. Acesso em: 20 fev. 2015.
E também veja o que a Constituição Federal fala sobre o direito ao transporte:
Art. 30. Compete aos Municípios:
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial.
Art. 21. Compete à União:
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1998.
Com base em ambas as definições, vamos promover um debate coletivo! Para isso é necessário que a sala seja dividida em pelo menos cinco grupos.
Cada grupo será responsável por pesquisar, organizar e debater os pontos de vista, as pautas e as propostas de cinco segmentos diferentes da sociedade acerca da questão do transporte público e das manifestações populares. Esses segmentos são: o MPL, a população em geral, o Estado, a polícia e os empresários de ônibus.
A pesquisa precisa passar por pelo menos três pontos nos argumentos de cada segmento da sociedade. São eles:
- Quais os interesses do segmento que vocês estão pesquisando?
- Qual segmento este grupo representa/quem ele está defendendo?
- Quais são/foram as ações deste grupo em relação ao tema?
Após a pesquisa, com a ajuda do(a) professor(a), organize em sala o debate entre todos os grupos. Será preciso exercitar a argumentação para defender e/ou refutar as afirmações do seu grupo e dos outros!
Página 92
Cidadania
Leitura
As crianças e a propaganda
Você já se imaginou vivendo em uma sociedade sem acesso à internet? Em outros tempos, o telefone significou um grande avanço para a comunicação entre as pessoas. Assim como a televisão, que já foi artigo de luxo nas casas, e raramente era encontrada na versão em cores. Como vimos nas páginas 86 e 87, o grande avanço nas tecnologias de comunicação permitiu uma generalização do acesso à informação. Hoje é fácil conseguir informações sobre todas as coisas que lhe interessam graças à internet. Contudo, também é cada vez mais fácil deparar-se com uma “enxurrada” de assuntos, ideias e produtos que você nunca imaginou serem necessários para a sua vida!
Por meio da propaganda, os produtos são apresentados como irresistíveis e imprescindíveis, e é comum termos a sensação de que precisamos de alguma coisa que acabamos de conhecer em um anúncio. A propaganda está presente para incentivar todos nós a consumir cada vez mais!
Cabe aos adultos perceber essa influência, Mas e as crianças? Elas são capazes de lidar com os apelos das propagandas? De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC) e o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), desde 2014, toda publicidade dirigida às crianças e veiculada em jornais, comerciais de televisão, rádio, banners, sites, embalagens, entre outros meios, passou a ser considerada ilegal. Essa decisão surgiu com base na conclusão de que as crianças com idade de 0 a 12 anos ainda estão em processo de desenvolvimento e formação de senso crítico próprio e, por isso, não seriam totalmente capazes de decidir o que é bom ou ruim para elas.
O que você acha disso? As crianças realmente são mais vulneráveis e não possuem condições de analisar criticamente os anúncios de propaganda de produtos e serviços em geral? E seus pais? Por que deveríamos proteger as crianças do consumo?
Fig. 1 (p. 92)
Criança assistindo à televisão. EUA, final do século XX.
LLOYD SUTTON/MASTERFILE/LATINSTOCK
Página 93
Atividade
Não escreva no livro. Faça as atividades no caderno.
Pesquisa de campo
Com um caderno em mãos, você irá realizar um dia de pesquisa em campo! Você sabe o que isso significa?
Significa mergulhar, durante um dia, na paisagem que o cerca, prestando atenção, escrevendo e desenhando sobre tudo que está ao seu redor. Pode ser no caminho da escola para a casa ou no bairro em que mora!
Você também pode complementar essa pesquisa no universo virtual, ou seja, ao utilizar a internet nesse dia, é importante anotar o que perceber!
A pesquisa deverá ser feita com base em alguns critérios, mas é importante que você complete a lista a seguir com outras questões que considere interessantes e que devem ser destacadas durante a atividade:
1. Quais são os locais por onde você andou?
2. Quem são as pessoas que passam diariamente por lá?
3. Há propaganda nas ruas, em outdoors, placas ou em frente às lojas?
4. O que as propagandas dizem? Que produtos vendem? A quem se destinam?
5. O que você pensa a respeito dos produtos que as propagandas mostram?
6. Você tem ou utiliza esses produtos? Pode viver sem eles? Por que quer ter esses produtos? Ou por que não quer?
Após realizar a pesquisa, você deverá produzir algum material com as informações obtidas para apresentar aos colegas. É importante que você explique o que você fez e por quê. Entre os materiais que você pode produzir estão:
- Um texto narrativo;
- Um cartaz artístico;
- Um poema;
- Uma música;
- Um ensaio fotográfico.
