Geografia 6º ano



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. Acesso em: 23 fev. 2015.

Fig. 1 (p. 284)

Casa no estilo enxaimel na zona rural do município de colonização alemã, Pomerode, ago. 2012.

EDU LYRA/PULSAR IMAGENS

Responda em seu caderno: Por que esse patrimônio é importante para a cultura do Brasil se é específico da região Sul do país?



2 Retome o que foi estudado sobre Patrimônio Imaterial ao longo deste capítulo. Escolha um dos exemplos dados ou outro que você já conheça e justifique por que ele foi registrado como patrimônio, qual sua importância para a cultura local e brasileira e como ele deve ser protegido.

Interpretando a mídia

3 Leia o fragmento da reportagem a seguir e responda às questões em seu caderno.

Era uma vez uma cidade chamada São Luiz do Paraitinga, berço do sanitarista Oswaldo Cruz (1872-1917). Encravada no Vale do Paraíba, a 187 quilômetros de São Paulo, ela ficou famosa por abrigar um casario de 437 imóveis dos séculos XVIII e XIX tombados pelo Condephaat, além de um dos carnavais de rua mais concorridos do estado. Como há apenas duas dezenas de hotéis e pousadas, parte dos 11.000 habitantes costuma alugar, desde 1980, suas residências para receber foliões. Na mais recente edição do festejo, estima-se que 140.000 pessoas tenham pulado pelas vielas de paralelepípedos emolduradas por casinhas de fachada colorida. Neste ano, porém, não vai ter festa. No último dia 1°, o cenário foi destruído pela maior enchente já registrada ali. O nível do Rio Paraitinga, que atravessa a cidade, subiu 10 metros acima do normal. A água cobriu o telhado dos imóveis. Como muitos deles eram construídos com taipa de pilão e pau a pique, estruturas que levam principalmente barro em sua composição, as paredes amoleceram e vieram abaixo. A igreja matriz foi aniquilada. Estima-se que 300 edificações − residências, padarias, supermercados, farmácias, consultórios odontológicos e até o prédio da prefeitura − tenham sido total ou parcialmente destruídas. [...]



Página 285

Embora a chuva que vem caindo na região tenha proporções nunca registradas, especialistas acreditam que um dano tão grande poderia ter sido evitado. “O que mais nos indigna é que já temos conhecimento e condições técnicas suficientes para evitar catástrofes assim”, afirma Márcia Hirota, diretora da S.O.S. Mata Atlântica. “Mas as autoridades continuam ignorando as orientações de identificar e isolar zonas de risco, além de impedir a ocupação de áreas de preservação permanente.” Para ela, nenhum município do estado está 100% de acordo com as normas ambientais e, portanto, livre de um desastre. “As cidades do Litoral Norte são as mais vulneráveis.”

(BERGAMO, Giuliana. São Luiz do Paraitinga sofre com as chuvas do início do ano. Veja São Paulo, 8 jan. 2010. Disponível em: . Acesso em: 21 fev. 2015.

a) De acordo com a reportagem, qual é a importância de São Luiz do Paraitinga para a cultura brasileira? Dê exemplos retirados do próprio texto.


b) Quais tipos de Patrimônio Cultural Material e Imaterial podem ser reconhecidos na cidade com base na leitura do texto? Em quais Livros do Tombo e de Registro eles estariam inscritos?
c) Qual seria o dano evitável mencionado por Marcia Hirota, diretora da S.O.S. Mata Atlântica? Como seria possível evitá-lo?

Cartografando

4 Com base na leitura do mapa, responda em seu caderno: em quais regiões brasileiras mais se concentra a ocorrência de grupos artísticos de capoeira? De acordo com seus conhecimentos históricos e geográficos sobre o Brasil, como você explicaria essa concentração?

Fig. 1 (p. 285)

MARIO YOSHIDA

Brasil: grupo artístico capoeira (2010)

AMAZONAS


PARÁ

ACRE


RONDÔNIA

MATO GROSSO

MATO GROSSO DO SUL

TOCANTINS

PIAUÍ

GOIÁS


DF

ALAGOAS


MINAS GERAIS

BAHIA


ESPÍRITO SANTO

MARANHÃO


CEARÁ

PARAÍBA


PERNAMBUCO

RIO GRANDE DO NORTE

RIO GRANDE DO SUL

RIO DE JANEIRO

SÃO PAULO

SANTA CATARINA

PARANÁ

SERGIPE


RORAIMA

AMAPÁ


Macapá

Manaus


Belém

Porto


Rio Velho

Branco


Boa Vista

São Luís


Teresina

Salvador


Palmas

Goiânia


Cuiabá

Campo Grande

São Paulo

Curitiba


Florianópolis

Porto Alegre

Vitória

Belo Horizonte



Rio de Janeiro

Fortaleza

Natal

João Pessoa



Recife

Maceió


Aracaju

50° O

Equador

Trópico de Capricórnio

OCEANO ATLÂNTICO

OCEANO PACÍFICO

Município com presença de grupo de capoeira

0 490 km

Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Manifestações culturais. Grupo Artístico Capoeira. In: Atlas nacional do Brasil Milton Santos. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. p. 147.



Página 286

E Ética

Não escreva no livro. Faça as atividades no caderno.



