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Nessa página do IBGE Teen, você encontra muitas informações sobre o efeito estufa e dicas para contribuir com a preservação da natureza.
Acessos em: 6 fev. 2015.
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Capítulo 9 - A biosfera
O QUE VOCÊ VAI APRENDER
• A biosfera e a relação entre seus elementos
• Os biomas terrestres
• A exploração econômica dos ambientes naturais
• A preservação da biodiversidade
CONVERSE COM OS COLEGAS
A fotografia ao lado mostra uma plantação e uma residência em meio à Caatinga, vegetação típica do clima semiárido, que abrange parte das regiões Nordeste e Sudeste. O nome Caatinga vem da língua tupi e significa “mata branca”.
Fig. 1 (p. 198)
Plantação de cacto palma em meio à vegetação da Caatinga no período de chuvas, em Santa Cruz (RN), 2014.
Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo
Nos períodos de estiagem, a maior parte da vegetação da Caatinga perde sua folhagem, tornando a paisagem esbranquiçada. No entanto, durante o período de chuvas, a paisagem se torna verde. As árvores passam a apresentar folhas e o solo fica recoberto de pequenas plantas, favorecendo o desenvolvimento da fauna.
Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, o desmatamento da Caatinga chega a 46%. Estima-se que cerca de 80% de sua área original já tenha sofrido algum tipo de alteração pela ação humana.
1. Quais são os principais elementos naturais que interagem na formação da paisagem mostrada na fotografia?
1. Os principais elementos naturais que interagem formando a paisagem de uma região são o clima, o solo, a vegetação e o relevo.
2. De que forma o ser humano pode utilizar os recursos naturais visíveis nessa paisagem?
2. O solo é usado, entre outras coisas, para a agricultura e para a criação de gado. Da vegetação, é possível extrair lenha, madeira para construção, ervas medicinais, etc.
3. Em sua opinião, quais motivos levam o ser humano a promover o desmatamento?
3. Resposta pessoal. Na conversa com os alunos, você pode destacar o uso muitas vezes predatório dos recursos naturais. É importante que eles percebam que é fundamental descobrir maneiras de atender às necessidades humanas preservando o meio ambiente.
4. O desmatamento dessa região pode gerar algum tipo de consequência para a fauna? Qual?
4. Sim. Os animais que vivem nessa área e em sua proximidade podem ter dificuldade para se alimentar, o que provocaria migração para outras áreas ou até a morte deles.
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A biosfera é a porção do planeta onde se desenvolve a vida. Inclui partes da litosfera, da hidrosfera e da atmosfera. Na biosfera, o solo, o clima, o relevo e os demais elementos da natureza interagem intensamente.
As paisagens resultantes dessa interação são transformadas constantemente pela dinâmica natural e pela ação dos seres humanos, o que, por vezes, pode ocasionar sérios danos ambientais.
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Módulo 1 - A composição da biosfera
A biosfera é constituída pela composição de elementos da atmosfera, da hidrosfera e da litosfera. Da interação entre esses elementos naturais surgem áreas relativamente homogêneas: cada uma dessas áreas constitui um bioma.
A interação entre os elementos da biosfera
O termo biosfera foi empregado pela primeira vez em 1875 por Eduard Suess, que a definiu como o local na superfície da Terra onde a vida reside, ou seja, a porção do planeta que tem condições naturais para a manutenção da vida. Os organismos vivos podem ser encontrados nas camadas mais baixas da atmosfera, na hidrosfera e na litosfera.
O conceito de biosfera permite estudar as espécies em interação entre si, e não individualmente. Por isso, passou a ser empregado como base para a ecologia e para os estudos relacionados à preservação ambiental.
A existência da vida depende, entre outros fatores, da disponibilidade de água e alimentos. Ou seja, a biosfera está inter-relacionada com a atmosfera, a hidrosfera e a litosfera.
