçamos ladeira abaixo.

Pra você entender melhor o que é a tal da frustração, ela é um sentimento que ocorre quando algo esperado não acontece. Às vezes, a gente nem espera aquilo que aconteceu com o outro e nem sonha com aquilo, mas só de ver que aquela coisa legal, seja uma viagem, a conquista da aparência perfeita, um relacionamento amoroso, enfim, qualquer coisa aconteceu com o outro e que gostaríamos que também acontecesse com a gente, mas não aconteceu, acabamos nos frustramos.

E, miga, pode acreditar, sempre estamos onde devíamos estar e vivendo o que devíamos viver. Parece trecho de livro de autoajuda, mas eu acredito que isso faça todo o sentido, mas precisamos pensar “eu posso mudar isso?”, se sim, siga em frente e corra atrás, se não, siga vivendo a sua vida. Coisas boas acontecem o tempo todo pra todos, mas é preciso saber valorizar quando elas veem e também é preciso saber onde você quer chegar pra conseguir caminhar nessa direção.

Por exemplo, meu sonho sempre foi trabalhar em uma revista adolescente. Cacei a oportunidade até dar certo. Fiz uma entrevista na Atrevida e não passei porque não tinha estudado inglês. O que fiz? Resolvi começar a estudar o idioma e, em seis meses, entrei em contato com a editora da revista para tentar novamente. Quando abriu uma vaga, ela lembrou de mim, resolveu me dar uma outra oportunidade, e como estava estudando inglês, rolou. Eu fiquei triste porque não aconteceu a primeira vez, mas sabia que ainda existia algo que podia fazer para conquistar esse sonho. E eu fui lá, fiz e deu certo. Que maravilhoso! Mas eu sabia que poderia não dar certo. Eu iria me frustrar novamente e tentaria novas oportunidades. A vida não é só feita de coisas boas e de “sim”, vamos sofrer, levar “não”, e tudo bem, nós aprendemos com isso. Ficar triste faz parte, mas nós escolhemos o que vamos fazer com isso.

E em relação a autoestima e as comparações é a mesma coisa. Se aceitar não é acordar todos os dias se sentindo a pessoa mais maravilhosa e incrível do mundo. Pode acreditar, nem as Kardashians ou a Beyoncé acordam se sentindo assim. Tem dias que você está ótima, achando que pode conquistar o mundo ou quem sabe o universo, mas tem dias que você acorda apenas querendo voltar para a cama e precisa se forçar a viver aquele dia. E está tudo bem com isso! Se aceitar é cuidar bem de si mesma, se tratar com carinho, se machucar menos, fazer menos comparações, correr atrás dos seus sonhos, e saber que os fracassos e as frustrações virão, mas que você está trilhando o caminho que tem de trilhar e que aquilo será importante para a pessoa que você será no futuro.

Vejo hoje em dia muitos debates sobre aceitação de corpo e aparência. Há quem diga que se aceitar é gostar de você sem maquiagem, sem artifícios, etc., mas eu acredito que se aceitar está relacionado a aceitar quem você é, tanto internamente como também externamente. É estar bem com as próprias escolhas. Se você vai se sentir melhor maquiada, se joga, se você quer ser sentir melhor naturalzona, se joga também... Só nós temos direitos sobre nossos sentimentos e corpos, então pra mim autoestima é isso, é se sentir bem com quem nós somos e com o que escolhemos todos os dias. Outra frase do Facebook ou Insta que sempre vejo e adoro e que faz todo o sentido nesse trecho é “Não importa o que você decidiu. O que importa é que isso te faça feliz.”, e eu levo isso pra vida.

Admito que ainda estou em fase de aprendizado, continuo não me sentindo a pessoa mais bonita do mundo, tem dias que não estou legal com o meu corpo, parece que não tenho roupas, a maquiagem não vai dar jeito, quero colocar Facetune nas minhas fotos, mas sigo pegando leve comigo. Todos os dias a minha escolha é ser a melhor pessoa que posso comigo mesma e isso inclui aceitar que tudo bem se eu não estiver me sentindo a pessoa mais maravilhosa do mundo e tudo bem também se eu nunca for essa pessoa, mas que eu preciso me respeitar, afinal, como a jornalista e youtuber Karol Pinheiro disse em um vídeo em seu canal “ninguém segura uma mulher segura”. Eu assino embaixo e concordo plenamente!

Seus pais não são super-heróis. Pegue leve!

É só chegar o Dia das Mães ou Dia dos Pais para começarem a vender kits com os dizeres “minha mãe é uma super-heroína” ou “meu pai é um super-herói”, ou “minha mãe é a Mulher Maravilha”, “meu pai é o Super-Homem”, e por aí vai... Que atire a primeira canequinha personalizada quem nunca viu isso nas lojas durante essas datas! Tenho certeza que ninguém atirou, porque não é preciso nem sair de casa para ver essas lembranças. Até na internet os banners de promoções saltam aos olhos. E por muito tempo eu acreditei neles – e acredito que vocês também, se é que não acreditam até hoje, né?

