Enfatize a maneira como as ações humanas podem acelerar a erosão e até mesmo o intemperismo. Cite o assoreamento da represa Billings, localizada no município de São Paulo, como exemplo de degradação do meio ambiente natural e do descaso do poder público para projetos de assentamentos populacionais no meio ambiente urbano. Leia o texto a seguir.
Texto complementar para o professor
Represa Billings já perdeu 40% da capacidade
O maior reservatório de água da Região Metropolitana de São Paulo, a represa Billings, chega aos 87 anos no próximo dia 27 com apenas 60% da sua capacidade de abastecimento original. Criada em 1925 com o propósito de geração de energia, a represa perdeu 40% do seu volume de água devido à ocupação irregular desenfreada e altos níveis de assoreamento, de acordo com o secretário de Meio Ambiente de São Bernardo, Giba Marson. “A estimativa da Prefeitura é de que a perda de volume de água fique entre 30% e 40%”, afirmou.
O percentual de 40% é reforçado pelo especialista em gestão ambiental e professor da Universidade Metodista, Carlos Henrique Oliveira. “Até hoje, a perda de capacidade da represa já atingiu os 40%”, disse Oliveira.
Cerca de 1 milhão de pessoas vivem em torno da represa, sendo a maioria nas regiões de São Bernardo e São Paulo. A ocupação desregulada, impulsionada pelo crescimento urbano, resulta em toneladas despejadas diariamente em áreas de manancial. Esses dejetos são levados pelas chuvas ao fundo do reservatório e, uma vez sedimentados, diminuem a capacidade de armazenamento da represa – além da poluição que provocam.
Grandes obras viárias, como a ampliação da via Anchieta na década de 1960 e a construção do trecho Sul do Rodoanel, também estimularam o assoreamento da Billings e soterraram braços do reservatório. Somente há 20 anos a represa passou a ser vista como fonte de abastecimento. No entanto, o ABCD é abastecido apenas pelas barragens Rio Grande e Ribeirão da Estiva, separadas artificialmente do reservatório. Na Capital, metade da água é importada de Piracicaba.
. Acesso em: 6 maio 2015.
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Atividade 1. O aluno deve identificar a mudança no tratamento dado aos indígenas. Antes eles eram vistos como pessoas que não conseguiam relacionar-se por si mesmos com a sociedade não indígena e que precisavam sempre ser tutelados, protegidos. Hoje, eles têm cargos técnicos na administração do Parque e levam suas reivindicações às autoridades. Outro aspecto importante são as mudanças ambientais na região. Com o desmatamento, o plantio de monoculturas e a planejada construção de uma hidrelétrica, há uma grande mudança nos ecossistemas da região. Essas mudanças são muito prejudiciais ao modo de vida indígena.
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Boxe de valor
O objetivo deste boxe é levar o aluno a refletir sobre a questão da rejeição e do preconceito contra novas ideias. Saber ouvir e procurar compreender novas ideias são maneiras de evitar o preconceito e superar o senso comum de que as verdades são imutáveis. Na história do conhecimento científico, teorias foram contestadas com base em novas observações.
À medida que os estudos são divulgados e debatidos em jornais, revistas, programas de rádio e televisão, as ideias ficam mais próximas da população em geral e se tornam mais compreensíveis para ela. Refletir, procurar entender o que o estudo provou e de que forma foi concluído fazem parte do processo de aceitação de novas ideias e descobertas. É claro que, na época em que a tecnologia não possibilitava tantos veículos de divulgação de conhecimento, a propagação
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das ideias não era feita da forma como conhecemos hoje. Para entender como era a aceitação da produção de conhecimento, é necessário estudar e conhecer as estruturas de poder vigentes e a maneira de pensar de uma época.
Um exemplo que poderá ser lembrado é a incredulidade inicial sobre o efeito estufa. Quando, no início da década de 1970, os cientistas falaram pela primeira vez no agravamento do efeito estufa, foram considerados alarmistas. Sobre isso, é importante dizer aos alunos que, atualmente, coexistem tanto especialistas que acreditam firmemente na existência do efeito estufa quanto outros que não seguem esta linha de pensamento. Estes últimos argumentam que a Terra tem ciclos de aquecimento e resfriamento, de modo que afirmam ser questionável o papel dos seres humanos nas mudanças climáticas globais. O fato é que hoje não existe consenso sobre o tema.
Outros exemplos de ideias inicialmente rejeitadas são a teoria da evolução de Darwin e as ideias de Galileu, que foi perseguido pela Igreja católica e obrigado a negar suas descobertas sobre o movimento dos astros e a teoria heliocêntrica.