Leitura

Os Patrimônios Culturais do Brasil

Vimos neste capítulo que, para valorizar a diversidade cultural presente no mundo, existem vários órgãos responsáveis pelo tombamento dos patrimônios culturais e históricos. No Brasil, por exemplo, o Iphan é o órgão responsável pelo tombamento, restauração, preservação e revitalização dos patrimônios brasileiros. Vimos também que um patrimônio é tudo aquilo que é considerado um bem ou direito de alguém, de uma entidade, de um país ou da humanidade. Assim, o tombamento seria uma forma de manter a história viva, principalmente quando ela é construída com muita luta. Contudo, nem sempre o processo de tombamento de um patrimônio é concretizado, seja por razões políticas, econômicas e/ou ideológicas.

Veja o caso, por exemplo, do Complexo Penitenciário do Carandiru. O Carandiru foi uma casa de detenção localizada na zona norte de São Paulo. Inaugurado na década de 1920, possuía uma arquitetura de destaque, inspirada em uma penitenciária francesa, associada ao arquiteto e engenheiro Ramos de Azevedo. Foi visto, no início de seu funcionamento, como um presídio-modelo, comprometido com a garantia dos direitos humanos.

No entanto, a partir da década de 1940, quando a penitenciária excedeu sua lotação máxima, ficou marcada por essa superlotação, pela má administração e por um dos massacres mais violentos da história, em 1992, quando 111 presos foram mortos pela polícia militar durante uma rebelião no local. Anos mais tarde, uma disputa entre os governos do estado, que queria a implosão do complexo, e do município, que preferia seu tombamento, marcou a história do Carandiru.

Veja a reportagem a seguir:

Prefeitura quer tombar o Carandiru

A Prefeitura de São Paulo quer tombar o Carandiru, maior complexo penitenciário da América Latina, localizado no bairro de mesmo nome, na zona norte. O DPH (Departamento do Patrimônio Histórico), órgão da prefeitura, elaborou relatório recomendando a preservação do conjunto. O Conpresp (conselho municipal responsável pela preservação do patrimônio) vai decidir nas próximas semanas se abre ou não processo de tombamento [...]. O tombamento vai de encontro aos interesses do governo do Estado, que pretende implodir o complexo, que abriga 9 520 presos.

O governador Mário Covas quer, a partir de outubro de 98, transferir os presos para 21 presídios no interior. Covas planeja vender a área do Carandiru para obter recursos para construir os presídios. Para isso, o governo precisa que a Câmara Municipal altere o zoneamento da região. O presidente da Câmara, Nelo Rodolfo (PPB), é contrário à venda do local. Ele diz que o Carandiru, que possui 42 mil metros quadrados de Mata Atlântica, deveria ser transformado em parque. “A área tombada poderá ser um centro cultural”, afirma Rodolfo [...].

GENTILE, Rogério. Folha de S.Paulo, 14 out. 1997. Disponível em: . Acesso em: 20 mar. 2015.



Página 287

Atividade

Pesquisa e produção artística

Vocês já conheciam a história do Carandiru?



Fig. 1 (p. 287)

Em 2005, 200 quilos de explosivos implodiram em quatro segundos dois pavilhões da antiga Casa de Detenção de São Paulo, o Carandiru (zona norte). São Paulo, SP, 17 de julho de 2005.

LUIZ CARLOS MURAUSKAS/FOLHAPRESS

Essa história pode nos fazer pensar sobre o fato de que derrubar prédios pode ser uma forma de apagar a história: Se não vemos, não lembramos, e se não lembramos, parece que nunca existiu. O que vocês acham sobre essa cultura do esquecimento pela destruição material de um lugar?

No entanto, também existem outras maneiras de se lembrar da história. Veja alguns trechos da letra da música a seguir (depois, você pode pesquisá-la na íntegra):

Diário De Um Detento
(Racionais Mc’s)

São Paulo, dia 1º de outubro de 1992, 8h da manhã


Aqui estou, mais um dia
Sob o olhar sanguinário do vigia [...]
Cada detento uma mãe, uma crença
Cada crime uma sentença
Cada sentença um motivo, uma história de lágrima
sangue, vidas e glórias, abandono, miséria, ódio sofrimento, desprezo, desilusão, ação do tempo
Misture bem essa química
Pronto: eis um novo detento [...]

Mas pro Estado é só um número, mais nada


Nove pavilhões, sete mil homens
Que custam trezentos reais por mês, cada [...]
Amanheceu com sol, dois de outubro
Tudo funcionando, limpeza, jumbo
De madrugada eu senti um calafrio
Não era do vento, não era do frio [...]

Cachorros assassinos, gás lacrimogêneo


Quem mata mais ladrão ganha medalha de prêmio!
O ser humano é descartável no Brasil
Como Modess usado ou Bombril
Cadeia? Claro que o sistema não quis
Esconde o que a novela não diz
Ratatatá! sangue jorra como água
Do ouvido, da boca e nariz [...]
Mas quem vai acreditar no meu depoimento?
Dia 3 de outubro, diário de um detento

Que tal descobrir mais sobre o Carandiru? O que funciona no local nos dias de hoje? Que tipos de construção ele abriga? No que ele foi transformado?

Faça uma pesquisa sobre o Carandiru atual e, em seguida, forme um grupo com mais três colegas. Com a ajuda do(a) professor(a), produza com o grupo um material artístico com base na seguinte questão: os patrimônios culturais podem ajudar a manter viva a história de uma sociedade?

De que outras maneiras isso pode acontecer?

Vocês podem produzir:
- um cartaz;
- um poema;
- uma música;
- um ensaio fotográfico;
- uma peça teatral.

Ao final da produção, apresente seu trabalho para a classe, deixando-o aberto para interpretações e para o debate!



Página 288

Bibliografia

LIVROS

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ATLAS

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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.

________. Atlas nacional do Brasil Milton Santos. Rio de Janeiro: IBGE, 2010.



SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2010.
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