Geografia 6º ano



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. Acesso em: 16 jan. 2015.

Glossário
Hegemônico: Estado que exerce poder sobre a maioria dos demais estados do mundo.

a) O texto vai ao sentido de qual opinião sobre o aquecimento global?


b) Com base no texto, qual é a posição de muitos governos sobre essa realidade?
c) Que atividades evidenciam o fenômeno descrito?

Interpretando a mídia

4 Leia a reportagem publicada no jornal Folha de S. Paulo e responda em seu caderno.

Dez anos após ter entrado em vigor, o Protocolo de Kyoto tem um diagnóstico claro: o acordo fracassou em reduzir as emissões mundiais de gases-estufa, que cresceram 16,2% de 2005 a 2012.

[...] Concluído em 1997 em Kyoto, no Japão, o protocolo estabelecia metas de redução das emissões de gases-estufa. Só em 2005 ele adquiriu força para entrar em vigor, com a ratificação pela Rússia.

O protocolo teve 189 ratificações, entre elas a do Brasil, em 2002. Mas suas novas metas de redução de emissões de 2013 a 2020, estabelecidas em 2012 no Qatar, só tiveram até agora 23 adesões.

Em um balanço, a secretaria da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) destacou que 37 países, a maioria da União Europeia, superaram sua meta de reduzir em 5% suas emissões até 2012.

Glossário
Ratificação: ação que indica concordância.

Página 225

A agência, contudo, deixou de lado os números do aumento global das emissões e o alerta enfático feito em 2014 por seu braço científico, o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática): não há mais tempo para reduzir a concentração de gases-estufa para que o aumento médio da temperatura da superfície terrestre até 2100 seja inferior a 2 °C.

Essa elevação traria como consequência mais secas, derretimento de geleiras e inundações de zonas costeiras pela elevação dos oceanos.

Para evitar esse cenário, seria preciso estabilizar as emissões até 2020 e reduzir as emissões em 80% até 2050. [...]

TUFFANI, Maurício. Dez anos depois, Protocolo de Kyoto falhou em reduzir emissões mundiais. Folha de S. Paulo, São Paulo, 16 fev. 2015. Disponível em: . Acesso em: 16 fev. 2015.

a) Do que se trata do Protocolo de Kyoto? Pesquise mais a respeito em sites da internet.


b) Esse protocolo atingiu a meta estabelecida em 1997?
c) Que continente conseguiu atingir a meta de maneira mais significativa?

Glossário
Ratificação: ação que indica concordância.

Cartografando

5 O mapa e o gráfico mostram juntos os esforços e as negativas em relação às resoluções que saíram do Protocolo de Kyoto. Observe-os e, depois, responda às questões em seu caderno.

Fig. 1 (p. 225)

ALEX ARGOZINO/EDITORIA DE ARTE/FOLHAPRESS

Dez anos do protocolo de Kyoto

TUFFANI, Maurício. Dez anos depois, Protocolo de Kyoto falhou em reduzir emissões mundiais. Folha de S. Paulo, São Paulo, 16 fev. 2015. Disponível em: . Acesso em: 16 fev. 2015.

a) Quais foram os países que renunciaram ou não ratificaram o tratado? Em sua opinião, que fatores podem ter levado a essa decisão?
b) Segundo o gráfico, o protocolo conseguiu atingir a meta estabelecida em 1997?
c) Este mapa traz uma informação diferente em comparação à reportagem mostrada em “Interpretando a mídia”. Qual seria essa informação? Por que ela é importante?

Página 226

E Ética

Leitura

Países ricos e países pobres

Neste capítulo, na página 225, vimos no mapa Dez Anos do Protocolo de Kyoto que esse protocolo, implantado em 1997 visando alcançar metas de diminuição da emissão de gases poluentes na atmosfera, apresentou diversas complicações durante sua execução.

O protocolo é baseado em uma divisão socioeconômica que conhecemos bem. Ele estabelece uma meta de redução dos gases poluentes para os países mais ricos, cujo desenvolvimento é considerado mais avançado, diferentemente dos países pobres, vistos como “em desenvolvimento”.