Durante as apresentações, é interessante que todos os alunos discutam as diferentes opiniões e interpretações sobre as informações coletadas. Existem diversas maneiras diferentes de olhar para as mesmas coisas, e cada um pode interpretar uma informação de uma maneira particular, afinal, todos nós somos diferentes entre si. Para a discussão ficar mais legal, é preciso respeitar o ponto de vista e a fala dos colegas e ter argumentos convincentes para concordar ou discordar deles!
Página 94
6. O lugar e suas representações
Neste capítulo, veremos formas de representação dos lugares realizadas não somente pelos geógrafos, mas também por outros profissionais Tais representações são muito importantes para o estudo da Geografia sobre os lugares Vamos ver como isso acontece?
Página 95
Vimos que o lugar é bastante estudado pela Geografia, mas não é objeto exclusivo dessa ciência Todos nós temos alguma relação, direta ou indiretamente, com a construção e a transformação cotidiana de cada lugar do planeta em diferentes momentos da História e, sobretudo, atualmente Como cada indivíduo vê e percebe tudo que existe ao seu redor de forma particular, o mesmo lugar pode ser retratado com técnicas e propostas distintas, já que seu significado pode variar de pessoa para pessoa Os lugares não são estáticos, mudam a cada ação humana e da natureza e, sendo assim, suas representações variam de acordo com quem os retrata
Fig. 1 (p. 95)
O geógrafo, por Johannes Vermeer, Holanda. Nesta obra de 1669, o pintor holandês retrata o profissional geógrafo, mas também uma forma de se fazer Geografia naquela época.
AUTOR DESCONHECIDO/MUSEO STÄDEL, FRANKFURT, ALEMANHA
Com base na pintura acima, responda em seu caderno:
a) Quais elementos na pintura podem ajudar-nos a chegar à conclusão de que se trata da representação de um geógrafo?
b) O que a imagem sugere que ele está fazendo?
Página 96
O seu lugar
As imagens são importantes ferramentas utilizadas pela Geografia para conhecer, estudar e representar um lugar, o espaço e as paisagens. Você já representou algum lugar por meio de fotografia, desenho ou mapa? Já tentou retratar algum lugar que você goste para alguém que não o conhece? Existem muitas maneiras de fazer isso. Uma delas é descrevê-lo em detalhes.
Para começar, vamos fazer o exercício de expressar a relação que você tem com determinado lugar para uma pessoa que não o conhece. Como você faria isso?
Na arte
É muito difícil encontrar uma definição única para arte. Além de haver conceitos diferentes de acordo com o que os artistas e especialistas acreditam, a própria definição de arte muda com o tempo.
A arte é uma criação humana, é uma maneira de expressar emoções, sentimentos, situações, percepções da realidade, ideias e fatos históricos. É comum classificá-la em linguagens, como são chamados os vários tipos de arte: música, dança, fotografia, pintura, escultura, teatro, literatura, cinema, performance.
Todos nós podemos realizar atividades artísticas, porque percebemos e atuamos no mundo, temos a sensibilidade de captar certas coisas que parecem pertencer só a nós mesmos e muitas vezes queremos expressá-las. A arte pode ser um caminho para isso. Sentimos vibrar nosso coração com cheiros, lembranças e imagens. Observe o lugar retratado na imagem a seguir. Você sente alguma identificação com ele? Essa imagem remete a algum lugar conhecido? Você frequenta algum outro parecido? Converse com seus colegas sobre isso.
Fig. 1 (p. 96)
Esta pintura de NerivalRodrigues retrata um lugar muito importante de convivência nos bairros, o qual vem se tornando cada vez mais raro. Com o crescimento das cidades, o uso de áreas livres comunitárias, como os campos de futebol de várzea, tem se tornado cada vez menos frequente. Futebol de várzea, 2014, Mogi das Cruzes, SP.
NERIVAL RODRIGUES DA SILVA/REPRODUÇÃO DO ARTISTA
Página 97
O lugar, por ter uma dimensão simbólica e afetiva, foi, e continua sendo, representado na arte como uma maneira de transmitir esse sentimento de pertencimento ou afeto. Por meio dessa representação, é possível expressar desde a alegria, a nostalgia e a felicidade em relação a esses lugares, como também o descontentamento.
Além de nos relacionarmos intimamente com nossos lugares, porque eles são os espaços da nossa vivência do dia a dia (o cotidiano) – para brincar, dormir, alimentar-se, trabalhar, ou seja, viver –, eles fazem parte da História: os lugares refletem também as transformações sociais, no nível individual e também no coletivo.
