Fronteiras da Globalização 3



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Em outro período, de 1995 a 2000, o saldo da balança comercial também foi negativo, isto é, o valor das importações excedeu o das exportações. Isso aconteceu principalmente porque o Plano Real, criado em 1994, valorizou a moe da nacional (o real) e facilitou a entrada de produtos estrangeiros mais competitivos que os brasileiros, por serem mais baratos e, muitas vezes, por representarem "o novo" em relação aos já conhecidos produtos nacionais.

A partir de 2001, a balança comercial brasileira passou a ser superavitária, até 2013. Após ter seu saldo afetado, em 2011, a balança iniciou uma trajetória de queda e registrou, em 2014, seu primeiro deficit depois de treze anos. Os principais motivos dessa situação foram: a queda da produção brasileira, crises internacionais, principalmente na Zona do Euro e na Argentina, aumento da importação de combustíveis e a queda dos preços das commodities. A balança comercial representou 11,5% do PIB nacional, em 2014, ficando muito abaixo da média mundial, que foi de 29,8%.

Em 2015, as exportações brasileiras apresentaram queda. Contudo, as importações caíram ainda mais e a balança comercial voltou a apresentar superavit.

FONTE: Adaptado de: MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR (MDIC). Balança comercial. Disponível em: www.desenvolvimento.gov.br. Acesso em: 18 abr. 2016. CRÉDITOS: Arte Ação/Arquivo da editora

O comércio brasileiro no contexto internacional

O Brasil pertence à Organização Mundial do Comércio (OMC) e realiza suas trocas comerciais no comércio multilateral (com países isoladamente); como também se relaciona com blocos econômicos, fazendo ou não parte de alguns deles, como veremos mais adiante.

Na realização dessas duas formas de comércio, mesmo com uma balança comercial superavitária por muitos anos e importante fornecedor de commodities agrícolas e minerais no mercado internacional, as exportações brasileiras representaram pouco mais de 1% das exportações mundiais, como se pode ver no gráfico abaixo.

FONTE: Adaptado de: ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC). Estatísticas do comércio internacional. Disponível em: http://stat.wto.org/ Country/Profile/WSDBContryPFHome.aspx?Language=E. Acesso em: 18 abr. 2016. CRÉDITOS: Arte Ação/Arquivo da editora



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Em 2015, os principais destinos das exportações brasileiras foram China, Estados Unidos, Argentina, Holanda, Venezuela, Alemanha, Japão, Chile, Índia e Itália. Os países de origem de grande parte das importações eram China, Estados Unidos, Argentina, Alemanha, Japão e Nigéria.

Como podemos perceber pela evolução da sua balança comercial, o comércio exterior brasileiro modificou-se intensamente após a década de 1970, impulsionado pela modernização e pela industrialização do país, que tem exportado cada vez mais produtos industrializados e semimanufaturados, embora nos últimos anos as commodities tenham voltado a se destacar em nossa pauta de exportações.

Segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), os principais produtos exportados pelo Brasil em 2014 foram: minério de ferro, complexo soja, óleo bruto de petróleo, complexo carne (frango e bovina), automóveis e máquinas industriais.

Já entre os principais produtos de importação, destacavam-se: combustíveis e lubrificantes, equipamentos mecânicos, elétricos e eletrônicos, automóveis e peças automotivas, produtos químicos, plásticos e farmacêuticos e fertilizantes.

De todos os países-membros da OMC, o Brasil foi o 22º que mais exportou no mundo e o 21º que mais importou mercadorias. No que se refere aos serviços comerciais entre as nações, o Brasil ocupou a 31ª posição entre os países exportadores e a 17ª posição entre os importadores de serviços.

LEGENDA: Edifício-sede do Mercosul, em Montevidéu, no Uruguai. Foto de 2015.

FONTE: Divulgação/Mercosul

O Brasil e os blocos econômicos

O Brasil faz parte de dois blocos econômicos: o Mercado Comum do Sul (Mercosul), o principal bloco econômico da América do Sul, e a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), um bloco menor, mas também importante e estratégico economicamente, no âmbito sul-americano. Além disso, mantém relações comerciais com associações econômicas de vários continentes. Veja o gráfico a seguir.

