Fronteiras da Globalização 3



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4. Leia o trecho abaixo, depois faça o que se pede.

A realidade atual do agronegócio brasileiro é uma grande ilusão e contradição, porque reflete a associação do grande capital agroindustrial (e financeiro) com a grande propriedade fundiária. A conclusão é que faltam políticas concretas em relação à questão agrária.

JUNIOR, João Cleps. Questão agrária, estado e territórios em disputa: os enfoques sobre o agronegócio e a natureza dos conflitos no campo brasileiro. In: SAQUET, M. A.; SANTOS, R. A. (Org.). Geografia agrária, território e desenvolvimento. São Paulo: Expressão Popular, 2010. p. 51.

- Você concorda com o que afirma o autor do texto? Justifique.

Ícone: Não escreva no livro.



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capítulo 18. Recursos minerais do Brasil

FONTE: Rogério Reis/Pulsar Imagens

LEGENDA DAS IMAGENS: A exploração mineral pode trazer a riqueza e o desenvolvimento socioeconômico para as regiões exploradas. Por outro lado, também pode causar graves impactos ambientais, prejuízos socioeconômicos e riscos à vida de quem habita próximo às áreas de exploração. Na imagem 1, mineração em Mariana (MG), em 2009. Na imagem 2, destruição do distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), após o rompimento da barragem do Fundão, em 2015.

FONTE: Douglas Magno/O Tempo/ Futura Press

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O setor mineral no Brasil

O setor mineral brasileiro, que envolve duas importantes atividades - a indústria extrativa mineral e a indústria de transformação mineral - ocupa uma posição de destaque na economia do país.

Veja na figura a seguir, os valores movimentados pelos recursos minerais brasileiros (excluindo as fontes de energia).

FONTE: Adaptado de: DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL. Sumário Mineral 2015, p. 4. Disponível em: www.dnpm.gov.br/dnpm/sumarios/sumario-mineral-2015. Acesso em: 11 abr. 2016. CRÉDITOS: Arte Ação/Arquivo da editora

A produção mineral brasileira tem oscilado bastante por causa das crises econômicas mundiais, que diminuem a demanda e reduzem os preços dos produtos no mercado internacional. O setor também sofre outros sérios problemas, como os insuficientes estudos e prospecção da riqueza do subsolo, a necessidade de investimentos estrangeiros, as altas alíquotas de tributação e as dificuldades de infraestrutura e de logística para o escoamento da produção. Veja o gráfico a seguir.

Valores*

2015**

* Valores da indústria extrativa mineral. Não inclui petróleo e gás.

** Estimativa

FONTE: Adaptado de: INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO (IBRAM). Produção mineral brasileira 2014. Disponível em: www.ibram.org.br/. Acesso em: 11 abr. 2016. CRÉDITOS: Arte Ação/Arquivo da editora

Essa oscilação se reflete na participação desse setor na balança comercial, em cuja pauta as commodities minerais ocupam alguns dos primeiros lugares. Veja nos gráficos a seguir essa participação e os principais produtos minerais de exportação no Brasil.

FONTE: Adaptado de: INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO (IBRAM). Produção mineral brasileira 2014. Disponível em: www.ibram.org.br/sites/1300/1382/00005481.pdf. Acesso em: 11 abr. 2016. CRÉDITOS: Arte Ação/Arquivo da editora

FONTE: Adaptado de: DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL. Sumário Mineral 2014, p. 10. Disponível em: www.dnpm.gov.br/dnpm/sumarios/sumario-mineral-2014. Acesso em: 11 abr. 2016. CRÉDITOS: Arte Ação/Arquivo da editora

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Embora apresente muitos problemas no setor, o Brasil é um dos maiores produtores de minérios do mundo e importante player mundial.

No seu papel de player no setor mineral, o país exerce também a função de importador de alguns itens essenciais para a economia. Observe essa situação no quadro a seguir.

Glossário:



Player: palavra inglesa que significa 'jogador' e designa os países participantes em qualquer setor da economia mundial.

Fim do glossário.

FONTE: INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO (IBRAM). Informações e análises da economia mineral brasileira 2015. Disponível em: www.ibram.org.br/sites/1300/1382/00005836.pdf. Acesso em: 11 abr. 2016.

