Geografia 6º ano



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. Acesso em: 27 mar. 2015.

• INSTITUTO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. Conanda aprova resolução que proíbe a publicidade direcionada a crianças. Disponível em: . Acesso em: 27 mar. 2015.

• ________. Publicidade infantil: entenda quais são os perigos. Disponível em: . Acesso em: 27 mar. 2015.



Página 93

Atividade

Não escreva no livro. Faça as atividades no caderno.



Pesquisa de campo

Com um caderno em mãos, você irá realizar um dia de pesquisa em campo! Você sabe o que isso significa?

Significa mergulhar, durante um dia, na paisagem que o cerca, prestando atenção, escrevendo e desenhando sobre tudo que está ao seu redor. Pode ser no caminho da escola para a casa ou no bairro em que mora!

Você também pode complementar essa pesquisa no universo virtual, ou seja, ao utilizar a internet nesse dia, é importante anotar o que perceber!

A pesquisa deverá ser feita com base em alguns critérios, mas é importante que você complete a lista a seguir com outras questões que considere interessantes e que devem ser destacadas durante a atividade:

1. Quais são os locais por onde você andou?


2. Quem são as pessoas que passam diariamente por lá?
3. Há propaganda nas ruas, em outdoors, placas ou em frente às lojas?
4. O que as propagandas dizem? Que produtos vendem? A quem se destinam?
5. O que você pensa a respeito dos produtos que as propagandas mostram?
6. Você tem ou utiliza esses produtos? Pode viver sem eles? Por que quer ter esses produtos? Ou por que não quer?

Após realizar a pesquisa, você deverá produzir algum material com as informações obtidas para apresentar aos colegas. É importante que você explique o que você fez e por quê. Entre os materiais que você pode produzir estão:


- Um texto narrativo;
- Um cartaz artístico;
- Um poema;
- Uma música;
- Um ensaio fotográfico.

Durante as apresentações, é interessante que todos os alunos discutam as diferentes opiniões e interpretações sobre as informações coletadas. Existem diversas maneiras diferentes de olhar para as mesmas coisas, e cada um pode interpretar uma informação de uma maneira particular, afinal, todos nós somos diferentes entre si. Para a discussão ficar mais legal, é preciso respeitar o ponto de vista e a fala dos colegas e ter argumentos convincentes para concordar ou discordar deles!



Página 94

6. O lugar e suas representações

Neste capítulo, veremos formas de representação dos lugares realizadas não somente pelos geógrafos, mas também por outros profissionais Tais representações são muito importantes para o estudo da Geografia sobre os lugares Vamos ver como isso acontece?

PROPOSTA PEDAGÓGICA

Objetivos de aprendizagem
• Reconhecer diferentes formas de representação dos lugares.
• Compreender o que são mapas mentais.
• Desenvolver habilidades e competências na leitura de imagens.

Conteúdos do capítulo
• Conceito de representação.
• Mapa mental.

Eixos norteadores
• Leitura de imagens.
• Direito à liberdade de expressão e de opinião.

Em sala de aula

Professor(a), a fim de aprofundar a análise da imagem, sugerimos o seguinte roteiro de pesquisa:



1. Pesquisar sobre o autor e os motivos que o levaram a produzir tal obra. Quais foram seus propósitos com a obra? Quais foram os compromissos do autor com o tema? Quais foram as influências sofridas pelo autor? Qual é o estilo do autor?

2. Pesquisar sobre a obra:
a) Como foi o processo de produção?
b) Quais foram os profissionais envolvidos?
c) Que materiais e as técnicas foram empregados?
d) Que função e objetivo tiveram a obra?
e) Qual significado teve para o autor e para a época em que foi feita?
f) Como foi preservada e qual o seu significado hoje?

3. Após a pesquisa, para ajudar os estudantes a organizar os dados coletados, solicite que escrevam ao menos um parágrafo sobre a obra e o autor, reunindo as ideias mais importantes para a interpretação da iconografia.