Por exemplo, a quantidade e a regularidade das chuvas dependem das condições climáticas locais. Quanto maior a quantidade de chuvas, maior a diversidade da flora. Além disso, as espécies vegetais captam sais minerais existentes no solo, que é repleto de microrganismos e matéria orgânica.
Fig. 1 (p. 200)
A biosfera constitui-se em uma relação de interdependência entre seus elementos.
Fotografias: Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo; Image Source/Jesper Knapton/Folhapress; Ernesto Reghran/Pulsar Imagens; Ricardo Ribas/Tyba.
litosfera atmosfera hidrosfera biosfera
A biosfera e a dinâmica das paisagens
As paisagens da Terra nem sempre foram como as conhecemos atualmente. Isso acontece porque o planeta é dinâmico. Por exemplo, os movimentos tectônicos submeteram, ao longo de milhões de anos, grandes extensões de terra a dinâmicas climáticas diferentes, modificando continuamente solo, relevo e vegetação.
Algumas teorias explicam, por exemplo, como surgiram a Caatinga e o Cerrado no Brasil. Essas formações seriam o resultado do recuo do nível do mar e da diminuição de umidade relativa do ar, durante milhares de anos.
Fig. 2 (p. 200)
Vegetação de Cerrado em Minas Gerais. Foto de 2014. Em destaque, no centro, um lobo-guará, espécie ameaçada de extinção.
André Dib/Pulsar Imagens
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Os grandes biomas terrestres
É na biosfera que se formam as diferentes paisagens naturais do planeta. Estas são constituídas por tipos específicos de fauna e flora adaptadas às condições locais.
O estudo da biosfera foi a base para a formulação do conceito de ecossistema, que corresponde à relação entre os seres vivos e o ambiente em que vivem.
A interação entre os elementos naturais (clima, fauna, flora, solo, mares), ao longo do tempo, resultou em grande diversidade de ecossistemas nas diferentes regiões do planeta.
Em escala global, os grandes conjuntos de ecossistemas formam os biomas terrestres. Podemos definir bioma como uma unidade biogeográfica relativamente homogênea, caracterizada por um tipo específico de vegetação.
Fatores que influenciam a formação da vegetação
Os biomas terrestres são caracterizados por sua vegetação, o elemento mais visível que se destaca na paisagem. Além disso, a vegetação representa a síntese do meio ambiente, pois a interação entre os diversos elementos naturais resulta em diferentes tipos de vegetação.
De maneira geral, a ação das correntes marítimas, a dinâmica das massas de ar, a latitude e a altitude são os fatores que mais influenciam na formação da vegetação.
Os biomas terrestres são denominados com base nas características de sua vegetação. Os principais biomas do planeta são as florestas pluviais, as savanas, os campos, os desertos, as florestas temperadas, as florestas boreais e a tundra.
Fig. 1 (p. 201)
Fonte de pesquisa: Atlas geográfico escolar: Ensino fundamental do 6º ao 9º ano. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. p. 106.
ID/BR
MUNDO – VEGETAÇÃO NATURAL
150°O 120°O 90°O 60°O 30°O 0° 30°L 60°L 90°L 120°L 150°L; OCEANO ATLÂNTICO; OCEANO PACÍFICO; OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO; OCEANO GLACIAL ÁRTICO; Círculo Polar Ártico; Círculo Polar Antártico; Trópico de Câncer; Equador; Trópico de Capricórnio; 0°; OCEANO ÍNDICO; OCEANO PACÍFICO; Tundra; Floresta boreal; Floresta temperada; Deserto Altas montanhas; Savana; Floresta pluvial (equatorial e tropical); Mediterrânea; Campos; Formações de regiões semiáridas; Meridiano de Greenwich; 30°S; 30°N; 60°N; 0 2500 5000 km; N NE L SE S SO O NO
A teoria de Gaia
Na mitologia grega, Gaia era a deusa da Terra. Atualmente, Gaia refere-se a uma teoria científica que entende a Terra como um organismo vivo, já que o equilíbrio ambiental do planeta é regulado pela ação dos organismos vivos. Portanto, segundo esta tese, os seres vivos são os responsáveis por manter as condições necessárias à vida no planeta.