FONTE: Adaptado de: MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR (MDIC). Disponível em: www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=576. Acesso em: 18 abr. 2016. CRÉDITOS: Arte Ação/Arquivo da editora

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Barreiras comerciais e o G-20 comercial

Barreiras comerciais são medidas tomadas por paí ses para proteger seus produtos no comércio internacional. Há duas principais categorias de barreiras comerciais, ambas significando medidas protecionistas:

- barreiras tarifárias - compreendem taxas diversas e tarifas de importações.

- barreiras não tarifárias - envolvem medidas burocráticas, como licenciamento de importação e políticas de importação, como procedimentos alfandegários e medidas sanitárias (produtos animais) e fitossanitárias (produtos vegetais).

Entre as medidas protecionistas são comuns os subsídios e as medidas de salvaguarda. Subsídios são auxílio a determinados setores ou atividades para que seus produtos sejam competitivos no mercado externo. Como exemplo, podemos citar os subsídios concedidos a agricultores da União Euro peia e dos Estados Unidos. As medidas de salvaguarda visam proteger a indústria doméstica da concorrência de produtos estrangeiros, por exemplo, as tarifas de salvaguarda concedidas à indústria do aço, nos Estados Unidos.

De modo geral, os produtos brasileiros são alvo de barreiras comerciais tarifárias e não tarifárias, bem como de medidas protecionistas, principalmente por parte dos países ricos. Por isso, é comum o Brasil recorrer à OMC por causa de medidas como protecionismo, subsídios e tarifas impostas aos seus produtos. Entretanto, o Brasil não enfrenta problemas apenas com países desenvolvidos quanto a barreiras comerciais. A Argentina, por exemplo, importante parceiro no Mercosul, tem imposto restrições a alguns produtos industrializados brasileiros.

LEGENDA: O grupo é chamado G-20, apesar de reunir mais de vinte países não desenvolvidos.

FONTE: Adaptado de: MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. G-20 Comercial. Disponível em: www.itamaraty.gov.br. Acesso em: 15 abr. 2016. CRÉDITOS: Allmaps/Arquivo da editora

Frente à intransigência dos governos que se recusam a reduzir subsídios, em 2003, sob liderança do Bra sil, da Índia e da África do Sul, foi organizado um bloco de vinte países não desenvolvidos, denominado G-20, para pressionar os países desenvolvidos a reverem as medidas protecionistas no setor agrícola.

O Brasil também é integrante do Grupo de Cairns, outro bloco que combate o protecionismo rural na OMC. Esse grupo, com dezenove membros, tem como principal objetivo a busca de um sistema com regras justas para o comércio mundial de produtos agrícolas. Tanto o G-20 do comércio como o Cairns procuram cuidar das relações comerciais entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, principalmente com os produtores das chamadas commodities.

Os corredores de exportação

Para organizar o embarque de produtos nos portos marítimos do país, o governo criou, na década de 1970, os corredores de exportação: eixos que reúnem condições de transporte de cargas por rodovias, hidrovias ou ferrovias, de armazenamento em silos ou contêineres e sistema portuário.



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Os principais portos marítimos do Brasil são os pontos terminais desses corredores que estão concentrados nas regiões Sudeste e Sul, cujas economias são as mais dinâmicas do país. Veja no mapa a seguir quais são os produtos de maior peso nas importações e nas exportações brasileiras e os principais corredores de exportação por onde são movimentados.