Página 95

Vimos que o lugar é bastante estudado pela Geografia, mas não é objeto exclusivo dessa ciência Todos nós temos alguma relação, direta ou indiretamente, com a construção e a transformação cotidiana de cada lugar do planeta em diferentes momentos da História e, sobretudo, atualmente Como cada indivíduo vê e percebe tudo que existe ao seu redor de forma particular, o mesmo lugar pode ser retratado com técnicas e propostas distintas, já que seu significado pode variar de pessoa para pessoa Os lugares não são estáticos, mudam a cada ação humana e da natureza e, sendo assim, suas representações variam de acordo com quem os retrata

Fig. 1 (p. 95)

O geógrafo, por Johannes Vermeer, Holanda. Nesta obra de 1669, o pintor holandês retrata o profissional geógrafo, mas também uma forma de se fazer Geografia naquela época.

AUTOR DESCONHECIDO/MUSEO STÄDEL, FRANKFURT, ALEMANHA



Com base na pintura acima, responda em seu caderno:
a) Quais elementos na pintura podem ajudar-nos a chegar à conclusão de que se trata da representação de um geógrafo?
b) O que a imagem sugere que ele está fazendo?


PROPOSTA PEDAGÓGICA

Sugestões de respostas das atividades

a) Espera-se, neste primeiro exercício, que seja estimulada a observação dos detalhes da obra. Nesse quadro, elementos como mapas enrolados no chão, um globo terrestre em cima do armário e o mapa aberto sobre a mesa podem ser indicados.

b) Espera-se que os alunos identifiquem que o geógrafo observa a paisagem de algum lugar visto pela janela e que está representando-o em mapa. Destaque o modo de se fazer Geografia na época, com bastante peso na cartografia. O compasso era uma ferramenta imprescindível para tal prática, segundo as técnicas desse momento histórico.

Página 96

O seu lugar

As imagens são importantes ferramentas utilizadas pela Geografia para conhecer, estudar e representar um lugar, o espaço e as paisagens. Você já representou algum lugar por meio de fotografia, desenho ou mapa? Já tentou retratar algum lugar que você goste para alguém que não o conhece? Existem muitas maneiras de fazer isso. Uma delas é descrevê-lo em detalhes.

Para começar, vamos fazer o exercício de expressar a relação que você tem com determinado lugar para uma pessoa que não o conhece. Como você faria isso?

Na arte

É muito difícil encontrar uma definição única para arte. Além de haver conceitos diferentes de acordo com o que os artistas e especialistas acreditam, a própria definição de arte muda com o tempo.

A arte é uma criação humana, é uma maneira de expressar emoções, sentimentos, situações, percepções da realidade, ideias e fatos históricos. É comum classificá-la em linguagens, como são chamados os vários tipos de arte: música, dança, fotografia, pintura, escultura, teatro, literatura, cinema, performance.

Todos nós podemos realizar atividades artísticas, porque percebemos e atuamos no mundo, temos a sensibilidade de captar certas coisas que parecem pertencer só a nós mesmos e muitas vezes queremos expressá-las. A arte pode ser um caminho para isso. Sentimos vibrar nosso coração com cheiros, lembranças e imagens. Observe o lugar retratado na imagem a seguir. Você sente alguma identificação com ele? Essa imagem remete a algum lugar conhecido? Você frequenta algum outro parecido? Converse com seus colegas sobre isso.



Fig. 1 (p. 96)

Esta pintura de NerivalRodrigues retrata um lugar muito importante de convivência nos bairros, o qual vem se tornando cada vez mais raro. Com o crescimento das cidades, o uso de áreas livres comunitárias, como os campos de futebol de várzea, tem se tornado cada vez menos frequente. Futebol de várzea, 2014, Mogi das Cruzes, SP.

NERIVAL RODRIGUES DA SILVA/REPRODUÇÃO DO ARTISTA

PROPOSTA PEDAGÓGICA

Em sala de aula

Professor(a), nesta página são destacadas as diferentes formas de representação dos lugares, das paisagens e do espaço. Na análise da pintura, os alunos podem discutir as questões propostas em duplas e depois socializá-las com a classe. Se possível, apresente outras pinturas ou fotografias de lugares onde as crianças realizam brincadeiras, para que todos também analisem essas imagens.



Página 97

O lugar, por ter uma dimensão simbólica e afetiva, foi, e continua sendo, representado na arte como uma maneira de transmitir esse sentimento de pertencimento ou afeto. Por meio dessa representação, é possível expressar desde a alegria, a nostalgia e a felicidade em relação a esses lugares, como também o descontentamento.