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Florestas pluviais
As florestas pluviais ocorrem nas regiões quentes e úmidas do planeta, onde a temperatura e a pluviosidade são altas ao longo do ano todo. São chamadas também de florestas tropicais e equatoriais, pois são encontradas na zona intertropical, ou seja, entre o trópico de Câncer e o de Capricórnio.
Caracterizam-se pela vegetação densa, com folhas sempre verdes e elevada biodiversidade.
Exemplos dessa vegetação são a floresta Amazônica e a Mata Atlântica, na América do Sul, as florestas tropicais da América Central, a floresta do Congo, na porção central da África, e as florestas do sul e sudeste da Ásia.
No Brasil, o extrativismo vegetal (exploração de madeira, látex, plantas, sementes), a expansão da fronteira agrícola e a biopirataria têm provocado o desmatamento das florestas pluviais, colocando em risco sua biodiversidade.
Fig. 1 (p. 202)
Floresta Amazônica em Mato Grosso. Foto de 2014.
Edson Grandisoli/Pulsar Imagens
Savanas
A savana é uma vegetação típica das regiões intertropicais, onde ocorre alternância entre estações secas e chuvosas durante o ano. A vegetação é predominantemente rasteira e arbustiva, de pequeno e médio portes.
Na savana africana encontram-se animais de grande porte, os herbívoros (elefantes, zebras e girafas), assim como seus predadores (leões, leopardos, etc.), além de diversos outros mamíferos, répteis e aves.
No Brasil, as savanas recebem o nome de Cerrado e se localizam, com maior extensão, na Região Centro-Oeste.
A exploração econômica do Cerrado está associada à agropecuária, que pode causar grandes impactos na natureza, como o esgotamento dos solos, o desmatamento da vegetação e a poluição de rios, lagos e outros corpos de água.
Fig. 2 (p. 202)
Girafas em meio à savana, em Botsuana. Foto de 2015.
Juan-Carlos Muñoz/Biosphoto/AFP
Campos
Campos ou pradarias são áreas de vegetação herbácea e rasteira, basicamente gramíneas. Ocorrem principalmente no clima subtropical. No Brasil, recobrem trechos do Rio Grande do Sul e têm o nome de Pampa.
São naturalmente adequadas à agropecuária, mas podem ter sensível perda de biodiversidade, caso essa atividade seja realizada de maneira muito intensa e sem planejamento.
Fig. 3 (p. 202)
Criação de gado no Pampa gaúcho, em São Martinho da Serra. Foto de 2013.
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
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Desertos
Os desertos são encontrados em regiões onde as chuvas são raras e irregulares. Podem ser quentes, como o do Saara, na África, ou frios, como o da Patagônia, no sul da Argentina e do Chile.
Por causa da falta de chuvas, vivem no deserto apenas as espécies que sobrevivem com pouca água, como cactos, gramíneas, camelos, algumas aves e répteis. A aridez também dificulta a ocupação humana e o desenvolvimento de atividades econômicas.
Fig. 1 (p. 203)
Homem caminhando com caravana de camelos no deserto do Saara, Marrocos. Foto de 2013.
Astudio/Shutterstock.com/ID/BR
Florestas temperadas
As florestas temperadas são menos densas e possuem uma biodiversidade menor que a das florestas pluviais, embora apresentem intensa atividade biológica. Ocorrem em regiões temperadas, apresentando grande variação na paisagem de acordo com a estação do ano. No outono, por exemplo, as folhas de algumas árvores mudam de cor e caem.
Esse bioma ocupa grande parte do continente europeu, onde foi intensamente explorado. Atualmente, há apenas poucas manchas, concentradas em áreas de conservação.
Fig. 2 (p. 203)
Floresta temperada na Carolina do Norte, Estados Unidos. Foto de 2014.