Investimentos e empresas mineradoras

O setor da mineração é um dos que mais recebem investimentos privados. Esses investimentos contemplam um grande número de minérios, sendo 63% desse montante aplicado na exploração e na logística do minério de ferro. Veja no mapa a seguir como esses investimentos são distribuídos pelo país.

Brasil: principais investimentos do setor mineral, por estado - 2012 a 2016 (US$ 75 bilhões)*

* O montante dos investimentos é estimado em um período de cinco anos.

FONTE: Adaptado de: INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO (IBRAM). Produção mineral brasileira 2014. Disponível em: www.ibram.org.br/. Acesso em: 11 abr. 2016. CRÉDITOS: Banco de Imagens/Arquivo da editora



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A maior companhia mineradora que atua no Brasil é a Vale (antiga Companhia Vale do Rio Doce - CVRD), estatal fundada em 1942 e privatizada em 1997. Além de capitais públicos e privados nacionais, a Vale conta com a participação de várias empresas estrangeiras e possui empreendimentos em exploração de minérios de ferro e de manganês, alumínio, ouro, cobre, potássio e caulim. A Vale também está presente nos setores de energia, siderurgia e transportes (ferrovias e por tos), além de atuar em outros países. Entretanto, desde 2002, a Vale tem concentrado seus negócios na mineração. A empresa produz minério de fer ro e pelotas, minério de manganês e ferroligas, níquel, cobre, carvão térmico e metalúrgico, fosfatos, potássio, cobalto e metais do grupo da platina (PGMs), estando presente em 27 países.

A empresa destaca-se também na pelotização e na comercialização do minério de ferro. Nes sas atividades, suas subsidiárias têm papel importante e há uma grande porcentagem de participação de capital japonês, italiano e espanhol.

Glossário:



Caulim: mineral argiloso branco, utilizado na indústria de papel, cerâmica, cimento, etc.

Pelotização: processo realizado através de tratamento térmico para aglomeração de partículas ultrafinas de minério de ferro, resultando em "pelotas" utilizadas na fabricação do aço.

Subsidiária: empresa controlada por outra, a qual detém o total ou a maioria de suas ações.

Fim do glossário.

LEGENDA: Expedição de minério de ferro em mina no município de São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), em 2015.

FONTE: Nereu Jr/Fotoarena

Outras empresas importantes no setor mineral são a Votorantim Metais (grupo Votorantim), empresa brasileira com presença nos setores minerais de alumínio e níquel, e na siderurgia; a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), com foco na exploração de nióbio; a AUX Canadá Acquisition, que atua na extração de ouro; o Grupo Telequartz de Companhias de Minério, líder mundial na exportação de cristais de rocha e quartzo; a Alumina do Norte do Brasil S. A. (Alunorte), que atua na extração da bauxita e na fabricação do alumínio, entre outras.

Recursos minerais

No conjunto, o Brasil possui uma grande variedade e quantidade de minerais, como podemos constatar no mapa abaixo e no gráfico da próxima página.

FONTE: Adaptado de: INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO (IBRAM). Produção mineral brasileira 2014. Disponível em: www.ibram.org.br/. Acesso em: 11 abr. 2016. CRÉDITOS: Banco de Imagens/Arquivo da editora

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Agora observe o gráfico.

FONTE: Adaptado de: DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL. Sumário Mineral 2015, p. 3. Disponível em: www.dnpm.gov.br/dnpm/sumarios/sumario-mineral-2015. Acesso em: 11 abr. 2016. CRÉDITOS: Arte Ação/Arquivo da editora

Dentro da grande riqueza mineral do Brasil, os minerais metálicos e não metálicos são considerados os mais importantes.

Minerais metálicos

São recursos naturais não renováveis utilizados na produção de metais que serão aproveitados pelos setores agrícola, industrial, de transportes e de bens de consumo. Os principais minerais metálicos encontrados no Brasil são o minério de ferro, a bauxita, o manganês, a cassiterita, o ouro, o nióbio, a prata e o cobre. Esse tipo de mineral está associado às estruturas geológicas antigas ou aos escudos cristalinos.