Veja o que foi definido na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992:

A cooperação internacional na área do meio ambiente está crescendo; em diversos casos, verificou-se que as disposições sobre comércio dos acordos multilaterais sobre o meio ambiente desempenharam um papel nos esforços para fazer frente aos problemas ambientais mundiais. [...] O desafio consiste em assegurar que as políticas comerciais e as políticas sobre o meio ambiente sejam compatíveis, reforçando, ao mesmo tempo, o processo de desenvolvimento sustentável. Não obstante, será preciso levar em conta o fato de que os parâmetros ambientais válidos para os países desenvolvidos podem significar custos sociais e econômicos inaceitáveis para os países em desenvolvimento.

CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO: de acordo com a Resolução 44/228 da Assembleia Geral da ONU, de 22-12-89, estabelece uma abordagem equilibrada e integrada das questões relativas a meio ambiente e desenvolvimento: a Agenda 21. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 1995. Disponível em: . Acesso em: 16 mar. 2015.

Com base nesse trecho, podemos perceber que o conceito de desenvolvimento sustentável é baseado na ideia de que é possível conservar o meio ambiente e desenvolver o comércio e o consumo ao mesmo tempo. Além disso, o trecho anterior alerta para as diferenças nos parâmetros ambientais entre os países desenvolvidos e aqueles em desenvolvimento. O que você acha disso? Será que isso é realmente possível?

Fig. 1 (p. 226)

Homem parado em loja cheia de televisores expostos. EUA, anos 2000.

PETER CADE/GETTY IMAGES

Página 227

Atividade

Não escreva no livro. Faça as atividades no caderno.



Pesquisa, produção de texto e debate

Leia com atenção o trecho da reportagem a seguir:



A terra é dos índios. E o carbono, é de quem?

Por US$ 120 milhões, empresa irlandesa compra direitos sobre créditos de carbono dos índios Munduruku, no Pará; contrato valeria por 30 anos. A Funai foi deixada de fora

A Celestial Green atua em um novo setor que se fortalece nos recônditos da Amazônia brasileira: a venda de créditos de carbono com base em desmatamento evitado, focado nas florestas. Por estes créditos, a empresa tem procurado indígenas de diversas etnias e teria assinado contratos com os Parintintin, do Amazonas, e Karipuna, do Amapá, segundo as suas páginas no Twitter e Facebook. [...] Totalmente desconhecida no Brasil, a Celestial Green, sediada em Dublin, se declara proprietária dos direitos aos créditos de carbono de 20 milhões de hectares na Amazônia brasileira – o que equivale aos territórios da Suíça e da Áustria somados. Juntos, os 17 projetos da empresa na região teriam potencial para gerar mais de 6 bilhões de toneladas de créditos de carbono, segundo a própria empresa.

Os créditos por desmatamento evitado, ou REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal), não são “oficiais”, ou seja, não podem ser vendidos nos mercados regulamentados pelo protocolo de Kyoto. Este protocolo só aceita, por exemplo, a venda de créditos por uma empresa de um país pobre que troque sua tecnologia por uma menos poluente; os créditos que ela deixará de emitir podem ser vendidos.

No caso das florestas, não há um mecanismo oficial que permita isso.

Por isso, os créditos de carbono referentes a florestas são negociados em um mercado voluntário, que não é regulado; empresas como a Landrover, o HSBC, a Google e a DuPont compram esses créditos para sinalizar que estão fazendo algo de bom pelo meio ambiente. O mercado é muito menor do que aquele resultante de projetos previstos por Kyoto: em 2010, o valor negociado foi de cerca de 400 milhões de dólares contra 140 bilhões de dólares do mercado “oficial”.

Na esteira da corrida pelo invisível – créditos de carbono que deixariam de ser emitidos por desmatamento – a irlandesa Celestial Green se adiantou: realizou diversas negociações rápidas e à margem de qualquer órgão federal. A empresa promete avaliar o potencial de créditos de carbono depois; mas já garante sua posse sobre eles, por contrato, e o acesso às terras para avaliação.

ARANHA, Ana et al. Agência Pública, 9 mar. 2012. Disponível em:


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