É na adolescência que esse rótulo de super-heróis dos pais meio que caem por terra. Não porque eles deixam de ser incríveis, mas porque passamos a vê-los mais como seres humanos, que também sofrem, erram, aprendem, cansam, etc. E o mais doido disso tudo é que a gente para de vê-los como heróis, mas até vê-los como amigos demora um tempo! Aí fica esta fase, seus pais não são mais seus heróis, mas você ainda depende deles e como faz? É aí que muita gente vira rebelde, começa a bater portas, quando não bate de frente, quer ser o dono da razão, os “não’s” ditos ficam muito mais dolorosos... Nem parece que você foi criada por eles de tão diferentes que são os pensamentos, certo? A boa notícia é que isso passa e se você souber lidar da melhor forma, que é aprendendo mais do que batendo de frente, vai ganhar amigos incríveis.

E, acredite, existem só dois tipos de adolescentes: os que não querem decepcionar os pais e evitam bater de frente e os que batem de frente por tudo. Eu fui o primeiro tipo. Sempre fui tão parceira dos meus pais que achava um absurdo ir contra eles, tinha medo de magoá-los, decepcioná-los, mas acabava não expondo meu lado, meus pontos de vista, minha opinião, tudo sempre estava bom, e isso também não é legal. Não é bacana viver de extremos! Faz mal! E me fez mal. Eu só consegui descobrir isso há pouco tempo quando comecei a fazer terapia – aliás, o quanto antes vocês fizerem vão se entender melhor e se conhecer melhor, se eu soubesse que me ajudaria tanto eu teria começado antes. Dizer sim pra tudo e não expor quando eu estava magoada ou não havia gostado de algo me fez criar uma coisa dentro de mim de que em momento algum eu podia expor minha vontade se fosse magoar meus pais, e isso fez com que eu tivesse medo de assumir quando estava namorando, quando eu queria dar um passo a mais na vida profissional, etc. Sempre demorei e tive muito receito de contar as coisas e era por conta disso, eu tinha medo de que eles se decepcionassem com as minhas escolhas e vontades, e isso não é certo. Em uma família temos de estar abertos, podemos não concordar com as escolhas do outro, mas respeitamos e apoiamos, porque isso é muito importante. Olha que eu tenho uma família maravilhosa, mas mesmo assim acabei criando essas neuras e me fechando.

E da mesma forma que dizem sim pra tudo não é bom, bater de frente é pior ainda, primeiro porque ninguém consegue nada no grito e, segundo, porque te deixa ainda mais imatura aos olhos dos pais. Sinto em dizer, mas você não está arrasando quando faz a rebelde, grita, bate a porta e se mostra a dona da razão. Se você é a rebelde, tenho certeza que não foi legal ouvir isso, mas não estamos aqui só pra falar coisas boas. A verdade precisa ser dita.

Durante a sua vida muita gente vai ser legal, vai ser parceira, mas poucos vão ficar. Talvez você se decepcione com muitas dessas pessoas e até mesmo com as suas escolhas, mas os seus pais estarão SEMPRE lá pra te apoiar, dar um colo, um abraço e secar as suas lágrimas. É por isso que você precisa aprender a valorizá-los o quanto antes. E por valorizar não entenda só dizer sim pra tudo como eu fiz um dia, mas, sim, valorizar o tempo que passam juntos, ouvir mais as histórias deles, compartilhar a sua vida, da mesma forma que eles compartilham a deles, conversar sobre tudo, enfim, ser parceira de verdade, sabe? Em valorizar também está dizer “não concordo com isso” ou “mas eu preciso tentar pra saber se vai dar certo”, tudo de maneira amigável, sem levantar voz ou causar, apenas conversando. Se você está achando tudo isso muito impossível de ser feito, é porque nunca resolveu tentar. Parece bobeira, mas quando você tenta se abrir para os seus pais e os aceita da maneira que são, passíveis a erros e acertos, como seres humanos reais, que também sentem dor e alegria, as coisas melhoram. Às vezes, você acha que não e eles também não dizem, mas adorariam ter em você uma parceira para todos os momentos. Pense que hoje você é filha (o), mas amanhã também pode ser mãe, pai, e vai dizer que você não quer ter um relacionamento desses com o seu filho?

Temos medo de nos abrir por tanta coisa esperando uma reação tensa dos pais que na maioria das vezes perdemos a chance de ter conversas incríveis e aprender mais. Você pode ter certeza que a reação que eles vão ter por você ter confiado e aberto o seu coração vai ser muito mais tranquila e reveladora do que você imaginava. Vai na minha, experimente, e esteja aberta a conhecer os seus primeiros e eternos melhores amigos da vida. A experiência é enriquecedora e vai fazer a sua vida valer ainda mais a pena. Ah como eu queria que me dissessem isso quando eu era adolescente. Não faça como eu que demorei exatos 29 anos para entender isso. Mas vamos enxergar o copo meio meio: ainda bem que existe terapia para adultas como eu reverem essas atitudes, melhorar e passar a dica adiante. Ufa, agora posso seguir com este livro em paz!


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