Portanto, o lugar, uma vez refletido pelo artista, também é um relato das transformações do mundo como ele é.
Nas artes plásticas
Ao longo da História do Brasil, muitos artistas esforçaram-se para retratar momentos e seus pontos de vista sobre a História dos lugares e da realidade local, que estão em constante transformação.
Fig. 1 (p. 97)
Vista do atual município de Mogi das Cruzes (SP), no início do século XIX. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mogi das Cruzes possuía em 2014, estimativamente, 41. 839 habitantes.
DEBRET, JEAN BAPTISTE (1768-1848). VIAGEM PITORESCA E HISTÓRICA DO BRASIL. SÃO PAULO: EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 1989. 3 SÉRIE, V. 7. FIGURA 77. (COLEÇÃO RECONQUISTA DO BRASIL).
O que é retratado nesta imagem que vemos acima? Que lugar é este?
Jean-Baptiste Debret (1768-1848) foi um pintor francês que se dedicou a retratar a natureza, os hábitos, a cultura e o cotidiano no Brasil do século XIX. Sua arte expressa a singularidade do povo com a natureza.
Esse artista, que veio da Europa, possuía um olhar estrangeiro sobre o país, buscando com curiosidade entender esses lugares desconhecidos, cheios de surpresas, paisagens exuberantes, cultura florescente.
Dependendo do olhar, de alguém de fora ou de um morador local, o lugar ganha diferentes conteúdos. Sob o ponto de vista de quem olha, é possível observar coisas diferentes.
Página 98
Muitas vezes, por questões de variados motivos, como aquelas de ordem natural (seca, enchentes, terremotos e outros), social, econômica ou política (falta de emprego e trabalho, por exemplo), as pessoas têm de abandonar seus lugares. Este é um tema muito recorrentemente tratado na produção artística brasileira. Quando as pessoas são obrigadas a abandonar seus lugares de origem, é comum enfrentarem grandes dificuldades na busca por outros lugares nos quais se sintam pertencentes. Muitos tornam-se peregrinos na procura de um lugar para viver.
Glossário
Peregrino: termo usado para definir aquele que busca algo.
Conexões
Observe a imagem a seguir e leia abaixo um trecho do livro Seara vermelho, do escritor baiano Jorge Amado (1912-2001).
Fig. 1 (p. 98)
Na obra Retirantes (1944, Petrópolis, RJ), Cândido Portinari retratou uma família de migrantes nordestinos que saiu de seu lugar por causa das consequências da forte seca, que, por longos períodos, dificultava sua vida.
FUNDAÇÃO CANDIDO PORTINARI ÓLEO SOBRE TELA, 190 X 180 CM.
[...] E através da caatinga, cortando-a de todos os lados, viaja uma inumerável multidão de camponeses. São homens jogados fora da terra pelo latifúndio e pela seca, expulsos de suas casas, sem trabalho nas fazendas, que descem em busca de São Paulo, Eldorado daquelas imaginações. Vêm de todas as partes do Nordeste e na viagem de espantos, cortam a caatinga abrindo passo pelos espinhos, vencendo as cobras traiçoeiras, vencendo a sede e a fome, os pés calçados nas alpargatas de couro, as mãos rasgadas, os rostos feridos, os corações em desespero. São milhares e milhares se sucedendo sem parar. É uma viagem que há muito começou e ninguém sabe quando vai terminar porque todos os anos os colonos que perderam a terra, os trabalhadores explorados, as vítimas da seca e dos coronéis, juntam seus trapos, seus filhos e suas últimas forças e iniciam a jornada. E enquanto eles descem em busca de Juazeiro ou de Montes Claros, sobem os que voltam, desiludidos, de São Paulo, e é difícil, se não impossível, descobrir qual a maior miséria, se a dos que partem ou a dos que voltam. […]
AMADO, Jorge. Seara vermelho. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
1. Que situação podemos visualizar por meio de observação da imagem do pintor brasileiro Portinari? O que está acontecendo com esta família?
2. Qual relação a pintura de Portinari e o trecho de Jorge Amado podem ter? Por que esse tema é tão pertinente?
Glossário
Latifúndio: grande extensão de terras, muitas vezes com vastas áreas improdutivas ou escassamente exploradas por lavradores, a benefício do proprietário.
Eldorado: é um lugar imaginário, que simboliza território de riqueza e prosperidade.
Página 99
Assista
Central do Brasil.
Direção: Walter Salles. Brasil-França, 1998.
