Fronteiras da Globalização 3



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Organizações não governamentais e grupos como a Pastoral da Terra têm agido corajosamente acionando as autoridades públicas e ministrando aulas sobre direitos sociais e trabalhistas.

"Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo". Disponível em: www.mte.gov.br. Acesso em: 17 mar. 2009 (adaptado).

Nos lugares mencionados no texto, o papel dos grupos de defesa dos direitos humanos tem sido fundamental, porque eles

a) negociam com os fazendeiros o reajuste dos honorários e a redução da carga horária de trabalho.

b) defendem os direitos dos consumidores junto aos armazéns e mercados das fazendas e carvoarias.

c) substituem as autoridades policiais e jurídicas na resolução dos conflitos entre patrões e empregados.

d) encaminham denúncias ao Ministério Público e promovem ações de conscientização dos trabalhadores.

e) fortalecem a administração pública ao ministrarem aulas aos seus servidores.

Testes de vestibular

Ícone: Não escreva no livro.



1. (Unioeste-PR) Considerando a dependência do petróleo enquanto matriz energética e os riscos ambientais, assinale a alternativa incorreta.

a) O Brasil destaca-se internacionalmente na pesquisa e prospecção de petróleo no subsolo dos oceanos, entretanto, trata-se de uma atividade de risco associado ao vazamento do óleo explorado e consequente contaminação das águas oceânicas.

b) No ano de 2010 ocorreu a explosão de um campo de exploração de petróleo operado pela British Petroleum, no Golfo do México, resultando no vazamento e formação de uma mancha de óleo que atingiu as praias dos Estados Unidos, confirmando-se como o maior desastre ambiental da década a afetar o país.

c) A substituição, em larga escala, do petróleo pela energia proveniente das usinas nucleares e a garantia da produção de energia a partir de fontes que não causam riscos ao meio ambiente.

d) O transporte do petróleo em grandes quantidades, por meio de navios ou oleodutos, também representa alto risco de acidentes com comprometimento ambiental da área afetada.

e) No Brasil, a predominância do transporte rodoviário e o aumento gradativo da frota de veículos contribuem para aprofundar a dependência por combustíveis fósseis não renováveis e a consequente poluição atmosférica.



2. (Fatec) A existência de movimentos que lutam pela reforma agrária no Brasil é um indicador de que essa questão ainda não foi resolvida. Várias leis, decretos, programas e institutos foram lançados com o intuito de realizar a reforma agrária, como o Estatuto da Terra, de 1964; o primeiro Plano Nacional de Reforma Agrária, de 1966; e a criação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em 1970. Além disso, a Constituição de 1988 instrumentalizou o Estado com recursos legais que permitem a realização da reforma agrária. De acordo com essa Constituição, a desapropriação de terras para fins de reforma agrária deve

a) ser realizada sem prévia e justa indenização.

b) acontecer necessariamente em latifúndios, produtivos ou não.

c) ocorrer em imóveis rurais que não estejam cumprindo sua função social.

d) transformar as propriedades produtivas em latifúndios administrados por cooperativas.

e) incidir sobre as médias propriedades rurais, desde que seu proprietário não possua outras terras.



3. (UEPB) O carvão mineral e o petróleo continuam a ser as duas principais matrizes elétrica e energética mundiais, porém a crise ambiental (com destaque para o aquecimento global) e a problemática do abastecimento de petróleo fazem com que os combustíveis renováveis e, sobretudo "limpos", ganhem evidência. Sobre a questão é correto afirmar que

I. os combustíveis fósseis, embora não poluentes, necessitam ter seu consumo reduzido pelo simples fato de não serem renováveis e, portanto, sujeitos ao esgotamento em um futuro próximo.

II. a água, embora seja uma fonte de energia limpa e renovável, gera polêmicas pelos impactos sociais e ecológicos causados com as construções de grandes hidrelétricas, que destroem ecossistemas e expulsam populações ribeirinhas.

III. a energia solar, apesar de abundante e não poluente, ainda é pouco utilizada, o que certamente se explica muito mais pelas políticas energéticas e interesses de grupos, do que pelo elevado custo dos painéis de captação de energia.

IV. o biodiesel, destaque brasileiro em tecnologia alternativa de combustível por ser menos poluente que os hidrocarbonetos e por criar empregos no campo, nem por isso está imune de gerar problemas ambientais, sobretudo, se vier a ser um investimento muito lucrativo, pois fatalmente avançará e destruirá áreas ainda preservadas e de fronteiras, como já ocorre com a soja.