FONTE: Adaptado de: MELHORAMENTOS. Atlas geográfico do Brasil. Disponível em: http://biblioteca.uol.com.br/atlas/mtematico.htm?CRIE; MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES. Disponível em: www.transportes.gov.br. Acesso em: 15 abr. 2016. Mapa sem data na fonte original. CRÉDITOS: Allmaps/Arquivo da editora

Desafios do comércio exterior

Contribuindo com pouco mais de 1% das exportações globais, o Brasil, que em 2015 possuía a sétima maior economia do mundo, precisa ampliar ainda mais as suas relações comerciais e o seu volume de produtos exportados. Para isto, o país necessita de reformas em vários pontos de sua economia, eliminando uma série de fatores que são chamados custo Brasil. Esse "custo" envolve entraves que impedem o crescimento do comércio exterior brasileiro. Entre eles, podemos citar:

- a maior parte das exportações brasileiras de produtos industriais é composta de itens de baixa e média tecnologia e baixo valor agregado, o que comprova a defasagem tecnológica das indústrias nacionais, diminuindo a competitividade dos produtos brasileiros no comércio exterior. Os produtos industrializados representaram em 2014 cerca de 38,7% das exportações brasileiras. Desses produtos apenas 4,3% eram de alta tecnologia, enquanto 41,9% eram de média-baixa e baixa tecnologia;

- a burocracia necessária para a exportação e a importação de produtos; os preços e as altas taxas de juros cobrados na venda dos mesmos. Os preços de produtos brasileiros de alta tecnologia podem custar quase 50% mais do que os similares de concorrentes devido ao custo Brasil;

- falta de uma rede de transportes bem aparelhada. A infraestrutura de transportes brasileira é insuficiente, cara e pouco integrada nos modais ferroviário, rodoviário e instalações portuárias, configurando um fator desfavorável ao movimento de importações e exportações;

- dependência da exportação de commodities e do seu preço no mercado internacional. Esse fato torna a balança comercial sensível às variações do preço desses produtos e às crises econômicas que influenciam as compras de países consumidores e importadores.



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Boxe complementar:



Ampliando o conhecimento

Superavit comercial até junho de 2015 reverte deficit do primeiro semestre do ano passado



Mas Comércio Externo do País continua murchando nos dois lados da balança

Nos seis meses decorridos de 2015 as exportações e as importações brasileiras tiveram quedas de 14,7% e 18,5%, respectivamente, em comparação com o primeiro semestre de 2014, mas produzindo saldo positivo de US$ 2,222 bilhões, resultado que inverteu o deficit de US$ 2,5 bilhões registrado no mesmo período de 2014. O resultado também reverteu o deficit que a balança tinha acumulado até maio deste ano, da ordem de US$ 2,3 bilhões.

Embora com saldo positivo até junho - com expectativas de que possa subir a próximo de US$ 5 bilhões até dezembro -, a tendência é de que se mantenham as quedas, em menor proporção nas exportações, em razão do estímulo do câmbio depreciado a compensar perdas de receitas do grupo commodities, que, mesmo assim, segue como principal fonte de divisas de exportação.

As importações devem cair mais aceleradamente, seja pelo efeito câmbio, no caso, de desestímulo, por encarecer os preços de importação, seja pela retração do consumo doméstico, endividamento das pessoas, desemprego e baixo crescimento da economia, seja pela diminuição nas compras de óleo bruto de petróleo, nafta e óleos combustíveis, conjunto de produtos cujas importações caíram, no período, à metade do que foram em igual período de 2014, passando de US$ 11,246 bilhões para US$ 5,741 bilhões.

O comparativo entre períodos de 12 meses mostra o sucessivo murchar, até o presente, das exportações, das importações e dos saldos comerciais. Nos doze meses retroativos a maio de 2015 (período junho/2014 a maio/2015), vendas e compras ao exterior se reduziram de 12% e 10,5% com relação ao período anterior; entre junho/2013 e maio/2014, as exportações ficaram praticamente estagnadas com relação às exportações de junho/2012 a maio/2013, neste último, aliás, quando as exportações já tinham murchado em 8,3%, relativamente aos 12 meses anteriores, enquanto as importações ainda cresciam 2,45%.

