Fronteiras da Globalização 3


Boxe complementar: Ampliando o conhecimento



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Boxe complementar:



Ampliando o conhecimento

Desertificação no Brasil

Conforme definição utilizada na Conferência Rio-92, a desertificação consiste no processo de degradação do solo provocado por fatores diversos, dentre eles as atividades humanas e as variações climáticas. Suas consequências estendem-se à fauna, à flora e aos recursos hídricos, reduzindo assim a qualidade de vida da população local.

As áreas suscetíveis à desertificação, segundo a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação são aquelas de clima árido, semiárido e subúmido seco.

No Brasil, as áreas suscetíveis estão localizadas em oito estados da região Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) e também no norte de Minas Gerais, no chamado Semiárido brasileiro. Trata-se de uma área de 980.133 km2, que corresponde a 12% do território brasileiro. Portanto, uma área mais extensa que o bioma da Caatinga.

Segundo o Instituto Nacional do Semiárido (Insa), existem, no Semiárido, seis áreas que sofrem com o avanço da desertificação, constituindo os núcleos de desertificação: Cabrobó (PE), Gilbués (PI), Inhamus (CE), Irauçuba (CE), Jaguaribe (CE) e Seridó (PB e RN).

O ano de 2015 foi considerado pela ONU o Ano Internacional dos Solos e também nesse ano foi sancionada no Brasil a Política de Combate à Desertificação, que "visa instituir mecanismos de prevenção, proteção, preservação, conservação e recuperação dos recursos naturais em todo o território nacional".

FONTE: Adaptado de: MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Departamento de Combate à Desertificação. Disponível em: www.iicabr.iica.org.br/wp-content/uploads/2014/03/Produto-3-e-Folha-de-Rosto-Ver%C3%A3o-Final-J%C3%BAlio-Paupitz.pdf; MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO (MCTI). Instituto Nacional do Semiárido. Disponível em: www.insa.gov.br/noticias/insa-publica-mapas-dos-nucleos-de-desertificacao-do-semiarido/#.VwVNMpwrK03. Acesso em: 6 abr. 2016. Mapa sem data na fonte original. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

LEGENDA: Área em processo de desertificação no Sertão nordestino, município de Matureia (PB), em 2014.

FONTE: Cassandra Cury/Pulsar Imagens

Fim do complemento.

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Impactos ambientais nos Campos sulinos



O bioma dos Campos sulinos é considerado pelo Ministério do Meio Ambiente um bioma de proteção especial, pois é o segundo bioma brasileiro mais degradado, atrás apenas da Mata Atlântica, e já perdeu 92,1% de sua área original.

O fenômeno de degradação observado neste bioma é chamado de arenização, que, segundo a geógrafa Dirce Suertegaray, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ocorre por fatores naturais, devido ao passado climático da região, que já apresentou o clima semiárido há cerca de milhares de anos; e pela intensificação de práticas humanas, como a retirada da vegetação original e o agravamento dos processos erosivos.

A arenização é um processo diferente da desertificação. Esse fenômeno ocorre em áreas de clima úmido e com solo arenoso, que, com a retirada da vegetação, perde minerais, iniciando o processo de arenização. Por sua vez, a desertificação, como vimos anteriormente, é resultado do avanço da erosão e do empobrecimento do solo em áreas de clima árido, semiárido ou subúmido seco.

A agropecuária é a grande responsável pela degradação dos Campos sulinos, na campanha gaúcha, sobretudo para a pecuária e para o cultivo mecanizado de cereais (trigo e soja). Essas atividades deterioram os solos e favorecem a erosão pluvial e eólica e, consequentemente, a arenização.