Além de nos relacionarmos intimamente com nossos lugares, porque eles são os espaços da nossa vivência do dia a dia (o cotidiano) – para brincar, dormir, alimentar-se, trabalhar, ou seja, viver –, eles fazem parte da História: os lugares refletem também as transformações sociais, no nível individual e também no coletivo.

Portanto, o lugar, uma vez refletido pelo artista, também é um relato das transformações do mundo como ele é.



Nas artes plásticas

Ao longo da História do Brasil, muitos artistas esforçaram-se para retratar momentos e seus pontos de vista sobre a História dos lugares e da realidade local, que estão em constante transformação.



Fig. 1 (p. 97)

Vista do atual município de Mogi das Cruzes (SP), no início do século XIX. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mogi das Cruzes possuía em 2014, estimativamente, 41. 839 habitantes.

DEBRET, JEAN BAPTISTE (1768-1848). VIAGEM PITORESCA E HISTÓRICA DO BRASIL. SÃO PAULO: EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 1989. 3 SÉRIE, V. 7. FIGURA 77. (COLEÇÃO RECONQUISTA DO BRASIL).

O que é retratado nesta imagem que vemos acima? Que lugar é este?

Jean-Baptiste Debret (1768-1848) foi um pintor francês que se dedicou a retratar a natureza, os hábitos, a cultura e o cotidiano no Brasil do século XIX. Sua arte expressa a singularidade do povo com a natureza.

Esse artista, que veio da Europa, possuía um olhar estrangeiro sobre o país, buscando com curiosidade entender esses lugares desconhecidos, cheios de surpresas, paisagens exuberantes, cultura florescente.

Dependendo do olhar, de alguém de fora ou de um morador local, o lugar ganha diferentes conteúdos. Sob o ponto de vista de quem olha, é possível observar coisas diferentes.

PROPOSTA PEDAGÓGICA

Em sala de aula

Para complementar a análise da obra do pintor Debret, é possível apresentar uma fotografia atual da cidade de Mogi das Cruzes, a fim de discutir as transformações e permanências que podemos identificar ao comparar as imagens. É possível também refletir sobre diferentes pontos de vista percebidos nas representações do mesmo lugar feitas por pessoas distintas.



OED

Página 98

Muitas vezes, por questões de variados motivos, como aquelas de ordem natural (seca, enchentes, terremotos e outros), social, econômica ou política (falta de emprego e trabalho, por exemplo), as pessoas têm de abandonar seus lugares. Este é um tema muito recorrentemente tratado na produção artística brasileira. Quando as pessoas são obrigadas a abandonar seus lugares de origem, é comum enfrentarem grandes dificuldades na busca por outros lugares nos quais se sintam pertencentes. Muitos tornam-se peregrinos na procura de um lugar para viver.



Glossário
Peregrino: termo usado para definir aquele que busca algo.

Conexões

Observe a imagem a seguir e leia abaixo um trecho do livro Seara vermelho, do escritor baiano Jorge Amado (1912-2001).



Fig. 1 (p. 98)

Na obra Retirantes (1944, Petrópolis, RJ), Cândido Portinari retratou uma família de migrantes nordestinos que saiu de seu lugar por causa das consequências da forte seca, que, por longos períodos, dificultava sua vida.

FUNDAÇÃO CANDIDO PORTINARI ÓLEO SOBRE TELA, 190 X 180 CM.

[...] E através da caatinga, cortando-a de todos os lados, viaja uma inumerável multidão de camponeses. São homens jogados fora da terra pelo latifúndio e pela seca, expulsos de suas casas, sem trabalho nas fazendas, que descem em busca de São Paulo, Eldorado daquelas imaginações. Vêm de todas as partes do Nordeste e na viagem de espantos, cortam a caatinga abrindo passo pelos espinhos, vencendo as cobras traiçoeiras, vencendo a sede e a fome, os pés calçados nas alpargatas de couro, as mãos rasgadas, os rostos feridos, os corações em desespero. São milhares e milhares se sucedendo sem parar. É uma viagem que há muito começou e ninguém sabe quando vai terminar porque todos os anos os colonos que perderam a terra, os trabalhadores explorados, as vítimas da seca e dos coronéis, juntam seus trapos, seus filhos e suas últimas forças e iniciam a jornada. E enquanto eles descem em busca de Juazeiro ou de Montes Claros, sobem os que voltam, desiludidos, de São Paulo, e é difícil, se não impossível, descobrir qual a maior miséria, se a dos que partem ou a dos que voltam. […]

AMADO, Jorge. Seara vermelho. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

1. Que situação podemos visualizar por meio de observação da imagem do pintor brasileiro Portinari? O que está acontecendo com esta família?

