Geografia 6º ano



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. Acesso em: 5 abr. 2015.

8 O grafite pode ser considerado uma forma de representação artística do espaço ou de expressão artística no espaço? Justifique sua resposta no caderno.

Página 106

DH Direitos Humanos

Leitura

A liberdade de expressão e de opinião no Brasil

Neste capítulo, observamos diversas obras de arte, de vários artistas, em diferentes momentos históricos. A arte é uma forma de enxergar e representar o mundo em que vivemos e está intimamente relacionada à liberdade de expressão. Segundo o documento da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República de 2013, no Brasil,

[…] existe um marco teórico e legal para o estabelecimento de relações pluriculturais, o respeito à diversidade étnica e religiosa e a livre direito de opinião e expressão. A Constituição Federal de 1988 fez muito ao abrir uma brecha necessária em um muro que, anteriormente, cerceava os direitos e, portanto, o reconhecimento da cidadania:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: [...]


II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana; [...]
V – o pluralismo político. [...]

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: [...]


IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. [...]

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...]

IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; [...]

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; [...]

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I – as formas de expressão;
II – os modos de criar, fazer e viver; [...]. (BRASIL, 1988).

Com isso, a Constituição possibilitou novas possibilidades, encaminhamentos plurais frente à emergência de fatos sociais anteriormente desconhecidos e, por fim, o amadurecimento de agentes políticos que surgem a partir de pleitos e demandas legítimas.

BRASIL. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Direito à opinião e à expressão. Brasília: Coordenação Geral de Educação em SDH/PR, Direitos Humanos, Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, 2013. p.16-17.

PROPOSTA PEDAGÓGICA

Em sala de aula

Professor(a), se julgar pertinente, leia e destaque dos trechos do documento da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República pontos que indiquem a garantia de direitos de cidadania. Peça aos alunos que apontem em suas pesquisas ações dos jornalistas, antes censuradas ou proibidas, e que foram e são citadas como sendo garantidas no documento.



Referência complementar para o (a) professor(a)

• Visite o site do Centro de Cultura e Memória do Jornalismo. Lá você encontrará arquivos para download de exemplares do O Pasquim. Disponível em: . Acesso em: 23 abr. 2015.



Página 107

Atividade

Não escreva no livro. Faça as atividades no caderno.



Pesquisa e apresentação

A liberdade de expressão e a de opinião não estão garantidas em todos os lugares do mundo. Atualmente, em muitos países, artistas, jornalistas, escritores e cartunistas são perseguidos, presos e muitas vezes mortos ao tentar exercer o seu direito de livre expressão.

No Brasil, durante a ditadura militar, diversos jornalistas, artistas e escritores viveram sob forte censura. Muito do que produziam era cortado das edições impressas dos jornais e revistas, as quais tinham de ser aprovadas por agentes do Estado antes de chegarem às bancas.

Entre os jornais que mais enfrentaram essa proibição estava o Pasquim, fundado por cartunistas e jornalistas do Rio de Janeiro em 1969. Em uma época em que ainda não existia a internet, a mídia impressa era um dos principais veículos de comunicação da população.



Fig. 1 (p. 107)

Jaguar, cartunista e fundador e editor do jornal Pasquim, durante entrevista em São Paulo, SP, 1º jan. 1983.

FOLHAPRESS/FOLHAPRESS

Forme um grupo com mais três colegas e façam uma pesquisa sobre o Pasquim, com base nas seguintes questões:


- Quem eram seus fundadores e o que faziam;
- Qual era a reação do governo às publicações do jornal;
- Como seus jornalistas e cartunistas faziam para “enganar” a censura;
- Qual foi a importância do jornal na luta contra o regime militar.

Pesquisem também alguma história em quadrinhos do Pasquim cujo conteúdo seja crítico à censura que o jornal sofria na época e preparem uma apresentação para a classe, na qual vocês devem relacionar a tirinha com o texto da Constituição Federal de 1988 e responder à seguinte questão:



O que você faria para garantir o seu direito à liberdade de expressão e de opinião se vivesse em um Estado onde existe censura, inclusive no acesso à internet?

Sugestão de resposta da atividade

Resposta pessoal. Professor(a), estimule os alunos a conversar em grupos e, então, responder à questão. Se atente para orientá-los contra estratégias e ações violentas e para que proponham ações criativas ligadas à arte, à cultura e à política, por exemplo.



