. Acesso em: 27 jan. 2015.
Página 32
Comentário
Lembram-se de que no Capítulo 1 foi tratada a questão do ponto de vista em relação à paisagem que observamos? O mesmo ocorre com o que sentimos sobre um determinado lugar. Enquanto uma pessoa pode sentir-se pertencente a determinada cidade, outra talvez não tenha a mesma sensação. Em vez de falarmos somente sobre o sentimento de pertencimento dos indivíduos com relação aos lugares, é necessário também reconhecer o não pertencimento.
O fato de uma pessoa sentir-se à vontade em uma cidade não assegura que qualquer um se sentirá da mesma forma. Isso pode ocorrer por diversas razões: não adaptação aos costumes locais, dificuldade para fazer amizades, falta de oportunidade de emprego etc. Por isso, o olhar que se tem sobre um lugar depende especificamente das vivências que nele se realizam e do que compõe, para cada indivíduo, seu espaço vivido.
No caso da personagem da tirinha a seguir, com o que você acha que ela se identifica nos lugares?
Fig. 1 (p. 32)
GUSTAVO GONÇALVES
ENQUANTO ISSO...
DE QUAL LUGAR VOCÊ MAIS GOSTA?
DE TODOS.
TODOS?
MAS VOCÊ NEM CONHECE TODOS OS LUGARES DO MUNDO.
GOSTO DE QUALQUER LUGAR, DESDE QUE EU ESTEJA COM AS PESSOAS DE QUE GOSTO.
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Questionando
As paisagens abaixo revelam lugares com diferentes funções e identidades pelo mundo. Fique atento às legendas das fotos. Você reconhece essas construções? Em seu caderno, com suas próprias palavras, identifique a função de cada um desses lugares e explique por que possuem importância, seja mundial ou local. Se necessário, converse com colegas e com o(a) professor(a).
Fig. 1 (p. 33)
Torre Eiffel, Paris, França, anos 2000.
ROMEO REIDL/GETTY IMAGES
Fig. 2 (p. 33)
Vista aérea da Usina Hidrelétrica de Itaipu (Foz do Iguaçu, PR, 2009).
DELFIM MARTINS/PULSAR
Fig. 3 (p. 33)
Mesquita Sheikh Zayed Grand Mosque, em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, 2014.
JANE SWEENEY/JAI/CORBIS/LATINSTOCK
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Lugar e o mundo
É importante reconhecer que os lugares, uma vez que estão em constante mudança, também podem, com o decorrer da História, alterar sua função e o que lhes identifica. Por quê?
Graças aos meios de comunicação, como a internet, a televisão e o rádio, é possível termos contato com outros lugares e obtermos informações a seu respeito o tempo todo. Isso afeta diretamente a configuração do lugar em que estamos.
Ponto de vista
Leia o trecho a seguir:
Hoje, certamente mais importante que a consciência do lugar é a consciência do mundo, obtida através do lugar.
SANTOS, Milton. Da totalidade ao lugar. São Paulo: Edusp, 2005. p. 161.
Com base na compreensão dessa frase do geógrafo Milton Santos, escreva em seu caderno como você imagina que é possível obter consciência do mundo por meio do lugar. Para isso, pense nas possíveis relações que você estabelece com outros lugares do mundo em seu dia a dia.
Ao observarmos nosso entorno, conseguimos enumerar diversos objetos originários de outros países: o celular que usamos possui peças feitas em Taiwan; grande parte das nossas roupas é costurada na China e muitas das azeitonas de nossa salada vêm de Portugal.
Fig. 1 (p. 34)
Microchip com a reprodução “Taiwan”. EUA, anos 2000.
REPRODUÇÃO
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Interdisciplinaridade
Mesmo que a identidade de certo lugar exista, ela é parte de um conjunto maior. Por exemplo, os pescadores da Noruega costumam vender o bacalhau para o Brasil, onde é típica a “bacalhoada” na Páscoa e no Natal. A distância, em linha reta, no mapa, entre Noruega e Brasil é de 9.878,14 quilômetros. Observe o caminho:
Fig. 1 (p. 35)
HUMBERTO PIMENTEL
Planisfério (2010)
180° 90° O 90° L 180° 45° N 0° 45° S 0°
Círculo Polar Ártico
Círculo Polar Antártico
Trópico de Câncer
Equador
Trópico de Capricórnio
OCEANO PACÍFICO
OCEANO PACÍFICO
OCEANO ATLÂNTICO
OCEANO ATLÂNTICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
OCEANO ÍNDICO
BRASIL
NORUEGA
0 2.750 km
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. Disponível em: . Acesso em: 25 jan. 2015.
