. Acesso em: 8 abr. 2015. Nos primeiros segundos do vídeo, surge uma chaminé com fumaça, revelando a questão do aumento da poluição nesse período.
Sugestão de resposta da atividade
Durante a Revolução Industrial nas cidades europeias, as indústrias emitiam efluentes químicos no solo, na água e no ar, contaminando-os. Além disso, provocou um aumento significativo da população das cidades sem planejamento adequado, o que resultou em carência de infraestruturas, como saneamento básico, coleta de lixo e abastecimento de água.
Em sala de aula
Após tratar da agressão ao meio ambiente no período da Revolução Industrial, inicie a abordagem sobre a degradação no Brasil. Utilize exemplos locais que sejam de conhecimento dos alunos, permitindo-os visualizar que determinadas ações (por vezes até públicas) são deliberadamente despreocupadas com a conservação do meio ambiente. No caso do Cerrado, por exemplo, o desmatamento da vegetação nativa para o plantio de commodities é indiretamente incentivado pelo governo federal, que fornece subsídios e redução de impostos para empresas e grandes fazendeiros.
Página 247
O meio ambiente no Brasil
Devido a suas imensas dimensões territoriais e grande diversidade climática, o Brasil possui a maior biodiversidade do mundo. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente do Brasil, o território brasileiro abriga mais de 20% da fauna e da flora do planeta. Como já vimos, os espaços naturais brasileiros passaram por diferentes transformações devido à ação humana.
Transformações no Cerrado
A partir da metade do século XX, o Estado brasileiro passou a estimular a ocupação e o desenvolvimento do interior do país – principalmente da região Centro-Oeste. Essa nova etapa do povoamento do território brasileiro envolveu a expansão das áreas agrícolas no Cerrado, onde a produção de soja e a pecuária ocorreram em grande escala. Entre os anos de 1977 e 2002, ou seja, em um período de 25 anos, a expansão agrícola avançou de forma intensa no Centro-Oeste brasileiro. Observe os mapas a seguir.
Fig. 1 (p. 247)
MARIO YOSHIDA
Brasil: aumento da produção de soja (1977 a 2002)
OCEANO ATLÂNTICO
OCEANO PACÍFICO
Trópico de Capricórnio
Equador
50° O 0º
MT AC RO MA GO MG ES RJ PR SP PA TO SC RN RS AM RR AP PI CE PB PE AL SE BA MS
Brasília
0 610 km
234.363
47.213
500
Produção de soja (toneladas)
Limite do Cerrado
OCEANO ATLÂNTICO
OCEANO PACÍFICO
Trópico de Capricórnio
Equador
50° O 0º
MT AC RO MA GO MG ES RJ PR SP PA TO SC RN RS AM RR AP PI CE PB PE AL SE BA MS
Brasília
0 610 km
Produção de soja (toneladas)
Limite do Cerrado
1.482.000
387.923
500
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2002 apud NOVA ESCOLA, s.d. Disponível em: . Acesso em: 5 mar. 2015.
A linha verde representada nos mapas indica os limites do Cerrado brasileiro. Observe que em 1977 a produção de soja concentrava-se na região Sul do país. Já em 2002 essa produção já havia se expandido consideravelmente, em particular sobre as áreas de Cerrado.
PROPOSTA PEDAGÓGICA
Em sala de aula
A leitura dos mapas pelos alunos permitirá constatar a expansão do cultivo de soja no território brasileiro, principalmente na área ocupada pelo Cerrado. Auxilie-os na compreensão da chamada expansão das fronteiras agrícolas, notadamente em direção à área amazônica, ultrapassando até mesmo os limites do Cerrado.
Página 248
Atualmente, mais de 40% da vegetação original do Cerrado – cerca de 850 mil quilômetros quadrados – é ocupada por pastagens e cultivos agrícolas. Segundo dados de 2012 da organização não governamental (ONG) World Wildlife Fund (WWF), o Cerrado perdeu 6.469 quilômetros quadrados (área maior do que a do Distrito Federal) de vegetação entre agosto de 2009 e julho de 2010, em um ritmo de desmatamento mais acelerado que o da Amazônia e o da Mata Atlântica.
Além do cultivo de soja, a vegetação do Cerrado é ameaçada pela expansão de atividades econômicas como a pecuária e a produção de algodão, milho e carvão vegetal.