Tim Fitzharris/Biosphoto/Minden Pictures/AFP
Florestas boreais
Na porção setentrional da zona temperada ocorre a floresta boreal, também chamada de taiga ou de floresta de coníferas, formada basicamente por pinheiros. Essa floresta é muito explorada pela indústria de papel e celulose.
Tundra
Na região ártica, a flora e a fauna são escassas. A vegetação surge apenas nos poucos meses de verão, quando as temperaturas são mais amenas e ocorre o degelo. Essa vegetação é conhecida por tundra e caracteriza-se pela presença de liquens, musgos e plantas rasteiras. No resto do ano, o solo fica congelado, impedindo o desenvolvimento de vegetação.
A ocupação humana é difícil, assim como o aproveitamento econômico, e poucos animais, como o urso-polar, a foca, a rena e alguns roedores, conseguem sobreviver ao frio intenso.
Verifique o que aprendeu
1. Quais são os fatores que mais influenciam na formação dos biomas?
1. São as correntes marítimas, as massas de ar, a latitude e a altitude.
2. Como são as florestas tropicais e equatoriais?
2. Essas florestas apresentam uma vegetação densa, variada e sempre verde, possuindo ainda uma elevada biodiversidade.
3. Em que regiões os desertos são mais frequentes?
3. Em regiões onde as chuvas são raras e irregulares.
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Atividades
Responda sempre no caderno.
1. Quais são as regiões da Terra que possuem baixa biodiversidade? Explique os motivos para isso ocorrer.
1. São as regiões ártica e desértica. Na região ártica, as baixas temperaturas e o acúmulo de gelo na maior parte do ano dificultam a sobrevivência de espécies animais e vegetais. Nos desertos, a escassez de água, decorrente das chuvas raras e irregulares, também dificulta a sobrevivência de espécies.
2. Monte um quadro em que, na primeira coluna, estejam os seguintes biomas: tundra, floresta pluvial e savana. Complete o quadro com as informações a seguir.
MP
a) As espécies vegetais existentes em cada domínio.
b) As regiões do planeta onde elas predominam.
c) O aproveitamento econômico de cada um desses tipos de vegetação.
3. Observe a fotografia abaixo. Depois, responda às questões.
Fig. 1 (p. 204)
Pessoas caminhando na ilha Vitória, ao norte do círculo polar Ártico, Canadá, 2012.
Pat and Rosemarie Keough/Corbis/Latinstock
a) Qual é o tipo de vegetação mostrado na fotografia?
3a. Tundra. Professor, caso julgue necessário, mostre aos alunos, no mapa da página 201, a área de ocorrência da tundra no norte do Canadá.
b) Em que região do globo e período do ano ocorre essa vegetação?
A tundra ocorre na região ártica e surge apenas nos poucos meses de verão, período de temperaturas mais amenas. No resto do ano, o solo da região fica congelado, dificultando o desenvolvimento desse tipo de vegetação.
4. Identifique o tipo de vegetação mostrado na fotografia abaixo. Descreva-o e explique de que forma ele é explorado economicamente.
Fig. 2 (p. 204)
Vegetação em área do Alasca, Estados Unidos, 2014.
Matthias Breiter/Biosphoto/Minden Pictures/AFP
4. A fotografia refere-se à floresta de coníferas, caracterizada pela presença de pinheiros (espécie resistente ao frio e à neve). A vegetação é retirada da natureza para a extração de madeira.
5. Descreva as principais características dos desertos e relacione-as com a biodiversidade existente neles.
Os desertos ocorrem em regiões onde as chuvas são raras e irregulares. Consequentemente, neles sobrevivem poucas espécies de plantas, como os cactos, e de animais, como os camelos e os répteis.
Página 205
Mundo aberto
Responda sempre no caderno.
O capim dourado do Jalapão
Na história do Brasil, foi muito comum o surgimento de comunidades de raiz afro-indígena – aquelas formadas pela mistura de populações indígenas e africanas. Um exemplo é a comunidade quilombola de Mumbuca, na região do Jalapão.