O Brasil possui 36% de sua superfície constituí da por escudos cristalinos, mas os minerais metálicos estão presentes somente em cerca de 4% desses terrenos, que se formaram no Éon Proterozoico, onde predominam rochas ígneas e metamórficas.

Minério de ferro

O Brasil possui a segunda maior reserva mundial de minério de ferro, que tem grande demanda no mercado internacional porque é a matéria-prima básica do aço (liga) utilizado nas estruturas de indústrias, edifícios, hotéis, estádios, aeroportos, pontes, shopping centers, além de inúmeros outros usos.

O ferro é, portanto, nosso mineral com maior volume de produção e principal produto de exportação nesse setor.

As maiores e principais reservas de minério de ferro do país estão localizadas nos estados de Minas Gerais (Quadrilátero Ferrífero) e Pará (serra dos Carajás). Outra área que se destaca é o maciço do Urucum, em Mato Grosso do Sul. No entanto, é pouco viável para a exploração porque se encontra distante dos centros consumidores.

LEGENDA: 1 - Ferro fundido na caldeira. 2 - Resfriamento de lingote de aço. Fotos da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda (RJ), em 2013.

FONTE: Ricardo Azoury\Pulsar Imagens

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Minas Gerais - Quadrilátero Ferrífero ou Quadrilátero Central

Localizado entre os municípios de Belo Horizonte, Mariana, Santa Bárbara e Congonhas do Campo, o Quadrilátero Ferrífero é responsável por aproximadamente 70% da produção nacional; de 60% a 70% do minério de ferro produzido nessa área é destinado à exportação.

A parte do minério de ferro não exportada é utilizada nos complexos siderúrgicos da região Sudeste - na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda (RJ); na antiga Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa), em Cubatão (SP); na Usiminas, em Minas Gerais, e na Companhia Siderúrgica Tubarão (CST), no Espírito Santo.

A Vale é a maior responsável pela exploração e logística de transporte e exportação no Quadrilátero Ferrífero. O minério de ferro exportado é transportado pela estrada de ferro Vitória-Minas, pertencente à Vale, que liga o Quadrilátero ao porto de Tubarão, no Espírito Santo, onde está o terminal de Praia Mole, e aos terminais de Vila Velha e Cais do Paul, no porto de Vitória.

A estrada de ferro Centro-Atlântica liga o Quadrilátero ao porto de Sepetiba, no Rio de Janeiro, onde estão os terminais da Minerações Brasileiras Reunidas (MBR), e ao terminal da Sepetiba Tecon, pertencente à Vale, situada em Itaguaí.

FONTE: Adaptado de: LOBATO et alii. Projeto Geologia do Quadrilátero Ferrífero - Integração e Cartografia em SIG, 2005. Disponível em: www.codemig.com.br/site/content/parcerias/mapa_geologico.pdf. Acesso em: 26 fev. 2013. CRÉDITOS: Allmaps/Arquivo da editora

O Terminal da Ilha Guaíba l, que começou a operar em 1973 no estado do Rio de Janeiro, está conectado à ferrovia MRS e recebe minério do sul do estado de Minas Gerais. Conectado à ferrovia MRS, com participação da Vale, esse terminal é uma das principais áreas privativas para a movimentação do minério de ferro proveniente do sul de Minas Gerais.

LEGENDA: Trem transportando minério de ferro em Rio Piracicaba (MG). Foto de 2014.

FONTE: João Prudente/Pulsar Imagens

LEGENDA: Navio para transporte de minério de ferro no Terminal da ilha Guaíba, no município de Itaguaí (RJ). Foto de 2014.

FONTE: Renata Mello/Pulsar Imagens



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Pará - Serra dos Carajás

Localizada no sudoeste do estado, possui a maior reserva mundial de minério de ferro e é a segunda maior área produtora do país.

Além do ferro, a região possui reservas de manganês, zinco, níquel, cobre, ouro, prata, bauxita, cromo, estanho, tungstênio e urânio. Essa rica área mineral tem cerca de 900.000 km2, abrangendo terras do sudoeste do Pará, norte do Tocantins e oeste do Maranhão. Veja o mapa abaixo.

Toda essa região encontra-se na área do Projeto Grande Carajás, desenvolvido pelo governo militar entre o final da década de 1970 e início da década de 1980, com a finalidade de produzir minério de ferro para exportação.