Os impactos na Amazônia
As políticas de desenvolvimento econômico e ocupação do país a partir do século XX também geraram impactos sobre a região amazônica. Assim como no Cerrado, a produção de soja vem avançando sobre a Amazônia e é responsável pelo desmatamento de áreas consideráveis de floresta. Da mesma forma, a mineração e a extração de madeira são atividades que têm causado cada vez mais pressão sobre esse bioma e provocado a retirada crescente de sua cobertura vegetal. Observe o mapa a seguir.
Fig. 1 (p. 248)
MARIO YOSHIDA
Amazônia: índice de desmatamento até 2011
Limite dos estados da Amazônia Legal
Limite do bioma Amazônia
Desmatamento até 2011
Floresta
Não floresta
AM
RR
50°O
Equador
RO
MT
TO
MA
SURINAME
GUIANA
VENEZUELA
COLÔMBIA
PERU
BOLÍVIA
GUIANA
FRANCESA
AC
AP
PA
OCEANO ATLÂNTICO
0 270 km
Fonte: INSTITUTO DE PESQUISA AMBIENTAL DA AMAZÔNIA. Desmatamento em foco. Disponível em: . Acesso em: 21 abr. 2015.
No mapa anterior, as manchas em vermelho representam a área desmatada da Floresta Amazônica até o ano de 2011. É possível notar que o desmatamento da região vem avançando, principalmente, a partir das regiões de fronteira com o Cerrado – como consequência da expansão das atividades econômicas para as regiões Centro-Oeste e Norte do país.
PROPOSTA PEDAGÓGICA
Em sala de aula
O mapa de desmatamento da Amazônia, presente nesta página, dá sequência à leitura dos mapas da página anterior. Solicite aos alunos que comparem o mapa de 2002 com este, de modo a evidenciar que as áreas desmatadas, principalmente na porção sul da Amazônia, são resultantes da expansão do cultivo de soja, entre outras commodities.
Sugestões de resposta da atividade
O grupo que defende a construção das usinas nessa região argumenta que elas são importantes para a economia do país, ao fornecer energia para a indústria e o comércio, além de aumentar a geração de emprego. Por outro lado, o grupo opositor afirma que essas obras acarretam uma série de impactos negativos ambientais e sociais na região, afetando tanto o ecossistema da floresta como indígenas e ribeirinhos que lá vivem (e que não serão beneficiados pela produção da energia).
Referência para o(a) professor(a)
Trecho da Declaração das Nações Unidas sobre os direitos dos povos indígenas:
Afirmando que os povos indígenas são iguais a todos os demais povos e reconhecendo ao mesmo tempo o direito de todos os povos a serem diferentes, a se considerarem diferentes e a serem respeitados como tais,
Afirmando também que todos os povos contribuem para a diversidade e a riqueza das civilizações e culturas, que constituem patrimônio comum da humanidade,
Afirmando ainda que todas as doutrinas, políticas e práticas baseadas na superioridade de determinados povos ou indivíduos, ou que a defendem alegando razões de origem nacional ou diferenças raciais, religiosas, étnicas ou culturais, são racistas, cientificamente falsas, juridicamente inválidas, moralmente condenáveis e socialmente injustas,
Reafirmando que, no exercício de seus direitos, os povos indígenas devem ser livres de toda forma de discriminação,
Preocupada com o fato de os povos indígenas terem sofrido injustiças históricas como resultado, entre outras coisas, da colonização e da subtração de suas terras, territórios e recursos, o que lhes têm impedido de exercer, em especial, seu direito ao desenvolvimento, em conformidade com suas próprias necessidades e interesses,
Reconhecendo a necessidade urgente de respeitar e promover os direitos intrínsecos dos povos indígenas, que derivam de suas estruturas políticas, econômicas e sociais e de suas culturas, de suas tradições espirituais, de sua história e de sua
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Atualmente, com o aumento da demanda de eletricidade no país, a região da Amazônia vem sendo alvo de diversos projetos de geração de energia – devido a sua abundância de recursos hídricos e, por consequência, ao seu potencial hidrelétrico. Porém, a construção de usinas hidrelétricas implica no alagamento de grandes extensões – o que, nesse caso, abrange áreas de floresta.
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