O Jalapão localiza-se no estado do Tocantins, na divisa com a Bahia, o Piauí e o Maranhão. Ali está a maior área contínua de Cerrado, que compõe algumas das mais belas paisagens do Brasil.
No início do século XX, devido a uma grande seca que castigou o Nordeste, um grupo de ex-escravos migrou da Bahia para o Jalapão. Essa região era ocupada havia muitos séculos pelos indígenas Xerente, e com o tempo as famílias foram se misturando, originando a comunidade de Mumbuca. Praticamente toda a população atual de Mumbuca é descendente desses primeiros grupos de afro-brasileiros e de indígenas.
A população de Mumbuca vive da agricultura de subsistência, da pecuária e do extrativismo. O principal produto extraído é o capim dourado, planta nativa do Cerrado que só existe no Jalapão.
Como o nome diz, o caule dessa planta é cor de ouro e brilha como ouro. Com ele, os moradores da região produzem cestos, bolsas, chapéus, brincos, colares e pulseiras. Durante quase um século, essa arte foi praticada apenas para uso doméstico e para as atividades do dia a dia.
Essa situação se modificou com a criação do estado do Tocantins, em 1988. A partir da década de 1990, cresceu o interesse sobre a região, em especial de projetos agropecuários. Novos acessos foram abertos, áreas de proteção ambiental foram delimitadas e a comunidade foi descoberta pelo turismo. A comunidade de Mumbuca já não vivia tão isolada.
Fig. 1 (p. 205)
Senhora colhendo capim dourado para artesanato no Jalapão, Tocantins. Foto de 2014.
André Dib/Pulsar Imagens
A Associação Capim Dourado
Para se organizar diante das novas mudanças, em 2001 os moradores criaram a Associação Capim Dourado. Com a facilidade de acesso à região e o aumento do turismo, o artesanato com capim dourado passou a ser uma alternativa econômica para os moradores de Mumbuca.
Inicialmente organizada por dona Miúda, considerada matriarca da comunidade, a produção de artesanato se desenvolveu pela iniciativa das mulheres de Mumbuca. No começo eram as filhas de dona Miúda; hoje são cerca de 150 artesãos na região, vários deles homens. Muitas melhorias nas condições de vida das famílias se devem à venda das peças de capim dourado.
Além disso, a associação é uma organização dos moradores na luta pelo uso de suas terras tradicionais. É através da associação que os artesãos e moradores de Mumbuca podem reivindicar seus direitos perante o Estado.
Como a demarcação do Parque Estadual do Jalapão inclui a área de Mumbuca, muitas pessoas são a favor de que a comunidade seja retirada do local. A associação fundada por dona Miúda e mantida até hoje pelas mulheres de lá é a garantia da defesa dos direitos das populações tradicionais do Jalapão.
Fig. 2 (p. 205)
Artesanato de capim dourado em Palmas, Tocantins, 2013.
Cesar Diniz/Pulsar Imagens
Atividade
1. Por que a Associação Capim Dourado é importante para os moradores da comunidade de Mumbuca? Explique no caderno.
Porque ela organiza os artesãos e toda a comunidade, permitindo a melhora de suas condições de vida e a luta pela defesa de seus direitos.
Página 206
Módulo 2 - Os ambientes naturais e a ação do ser humano
As paisagens naturais são alteradas com frequência pela interação dos elementos da biosfera. Durante a maior parte da história da Terra, tais mudanças se deram lentamente, mas a ação do ser humano acelerou e intensificou o ritmo dessas modificações.
Natureza e sociedade: influência mútua
O ser humano influencia a natureza e também é influenciado por seus elementos. Ao mesmo tempo que retira do ambiente uma grande variedade de recursos naturais, sofre a influência dos ambientes naturais em seu cotidiano.
Áreas em que predominam relevo suave com solos férteis, temperaturas amenas e em que há abundância de água tendem a reunir maiores concentrações populacionais.
No entanto, o ser humano também conseguiu se estabelecer em áreas menos favoráveis, como as densas florestas, as altas montanhas, os desertos e as zonas polares. Apesar disso e do grande desenvolvimento tecnológico atual, em geral essas áreas permanecem com população relativamente pequena.
Fig. 1 (p. 206)
As planícies dos rios tornaram-se locais propícios à ocupação dos seres humanos, por causa do relevo favorável às atividades econômicas, da fertilidade do solo e da facilidade de deslocamento pelos rios. No Brasil, grandes cidades desenvolveram-se em planícies fluviais. É o caso de Itajaí e Blumenau, em Santa Catarina, localizadas ao longo do rio Itajaí-açu. A fotografia mostra parte da margem desse rio ocupada por grande urbanização e pelo porto de Itajaí, em 2012.
Ernesto Reghran/Pulsar Imagens
Página 207
A exploração econômica da natureza
Os seres vivos dependem da natureza para sobreviver.
As sociedades podem interferir na dinâmica da natureza sem impedir que ela se regenere, sem comprometer o abastecimento de recursos naturais para as próximas gerações. Podem também interferir de modo predatório, explorando a natureza de maneira tão rápida e intensa que ela não consiga se regenerar, ameaçando a existência de recursos naturais para as gerações seguintes.
A exploração dos ambientes florestais
Há muito tempo os recursos florestais são explorados pela humanidade como fontes de alimentos, matérias-primas e energia. Mas esses recursos nem sempre são usados apenas para a subsistência. Eles também são explorados economicamente para serem comercializados em larga escala.
A exploração econômica das florestas pode ocorrer de muitas maneiras. Nas florestas temperadas, realiza-se para abastecer as indústrias de papel e de móveis, entre outras.
As florestas tropicais e equatoriais, além de serem intensamente devastadas pelas madeireiras, vêm sendo desmatadas para ampliação das atividades agropecuárias, instalação de mineradoras e abertura de estradas.
O desmatamento promove alterações significativas no hábitat dos animais, dificultando sua sobrevivência. É responsável ainda por alterações na dinâmica climática local, como nos regimes de chuvas. Há também a perda do solo provocada pela intensificação da erosão, dificultando o desenvolvimento da flora e da fauna nas áreas desmatadas.
Fig. 1 (p. 207)
Trator empilhando troncos de árvores retiradas da floresta Amazônica em Paragominas, Pará. Foto de 2014.
Delfim Martins/Pulsar Imagens
Os impactos ambientais
Impactos ambientais são alterações no meio ambiente provocadas por ações dos seres humanos.
Em muitos países a legislação exige o estudo de possíveis impactos ambientais antes da intervenção no meio ambiente – por exemplo, antes da construção de uma estrada. Esses estudos, associados a outras medidas, procuram evitar grandes e destrutivas alterações na natureza.
Página 208
A exploração ecológica das florestas
É possível realizar um aproveitamento econômico sustentável da floresta, buscando maior interação entre os aspectos naturais e da biodiversidade e as necessidades econômicas da população local.
Podemos citar como exemplo os sistemas agroflorestais, nos quais plantio e floresta nativa ocupam o mesmo espaço. Há também as reservas extrativistas, de onde se retiram produtos da floresta (borracha, açaí, castanha, etc.) sem prejudicá-la.
As práticas de uso dos recursos das florestas sem devastá-las são adotadas pelas populações indígenas e também por outros grupos que formam os chamados “povos da floresta”, como os seringueiros, os ribeirinhos (populações que vivem à beira dos rios) e as comunidades quilombolas.
A exploração mineral
As regiões serranas e montanhosas são fontes valiosas de recursos naturais (água, recursos minerais e energéticos, entre outros). Os recursos minerais são muito importantes para as indústrias. Os minérios podem ser transformados em metais, utilizados em diversas atividades em nosso cotidiano.
A exploração desses recursos pode causar graves danos ao ambiente. Como exemplo, lembramos a destruição do pico do Cauê, em Minas Gerais, para a extração de ferro. Veja novamente as imagens e o texto da página 90.