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Estão corretas apenas as alternativas:

a) II, III e IV

b) I, II e III

c) I e IV

d) II e III

e) I, II e IV

4. (IFG-GO) Para a produção de energia elétrica, faz-se necessário represar um rio, construindo uma barragem, que irá formar um reservatório (lago). A água represada moverá as turbinas, que produzirão a energia. Entre os impactos ambientais causados por esta construção, podem-se destacar:

a) aumento da temperatura local e chuva ácida;

b) alagamentos e desequilíbrio da fauna e da flora;

c) alagamento de grandes áreas e aumento do nível dos oceanos;

d) alteração do curso natural do rio e poluição atmosférica;

e) alagamentos e poluição atmosférica.



5. (IFCE) O agronegócio, também conhecido por seu nome em inglês "agribusiness", cujas cadeias produtivas se baseiam na agricultura e na pecuária, apresenta um grande dinamismo econômico e pode fazer do Brasil um dos maiores produtores agropecuários do mundo.

Com relação ao agronegócio é verdadeiro afirmar que

a) a soja, cultivo mecanizado e irrigado, foi a primeira lavoura moderna a se desenvolver no território brasileiro, onde é cultivada, principalmente, em áreas de terrenos litorâneos planos e baixos e próximos de rios e açudes.

b) o agronegócio é o conjunto da cadeia produtiva ligado à agropecuária, incluindo todas as atividades de indústria e serviços de antes, durante e depois da produção. Essa cadeia movimenta a economia, ao empregar trabalhadores, gerar renda e pagar impostos.

c) a expansão do agronegócio, no Brasil, não provocou mudanças no campo, mas gerou riquezas e contribuiu para a desconcentração de rendas e terras. Essa expansão diminuiu, recentemente, o êxodo rural.

d) o café, a soja, o milho e a mandioca, juntamente com a pecuária, podem ser considerados as estrelas do agronegócio brasileiro. Esses produtos garantem um volume elevado na pauta de exportações no país.

e) a expansão monocultora de árvores como o eucalipto, o pínus e a acácia, também tem contribuí do para a fortificação do agronegócio brasileiro, uma vez que está comprovado que essa expansão não causará consequências socioambientais.

6. (UEA-AM) Os biocombustíveis surgem hoje como uma solução para os problemas mundiais de energia. O caráter renovável da biomassa torna o seu uso uma alternativa para a ameaça de esgotamento das jazidas de petróleo.

O aumento da produção de combustível com base na biomassa provoca o seguinte problema:

a) o aumento da emissão de gases de efeito estufa, o que agrava o aquecimento global.

b) a queda do preço do petróleo, o que contribui para o aumento do seu consumo.

c) a redução da oferta de alimentos, o que leva ao aumento dos seus preços no mercado mundial.

d) a mudança da estrutura fundiária, o que acarreta o fracionamento das unidades produtivas.

e) a desvalorização do fator trabalho na agricultura, o que agrava as questões sociais no campo.

7. (UFRR) O Brasil tem na sua matriz energética o petróleo, a energia hidrelétrica e o carvão, no entanto o petróleo e o carvão são combustíveis fósseis e assim são apontados como causadores do aquecimento global. Considerando estes fatores, todas as alternativas estão corretas, exceto:

a) As refinarias de petróleo processam a fase inicial do petróleo e a separação dos seus derivados, como: óleo diesel, querosene, gasolina, nafta, asfalto e lubrificantes.

b) A maior hidrelétrica do Brasil é a hidrelétrica de Itaipu, localizada na bacia hidrográfica do rio Paraná.

c) As principais bacias sedimentares brasileiras produtoras de petróleo são a bacia de Campos, Recôncavo Baiano e as bacias do Nordeste como Sergipe e Ceará, localizadas na plataforma continental.

d) Na região Sudeste do Brasil é onde ocorre o maior consumo de derivados de petróleo e onde se encontra o maior número de refinarias de petróleo do país.

e) A principal região produtiva de carvão mineral do Brasil é a região Sul, sendo o Rio Grande do Sul o maior produtor de carvão mineral do país.



8. (UFV-MG)

"Tem muita gente sem terra tem muita terra sem gente"

Cartaz do MST, inspirado nos versos de lavradores de Goiás.

A luta pela terra no Brasil existe há décadas e já fez várias vítimas entre trabalhadores do campo, religiosos e outros. Entre as principais razões dos conflitos de terra no Brasil, pode-se citar:

a) a disputa pelas poucas áreas férteis em nosso território, típico de terras montanhosas.

b) a concentração da propriedade da terra nas mãos de poucos e a ausência de uma reforma agrária efetiva.