Página 108

7. O mundo e suas representações

Fig. 1 (p. 108)

Planisfério de Martin Waldseemüller (Universalis cosmographia secundum Ptholomaei traditionem et Americi Vespucii alioru[m] que lustrationes. [St. Dié, França?: s.n., 1507]), mapa de 1507.

ACERVO LIBRARY OF CONGRESS, GEOGRAPHY AND MAP DIVISION, EUA



O cartógrafo alemão Martin Waldseemüller (1470-1521) publicou em 1507 um mapa do mundo que, além de ser o primeiro a utilizar a palavra “América” para designar o novo continente, retrata o Hemisfério Ocidental com uma precisão que ainda hoje surpreende os especialistas Observe acima o mapa que ele criou

PROPOSTA PEDAGÓGICA

Objetivos de aprendizagem
• Compreender os mapas como formas de representação do mundo.
• Conhecer a evolução da cartografia.
• Identificar as diferentes funções dos mapas.

Conteúdos do capítulo
• Elementos e técnicas da cartografia.
• Evolução da cartografia.

Eixos norteadores
• Leitura de mapas.
• Mapas e ideologias.

Página 109

Agora, observe uma representação atual do planisfério:



Fig. 1 (p. 109)

HUMBERTO PIMENTEL

Planisfério atual





Círculo Polar Ártico

Trópico de Câncer

Trópico de Capricórnio

Círculo Polar Antártico

Equador

OCEANO PACÍFICO

OCEANO ATLÂNTICO

OCEANO ÍNDICO

OCEANO PACÍFICO

0 2500 km

Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. 5. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.

Agora responda no caderno:
1. Quais são as regiões retratadas por Martin Waldseemüller que mais se assemelham àquelas que são retratadas pelo mapa-múndi atual?
2. Sabendo que o mapa de Waldseemüller foi criado em 1502, por que você acredita que a América foi retratada de forma tão diferente?


PROPOSTA PEDAGÓGICA

Sugestões de respostas das atividades

1. As regiões que mais se assemelham àquelas retratadas no planisfério atual são a Europa, a parte ocidental da Ásia e o continente africano.

2. Os espanhóis chegaram à América em 1492, apenas uma década antes da confecção desse mapa, portanto, o novo continente não havia sido devidamente estudado pelos cartógrafos. Além disso, as técnicas da época eram muito diferentes daquelas de hoje em dia.

Página 110

A representação dos lugares em diferentes épocas

Há milhares de anos, diversos povos buscavam representar graficamente o mundo que conheciam, produzindo mapas para localizarem aquilo que eles consideravam importante.

No ano de 1963, em suas escavações, arqueólogos descobriram o mapa de Çatalhöyük – cidade da antiga Anatólia que, junto à Trácia, formava o que hoje é a Turquia.

Observe ao lado a reprodução de um mapa que foi pintado na parede de uma caverna em cerca de 6200 a.C. Nele estão representados uma habitação típica da Antiguidade, denominada de colmeia – devido à semelhança com a construção das abelhas –, e o vulcão do Monte Hasan em erupção (atualmente extinto).



Fig. 1 (p. 110)

Reprodução do mapa neolítico de Çatalhöyük, Monte Hasan, na Anatólia, Turquia, cerca de 6200 a.C.

REPRODUÇÃO/PLOS ONE|WWW.PLOSONE.ORG, V. 11, JAN. 2014

As primeiras representações mostravam paisagens conhecidas pelos habitantes locais, assim como trilhas e localizações das vilas mais próximas.

O desenho de mapas pelos povos antigos tinha uma função principalmente prática: marcar fronteiras e indicar as terras férteis, a localização de água e as rotas de comércio.

Alguns séculos depois, os gregos tentaram representar a Terra como um todo. Por volta de 500 a.C., Hecateu de Mileto produziu um mapa retratando o mundo. Ele acreditava que a Terra tinha a forma de um disco plano, cercado pelo oceano, e que estava dividida em duas partes: Europa e Ásia, que englobava a África. Veja o mapa ao lado.



Fig. 2 (p. 110)

Rocha original com pintura de Çatalhöyük, atual Turquia. Paredes norte e leste do santuário VII.4., 2007.

J BREW/DISPONÍVEL EM:


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