O drama conta a história de uma professora aposentada que, de repente, por causa de um acidente, fica como responsável de um garoto que acaba de perder a mãe. Como o menino quer viajar ao sertão nordestino para encontrar o pai, a dupla segue viagem e descobre, além das infinitas paisagens que o caminho oferece, a realidade de quem deixou sua terra para perseguir uma vida melhor longe dali, assim como daqueles que retornam na tentativa de reaver o que foi deixado para trás.
A cidade também é um tema muito importante para nossa compreensão geográfica dos lugares e do espaço, e é recorrente na produção artística brasileira. Em relação ao país, por exemplo, a cidade pode ser considerada um lugar. Nela, muitas pessoas diferentes se encontram e o fluxo de informações e mercadorias é muito intenso. A paisagem humanizada é mais predominante do que a natural e as pessoas dedicam-se a uma gama enorme de atividades econômicas. Observe a imagem a seguir.
Fig. 1 (p. 99)
Na obra Operários, pintada em 1933 em SP, Tarsila do Amaral retrata trabalhadores com rostos cansados, chamando a atenção para as desgastantes atividades fabris.
TARSILA DO AMARAL/WWW.TARSILADOAMARAL.COM.BR
A pintura da artista brasileira Tarsila do Amaral retrata pessoas e uma fábrica. As fábricas e as indústrias são empreendimentos que têm forte ligação com a cidade. No Brasil, o crescimento das atuais grandes cidades esteve intimamente ligado com a instalação de indústrias. Na época em que o quadro foi pintado, muitos artistas expressavam as intensas e exploratórias atividades de trabalho nas fábricas e indústrias.
Página 100
Conexões
O músico pernambucano Chico Science fez muito sucesso nos anos 1990. Impulsionou um movimento musical chamado de Mangue Beat, o qual, baseado em uma variedade de influências, refletia em suas músicas a desigualdade social da cidade de Recife e reivindicava a cidade para todos. O movimento chama atenção para aqueles que moram em um lugar muito peculiar: o mangue.
O sol nasce e ilumina as pedras evoluídas
Que cresceram com a força de pedreiros suicidas
Cavaleiros circulam vigiando as pessoas
Não importa se são ruins, nem importa se são boas
E a cidade se apresenta centro das ambições
Para mendigos ou ricos e outras armações
Coletivos, automóveis, motos e metrôs
Trabalhadores, patrões, policiais, camelôs
A cidade não para, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade não para, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade se encontra prostituída
Por aqueles que a usaram em busca de saída
Ilusora de pessoas de outros lugares
A cidade e sua fama vai além dos mares
No meio da esperteza internacional
A cidade até que não está tão mal
E a situação sempre mais ou menos
Sempre uns com mais e outros com menos
Trecho da música “A cidade”, de Chico Science. In: Da Lama ao Caos. Chaos/Sony Music, 1994.
Com base nessa letra, responda em seu caderno:
1. A letra trata de um lugar específico. Que lugar é este?
2. Quais são os elementos que nos ajudam a identificar este lugar?
3. Este é um lugar compartilhado por muitas pessoas? A relação dessas pessoas com esse lugar é igual para todos?
Glossário
Mangue: termo que designa vegetação típica que se desenvolve em ambiente úmido no encontro de águas salgadas com água doce.
Página 101
Na fotografia
A fotografia é uma técnica e forma de expressão que se realiza por meio de captação de imagens. Utilizando-se de uma câmera, o fotógrafo registra um dado momento por meio de variadas combinações de velocidade de captação da imagem e de contraste da luz. A fotografia pode ser analógica, quando a câmera utiliza um filme para gravar a imagem, ou digital, em que um sensor óptico ligado a um processador eletrônico dentro do equipamento registra a cena.
Talvez uma das linguagens artísticas com a qual temos mais contato atualmente, a fotografia está muito presente em nossas vidas. Ainda mais com a disseminação dos novos aparelhos celulares, que já vêm equipados com câmera fotográfica e até mesmo filmadora. Mas a fotografia já é utilizada há muito tempo. A primeira fotografia que se tem notícia data da década de 1820. Observe a reprodução da imagem mais antiga que se tem registro ao lado.
Para a ciência geográfica, as fotografias são fundamentais para o estudo das diferentes paisagens. É uma maneira de retratar com qualidade a diversidade da natureza e de pessoas, e também, a relação destas com seus lugares. A fotografia possui a vantagem de poder registrar momentos de maneira instantânea. Na foto a seguir, crianças originárias da Bolívia estão em um momento que você conhece, não é verdade? O lugar da brincadeira, dos jogos, é o favorito das crianças.