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c) a divisão excessiva da terra em pequenas propriedades, dificultando o aumento da produção.

d) a perda do valor da terra agrícola pelo crescimento da industrialização no nosso país.

e) a utilização intensiva de mão de obra permanente, onerando o grande produtor rural.

Questões de vestibular

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1. (UFBA)

O Brasil, por sua grandeza territorial, possui uma diversidade geográfica e climática significativa. A latitude, o relevo, as bacias hidrográficas, as características do solo, entre outros fatores, criam uma série de possibilidades, entre outras coisas, para o planejamento energético da matriz brasileira.

Sendo bem exploradas, essas características singulares podem fazer do Brasil um país independente das energias fósseis a longo prazo. Através do investimento tecnológico e em infraestrutura, é possível utilizarmos fontes renováveis como a biomassa (etanol e biodiesel), eólica, solar e hidrelétrica. [...] Finalmente, a natureza oferece as condições ou cria as dificuldades que, na verdade, podem ser oportunidades para o crescimento e desenvolvimento do país.

WALTZ, 2010, p. 31.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a matriz energética brasileira, uma das mais equilibradas entre as grandes nações,

a) justifique a recente expansão hidrelétrica da Região Norte e cite dois exemplos do atual aproveitamento da Bacia Amazônica;

b) destaque duas características naturais do Nordeste brasileiro, que podem ser aproveitadas para geração de energia alternativa e limpa;

c) indique duas características ambientais da Bacia Hidrográfica do Paraná.



2. (Uerj)

FONTE: Adaptado de: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp/Imprensa Oficial, 2008. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

No Brasil, o setor agropecuário se caracteriza tanto por áreas que ainda adotam práticas tradicionais como por aquelas em que há forte presença de modernização, como se observa no mapa.

- Aponte o complexo regional que concentra o uso mais intenso de práticas agropecuárias modernas e a que concentra o uso menos intenso. Em seguida, cite duas características presentes no processo de modernização agropecuária do país.

Outras fontes de reflexão e pesquisa

Filmes


Apresentamos a seguir algumas sugestões de filmes que abordam o conteúdo tratado nesta Unidade.

- Agricultura familiar I e II

Direção: Paula Saldanha e Roberto Werneck. Brasil, 2009.

No primeiro episódio, o documentário mostra um pouco das origens dessa maneira tradicional de trabalhar a terra, a riqueza de suas identidades regionais e os atuais desafios que ela enfrenta para se manter e prosperar. No segundo programa, veremos como esse modelo depende não apenas das famílias que vivem diretamente da terra, mas também de toda a sociedade brasileira.

- Biocombustíveis

Direção: Paula Saldanha e Roberto Werneck. Brasil, 2009.

Diante do aquecimento global e do declínio das reservas de petróleo, o Brasil se lança na busca por fontes de energia que sejam, ao mesmo tempo, não poluentes e suficientes para impulsionar o desenvolvimento do país. Este documentário pesquisa os diversos tipos de biocombustível, suas potencialidades e seus riscos, e investiga consequências ambientais e sociais.

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- Coronel Delmiro Gouveia

Direção: Geraldo Sarno. Brasil, 1978, 90 minutos.

O filme narra a história de Delmiro, o pioneiro industrial pernambucano, que no final do século XIX e início do século XX enfrentou o poder dos coronéis e de poderosas companhias inglesas. Após inúmeras brigas políticas, Delmiro perde sua fortuna. Ao refugiar-se no sertão pernambucano, retoma suas atividades empresariais montando uma fábrica de linha de costura, para a qual aproveita a energia elétrica de uma usina que constrói na cachoeira de Paulo Afonso e o algodão herbáceo nativo da região.

- Fontes de energia alternativas

Direção: Filipe Neri. Brasil, 2014, 22 minutos.

O diretor se utiliza de sete fontes de energias alternativas (a nuclear, a hidrelétrica, a eólica, a solar, a biomassa, a maremotriz e a geotérmica), que são pouco utilizadas pela sociedade, para detalhar cada uma delas em pequenos vídeos, com tempo médio de três minutos para cada tipo de energia abordada.

- Fontes de energia de combustíveis fósseis

Direção: Filipe Neri. Brasil, 2014, 10 minutos.

Determinadas fontes de energia produzem uma quantidade grande de poluição, são os chamados combustíveis fósseis (o carvão mineral, o petróleo e o gás natural), e ainda correm o risco de se esgotar devido a sua alta utilização.

- Pré-sal

Direção: Filipe Neri. Brasil, 2014, 2 minutos.

Este documentário aborda o pré-sal, mostrando, por meio de slides, a grande quantidade de petróleo que está abaixo da camada de sais que compõe a crosta terrestre.