A vegetação, o solo e os animais das regiões montanhosas, por exemplo, são muito vulneráveis à ação humana. As baixas temperaturas das altitudes elevadas dificultam a regeneração da vegetação devastada por atividades econômicas. A acentuada inclinação dos terrenos intensifica a erosão do solo. O avanço da urbanização em direção a essas regiões e a atividade mineradora em larga escala deterioram esses ambientes, comprometendo a biodiversidade e os recursos hídricos.
Fig. 1 (p. 208)
Trabalhadores extraindo ardósia em Felixlândia, Minas Gerais. Foto de 2014.
Rubens Chaves/Pulsar Imagens
A exploração das zonas polares
Além de conter a maior parte da água doce congelada do planeta, as regiões polares são ricas em muitos outros recursos. No polo Sul, a exploração econômica dos recursos naturais está proibida pelo Tratado da Antártida, assinado em 1959. O mesmo não ocorre no polo Norte.
O aquecimento global, apesar de causar preocupação, tem aumentado as possibilidades de exploração econômica da região ártica (polo Norte). A redução das geleiras, devido ao aumento das temperaturas, permite a utilização do oceano Glacial Ártico como importante rota comercial, além de facilitar a pesca industrial e a sondagem do subsolo em busca de riquezas minerais. Se a exploração econômica do Ártico se tornar intensa, os prejuízos ambientais poderão ser irreparáveis.
Fig. 2 (p. 208)
Oleoduto utilizado para transporte de petróleo em área de tundra no Alasca, Estados Unidos. Foto de 2013.
Patrick Endres/Alaska Stock/Alamy/Latinstock
Página 209
Preservação da biodiversidade
Nas últimas décadas, houve perda acelerada da biodiversidade em todo o planeta. Atualmente, a extinção de espécies ocorre em um ritmo muito superior ao que poderia ser considerado natural. Essa constatação reforça ainda mais a necessidade de se tomarem medidas de controle da ação humana sobre a natureza.
Fig. 1 (p. 209)
Viveiro de mudas de plantas nativas da mata Atlântica em Itu, São Paulo. Foto de 2014.
Rubens Chaves/Pulsar Imagens
O plantio de florestas
O reflorestamento, que consiste no replantio de árvores no local onde outras foram extraídas, pode ser utilizado para a recuperação de áreas florestais degradadas. Porém, quando a finalidade é comercial, não ocorre a preservação da biodiversidade.
Empresas que atuam no setor madeireiro ou de papel e celulose, por exemplo, plantam e replantam árvores com o objetivo de obter a matéria-prima de que necessitam. Porém, o plantio comercial de árvores é feito como monocultura, privilegiando espécies que crescem rapidamente, como o pínus e o eucalipto. Assim, altera bastante as características da natureza, pois essas espécies apresentam grande consumo de água e nutrientes do solo, em especial o eucalipto, inibindo o desenvolvimento da biodiversidade local.
Unidades de conservação
Unidades de conservação são áreas que possuem recursos naturais de grande importância ambiental. Tais características levaram as autoridades a restringir seu acesso ao público e a exploração econômica dos seus recursos.
No Brasil, existem várias categorias de unidades de conservação, como as reservas biológicas, os parques nacionais e as áreas de proteção ambiental. Cada categoria possui uma legislação específica determinando as restrições de uso e exploração dos recursos, que podem ir desde a proibição da entrada de pessoas não autorizadas nas unidades de conservação até a possibilidade do uso de seus recursos por meio de práticas não destrutivas. No Brasil, contudo, o cumprimento dessas leis é dificultado pela falta de fiscalização.
Desenvolvimento sustentável
O conceito de desenvolvimento sustentável surgiu como uma tentativa de conciliar a necessidade de preservação da natureza com os interesses econômicos. A ideia do desenvolvimento sustentável consiste no uso dos recursos naturais sem provocar prejuízos ambientais no presente, garantindo, dessa forma, a utilização desses recursos pelas gerações futuras.