Quanto aos saldos comerciais, o último período de 12 meses, retroativos a maio/2015, registrou o primeiro deficit da balança de comércio externo do país (quase US$ 1,5 bilhão) para 12 meses anteriores, desde o deficit apurado entre junho/2000 e maio/2001 de US$ 1,6 bilhão. Ou seja, depois de obter superavits crescentes em períodos de 12 meses (referenciados a maio) durante 13 anos, passando de US$ 5 bilhões (junho/2001 a maio/2002) a quase US$ 48 bilhões (junho/2006 e maio/2007), a partir de então os saldos positivos começaram a cair, chegando a quase US$ 3 bilhões entre junho/2013 e maio/2014 e retornando ao vermelho no último intervalo, entre maio/2015 e junho/2014. Se comparados os períodos de 12 meses entre junho 2015/ julho 2014 e junho 2014/julho 2013, então, o saldo volta a ser positivo, em US$ 695 milhões. Ainda que pequeno, o valor pode indicar a retomada de superavits para o ano, embora a expectativa seja de continuarem quedas gêmeas, na exportação e na importação, significando que a corrente de comércio, ao final de 2015, poderá retroceder ao montante próximo ao de 5 anos atrás.

ASSOCIAÇÃO DO COMÉRCIO EXTERIOR DO BRASIL (AEB). Informativo de Comércio Exterior - AEB. Disponível em: www.aeb.org.br/noticias/downloads/1498_AEB%20134.pdf. Acesso em: 18 abr. 2016.

FONTE: Adaptado de: ASSOCIAÇÃO DO COMÉRCIO EXTERIOR DO BRASIL (AEB). Informativo de Comércio Exterior - AEB. Disponível em: www.aeb.org.br/noticias/downloas/1498_AEB%20134.pdf. Acesso em: 18 abr. 2016. CRÉDITOS: Arte Ação/Arquivo da editora

Fim do complemento.



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Refletindo sobre o conteúdo

1. Analise o gráfico de colunas a seguir.

FONTE: Adaptado de: MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR (MDIC). Disponível em: www.mdic.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=5294. Acesso em: 18 abr. 2016. CRÉDITOS: Arte Ação/Arquivo da editora

a) O que é e como funciona a balança comercial de um país?

b) Caracterize a balança comercial brasileira.



2. Leia o texto abaixo e depois responda às questões.

Exportações brasileiras lideram queda em 2014 entre 30 principais economias



O Brasil sofreu em 2014 a maior queda nas exportações entre as 30 principais economias do mundo, caiu no ranking dos maiores vendedores do mundo e perdeu participação no comércio internacional.

Os dados foram divulgados pela Organização Mundial do Comércio (OMC) e alertam que a situação da balança exportadora do Brasil continuará a sofrer uma retração em 2015 e 2016.

Ao final de 2014, o Brasil era apenas o 25º maior exportador, superado por Tailândia, Suíça e Malásia. Em 2013, o país era o 22º maior exportador do mundo, com 1,3% da fatia do comércio internacional e vendas de 242 bilhões de dólares. Hoje, representa 1,2%.

Entre as 30 maiores economias do mundo, o Brasil apresenta a maior retração nas exportações, com queda de 7%, enquanto a média mundial foi uma pequena expansão de 1%.

DIÁRIO DO POVO ONLINE. 15 abr. 2015. Disponível em: http://portuguese.people.com.cn/n/2015/0415/c310818-8878674.html. Acesso em: 18 abr. 2016.

a) Relacione a reportagem acima com o gráfico da questão anterior.

b) Caracterize a fatia do comércio internacional brasileiro entre 2013 e 2014.



3. Leia a matéria sobre o comércio internacional entre o Brasil e a China e, depois, responda às questões.

A China é o principal parceiro comercial do Brasil - está à frente de países como os Estados Unidos e a Argentina - e as trocas comerciais entre os dois países não param de crescer nos últimos anos. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apontam que, em 2013, as exportações para o Gigante Asiático somaram US$ 46 bilhões e as importações, US$ 37 bilhões - total de US$ 83 bilhões. [...]