Livros


Estes livros poderão elucidar e ampliar o assunto estudado.

- A luta pela terra: experiência e memória

Maria Aparecida de Moraes Silva. São Paulo: Unesp, 2004.

A professora universitária e socióloga aborda de forma didática a questão da posse da terra no Brasil.

- A reforma agrária

Eduardo Scolese. São Paulo: Publifolha, 2005. (Folha Explica).

Este livro trata de maneira resumida a origem, os desdobramentos e a consequência do cenário de constantes invasões a fazendas e a prédios públicos, saques de alimentos, barricadas nas estradas, assassinatos e a impunidade dos criminosos, grilagem de terra e manutenção de trabalhadores em regime análogo à escravidão. Também aborda a reforma agrária no mundo, com exemplos da implantação no México e na Rússia.

- O que é agricultura sustentável

Eduardo Ehlers. São Paulo: Brasiliense, 2009.

O livro faz uma retrospectiva da história da agricultura no mundo, mostrando desde os seus primórdios, há 10 mil anos, até os dias atuais. Também procura apontar alguns caminhos que podem aproximar a agricultura do ideal da sustentabilidade.

- O que são assentamentos rurais

Sônia M. Bergamasco e Luis A. Cabello Norder. São Paulo: Brasiliense, 1996.

Os poucos programas de democratização do acesso à terra já demonstraram sua relevância para a geração de empregos, melhoria da qualidade de vida e aumento da oferta de produtos agrícolas, mas encontram enorme resistência de governantes e proprietários. Este livro faz um balanço dessas experiências e mapeia os pontos polêmicos do processo.

- Recursos minerais e sustentabilidade territorial: grandes minas - Volume 1

Francisco Fernandes, Maria Amélia Enríquez e Renata Alamino. Rio de Janeiro: Cetem/MCTI, 2011.

Artigos que discutem a exploração de recursos naturais brasileiros. Obra atual que também aponta o uso sustentável desses recursos.

Sites

Os sites indicados a seguir constituem uma boa fonte de pesquisa.



- www.anp.gov.br/

Site da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Gás Natural e Biocombustíveis. Contém informações, gráficos, mapas e estatísticas sobre a produção de petróleo, gás natural e biocombustíveis no Brasil.

- www.cptnacional.org.br/



Site da Pastoral da Terra, com informações, artigos e estatísticas sobre conflitos no campo no Brasil.

- http://minerals.usgs.gov/minerals/pubs/mcs/2012/mcs2012.pdf



Site em inglês com uma publicação do Serviço de Geologia dos Estados Unidos, com estatísticas e informações sobre produção e consumo de vários minerais.

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unidade 6. Comércio, transportes e telecomunicações

LEGENDA: Navio cargueiro no Porto de Tubarão, em Vitória (ES), sendo abastecido com minério de ferro. Foto de 2016.

FONTE: Cesar Diniz/Pulsar Imagens

Duas importantes atividades desenvolvidas no Brasil estão fortemente interligadas: o comércio exterior e o setor de transportes. O comércio exterior de um país precisa de uma rede de transportes bem aparelhada, em que haja integração entre os diversos modais de transporte de carga, como aeroviário, rodoviário, ferroviário, hidroviário e dutoviário. No Brasil, a infraestrutura ferroviária, rodoviária e portuária é pouco integrada, insuficiente e cara, constituindo-se em um dos pontos desfavoráveis para o movimento de importações e exportações.

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capítulo 21. O comércio exterior brasileiro

LEGENDA: As commodities, como o minério de ferro ou a soja, desde 2009, têm ocupado lugar de destaque na pauta de exportações brasileiras em razão, principalmente, da demanda de matérias-primas para atender aos mercados de potências emergentes como a China. Na imagem, navio cargueiro atracado em terminal de embarque no rio Tapajós, em Santarém (PA), para ser carregado com grãos. Foto de 2014.

FONTE: André Dib/Pulsar Imagens



Evolução do comércio exterior brasileiro

Durante o período colonial (1500-1815), Portugal manteve o monopólio do comércio com o Brasil até 1808. Em 28 de janeiro de 1808, dom João VI assinou em Salvador o Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas. Terminava assim o período do monopólio e do Pacto Colonial, iniciando a história do comércio exterior brasileiro, não vinculado a Portugal.

Com a intensificação do processo de industrialização depois da Segunda Guerra Mundial, além dos produtos do setor primário, o Brasil passou a exportar produtos do setor secundário. Do mesmo modo, excluiu de sua lista de bens importados muitos produtos que começou a industrializar em território nacional.

Desde o final da Segunda Guerra Mundial, a política do governo brasileiro com relação ao comércio exterior teve dois períodos distintos.



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- 1945-1990 - substituição de importações: o Brasil industrializou-se adotando o modelo que consiste em fabricar no próprio país o que antes era importado. A política marcante desse período foi o protecionismo, isto é, taxavam-se os produtos importados para que não competissem com os bens produzidos pela indústria nacional. Essa política favorecia a balança comercial, reduzindo as importações.

- De 1990 em diante - liberalização de importações: em 1990, o governo brasileiro introduziu um programa de liberalização financeira externa e de eliminação das barreiras protecionistas na importação, cujos principais pontos foram:

- abolir barreiras não tarifárias, como reserva de mercado, cotas e proibições;

- reduzir a média das tarifas de exportação.

Podemos acompanhar a evolução do comércio exterior brasileiro analisando o comportamento da balança comercial do país desde a abertura dos portos (1808) até os dias atuais.



Balança comercial e balanço de pagamentos

Com frequência, os jornais publicam matérias sobre o deficit ou o superavit da balança comercial brasileira. E muitas pessoas têm dificuldade em compreender o que isso significa. Os termos deficit, superavit, balança comercial e balanço de pagamentos fazem parte de uma área de conhecimento específico.

Por balança comercial compreende-se a relação entre o que um país exporta e o que ele importa. Quando o total das exportações é superior ao total das importações, o saldo é positivo. Diz-se, então, que há um superavit comercial. Quando as importações superam as exportações, o saldo é negativo. Nesse caso ocorre um deficit comercial. Portanto, a balança comercial favorável (saldo positivo) ou desfavorável (saldo negativo) indicará a diferença entre as exportações e as importações de uma nação.

As relações comerciais entre os países do mundo são mais amplas do que a troca de mercadorias ou produtos. Elas incluem também serviços (seguros, turismo, etc.), investimentos e movimento de capital. Para definir a situação do comércio exterior de um país existe outro índice - o balanço de pagamentos, que é mais completo do que a balança comercial.

O balanço de pagamentos abrange a balança comercial, a balança de serviços e a de movimentações e transferências financeiras. Esse balanço registra a quantidade de dinheiro que entra e sai do país, somando todas as suas transações com o resto do mundo, em determinado período.

Evolução da balança comercial brasileira

Para analisar o funcionamento da balança comercial brasileira, vamos considerar dois aspectos principais: os produtos exportados e importados e o saldo comercial.

Antes da abertura dos portos, a balança comercial brasileira apresentava superavit e uma pauta de exportações na qual predominavam produtos primários, como açúcar, algodão, café, pele e couro. Veja, no gráfico a seguir, os dados da balança comercial brasileira de 1808 a 1820, dois anos antes da Independência do Brasil.

FONTE: Adaptado de: MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR (MDIC). 200 anos: comércio exterior. Disponível em: www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=2041. Acesso em: 15 abr. 2016. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

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De 1820 até a década de 1970, o café reinou absoluto nas exportações brasileiras, chegando a representar mais de 60% do total, como podemos ver nos gráficos a seguir:

FONTE: Adaptado de: MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR (MDIC). 200 anos: comércio exterior. Disponível em: www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=2041. Acesso em: 15 abr. 2016. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

LEGENDA: Embarque de café no Porto de Santos, no estado de São Paulo, por volta de 1900.

FONTE: Guilherme Gaensly/Arquivo Público do Estado de São Paulo

A partir da década de 1970, a pauta das exportações brasileiras se diversificou e, apesar do destaque dos produtos primários, já apresentava diversos produtos industrializados. Nas importações brasileiras, predominavam produtos manufaturados e combustíveis.

FONTE: Adaptado de: MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR (MDIC). 200 anos: comércio exterior. Disponível em: www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=2041. Acesso em: 15 abr. 2016. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

FONTE: Adaptado de: MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR (MDIC). 200 anos: comércio exterior. Disponível em: www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=2041. Acesso em: 15 abr. 2016. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

Até 1991 os produtos primários ainda predominavam entre as exportações brasileiras. De 1991 a 2007, os manufaturados passaram a predominar na pauta de exportações, principalmente produtos metalúrgicos e químicos, máquinas e material de transporte. A partir de 2008, as commodities voltaram a ocupar lugar de destaque entre as exportações.

Quanto ao saldo comercial, a balança comercial brasileira alternou deficits e superavits em sua história.

Entre os períodos mais recentes em que a balança brasileira apresentou deficit comercial, destaca-se a década de 1970, principalmente por causa da elevação do preço do petróleo, principal produto de importação no mercado internacional.


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