2. Qual relação a pintura de Portinari e o trecho de Jorge Amado podem ter? Por que esse tema é tão pertinente?

Glossário
Latifúndio: grande extensão de terras, muitas vezes com vastas áreas improdutivas ou escassamente exploradas por lavradores, a benefício do proprietário.
Eldorado: é um lugar imaginário, que simboliza território de riqueza e prosperidade.

PROPOSTA PEDAGÓGICA

Sugestões de respostas das atividades

1. E ste é m ais u m e xercício r eflexivo que deverá ser orientado por você em sala de aula. O objetivo é que se inicie um debate sobre os desafios existentes nos lugares, pensando nas contradições decorrentes do local, regional e global. O quadro de Portinari é um ícone das artes plásticas do Brasil. Nele, é representada uma família de nordestinos que migra em busca de uma vida melhor em outro lugar.

2. Tanto o texto quanto a pintura retratam a realidade do nordestino que vive na seca e que, por motivos ambientais e políticos, vê-se obrigado a abandonar seu lugar. Ambos os artistas são nordestinos e conhecem essa complexa realidade por suas trajetórias de vida.

Página 99

Assista
Central do Brasil.
Direção: Walter Salles. Brasil-França, 1998.
O drama conta a história de uma professora aposentada que, de repente, por causa de um acidente, fica como responsável de um garoto que acaba de perder a mãe. Como o menino quer viajar ao sertão nordestino para encontrar o pai, a dupla segue viagem e descobre, além das infinitas paisagens que o caminho oferece, a realidade de quem deixou sua terra para perseguir uma vida melhor longe dali, assim como daqueles que retornam na tentativa de reaver o que foi deixado para trás.

A cidade também é um tema muito importante para nossa compreensão geográfica dos lugares e do espaço, e é recorrente na produção artística brasileira. Em relação ao país, por exemplo, a cidade pode ser considerada um lugar. Nela, muitas pessoas diferentes se encontram e o fluxo de informações e mercadorias é muito intenso. A paisagem humanizada é mais predominante do que a natural e as pessoas dedicam-se a uma gama enorme de atividades econômicas. Observe a imagem a seguir.



Fig. 1 (p. 99)

Na obra Operários, pintada em 1933 em SP, Tarsila do Amaral retrata trabalhadores com rostos cansados, chamando a atenção para as desgastantes atividades fabris.

TARSILA DO AMARAL/WWW.TARSILADOAMARAL.COM.BR

A pintura da artista brasileira Tarsila do Amaral retrata pessoas e uma fábrica. As fábricas e as indústrias são empreendimentos que têm forte ligação com a cidade. No Brasil, o crescimento das atuais grandes cidades esteve intimamente ligado com a instalação de indústrias. Na época em que o quadro foi pintado, muitos artistas expressavam as intensas e exploratórias atividades de trabalho nas fábricas e indústrias.



PROPOSTA PEDAGÓGICA

Em sala de aula

Professor(a), se possível exiba trechos do filme Central do Brasil para trabalhar a questão dos deslocamentos das pessoas utilizando outra linguagem artística. Na análise do filme, podem ser destacados o roteiro, o drama das personagens principais, as paisagens retratadas na cidade do Rio de Janeiro e durante a viagem de retorno ao sertão.



Página 100

Conexões

O músico pernambucano Chico Science fez muito sucesso nos anos 1990. Impulsionou um movimento musical chamado de Mangue Beat, o qual, baseado em uma variedade de influências, refletia em suas músicas a desigualdade social da cidade de Recife e reivindicava a cidade para todos. O movimento chama atenção para aqueles que moram em um lugar muito peculiar: o mangue.

O sol nasce e ilumina as pedras evoluídas
Que cresceram com a força de pedreiros suicidas
Cavaleiros circulam vigiando as pessoas
Não importa se são ruins, nem importa se são boas
E a cidade se apresenta centro das ambições
Para mendigos ou ricos e outras armações
Coletivos, automóveis, motos e metrôs
Trabalhadores, patrões, policiais, camelôs
A cidade não para, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce

A cidade não para, a cidade só cresce


O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade se encontra prostituída
Por aqueles que a usaram em busca de saída
Ilusora de pessoas de outros lugares
A cidade e sua fama vai além dos mares
No meio da esperteza internacional
A cidade até que não está tão mal
E a situação sempre mais ou menos
Sempre uns com mais e outros com menos

Trecho da música “A cidade”, de Chico Science. In: Da Lama ao Caos. Chaos/Sony Music, 1994.

Com base nessa letra, responda em seu caderno:

1. A letra trata de um lugar específico. Que lugar é este?

2. Quais são os elementos que nos ajudam a identificar este lugar?

3. Este é um lugar compartilhado por muitas pessoas? A relação dessas pessoas com esse lugar é igual para todos?

Glossário
Mangue: termo que designa vegetação típica que se desenvolve em ambiente úmido no encontro de águas salgadas com água doce.

PROPOSTA PEDAGÓGICA

Sugestões de respostas da atividade

1. A letra refere-se à cidade do Recife, capital do estado de Pernambuco.

2. Além de citar a palavra cidade muitas vezes, há elementos menos diretos que podem ser apontados pelos alunos, como: centro de ambição, metrô, grande número de trabalhadores e camelôs.

3. Essa canção evidencia a desigualdade social no seu refrão, afirmando que na cidade alguns sobem e outros descem, pois ricos e pobres possuem relações diferentes com o espaço urbano. A letra ressalta uma relação de desigualdade no uso da cidade.

Página 101

Na fotografia

A fotografia é uma técnica e forma de expressão que se realiza por meio de captação de imagens. Utilizando-se de uma câmera, o fotógrafo registra um dado momento por meio de variadas combinações de velocidade de captação da imagem e de contraste da luz. A fotografia pode ser analógica, quando a câmera utiliza um filme para gravar a imagem, ou digital, em que um sensor óptico ligado a um processador eletrônico dentro do equipamento registra a cena.

Talvez uma das linguagens artísticas com a qual temos mais contato atualmente, a fotografia está muito presente em nossas vidas. Ainda mais com a disseminação dos novos aparelhos celulares, que já vêm equipados com câmera fotográfica e até mesmo filmadora. Mas a fotografia já é utilizada há muito tempo. A primeira fotografia que se tem notícia data da década de 1820. Observe a reprodução da imagem mais antiga que se tem registro ao lado.

Para a ciência geográfica, as fotografias são fundamentais para o estudo das diferentes paisagens. É uma maneira de retratar com qualidade a diversidade da natureza e de pessoas, e também, a relação destas com seus lugares. A fotografia possui a vantagem de poder registrar momentos de maneira instantânea. Na foto a seguir, crianças originárias da Bolívia estão em um momento que você conhece, não é verdade? O lugar da brincadeira, dos jogos, é o favorito das crianças.



Fig. 1 (p. 101)

A primeira fotografia permanente na História foi realizada na França entre 1826 e 1827. Retrata um lugar específico, um telhado visto da janela do quarto de quem tinha a câmera na mão, o inventor francês Nicéphore-Niépce (1765-1833).

UNIVERSIDADE DE MINESSOTA, ESTADOS UNIDOS

Fig. 2 (p. 101)

Crianças bolivianas no centro de São Paulo, 2014.

ALEXANDRE TOKITAKA/PULSAR

PROPOSTA PEDAGÓGICA

Em sala de aula

Professor(a), se possível, planeje uma situação de aprendizagem em que os alunos possam fotografar o entorno da escola. Com as fotografias é possível montar um painel na sala de aula. Lembre-os de elaborar pequenas legendas para identificar o local retratado e indicar o nome do autor, da cidade e a data da fotografia.



Página 102

Conexões

Como fazer uma câmara escura

Fig. 1 (p. 102)

AVITS PUBLISHING DESIGN

Você vai precisar de:

tesoura


prego ou tachinha

folha de papel

branco

fita adesiva marrom



pano preto

caixa de papelão

1. De um lado da caixa, faça um furo bem pequeno com o prego (quanto menor, melhor será o resultado). Do lado oposto ao furo, cole, por dentro, a folha branca.

2. Faça um buraco na parte superior da caixa por onde possa passar a cabeça.

3. Feche a caixa e vede todas as aberturas com a fita adesiva.

4. Ponha a caixa na cabeça com o furo para trás.

5. Teste sua câmara escura, mirando, de preferência, objetos luminosos ou bem iluminados. Se necessário, afaste-se ou aproxime-se do objeto para obter o foco.

Depois da construção da câmara escura, a qual você pode fazer usando poucos materiais, caminhe até sua casa ou escola e, ao longo do percurso, tente registrar o que mais simboliza cada um dos lugares de que você mais gosta. Se for a quadra de futebol, por exemplo, em vez de uma foto panorâmica, você poderá capturar a imagem de um dos escanteios.



PROPOSTA PEDAGÓGICA

Sugestão de resposta da atividade

O objetivo da atividade é contribuir para o desenvolvimento das habilidades manuais e criativas dos alunos. O exercício proposto pode complementar a proposta que fizemos na página 101. Com as fotos dos lugares retratados, o painel proposto se tornará mais significativo. Nas legendas dessas fotografias, o aluno deve registrar por que gosta e se identifica com esse lugar.



Página 103

Mapas mentais

Os mapas mentais são imagens e mapas dos lugares que fazemos em nossa cabeça. Muitas vezes desenhamos o que nos lembramos dos lugares ou mesmo um trajeto entre diferentes lugares, como o caminho que fazemos para irmos da escola para casa. Conseguimos desenhá-los sem a necessidade de prestar muita atenção. São recursos utilizados para diversos objetivos e podem servir para organizar um conjunto de ideias e informações a fim de transmiti-lo a outras pessoas ou para si mesmo; trata-se de uma representação gráfica de um dado conhecimento.

Com base em nossa experiência com os lugares, fazemos inconscientemente construções mentais de como eles são e como fazemos para chegar até lá.

Esses mapas mentais podem ficar eternamente guardados no nosso subconsciente ou podemos também expressá-los por meio de desenhos para outra pessoa. Para isso, usamos algumas informações da cartografia tradicional. Por meio de traçados, cores e legendas, além de pontos de referência e, até mesmo, de um ponto de vista da nossa realidade, o lugar pode ser retratado sob diferentes ângulos.

O mapa mental é algo que está presente na vida de todos nós. Quando vamos a um bairro ou uma cidade que não conhecemos, temos de parar uma ou inúmeras vezes para perguntar se estamos no caminho certo. A pessoa que nos auxilia, em geral, para alguns instantes a fim de pensar antes de responder, pois aquele pode não ser o caminho dela, algo no qual ela não está pensando o tempo todo. Porém, se ela conhece o trajeto que deverá ser feito por aquele que pergunta, pensa como poderá explicar da melhor maneira possível.

Ponto de vista

Mapa mental e experiência: um olhar sobre as possibilidades

Fig. 1 (p. 103)

AVITS PUBLISHING DESIGN

Na primeira imagem, o mapa mental foi feito como se o lugar retratado estivesse sendo visto de cima. Na segunda, a visão é de frente para o lugar.

casa


Prédios

Cume das


colinas

O “olhar de cima” permite organizar os elementos […]. É como projetar a própria vista de um ponto mais alto (de um avião, p.e.) e orientar as vias e os pontos de maior importância para aquilo que se quer representar. Esse tipo de representação é normalmente utilizado para elaboração de croquis permitindo estruturar as imagens em um plano. Mas, será que imagens representadas com base nessa perspectiva oblíqua, panorâmica da paisagem, com profundidade e altura, poderiam ser chamadas de mapas também? O desenho de uma casa no campo, ou de ruas e prédios?

PAULA, Luiz Tiago de. Mapa mental e experiência: um olhar sobre as possibilidades. In: XVI ENCONTRO NACIONAL DE GEÓGRAFOS, Porto Alegre, jul. 2010. Disponível em:


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