A preservação por meio da cidadania
Reduzir o consumo de produtos, economizar água e energia e realizar a coleta seletiva do lixo são ações importantes do dia a dia para a redução dos problemas ambientais.
MP
I. Se em seu bairro houver coleta seletiva de lixo, reúna-se com os colegas e, juntos, façam uma campanha para divulgar essa ação na escola.
II. Se não houver esse serviço, converse com os professores e as pessoas de sua casa sobre a importância dele e procure saber como reivindicar das autoridades sua implantação.
Verifique o que aprendeu
1. Dê exemplos da exploração de áreas florestais.
1. Entre os exemplos de exploração das florestas, podemos citar a extração de madeira, a exploração mineral, a exploração dos recursos da floresta sem prejudicá-la, como fazem os povos indígenas e as populações ribeirinhas, e os sistemas agroflorestais, em que a agricultura e a floresta nativa se dão no mesmo espaço.
2. Que atividades causam danos às florestas?
2. A extração de madeira, a abertura de estradas, a mineração, a agropecuária, etc.
3. Por que as áreas serranas são importantes fontes de recursos naturais?
3. Porque são fontes de água e de recursos minerais e energéticos.
4. Cite ao menos três medidas que contribuem para a preservação da biodiversidade.
4. Reflorestamento, uso racional e planejado dos recursos naturais (desenvolvimento sustentável), cumprimento das leis ambientais.
Página 210
Atividades
Responda sempre no caderno.
1. Que consequências o desmatamento das florestas pode provocar?
1. O desmatamento das florestas provoca alterações no hábitat dos animais, dificultando sua sobrevivência. Pode causar alterações no clima local, além de provocar a contaminação dos rios e a perda de nutrientes do solo, dificultando o desenvolvimento da vegetação e da fauna local.
2. A fotografia abaixo representa a monocultura de eucalipto em uma área antes desmatada. Observe-a e responda às questões.
Fig. 1 (p. 210)
Reflorestamento com plantação de eucaliptos em Poços de Caldas, Minas Gerais, 2014.
João Prudente/Pulsar Imagens
a) Qual seria a finalidade dessa monocultura?
Produzir matéria-prima para as indústrias de madeira, papel e celulose.
b) Quais impactos negativos essa monocultura pode causar à natureza?
Alterações nas características do solo e na biodiversidade local. Espécies de crescimento rápido, como o eucalipto, consomem grandes quantidades de água e nutrientes do solo, inibindo o desenvolvimento da biodiversidade.
3. Compare a seguir três modelos de exploração de florestas.
Modelo 1
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Exploração baseada no lucro imediato, em que uma área completamente devastada é abandonada e uma nova área passa a ser explorada.
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Modelo 2
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Exploração que retira apenas parte da vegetação de uma área, priorizando as árvores de maior porte ou as que estejam doentes. Posteriormente, a área permanece intocada por longo período, antes de ser explorada novamente.
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Modelo 3
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Exploração dos recursos da floresta pelas populações que vivem na área, sem destruí-la, o que proporciona melhoria das condições de vida da comunidade.
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ID/BR
a) Quais modelos seguem os princípios do desenvolvimento sustentável? Justifique sua resposta.
Os modelos 2 e 3, pois os princípios do desenvolvimento sustentável preveem o uso dos recursos naturais preservando o ambiente.
b) Explique quais seriam as vantagens ambientais e econômicas desses modelos.
No caso do modelo 2, as vantagens ambientais estão relacionadas à possibilidade de regeneração da floresta, reduzindo a perda de biodiversidade. As vantagens econômicas ocorrem em função do não esgotamento dos recursos naturais, permitindo a continuidade da exploração desses recursos pelas gerações futuras. No modelo 3, as vantagens ambientais são a manutenção do sistema florestal sem nenhum dano ao ambiente. As vantagens econômicas são a melhoria das condições de vida das populações que vivem na área.
4. Leia o texto a seguir e responda às questões.
O parque nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.
Brasil. Lei n. 9985, de 18 de julho de 2000. Disponível em:
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