[...] a religião é o motivo pelo qual o bacalhau transformou-se em tradição na Páscoa. Durante a Idade Média, a Igreja Católica obrigava seus fiéis a jejuar e a excluir de suas dietas carnes consideradas quentes. [...] O consumo do bacalhau, uma carne fria, era incentivado nesses dias de abstinência. Os portugueses, católicos e amantes do bacalhau, eram os maiores consumidores. O hábito do bacalhau nos dias de jejum veio para o Brasil com os portugueses. Ao longo dos anos, porém, o rigor do calendário de jejum católico se perdeu, mas nas datas mais expressivas da religião – Natal (nascimento de Cristo) e Páscoa (ressurreição de Cristo) –, o hábito de comer bacalhau ainda persiste.
POR QUE se come bacalhau na Páscoa?. How Stuff Works? Como tudo funciona?. Disponível em: . Acesso em: 20 jan. 2015.
Na cidade em que você mora ou segundo a tradição da sua família, provavelmente, há um prato típico que se come em alguma data festiva ou especial. Verifique a origem dos ingredientes presentes na receita. Onde eles são produzidos? Em que região? No Brasil? Em outro país? Assim podemos descobrir um pouco mais sobre o contato constante que temos com outros lugares do mundo sem precisar nos locomover!
O lugar, portanto, ainda que seja singular em sua constituição e que tenha em si uma função específica, é reflexo das relações que estabelece com outras partes do mundo, sejam elas sociais, políticas e/ou econômicas.
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Estudos do capítulo
Não escreva no livro. Faça as atividades no caderno.
Atividades
1 Agora é a sua vez de exercitar seu olhar geográfico. Escolha um lugar de seu bairro que você considere importante para sua identidade. Tire uma foto dele. Por exemplo, uma praça em que os moradores costumam reunir-se ao final da tarde, uma rua tradicional do comércio, um monumento histórico etc. Na foto deverão estar presentes os elementos que constituem tal identidade, como se a foto fosse uma explicação visual da vida do bairro (pessoas conversando, venda de comida típica, carros passando). Em sala de aula, compartilhe com seus colegas, justifique sua escolha e escute o que eles irão comentar sobre a foto que trouxeram.
2 Analise a letra da música “Meu Lugar”, de Arlindo Cruz. Para responder às questões, você precisará pesquisar o significado de palavras e nomes que não entender.
Meu lugar
Arlindo Cruz
O meu lugar
É caminho de Ogum e Iansã
Lá tem samba até de manhã
Uma ginga em cada andar
O meu lugar
É cercado de luta e suor
Esperança num mundo melhor
E cerveja pra comemorar
O meu lugar
Tem seus mitos e Seres de Luz
É bem perto de Osvaldo Cruz,
Cascadura, Vaz Lobo e Irajá
[...]
Ai meu lugar
Quem não viu Tia Eulália dançar
Vó Maria o terreiro benzer
E ainda tem jongo à luz do luar
Em Madureira
Império e Portela também são de lá
Em Madureira
E no Mercadão você pode comprar
Por uma pechincha você vai levar
Um dengo, um sonho pra quem quer sonhar.
CRUZ, Arlindo. Batuques do meu lugar. Sony Music, 2012.
a) Como você imagina que seja o cotidiano desse lugar? O que acontece nele?
b) Em quais frases Arlindo Cruz evidencia a religião da qual é adepto?
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3 Toda a transformação que o ser humano realiza no lugar em que vive o beneficia? Ou pode prejudicá-lo? Leia as frases abaixo e escreva em seu caderno as transformações prejudiciais ou saudáveis que cada uma delas indica:
Poda de árvores e canalização de rios.
Reciclagem de lixo descartável e utilização de agrotóxicos no cultivo do milho.
Estabelecimento de aterros sanitários e despejo de esgoto em rios.
Plantação de horta em praça pública e domesticação de animais silvestres.
Cartografando
4 Observe o mapa abaixo:
Fig. 1 (p. 37)
MARIO YOSHIDA
Localização dos bairros Madureira, Irajá, Cascadura e Vaz Lobo na cidade do Rio de Janeiro
0 30 km
Lagoa de
Jacarepaguá
Lagoa de
Piratininga
Baía de
Guanabara
Irajá
Vaz Lobo
Madureira
Cascadura
Lagoa de Marapendy
Lagoa
Rodrigo de Freitas
OCEANO
ATLÂNTICO
43º0
22° S
Fonte: Elaborado com base no Google Earth. Disponível em:
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