Para dar suporte ao projeto, foram construídas uma usina hidrelétrica, uma estrada de ferro que liga a área de exploração até o litoral e um terminal marítimo para a exportação do minério.

Inaugurada em 1984, a usina de Tucuruí localiza-se no rio Tocantins e fornece energia para a área de mineração na serra dos Carajás.

A produção é transportada pela estrada de ferro Carajás, pertencente à Vale, que é também a principal empresa mineradora que atua na área. Inaugurada em 1985, essa ferrovia tem 890 km de extensão e liga a serra dos Carajás ao porto de Itaqui, na Ponta da Madeira, em São Luís, Maranhão. Além de transportar minério, representa uma opção de transporte de passageiros entre os estados do Pará e do Maranhão.

Atualmente, há alguns projetos importantes em curso na região, como o Projeto Rio Doce-Manganês, Projeto Igarapé-Bahia (ouro e cobre), Projeto Salobo (cobre), Projeto Serra Sul (ferro) e Projeto Serra do Sossego (cobre).

FONTE: Adaptado de: Ciência Hoje, n. 239, jul. 2007, p. 32. CRÉDITOS: Allmaps/Arquivo da editora

LEGENDA: Vista de parte do complexo minerador de Carajás em Curionópolis (PA). Foto de 2014.

FONTE: Salviano Machado/Arquivo Ag. Vale



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A indústria siderúrgica

Em usinas denominadas integradas, o processo de fabricação do aço envolve a transformação do minério de ferro em produtos siderúrgicos acabados e semiacabados.

As principais siderúrgicas brasileiras são a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Companhia Siderúrgica do Atlântico e a Votorantim Siderurgia, no estado do Rio de Janeiro; a antiga Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa), no estado de São Paulo; a Usiminas, a Acesita e a Belgo-Mineira, no estado de Minas Gerais; e a ArcelorMittal Tubarão, no estado do Espírito Santo.

LEGENDA: Trabalhador em fábrica de aços planos no município de Ipatinga (MG). Foto de 2013.

FONTE: Bruno Magalhães/Nitro Imagens

Boxe complementar:

Leitura e reflexão

Ícone: Não escreva no livro.

Liberação de arsênio de mineradora de Paracatu, MG, é tema de audiência

Moradores reclamam de contaminação causada por exploração do ouro [...]



Moradores de Paracatu, no noroeste de Minas, estão preocupados com uma possível contaminação por causa da exploração do ouro na cidade. Segundo eles, muita gente tem adoecido por causa do arsênio, um metal pesado liberado no processo de mineração.

[...]


Há 20 anos uma mesma empresa explora a mineração e a economia acaba girando nas rochas da cidade do ouro, como é conhecida, por contar com a maior mina do mundo a céu aberto. Em 2007, a empresa iniciou um projeto para elevar a capacidade de produção da mina.

Com a possibilidade de expansão, a mineradora criou mais espaço para a exploração de ouro. O problema é que, o que ficava a quilômetros de distância praticamente chegou aos quintais das casas de um bairro na periferia da cidade. Todos os dias, segundo os moradores, por volta das 15h há a detonação de minério. Além do barulho, segundo eles, o vento leva poeira e algumas casas não estariam resistindo à trepidação do solo.

[...]


Por ano, são retiradas e processadas cerca de 60 milhões de toneladas da mineradora. O geólogo Márcio José dos Santos, que mora em Paracatu há 26 anos, contou que o problema está no arsênio, que é liberado durante este processo. Para se chegar a 1 grama de ouro, são liberados até 7 quilos de arsênio, que é altamente tóxico.

[...]


VIEIRA, Fernanda. G1-Triângulo mineiro, 24 abr. 2015. Disponível em: http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2015/04/liberacao-de-arsenio-de-mineradora-de-paracatu-mg-e-tema-de-audiencia.html. Acesso em: 11 abr. 2016.

- Agora responda às questões propostas.



1. Qual é a preocupação dos moradores de Paracatu, em Minas Gerais?

2. A exploração do ouro tem importância para a economia do lugar, mas está trazendo muitos problemas para os moradores. Comente o que está acontecendo.

3. Cite alguns impactos ambientais provocados pela exploração do ouro que afetam os habitantes de Paracatu.

Fim do complemento.



223

Minério de manganês

Assim como o minério de ferro, o manganês é um dos elementos básicos para a produção do aço, ou seja, é de fundamental importância para a indústria siderúrgica.

Segundo o Ibram, "é o quarto metal mais utilizado do mundo, depois do ferro, do alumínio e do cobre e está presente em nosso dia a dia, como no aço utilizado em carros e na construção civil. Por isso, cerca de 90% de todo manganês consumido anual mente vai para siderúrgicas como elemento de liga". O manganês é muito utilizado também na fabricação de pilhas e até de remédios, na composição de vitaminas, por exemplo.

As reservas brasileiras de manganês ocupam o terceiro lugar entre os maiores detentores mundiais. O estado de Minas Gerais é o maior produtor brasileiro.

Bauxita (minério de alumínio)

O Brasil detém a terceira maior reserva mundial desse mineral.

Da bauxita é extraído o alumínio, metal importante para a fabricação de carros, aviões, portas, janelas, panelas, etc. Além disso, é um grande condutor de eletricidade e anticorrosivo.

A principal e maior jazida nacional encontra-se no vale do rio Trombetas, afluente do rio Amazonas, em Oriximiná, no Pará. A maioria da bauxita extraída no Brasil é exportada para o Canadá e a menor parcela é destinada ao mercado interno.

LEGENDA: Vista de usina de secagem de bauxita em Oriximiná (PA). Foto de 2013.

FONTE: Evelson de Freitas/Estadão Conteúdo/AE

A Companhia de Mineração Rio do Norte (CMRN) é a principal empresa exploradora mineral da bauxita e também a maior produtora mundial particular desse minério. Sua maior acionista é a Vale, além de outras empresas transnacionais.

A usina hidrelétrica de Tucuruí, no rio Tocantins, no Pará, fornece energia elétrica para a transformação do minério da bauxita em alumínio. A grande quantidade de bauxita, aliada ao fornecimento de energia elétrica por Tucuruí, gerou o Projeto Albras-Alunorte (veja o mapa abaixo). Controlado por grupos privados nacionais e internacionais, esse projeto de produção do alumínio, desenvolvido em Barcarena (PA), visa abastecer o mercado externo.

FONTE: Adaptado de: ALUNORTE. Disponível em: www.hydro.com/pt/aluminio/a-hydro-no-brasil/.Acesso em: 19 fev. 2013. Mapa sem data na fonte original. CRÉDITOS: Allmaps/Arquivo da editora

O grupo norte-americano Alcoa é majoritário na composição acionária do Projeto Alumar, no Maranhão, que apresenta características semelhantes ao Projeto Albras-Alunorte.

Cassiterita

Do minério da cassiterita é extraído o estanho, utilizado pelos segmentos: indústria siderúrgica para fabricação de folhas de flandres; indústria de embalagens de alimentos e bebidas; indústria de soldas; e indústria química.

Glossário:



Folha de flandres: material laminado, composto de ferro e aço de baixo teor de carbono, revestido com estanho e com alta resistência à corrosão.

Fim do glossário.



224

O Brasil é a segunda maior reserva mundial de cassiterita. As reservas brasileiras concentram-se na região amazônica: Província Mineral do Mapuera (mina do Pitinga), no Amazonas e na Província Estanífera de Rondônia (Bom Futuro, Santa Bárbara, Massangana e Cachoeirinha).

O estado do Amazonas se destaca como o principal produtor nacional (60%), seguido do estado de Rondônia (40%). Grande parte das empresas mineradoras de cassiterita está sediada na cidade de Ariquemes (RO), onde já se desenvolvem fundidoras de lingote de estanho tanto para o mercado interno como para o externo.

Os maiores consumidores no mercado interno e externo de estanho são, respectivamente, São Paulo e Estados Unidos.

Outros minerais

Outros minerais são explorados em nosso território. Entre eles, podemos citar:

Ouro

O Brasil tem a sexta reserva mundial de ouro e os principais produtores são os estados de Minas Gerais, Goiás, Bahia e Pará.