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Quando se estudam os movimentos tectônicos do planeta, diversas dúvidas surgem entre os alunos. Muitas vezes, essas dúvidas são julgadas fantasiosas até por eles mesmos, pois é a primeira vez que refletem sobre a dinâmica de algo imenso e abstrato como o interior do planeta Terra. No entanto, é interessante instigá-los a apresentar as dúvidas e as inquietações acerca desse tema. Uma delas é recorrente: eles querem saber se é possível observar o soerguimento de uma cordilheira.
As ideias e dúvidas apresentadas pelos alunos são interessantes para se desmistificar equívocos no que se refere a transformações ocorridas na escala do tempo geológico. Sobre esse assunto, o texto a seguir pode lhe ser útil. Leia-o e, se julgar interessante, discuta-o também com os alunos.
Texto complementar para o professor
[...] Chamamos de “Tempo Geológico” [...] tempo profundo que foge aos nossos padrões de referência. Tal escala de tempo pode ser medida através de relógios naturais, bem menos óbvios para a nossa experiência, que refletem o ritmo da Terra. Esses relógios naturais são, entre outros, os movimentos dos continentes, o soerguimento de montanhas, o aumento e a diminuição dos níveis dos oceanos, e, também, o surgimento e a extinção das espécies. Assim, cada rocha e cada fóssil existentes na crosta terrestre constituem-se em arquivos naturais que guardam os segredos de muitos eventos do passado e são ferramentas que podem nos ajudar a reconstituir a história do planeta.
Quando falamos em fósseis, logo nos lembramos dos já mencionados dinossauros. Na verdade, esses fascinantes animais são a porta de entrada para muitas crianças tomarem um primeiro contato com a ciência, já que todos nós temos uma curiosidade natural sobre nossa origem e sobre o passado da Terra. Mas a diversidade da vida no passado vai muito além dos dinossauros. Muito antes dessas criaturas reinarem no planeta, inúmeras formas de vida surgiram e se diversificaram, formando uma grande árvore da vida. A maioria delas já se extinguiu, mas algumas deixaram descendentes que ainda hoje habitam a Terra, como nós.
A coluna do tempo geológico
A coluna do tempo geológico [...] é dividida em Éons, Eras, Períodos e Épocas. Essa divisão não é arbitrária, ela reflete grandes acontecimentos que ocorreram nas histórias geológica e biológica da Terra. Assim, os Éons Arqueano e Proterozoico correspondem a grupos de rochas ígneas e metamórficas que formam grande volume da crosta continental, com um registro fóssil escasso, composto somente de seres microscópicos. No final do Proterozoico é que começaram a aparecer os primeiros seres multicelulares. Já o Éon Fanerozoico significa “vida visível”, refletindo a fase em que a vida se tornou abundante no planeta.
Cada uma das três Eras do Éon Fanerozoico – Paleozoica, Mesozoica e Cenozoica – ilustra um momento especial da história da Terra e o limite entre as Eras é pautado por eventos de extinção em massa. Dentro da Era Paleozoica (“vida antiga”) estão vários períodos. O nome Cambriano vem de Cambria, que é o nome latino para Gales, onde suas rochas foram primeiramente estudadas. Ordoviciano vem de Ordovices, que é o nome de uma antiga tribo celta. Siluriano homenageia a tribo dos Silures, que habitava uma região de Gales. Devoniano é uma homenagem a Devonshire, na Inglaterra, onde estão expostas rochas dessa idade. O nome Carbonífero refere-se aos depósitos de carvões que se encontram acima das rochas devonianas. O nome Permiano foi dado porque as rochas desta idade situavam-se próximas à província de Perm, na Rússia. A Era Paleozoica termina com o maior evento de extinção em massa de todos os tempos.
A Era Mesozoica (“vida do meio”) inclui os períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo. O nome Triássico tem a ver com a divisão em três camadas das rochas dessa idade na Alemanha, que se sobrepunham às rochas paleozoicas. Jurássico faz referência às montanhas Jura, na Suíça, já Cretáceo vem do termo latim Creta que significa giz, relativo às rochas da França e Inglaterra.
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A Era Cenozoica significa “vida recente”. Ela inicia depois da grande extinção que marcou o final do período Cretáceo, dividido em dois períodos: Paleógeno e Neógeno, cada um deles contendo épocas.
Soares, M. B. Livro digital de paleontologia: a paleontologia na sala de aula. UFRGS. Disponível em:
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