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Boxe complementar:
Ampliando o conhecimento
O caminho da água na produção de eletricidade
Para produzir a energia hidrelétrica é necessário integrar a vazão do rio, a quantidade de água disponível em determinado período de tempo e os desníveis do relevo, sejam eles naturais, como as quedas-d'água, ou criados artificialmente.
Já a estrutura da usina é composta, basicamente, de barragem, sistema de captação e adução de água, casa de força e vertedouro, que funcionam de maneira integrada.
A barragem tem por objetivo interromper o curso normal do rio e permitir a formação do reservatório. Além de "estocar" a água, esses reservatórios têm outras funções: permitem a formação do desnível necessário para a configuração da energia hidráulica, a captação da água em volume adequado e a regularização da vazão dos rios em períodos de chuva ou estiagem. [...]
Os sistemas de captação e adução são formados por túneis, canais ou condutos metálicos que têm a função de levar a água até a casa de força. É nessa instalação que estão as turbinas, formadas por uma série de pás ligadas a um eixo conectado ao gerador. Durante o seu movimento giratório, as turbinas convertem a energia cinética (do movimento da água) em energia elétrica por meio dos geradores que produzirão a eletricidade. Depois de passar pela turbina, a água é restituída ao leito natural do rio pelo canal de fuga. [...]
Por último, há o vertedouro. Sua função é permitir a saída da água sempre que os níveis do reservatório ultrapassam os limites recomendados, [...] evitando enchentes na região de entorno da usina. [...]
ANEEL. O caminho da água na produção de eletricidade. Atlas de energia elétrica do Brasil. Disponível em: www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/atlas_par2_cap3.pdf. Acesso em: 14 abr. 2016.
FONTE: Adaptado de: ANEEL. Disponível em: www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/atlas_par2_cap3.pdf. Acesso em: 14 abr. 2016. CRÉDITOS: Alex Argozino/Arquivo da editora
Fim do complemento.
As usinas hidrelétricas podem causar impactos ambientais e sociais de grandes proporções, mesmo que sejam planejadas com muito cuidado. Seus lagos e barragens feitos para a geração de energia mudam o curso natural dos rios, interferindo na migração dos peixes e causando outras alterações na fauna do rio. Pode acontecer também o alagamento de importantes áreas florestais - onde muitas vezes se concentram espécies vegetais ameaçadas de extinção - e o consequente desaparecimento do habitat dos animais.
Os impactos sociais acontecem quando habitantes de uma região têm suas propriedades, suas terras produtivas e até mesmo suas cidades atingidas pelas inundações para a construção de lagos e barragens. Os efeitos dessas perdas são muitos, como a separação de comunidades e famílias, a destruição de construções históricas, hospitais e igrejas e inundação de locais sagrados para comunidades indígenas e tradicionais do lugar, etc.
Longos períodos de estiagem, que diminuem a vazão dos rios, são outro problema que as usinas hidrelétricas podem apresentar, pois o volume de água é essencial para movimentar as turbinas que produzem esse tipo de eletricidade.
A primeira hidrelétrica de maior porte no Brasil começou a ser construída no Nordeste (Paulo Afonso I), em 1949, pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf).
As demais hidrelétricas, construídas ao longo dos 60 anos seguintes, concentraram-se nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste.
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No Norte foram construídas Tucuruí, no Pará, e Balbina, no Amazonas. Nos anos 1990, as regiões Norte e Centro-Oeste começaram a ser exploradas com mais intensidade, com a construção da usina Serra da Mesa, Goiás, no rio Tocantins. Nas últimas décadas estão sendo realizados importantes projetos na região Norte, que enfrentam protestos de ambientalistas e embargos na justiça. Entre esses projetos, propõem-se as construções das usinas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira; a de Belo Monte, no rio Xingu; e as usinas de São Luiz do Tapajós e Jatobá, no rio Tapajós.
* Estimativas.
FONTE: Adaptado de: SIPOT. Eletrobras 2014. Disponível em: www.eletrobras.com/elb/data/Pages/LUMIS21D128D3PTBRIE.htm; ANEEL. Disponível em: www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/atlas3ed.pdf. Acesso em: 14 abr. 2016. CRÉDITOS: Banco de Imagens/Arquivo da editora
Energia termelétrica
As usinas termelétricas geram eletricidade por meio da energia em forma de calor resultante da queima de combustíveis renováveis ou não renováveis. Uma usina termelétrica é constituída por duas partes: uma térmica, onde é produzido o vapor; e outra elétrica, onde é gerada a eletricidade. O vapor movimenta as pás de uma turbina e cada turbina é conectada a um gerador de eletricidade. Essa energia é transportada por linhas de alta tensão aos centros de consumo. Veja, abaixo, o esquema da geração da energia termelétrica.
No Brasil, há usinas termelétricas que utilizam óleo, gás natural, carvão e biomassa (bagaço de cana, cavaco de madeira e casca de arroz).
FONTE: Adaptado de: BIOLOGÍASUR. Disponível em: www.biologiasur.org.br/Ciencias/index.php/geosfera/recursos-de-la-geosfera-y-sus-reservas. Acesso em: 14 abr. 2016. CRÉDITOS: Alex Argozino/Arquivo da editora
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Termelétricas movidas a gás natural e carvão
O número de usinas que utilizam o gás natural como combustível tem aumentado bastante, principalmente por ser uma fonte menos poluente do que o carvão.
No Brasil, as termelétricas que utilizam carvão mineral concentram-se na região Sul, próximo às áreas de extração do combustível, como Charqueada e Figueiras (PR), Complexo Jorge Lacerda (SC), Presidente Médici e São Jerônimo (RS). A maior desvantagem de se utilizar combustíveis fósseis nas usinas é a emissão de gás carbônico que agrava o efeito estufa e, consequentemente, o aquecimento global.
Glossário:
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