No mercado interno, o ouro é utilizado no mercado de ativos financeiros, na indústria metalúrgica, nas joalherias, em tratamento dentário, entre outras aplicações.

Depois do minério de ferro, o ouro é o segundo mais importante mineral brasileiro de exportação. Os países que importam ouro do Brasil são: Reino Unido, Suíça, Emirados Árabes, Estados Unidos e Canadá.

Nióbio

É um metal utilizado na composição de ligas metálicas, empregadas na fabricação de fios supercondutores e turbinas de aviões. É usado também em tomógrafos de ressonância magnética, na indústria aeroespacial, bélica e nuclear, além de outras inúmeras aplicações como lentes ópticas, lâmpadas de alta intensidade, bens eletrônicos e até piercings.



O Brasil é detentor das maiores reservas (98%) e responsável por grande parte da produção mundial desse mineral. A maior parte do nióbio brasileiro é produzida em Minas Gerais, próximo dos municípios de Araxá e Tapira (75%). Outros estados produtores são Amazonas (21%) e Goiás (3%).

O país também fornece o principal produto industrializado ligado a esse mineral: o ferro-nióbio, utilizado em superligas na indústria aeroespacial, em reatores nucleares e em condutores de eletricidade.

LEGENDA: Extração de nióbio em mineradora no município de Araxá (MG). Foto de 2014.

FONTE: Thomaz Vita Neto/Pulsar Imagens

A parte que não é utilizada internamente é exportada para Holanda, China, Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e Cingapura. O Brasil produz ainda, em escala comercial, níquel, cobre, chumbo, tungstênio, entre outros minerais metálicos.

LEGENDA: Cabos de cobre produzidos em fábrica no município de Barcarena (PA). Foto de 2016.

FONTE: Rodolfo Oliveira/Ag. Pará

225

Minerais não metálicos

Assim são chamados os minerais cujo principal componente não é um metal. Têm diversas utilizações e aplicações, por exemplo, material de construção (calcário), na indústria química (potássio e fosfato) e na indústria alimentícia (sal de cozinha e água).

Nossos principais recursos minerais não metálicos são caulim, calcário, fosfato, potássio, sal de cozinha e alguns minerais radioativos.

LEGENDA: Exploração de sal marinho em Areia Branca (RN). Foto de 2014.

FONTE: Canindé Soares/Futura Press

Conforme estatísticas do Ibram 2010, estes eram os números disponíveis sobre esses minerais: o Brasil era o sexto produtor mundial de caulim, utilizado nas indústrias de porcelana, cerâmica, papel, borracha, fertilizantes, plásticos e pesticidas. As maiores reservas se encontravam nos estados do Pará, Amazonas e Amapá.

O calcário é uma rocha sedimentar constituída principalmente de carbonato de cálcio. É usado na fabricação de cimento, cal, vidro e também como mármore (processo de metamorfismo). No Brasil, o calcário é encontrado em abundância e os maiores produtores são os estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Bahia (bacia do rio São Francisco).

Outro mineral encontrado em grandes quantidades no país é o fosfato, cuja produção nacional estava em sexto lugar entre os maiores produtores. O fosfato é explorado em Minas Gerais, Goiás e São Paulo. Esse mineral, utilizado principalmente na indústria de fertilizantes, tem suas maiores reservas mundiais no Marrocos.

O Brasil ocupava o oitavo lugar entre os maiores produtores mundiais de sal de cozinha e os estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Rio de Janeiro são os maiores produtores nacionais. O porto de Areia Branca, no Rio Grande do Norte, é o principal terminal exportador de sal do Brasil.

O potássio, também utilizado em fertilizantes, é explorado em Sergipe, na região Taquari/Vassouras.

Entre os minerais radioativos, o Brasil explora, entre outros, urânio e tório, ambos usados na produção de energia nuclear. O Brasil, 12º maior produtor de urânio, explora esse mineral na Bahia e no Ceará. Há também reservas no Amazonas e no Pará. O tório, também escasso, é encontrado principalmente no Espírito Santo e no Rio de Janeiro.

LEGENDA: Cloreto de potássio depositado em fábrica de fertilizantes em Sumaré (SP). Foto de 2014.

FONTE: Alf Ribeiro/Pulsar Imagens



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