Fig. 1 (p. 101)
A primeira fotografia permanente na História foi realizada na França entre 1826 e 1827. Retrata um lugar específico, um telhado visto da janela do quarto de quem tinha a câmera na mão, o inventor francês Nicéphore-Niépce (1765-1833).
UNIVERSIDADE DE MINESSOTA, ESTADOS UNIDOS
Fig. 2 (p. 101)
Crianças bolivianas no centro de São Paulo, 2014.
ALEXANDRE TOKITAKA/PULSAR
Página 102
Conexões
Como fazer uma câmara escura
Fig. 1 (p. 102)
AVITS PUBLISHING DESIGN
Você vai precisar de:
tesoura
prego ou tachinha
folha de papel
branco
fita adesiva marrom
pano preto
caixa de papelão
1. De um lado da caixa, faça um furo bem pequeno com o prego (quanto menor, melhor será o resultado). Do lado oposto ao furo, cole, por dentro, a folha branca.
2. Faça um buraco na parte superior da caixa por onde possa passar a cabeça.
3. Feche a caixa e vede todas as aberturas com a fita adesiva.
4. Ponha a caixa na cabeça com o furo para trás.
5. Teste sua câmara escura, mirando, de preferência, objetos luminosos ou bem iluminados. Se necessário, afaste-se ou aproxime-se do objeto para obter o foco.
Depois da construção da câmara escura, a qual você pode fazer usando poucos materiais, caminhe até sua casa ou escola e, ao longo do percurso, tente registrar o que mais simboliza cada um dos lugares de que você mais gosta. Se for a quadra de futebol, por exemplo, em vez de uma foto panorâmica, você poderá capturar a imagem de um dos escanteios.
Página 103
Mapas mentais
Os mapas mentais são imagens e mapas dos lugares que fazemos em nossa cabeça. Muitas vezes desenhamos o que nos lembramos dos lugares ou mesmo um trajeto entre diferentes lugares, como o caminho que fazemos para irmos da escola para casa. Conseguimos desenhá-los sem a necessidade de prestar muita atenção. São recursos utilizados para diversos objetivos e podem servir para organizar um conjunto de ideias e informações a fim de transmiti-lo a outras pessoas ou para si mesmo; trata-se de uma representação gráfica de um dado conhecimento.
Com base em nossa experiência com os lugares, fazemos inconscientemente construções mentais de como eles são e como fazemos para chegar até lá.
Esses mapas mentais podem ficar eternamente guardados no nosso subconsciente ou podemos também expressá-los por meio de desenhos para outra pessoa. Para isso, usamos algumas informações da cartografia tradicional. Por meio de traçados, cores e legendas, além de pontos de referência e, até mesmo, de um ponto de vista da nossa realidade, o lugar pode ser retratado sob diferentes ângulos.
O mapa mental é algo que está presente na vida de todos nós. Quando vamos a um bairro ou uma cidade que não conhecemos, temos de parar uma ou inúmeras vezes para perguntar se estamos no caminho certo. A pessoa que nos auxilia, em geral, para alguns instantes a fim de pensar antes de responder, pois aquele pode não ser o caminho dela, algo no qual ela não está pensando o tempo todo. Porém, se ela conhece o trajeto que deverá ser feito por aquele que pergunta, pensa como poderá explicar da melhor maneira possível.
Ponto de vista
Mapa mental e experiência: um olhar sobre as possibilidades
Fig. 1 (p. 103)
AVITS PUBLISHING DESIGN
Na primeira imagem, o mapa mental foi feito como se o lugar retratado estivesse sendo visto de cima. Na segunda, a visão é de frente para o lugar.
casa
Prédios
Cume das
colinas
O “olhar de cima” permite organizar os elementos […]. É como projetar a própria vista de um ponto mais alto (de um avião, p.e.) e orientar as vias e os pontos de maior importância para aquilo que se quer representar. Esse tipo de representação é normalmente utilizado para elaboração de croquis permitindo estruturar as imagens em um plano. Mas, será que imagens representadas com base nessa perspectiva oblíqua, panorâmica da paisagem, com profundidade e altura, poderiam ser chamadas de mapas também? O desenho de uma casa no campo, ou de ruas e prédios?
PAULA, Luiz Tiago de. Mapa mental e experiência: um olhar sobre as possibilidades. In: XVI ENCONTRO NACIONAL DE GEÓGRAFOS, Porto Alegre, jul. 2010. Disponível em:
Dostları ilə paylaş: