. Acesso em: 10 fev. 2015.
3 Com base na leitura interpretativa do texto e após a discussão feita em sala, elabore uma reflexão sobre o aparente conflito entre o conhecimento tradicional relacionado ao tempo e o clima dos lugares e os sistemas modernos de previsão meteorológica.
Em sala de aula
Pesquise um mapa que apresente os rios perenes e temporários do Brasil e reproduza-o aos alunos. Peça que produzam uma lista com os principais nomes e, depois, indiquem quais estão situados próximos ao lugar onde vivem. Se possível, verifique se o cotidiano deles é mantido ou alterado por conta desses rios.
Referência complementar para o(a) professor(a)
• Plano do Ministério de Integração Nacional sobre a obra de transposição do Rio São Francisco, que visa garantir a segurança hídrica para municípios dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Disponível em: . Acesso em: 8 abr. 2015.
Sugestões de respostas das atividades
1. O período em que o Rio São Francisco inunda vai de fevereiro a julho, época em que a precipitação está mais elevada. O período de estiagem ocorre entre setembro e janeiro.
2. a) Em Porto Alegre os maiores níveis de precipitação ocorrem entre julho e outubro, assim como as taxas mais baixas de temperatura. Em Cuiabá, o período mais úmido se dá em outubro e abril, principalmente, enquanto as temperaturas são elevadas o ano inteiro, com pequena queda entre maio e setembro. Contudo, é possível reparar que, mesmo nesses meses, a temperatura mais baixa não costuma ser menor do que 22 graus.
b) Cuiabá está em uma latitude mais baixa do que Porto Alegre. Em Cuiabá o clima é tropical, e em Porto Alegre, subtropical.
3. O texto busca enfatizar a importância de se valorizar o conhecimento popular, que mesmo sem obedecer aos critérios e validações acadêmicas, possui seu valor e merece atenção por parte da sociedade. Muitas pesquisas cientificamente comprovadas iniciaram seu percurso do conhecimento baseando-se em culturas populares.
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DH Direitos Humanos
Leitura
Clima e moradias irregulares em áreas de risco
Você aprendeu neste capítulo sobre os diferentes climas que existem no Brasil. Relembre as características e os lugares de ocorrência de cada tipo de clima: qual deles tem como característica importante um período do ano com fortes e intensas chuvas?
Nas últimas décadas, ocorreram nas regiões Sul e Sudeste do Brasil eventos relacionados às chuvas que afetaram gravemente a população da região serrana. Um elemento fundamental que é preciso considerar nessas situações é a presença de moradias nas encostas das serras, o que acarreta graves problemas ambientais. Com a grande quantidade de chuvas, pode acontecer o deslocamento de terra das encostas, além de enchentes, assoreamento dos rios e grandes prejuízos materiais, sem contar a possibilidade de vítimas fatais. As encostas constituem áreas de risco, o que torna a população vulnerável.
Um desastre pode ter como causa a ação humana ou a ocorrência de fenômenos naturais, aos quais também podem somar-se fatores humanos, como no caso do aquecimento global, considerado por muitos especialistas um fenômeno influenciado pela ação humana.
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), no documento “Meio Ambiente e Riscos de Desastres: perspectivas emergentes”, desastre diz respeito a:
[...] uma séria perturbação no funcionamento de uma comunidade ou sociedade causando geralmente perdas humanas, materiais, econômicas ou ambientais que excedem a capacidade das comunidades ou sociedades afetadas para enfrentá-la usando seus próprios recursos. [...] Ele resulta da combinação de perigos, condições de vulnerabilidade e capacidade ou meios insuficientes para reduzir as consequências negativas potenciais do risco.
PNUMA apud CAVEDON, Fernanda De Salles; VIEIRA, Ricardo Stanziola. Conexões entre desastres ecológicos, vulnerabilidade ambiental e direitos humanos: novas perspectivas. Revista Internacional de Direito e Cidadania, n. 13, p. 119, jun. 2012. Disponível em: . Acesso em: 16 mar. 2015.
Assim, a ideia de desastre envolve um grupo atingido, em que as vítimas não têm condições de enfrentar a situação sem auxílio externo e cuja origem está relacionada a uma combinação de fatores ambientais e socioeconômicos. Podemos assim destacar que as populações mais pobres são as mais vulneráveis aos desastres, pois além de serem levadas a ocupar áreas marginais e até de risco por conta da falta de moradia, muitas vezes têm menos acesso à informação a fim de se prepararem rápida e adequadamente em caso de risco de desastre.
Em sala de aula
Professor(a), acompanhe os alunos para que relembrem os diferentes climas que existem no Brasil. Faça um quadro na lousa e peça que indiquem informações sobre cada um deles, a fim de que possam consultar ao realizar a atividade. Associe os climas aos relevos de cada região e levantem hipóteses sobre locais que podem ser considerados como áreas de risco. Se possível, apresente slides com os climogramas, verificando os meses mais problemáticos. Na sequência, forneça reportagens sobre acidentes que ocorreram em diferentes áreas de risco, comparando elementos como período do ano, relevo e local, e checando com as informações hipotéticas sobre áreas de risco que foram levantadas previamente.
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Fig. 1 (p. 213)
Casas na encosta da serra, no caminho entre Petrópolis e Itaipava (RJ), construídas em local de possível desabamento. Vê-se um grande e caudaloso rio no fundo do vale. Foto de 2011.
JORGE ARAÚJO/FOLHAPRESS
Atividade
Não escreva no livro. Faça as atividades no caderno.
Pesquisa e seminário
Vamos refletir: a exposição a riscos e efeitos dos desastres pode ser entendida como uma situação de violação dos direitos humanos?
Forme um grupo com mais três colegas e pesquise sobre um desastre ocorrido no Sul ou no Sudeste do país nos últimos anos, cujas populações tenham sido impactadas pela grande quantidade de chuvas. Considere:
- o clima da região;
- a época e a estação do ano;
- o relevo da região;
- a relação de moradias irregulares em áreas de risco;
- como o poder público auxiliou as vítimas;
- como ocorreu a organização da população e de grupos de defesa civil (compostos pela comunidade para auxiliar seus integrantes).
Enumere as questões relacionadas aos direitos humanos que ficaram comprometidas nesses eventos e procure descobrir como a população de cada lugar se organizou diante do desastre. Depois de fazer a pesquisa, organize com seu grupo uma apresentação para um seminário a ser realizado na classe sobre clima, vulnerabilidade ambiental, desastres e direitos humanos, em que cada grupo deverá abordar um evento diferente. Peça auxílio ao/à professor(a) para organizar o seminário!
Sugestão de resposta da atividade
Ao longo do seminário proposto, pode-se discutir semelhanças e diferenças entre cada evento de desastre, considerando suas especificidades quanto a características geográficas e situação socioeconômica. Você pode trabalhar também temas transversais como ética, justiça, meio ambiente e cidadania, ressaltando como a sociedade civil se organizou. É possível ainda consultar o site do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e ter acesso a publicações atualizadas sobre o assunto no Brasil e no mundo:
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