FONTE: SUERTEGARAY, D. M. A. et al. Projeto arenização no Rio Grande do Sul, Brasil: gênese, dinâmica e espacialização. Disponível em: www.ub.edu/geocrit/b3w-287.htm. Acesso em: 30 mar. 2016. CRÉDITOS: Luis Moura/Arquivo da editora

Impactos ambientais no Pantanal

O equilíbrio do Pantanal está ameaçado pela expansão da pecuária, pela produção de carvão vegetal para siderúrgicas, pela agricultura extensiva, pela pesca predatória e pelos garimpos que alteram o meio ambiente ao provocar queimadas e desmatamento nas vegetações e erosão no solo.

Um estudo realizado em parceria pelas entidades ambientalistas WWF-Brasil, Centro de Pesquisas do Pantanal e The Nature Conservancy mostrou que metade da bacia pantaneira (bacia hidrográfica do rio Paraguai) está ameaçada pelo desmatamento e manejo inadequado de terras para a agropecuária, que provocam erosão e sedimentação de rios, responsáveis pelos ciclos de cheias que tornam o Pantanal a maior área alagada do mundo. Essas inundações são fundamentais para a manutenção da biodiversidade do bioma.

A ampliação das pastagens no Pantanal e a cultura da cana-de-açúcar têm sido os grandes vilões da degradação pantaneira. Outro problema responsável pela degradação desse bioma é a mineração, e uma área crítica é o maciço do Urucum, localizado próximo a Corumbá, no Mato Grosso do Sul, onde existe uma importante jazida de ferro. A mineração polui os rios e diminui a quantidade de água.

O crescimento desorganizado do turismo em suas terras tem sido também um sério agravante da degradação ambiental. O lixo produzido pelos turistas, se jogado em rios, pode contaminar e prejudicar a fauna e a flora; a construção de pousadas e hotéis, rodovias e hidrovias, que ocupam áreas de vegetação nativas, por exemplo, são alguns dos impactos ambientais causados na região.



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LEGENDA: Extração mineral de ouro no município de Pontes e Lacerda (MT), em 2014.

FONTE: Mario Friedlander/Pulsar Imagens

Impactos ambientais nos biomas costeiros

Com mais de 7 mil quilômetros de extensão, o litoral brasileiro possui biomas com ecossistemas bastante variados. Como foi a primeira região a ser ocupada, a zona costeira é muito populosa e urbanizada e, por isso, apresenta-se hoje bastante devastada.

As restingas e os manguezais são os ecossistemas litorâneos de alta produtividade biológica que estão entre os mais degradados de nosso país. Em vários pontos do litoral brasileiro, os manguezais estão sofrendo intenso processo de degradação.

Diversas ações humanas afetam os biomas costeiros, como:

- poluição de suas águas, solos e ações relacionadas à expansão urbana desordenada;

- derramamento de petróleo das refinarias, nos terminais de embarque e desembarque e nos polos petroquímicos;

- grande concentração de capitais pelo litoral, somada ao lançamento de esgoto e à movimentação de seus importantes portos.

A pesca predatória, a ocupação irregular do solo, a poluição causada por polos industriais são fatores que também agravam os impactos ambientais nesses ecossistemas. Entre muitas, algumas das propostas da Rio+20 visam expandir as áreas marinhas protegidas e também reduzir a poluição dos oceanos.

Impactos ambientais nas vegetações de transição

As áreas de transição existentes entre os biomas também sofreram o impacto da ocupação humana.

A Mata dos Cocais é muito aproveitada pela população local para o extrativismo vegetal, principal fonte de renda dessa população. Na maioria das vezes, essa atividade procura preservar a vegetação, entretanto, uma parte da Mata dos Cocais já foi destruída para dar lugar a pastagens, plantações e projetos de mineração.

As florestas secas, que fazem a transição da Amazônia para o Cerrado e deste para a Caatinga, encontram-se devastadas pelo desmatamento e pelas queimadas.

LEGENDA: Poluição nas águas da baía de Guanabara, no Rio de Janeiro (RJ), em 2016.

FONTE: Luciana Whitaker/Pulsar Imagens


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