"A relação Brasil-China vem experimentando um avanço muito grande, tanto em matéria de comércio como de investimento. De 2007 a 2012, foram anunciados aportes na ordem de US$ 68 bilhões, dos quais US$ 28 bilhões já se concretizaram. Esses investimentos, que começaram na área de commodities, de soja e de minério de ferro, estão se estendendo para o setor de infraestrutura", afirma o presidente do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), embaixador Sérgio Amaral.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE (CNT). Disponível em: www.cnt.org.br/Imprensa/noticia/trocas-comerciaisbrasil-china-12052014. Acesso em: 28 abr. 2016.

a) Identifique duas commodities exportadas pelo Brasil para a China.

b) Faça uma breve análise do comércio exterior entre o Brasil e a China tendo o texto acima e o capítulo como parâmetros.

c) Aponte dois fatores que tornam a China um parceiro comercial muito importante para qualquer nação atualmente.

4. Em sua opinião, qual é o obstáculo mais prejudicial às exportações brasileiras? Justifique sua resposta.

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capítulo 22. Transportes e telecomunicações no Brasil

LEGENDA: A expansão e a distribuição espacial da indústria, assim como da economia de mercado, ocasionam um maior deslocamento de pessoas e mercadorias que, por consequência, exigem o desenvolvimento dos meios de transporte. Na imagem, tráfego intenso de caminhões de carga e congestionamento na rodovia Régis Bittencourt, no trecho de Embu das Artes (SP). Foto de 2015.

FONTE: Daniel Cymbalista/Pulsar Imagens



Os transportes no Brasil

Os transportes são fundamentais para a economia de um país. Sem rede de circulação, as indústrias não teriam acesso às matérias-primas, não teriam condições de escoar sua produção nem de fazê-la chegar até os consumidores. Entretanto, essa não é a única função dos transportes: eles são fundamentais para a movimentação de pessoas, tanto para trabalho como para lazer e turismo. O setor também gera empregos e renda, representando uma importante alternativa para investimentos nacionais e estrangeiros, sendo parte importante da economia de um país.

O setor de transportes é essencial para que um país tenha competitividade no mercado internacional. No entanto, os modais de transportes no Brasil impõem grandes limitações ao crescimento e à expansão da economia.

Muitos países de dimensões continentais como o Brasil geralmente apresentam grandes dificuldades para a instalação de uma infraestrutura de transportes.



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Alguns deles realizaram obras importantes visando a integração de seu território e o escoamento da produção agrária e industrial. É o caso dos Estados Unidos, que contam com uma rede de transportes que inclui ferrovias, rodovias, hidrovias, portos bem aparelhados, além de uma eficiente malha aeroviária.

Infelizmente, isso não foi o que aconteceu com o Brasil: a dimensão do território brasileiro e a falta de políticas para o setor de transportes sempre foram obstáculos para o estabelecimento de uma rede de transportes eficiente. O resultado é que, atual mente, os modais de transportes no país impõem grandes limitações ao crescimento e à expansão da economia, porque na era dos blocos econômicos e da luta pelos mercados, é imprescindível contar com uma rede de transportes bem estruturada.

Há muito tempo o Brasil sofre perdas constantes em razão do alto custo dos serviços do setor de transportes e da má conservação de portos, rodovias e locais de armazenagem dos produtos a serem exportados. Essa deterioração foi resultado de investimentos insuficientes em infraestrutura, pelo menos nas duas últimas décadas. É urgente a necessidade de investir no transporte aéreo, nas rodovias, ferrovias e hidrovias. A melhoria da infraestrutura poderá auxiliar a reduzir os custos, colocando os produtos no mercado mundial com maior competitividade.

Podemos apontar alguns problemas da infraestrutura de transporte brasileira que exigem atenção:

- o alto custo da manutenção de rodovias e ferrovias e da conservação da frota de veículos;

- a necessidade de aparelhamento e de modernização dos portos fluviais e marítimos, dos aeroportos e da infraestrutura de armazenagem de produtos para exportação, etc.;

- a maior concentração de ferrovias, aeroportos, portos e rodovias no Centro-Sul, região mais industrializada e populosa do país.

Em 2006, porém, o governo federal lançou, em conjunto com o Ministério da Defesa, o Plano Nacio nal de Logística e Transportes (PNLT), que tem como objetivo "formalizar e perenizar instrumentos de análise, sob a ótica logística, para dar suporte ao planejamento de intervenções públicas e privadas na infraestrutura e na organização dos transportes, de modo que o setor possa contribuir para a consecução das metas econômicas, sociais e ecológicas do país, em horizontes de médio a longo prazo, rumo ao desenvolvimento sustentado". O PNLT pretende ser um plano de Estado, pois prevê ações coordenadas para serem realizadas até 2023.

Para a sua realização e melhor administração dos investimentos, o país foi reestruturado em sete Vetores Logísticos, uma nova forma de organização espacial em microrregiões homogêneas: Amazônico, Centro-Norte, Nordeste Setentrional, Nordeste Meridional, Leste, Centro-Sudeste e Sul, conforme mapa a seguir.

Como parte do PNLT, foi lançado em 15 de agosto de 2012, o Programa de Investimentos em Logística (PIL): rodovias e ferrovias. O PIL tem como objetivo dotar o país de um sistema de transporte adequado às suas dimensões. Os investimentos empregados no PIL devem ser oriundos da parceria entre o setor público e o privado, com contratos de concessão no caso das rodovias e das ferrovias.

FONTE: Adaptado de: MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES. Disponível em: www2.transportes.gov.br/bit/01-inicial/pnlt.html. Acesso em: 19 abr. 2016. Mapa sem data na fonte original. CRÉDITOS: Portal de mapas/Arquivo da editora



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Modais de transportes no Brasil

A matriz de transportes de carga brasileira está baseada no uso inadequado dos modais. Existe uma sobrecarga no transporte rodoviário em razão da cultura do "rodoviarismo", tanto para o transporte de carga como para o de passageiros, como veremos nos gráficos a seguir.

FONTE: Adaptado de: CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE TRANSPORTES (CNT). Boletim estatístico julho 2015. Disponível em: www.cnt.org.br/Boletim/boletim-estatistico-cnt. Acesso em: 19 abr. 2016. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

FONTE: Adaptado de: CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE TRANSPORTES (CNT). CNT transporte atual. Disponível em: http://cms.cnt.org.br/imagens%20CNT/Revista%20CNT/2015/REVISTA%20CNT%20238%20FINAL.pdf. Acesso em: 19 abr. 2016. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

A multimodalidade, isto é, a integração entre os diferentes modais de transporte, é a situação ideal para o desenvolvimento da infraestrutura de transporte, diminuindo o custo do frete e aumentando a eficiência logística.

O Brasil precisa pensar o setor de transporte de forma mais integrada, valorizando outros modais, como as hidrovias, a navegação de cabotagem (ao longo da costa) e as ferrovias.

Transporte rodoviário

Na época do Brasil colonial foram abertos muitos caminhos que ligavam as áreas de produção aos portos que enviavam as mercadorias para a Europa. Era preciso vencer os terrenos montanhosos, trechos difíceis de serem superados dentro das matas fechadas, principalmente em tempo de chuvas.

Uma delas, hoje rota turística, é a Estrada Real, que reúne o Caminho Velho, o Caminho Novo e a Rota dos Diamantes, no estado de Minas Gerais.

A primeira estrada de rodagem brasileira foi a União e Indústria, construída em 1861 por Mariano Procópio Ferreira Lage. Ligava Petrópolis e Três Rios, no Rio de Janeiro, a Juiz de Fora, em Minas Gerais. A primeira rodovia pavimentada do Brasil foi inaugurada em 1928, ligando a cidade do Rio de Janeiro a Petrópolis. Essa rodovia é um trecho da BR-040, e é denominada rodovia Washington Luís, em homenagem ao ex-presidente Washington Luís, que ficou conhecido por construir diversas rodovias entre 1926 e 1930.

LEGENDA: Trecho da Estrada União e Indústria, perto do jardim do Palácio Imperial, Rio de Janeiro, por volta de 1874. A estrada foi inaugurada em 23 de junho de 1861 por dom Pedro II.

FONTE: Reprodução/Coleção particular

A implantação da indústria automobilística, em meados do século passado, foi fundamental para a consolidação do transporte rodoviário como o mais utilizado no Brasil.



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